Boggy Depot – Jerry Cantrell
NOTA: 8,9/10
No ano de 1998, foi lançado o 1º trabalho solo do Jerry Cantrell, intitulado Boggy Depot. Depois do último lançamento do Alice In Chains e com a banda entrando em um hiato, Jerry Cantrell, que já era não só guitarrista, mas também principal compositor e um dos vocalistas, começou a sentir a necessidade de continuar criando e gravando. Assim, nasceu seu álbum solo, que não se distanciava totalmente do espírito do Alice. Com título fazendo referência a um local no sudeste de Oklahoma, próximo de suas raízes familiares. A produção, conduzida por ele mesmo junto com Toby Wright, seguiu por uma abordagem bem polida, mas sem perder a organicidade, com guitarras densas, baixo de cada convidado presente, bateria do Mike Inez com timbre seco e pesado e arranjos que transitam entre o Grunge, o Rock alternativo e até pitadas do Southern Rock. O repertório é muito legal, com canções bem dinâmicas. Enfim, é um trabalho ótimo e muito ousado.
Melhores Faixas: Cut You In, My Song, Hurt A Long Time, Jesus Hand
Vale a Pena Ouvir: Settling Down, Between, Satisfy
Degradation Trip – Jerry Cantrell
NOTA: 8,6/10
Melhores Faixas: Anger Rising, Spiderbite, Castaway, Give It A Name
Vale a Pena Ouvir: Locked On, Angel Eyes
Brighten – Jerry Cantrell
NOTA: 9/10
Aí, foi só depois de quase 20 anos que Jerry Cantrell decidiu lançar mais um disco solo, o Brighten. Após o Degradation Trip, com o retorno do Alice in Chains a partir de 2006, Jerry passou quase duas décadas sem lançar qualquer material solo inédito. Foi só durante o período da pandemia que sentiu a necessidade de revisitar o formato solo, em um momento criativo marcado pela vontade de trazer mais luz e nuances melódicas à sua música, sem abandonar completamente o DNA sombrio e introspectivo que o caracteriza. A produção, feita mais uma vez por ele junto com Tyler Bates, contou com outras participações, como a de Duff McKagan, resultando em uma sonoridade bem ajeitada: as guitarras continuam sendo o coração do álbum, mas sem a parede massiva de distorção de antes, abrindo mais espaço para arranjos acústicos. O repertório ficou muito bom, e as canções são profundas e intimistas. No final, é um belo disco, consistente e coeso.
Melhores Faixas: Had To Know, Siren Song, Atone, Dismembered
Vale a Pena Ouvir: Prism Of Doubt, Goodbye
I Want Blood – Jerry Cantrell
NOTA: 8,4/10
Então, lá para o mês de outubro de 2024, foi lançado o último álbum até o momento de Jerry Cantrell, o I Want Blood. Após o Brighten, que o havia revitalizado artisticamente, o álbum trouxe uma faceta mais aberta e melódica de seu trabalho solo, e a turnê subsequente reacendeu nele a energia de estar em contato próximo com os fãs. Com isso, abriu espaço para Cantrell investir em novas composições fora do formato da banda. A produção, feita pelo renomado Joe Barresi, levou o guitarrista de volta a uma estética mais crua, com as guitarras, como sempre, sendo o centro, alternando afinações graves e riffs densos com passagens limpas e melancólicas. A base rítmica é firme e orgânica, e os vocais dele são mais diretos e próximos, fora daquele lado mais harmonizado, fazendo um certo equilíbrio entre o Metal alternativo e o Grunge. O repertório ficou bem interessante, com canções bem melódicas. No final, é um ótimo trabalho, muito coeso.
Melhores Faixas: Held Your Tongue, Afterglow, I Want Blood
Vale a Pena Ouvir: Off The Rails, Let It Lie