Highway – Free
NOTA: 9/10
Ai, perto do final daquele ano, o Free retorna lançando mais um álbum, o Highway. Após o maravilhoso Fire And Water, graças ao single All Right Now, que explodira nas paradas, levando-os de promessa a realidade do Rock mundial. Essa ascensão meteórica, no entanto, trouxe consigo uma pressão enorme: eles precisavam lançar rapidamente um sucessor que mantivesse o embalo comercial. A Island Records, percebendo o momento, incentivou a banda a retornar imediatamente ao estúdio. Produção feita por eles mesmos, seguiu aquela temática crua, orgânica, sem grandes adornos, mas com uma sonoridade mais introspectiva e contida que o disco anterior. Com isso, os arranjos privilegiam espaços, atmosferas melancólicas e um Blues Rock menos explosivo. O repertório é muito bom, e as canções são bem diversificadas e leves. Enfim, é um belo disco, que foi muito menosprezado.
Melhores Faixas: Be My Friend, Sunny Day, The Stealer, The Highway Song, Ride On Pony
Vale a Pena Ouvir: Bodie, On My Way
Free At Last – Free
NOTA: 8,4/10
Dois anos se passaram e eles retornam lançando seu 5º álbum de estúdio, O Free At Last. Após o Highway, a banda já estava esfacelada: Paul Rodgers e Andy Fraser tinham conflitos constantes sobre direção musical, enquanto Paul Kossoff, cada vez mais abalado pela dependência de drogas e pela depressão, via sua saúde se deteriorar. E, após o lançamento de um álbum ao vivo, a gravadora Island insistiu num retorno. Rodgers e Fraser concordaram em dar mais uma chance, mas sob uma condição clara: todas as composições seriam creditadas coletivamente a Rodgers/Fraser/Kirke/Kossoff. Produzido pela própria banda, o disco soa mais minimalista, quase fantasmagórico em alguns momentos, refletindo tanto a fragilidade interna do grupo quanto o estado emocional do Kossoff, resultando num Blues Rock mais arrastado. O repertório ficou interessante, com canções boas e outras mais fracas. Enfim, é um ótimo disco, apesar de ser realmente o mais fraco deles.
Melhores Faixas: Little Bit Of Love, Magic Ship, Soldier Boy
Piores Faixas: Goodbye, Guardian Of The Universe
Heartbreaker – Free
NOTA: 9,7/10
Então chegamos a 1973, quando foi lançado o álbum do Free, o Heartbreaker, em um momento decisivo. Após o Free At Last, a situação interna da banda continuava insustentável. Paul Kossoff, cada vez mais debilitado pelas drogas e pela depressão, já não tinha condições de manter um ritmo estável de gravações ou turnês, o que levou Rodgers e Kirke a buscar reforços, já que Andy Fraser também havia saído. Entraram Tetsu Yamauchi (baixo) e John "Rabbit" Bundrick (teclados), ambos músicos de apoio experientes. Produzido pela banda junto com Andy Johns, o disco apresenta um som mais limpo e refinado que os anteriores, graças, em grande parte, ao uso marcante dos teclados de Rabbit, que acrescentam camadas de cor e atmosfera inéditas à sonoridade deles. O repertório é belíssimo, com canções incríveis, algumas mais melódicas. No fim, é um baita disco, que encerrou a trajetória da banda, e é uma pena que Kossoff, dois anos depois, viesse a falecer.
Melhores Faixas: Wishing Well, Come Together In The Morning, Easy On My Soul
Vale a Pena Ouvir: Muddy Water, Heartbreaker