terça-feira, 5 de agosto de 2025

Analisando Discografias - The Futureheads: Parte 2

                 

This Is Not The World – The Futureheads





















NOTA: 6/10


Se passaram dois anos e foi lançado o 3º álbum deles, intitulado This Is Not The World. Após o News And Tributes, o The Futureheads enfrentou um momento de incerteza. Embora seu antecessor tenha representado um avanço artístico, o afastamento da sonoridade crua do debut não agradou completamente ao público nem à gravadora, o que resultou no encerramento do contrato com a 679 Recordings. Então, eles decidiram fundar seu próprio selo, o Nul Records, e passaram a trabalhar de forma mais independente. A produção foi feita por Youth (baixista do Killing Joke), que equilibrou o caos controlado do Post-Punk com um certo refinamento melódico, mantendo a agressividade sem abrir mão da coesão sonora. Com isso, eles apresentaram um som mais efusivo, seguindo o pessoal do Indie, porém há muita coisa bastante repetitiva. O repertório é bem mediano: tem canções boas e outras sem brilho. No final, é um disco razoável, que carece de maior imersão. 

Melhores Faixas: Sale Of The Century, Radio Heart, Everything's Changing Today 
Piores Faixas: Walking Backwards, Work Is Never Done, Sleet

The Chaos – The Futureheads





















NOTA: 3,8/10


Pulando para 2010, foi lançado mais um álbum do The Futureheads, o The Chaos. Após o This Is Not The World, a banda aprofunda ainda mais essa vertente de intensidade e atitude que vinha tentando construir. O próprio título já denuncia uma direção estética e temática: desordem, rebelião, movimento. Isso tudo em meio ao clima político e econômico instável do Reino Unido naquele período, com uma crise econômica e o início do governo de coalizão conservador. A produção foi praticamente a mesma, só que com menos polimento e mais risco, resgatando as texturas cruas das performances ao vivo. A aposta foi em um som mais seco, direto, nervoso, com guitarras angulosas, vocais superpostos e estruturas que lembram um pouco o Power Pop. Porém, tudo acabou ficando bem sem graça, fazendo-os parecer uma banda cover do Ash e Wire. O repertório é muito ruim, e as canções são bem genéricas, tendo poucas realmente interessantes. No fim, é um trabalho bastante medíocre. 

Melhores Faixas: Heartbeat Song, Sun Goes Down 
Piores Faixas: I Can Do That, The Chaos, This Is The Life

Rant – The Futureheads





















NOTA: 3/10


No ano de 2012, eles decidiram lançar mais um trabalho, só que bastante curioso, intitulado Rant. Após o fraquíssimo The Chaos, o The Futureheads parecia ter chegado a um limite criativo dentro do seu modelo habitual. Não sei exatamente qual erva estragada eles bolaram, mas decidiram fazer um álbum exclusivamente a cappella, sem instrumentos, apenas com vozes. O projeto foi tanto uma resposta à fadiga criativa. A produção, feita por Dave Curle, foi realizada de maneira colaborativa, com os próprios integrantes envolvidos profundamente em todos os arranjos vocais. Construído com múltiplas camadas de vozes, incluindo beatboxing, harmonia em quarteto, contrapontos e até técnicas de canto tradicional britânico, o resultado, no entanto, soa muito sem alma e não prende o ouvinte. O repertório, por mais que seja interessante, tem interpretações que ficaram chatíssimas e outras até boas. Enfim, certamente um trabalho esquecível. 

Melhores Faixas: Meet Me Halfway (Black Eyed Peas), The Old Dun Cow, The Keeper 
Piores Faixas: Thursday, The No. 1 Song In Heaven, Acapella, Beeswing

Powers – The Futureheads





















NOTA: 8/10


Então chegamos em 2019, quando foi lançado o último álbum até o momento deles, intitulado Powers. Após o esquisito Rant, que abandonou completamente os instrumentos para explorar arranjos vocais a cappella, o The Futureheads entrou em um hiato prolongado. Os membros seguiram projetos paralelos e, principalmente, deram uma pausa. Um dos fatores cruciais foi a saúde mental do vocalista Barry Hyde, que enfrentou um período difícil lidando com transtorno bipolar, e foi só naquele ano que eles decidiram retornar. A produção, feita por Dave Curle, é propositalmente seca e sem adornos, como se o grupo quisesse capturar a crueza de sua nova fase. As guitarras são afiadas e cortantes, o baixo é proeminente e a bateria é tocada com força controlada. A abordagem vocal retoma os arranjos em grupo, voltando à estética Post-Punk. O repertório é muito bom, e as canções são bem diversificadas. Enfim, é um álbum bastante consistente. 

Melhores Faixas: Don't Look Now, Listen, Little Man 
Vale a Pena Ouvir: Mortals, Animus, Stranger In A New Town

  

O Legado de Ozzy: Dois Meses de Saudade e Eternidade

Mesmo após sua partida, a influência do Ozzy permanece viva no rock e na cultura.  Foto: Ross Halfin Pois é, meus amigos, hoje faz 2 meses q...