This Is Not The World – The Futureheads
NOTA: 6/10
Se passaram dois anos e foi lançado o 3º álbum deles, intitulado This Is Not The World. Após o News And Tributes, o The Futureheads enfrentou um momento de incerteza. Embora seu antecessor tenha representado um avanço artístico, o afastamento da sonoridade crua do debut não agradou completamente ao público nem à gravadora, o que resultou no encerramento do contrato com a 679 Recordings. Então, eles decidiram fundar seu próprio selo, o Nul Records, e passaram a trabalhar de forma mais independente. A produção foi feita por Youth (baixista do Killing Joke), que equilibrou o caos controlado do Post-Punk com um certo refinamento melódico, mantendo a agressividade sem abrir mão da coesão sonora. Com isso, eles apresentaram um som mais efusivo, seguindo o pessoal do Indie, porém há muita coisa bastante repetitiva. O repertório é bem mediano: tem canções boas e outras sem brilho. No final, é um disco razoável, que carece de maior imersão.
Melhores Faixas: Sale Of The Century, Radio Heart, Everything's Changing Today
Piores Faixas: Walking Backwards, Work Is Never Done, Sleet
The Chaos – The Futureheads
NOTA: 3,8/10
Melhores Faixas: Heartbeat Song, Sun Goes Down
Piores Faixas: I Can Do That, The Chaos, This Is The Life
Rant – The Futureheads
NOTA: 3/10
No ano de 2012, eles decidiram lançar mais um trabalho, só que bastante curioso, intitulado Rant. Após o fraquíssimo The Chaos, o The Futureheads parecia ter chegado a um limite criativo dentro do seu modelo habitual. Não sei exatamente qual erva estragada eles bolaram, mas decidiram fazer um álbum exclusivamente a cappella, sem instrumentos, apenas com vozes. O projeto foi tanto uma resposta à fadiga criativa. A produção, feita por Dave Curle, foi realizada de maneira colaborativa, com os próprios integrantes envolvidos profundamente em todos os arranjos vocais. Construído com múltiplas camadas de vozes, incluindo beatboxing, harmonia em quarteto, contrapontos e até técnicas de canto tradicional britânico, o resultado, no entanto, soa muito sem alma e não prende o ouvinte. O repertório, por mais que seja interessante, tem interpretações que ficaram chatíssimas e outras até boas. Enfim, certamente um trabalho esquecível.
Melhores Faixas: Meet Me Halfway (Black Eyed Peas), The Old Dun Cow, The Keeper
Piores Faixas: Thursday, The No. 1 Song In Heaven, Acapella, Beeswing
Powers – The Futureheads
NOTA: 8/10
Então chegamos em 2019, quando foi lançado o último álbum até o momento deles, intitulado Powers. Após o esquisito Rant, que abandonou completamente os instrumentos para explorar arranjos vocais a cappella, o The Futureheads entrou em um hiato prolongado. Os membros seguiram projetos paralelos e, principalmente, deram uma pausa. Um dos fatores cruciais foi a saúde mental do vocalista Barry Hyde, que enfrentou um período difícil lidando com transtorno bipolar, e foi só naquele ano que eles decidiram retornar. A produção, feita por Dave Curle, é propositalmente seca e sem adornos, como se o grupo quisesse capturar a crueza de sua nova fase. As guitarras são afiadas e cortantes, o baixo é proeminente e a bateria é tocada com força controlada. A abordagem vocal retoma os arranjos em grupo, voltando à estética Post-Punk. O repertório é muito bom, e as canções são bem diversificadas. Enfim, é um álbum bastante consistente.
Melhores Faixas: Don't Look Now, Listen, Little Man
Vale a Pena Ouvir: Mortals, Animus, Stranger In A New Town