Burnin' Sky – Bad Company
NOTA: 8,7/10
Outro ano se passa, e eles retornam lançando mais um disco intitulado Burnin' Sky. Após o Run With The Pack, que firmou uma trilogia que consolidou o status da banda como uma das maiores daquela cena do Hard Rock britânico. Entretanto, com a rotina exaustiva de gravações anuais e longas turnês, surgiram sinais de desgaste criativo. Esse trabalho veio justamente nessa fase em que a banda, mesmo ainda em alta, precisava mostrar frescor e continuidade artística. A produção, feita como sempre pela própria banda, trouxe um som que mantém o punch cru do grupo, com guitarras de Ralphs sempre secas e riffadas, baixo firme de Burrell, bateria sólida de Kirke e, claro, a interpretação cheia de alma de Paul Rodgers. Seguindo muito mais todo aquele sentimentalismo que o Hard Rock tomaria posteriormente. O repertório é muito bom, e as canções são mais melódicas e com um lado cadenciado. Enfim, é um disco bacana e que é bem subestimado.
Melhores Faixas: Morning Sun, Too Bad, Everything I Need
Vale a Pena Ouvir: Burnin' Sky, Man Needs Woman, Peace Of Mind
Desolation Angels – Bad Company
NOTA: 9,5/10
Então chega 1979, ano em que foi lançado o 5º álbum do Bad Company, o Desolation Angels. Após o Burnin’ Sky, a banda ainda seguia como um dos nomes mais respeitados do gênero. Ao final dos anos 70, a cena do Rock já passava por transformações: o Punk havia abalado a Inglaterra naqueles últimos anos, o Hard Rock tradicional precisava encontrar novos caminhos, e a Disco Music dominava as paradas. Só que eles continuaram a seguir sua sonoridade padrão. A produção, como sempre feita por eles, foi mais polida, com as guitarras mais nítidas e definidas, a cozinha bem firme e poderosa, e Paul Rodgers entregando uma das suas performances vocais mais versáteis. Além disso, aqui houve uma utilização maior de teclados e sintetizadores, levando o som para um lado mais contemporâneo. O repertório é bem legal, e as canções soam precisas e melódicas. No final, é um belo disco que selaria o fim da grande fase deles nos anos 70.
Melhores Faixas: Rock 'n' Roll Fantasy, She Brings Me Love, Evil Wind, Crazy Circles, Early In The Morning
Vale a Pena Ouvir: Take The Time, Gone, Gone, Gone
Rough Diamonds – Bad Company
NOTA: 6/10
Pulando para 1982, o Bad Company lançava mais um álbum de estúdio, o Rough Diamonds. Após o Desolation Angels, o grupo entrou nos anos 80 em meio a transformações na cena musical, com o auge da NWOBHM, a ascensão da New Wave, além da febre do AOR e do início do Hair Metal. Internamente, a banda vivia momentos de tensão. Paul Rodgers começava a se distanciar, interessado em projetos solo e em uma vida pessoal mais reservada, enquanto Boz Burrell, Mick Ralphs e Simon Kirke sentiam o peso de manter o nome da banda relevante. A produção foi a de sempre: eles continuaram naquele som cru característico, só que tudo mais contido e menos ambicioso. Há experimentações com grooves, saxofones e até levadas funkeadas, mas a mistura às vezes parece muito vazia. O repertório é bem irregular, com algumas canções legais, mas a maioria é bem fraquinha. Enfim, é um disco mediano que marcaria o fim da fase de ouro da banda.
Melhores Faixas: Electric Land, Old Mexico, Painted Face
Vale a Pena Ouvir: Cross Country Boy, Ballad Of The Band, Downhill Ryder
Fame And Fortune – Bad Company
NOTA: 2,3/10
Se passaram quatro anos e eles retornam lançando outro disco, o fraquíssimo Fame and Fortune. Após o Rough Diamonds, Paul Rodgers saiu de vez e a banda entrou em um hiato, sendo só em 1986 que Mick Ralphs e Simon Kirke decidiram retomar o nome Bad Company, mas agora com mudanças profundas. Para os vocais, foi escolhido Brian Howe, que possuía uma voz mais aguda, potente e polida, muito diferente da rouquidão bluesy de Rodgers. A produção, feita por Keith Olsen, trouxe um som polido, radiofônico, cheio de camadas de teclado e bateria eletrônica. Mick Ralphs assumiu um papel mais discreto na guitarra, pois o foco estava nos arranjos de teclados e sintetizadores típicos da época. Basicamente, eles fugiram daquela sonoridade do Blues Rock e voltaram para o AOR e Pop Rock, ficando completamente genéricos. O repertório é péssimo, com canções chatíssimas e poucas que se salvam. Em suma, é um álbum terrível e que foi um fiasco.
Melhores Faixas: Long Walk, Tell It Like It Is
Piores Faixas: Burning Up, Hold On My Heart, This Love, That Girl
Dangerous Age – Bad Company
NOTA: 8/10
Mais dois anos se passaram e foi lançado o 8º álbum da banda, o Dangerous Age. Após o Fame and Fortune, o público antigo, ligado ao Blues Rock da era setentista, torceu o nariz e com razão, até porque com a entrada do vocalista Brian Howe a banda trazia uma identidade totalmente AOR, fazendo o grupo se tornar um pastiche de Foreigner e Journey. Só que agora eles decidiram seguir essa estética, mas tentando trazer um pouco do que haviam sido antes. A produção, feita por Terry Thomas, manteve aquela sonoridade polida e moderna, com bateria com eco, guitarras em camadas, teclados constantes e refrões em coro. Diferente do antecessor, aqui a banda soa mais confiante, mais integrada com Howe, que entrega uma performance enérgica e de presença, recuperando toda aquela animação do Hard Rock setentista. O repertório ficou muito bom, com canções mais pesadas e potentes. Enfim, é um ótimo disco e que apresentou mais identidade.
Melhores Faixas: No Smoke Without A Fire, Rock Of America
Vale a Pena Ouvir: Shake It Up, Something About You, One Night
Então é isso e flw!!!