segunda-feira, 4 de agosto de 2025

Analisando Discografias - Mudmen

                 

Mudmen – Mudmen





















NOTA: 8,1/10


Em 2001, a banda quase céltica Mudmen lançava seu álbum de estreia autointitulado. Formada em 1998 pelo vocalista Zoy Nicoles, o guitarrista Lonny Knapp, o baixista Tommy Skilton, o baterista Ryan McCaffrey e os irmãos tocadores de gaita de fole Robby e Sandy Campbell. O curioso é que eles não são de origem céltica e são canadenses. No máximo, se influenciam pela música da região. Essa influência foi rapidamente incorporada à sonoridade da banda, que logo chamou atenção em circuitos locais, abrindo shows para bandas maiores e sendo contratada pela EMI Canada. A produção, feita por Ruben Huizenga, é limpa e potente, valorizando tanto a densidade do instrumental quanto a clareza dos vocais, e colocando a gaita de fole com fluidez nas estruturas do Punk Rock, fazendo aquela fusão conhecida como Celtic Punk. O repertório ficou muito bom, e as canções são bem diversificadas e profundas. No fim, é um ótimo álbum e que vale a pena apreciar. 

Melhores Faixas: Coma, Saturday, Drink & Fight 
Vale a Pena Ouvir: Wasting Time, 5 O'clock

Overrated – Mudmen





















NOTA: 8/10


Dois anos se passaram e foi lançado o 2º album deles intitulado Overrated, que trouxe coisas novas. Após o último trabalho deles, eles passaram por turnês extensas e exposição em rádio e TV local, ganhando espaço como banda de abertura para grupos maiores e presença constante em festivais regionais. No entanto, ainda estavam longe de um reconhecimento internacional ou de uma cena de destaque global. Então eles partiram para o estúdio para gravar um material que expandisse o alcance da banda. Produção feita por Murray Daigle, ficou mais refinada embora o som ainda conserve a energia de um show ao vivo de bar lotado, há mais clareza na mixagem, equilíbrio entre os instrumentos e uso inteligente da gaita que passa a funcionar de maneira mais integrada ao conjunto, e não apenas como “curiosidade sonora” e tudo fluindo mais pro Rock céltico. O repertório é bem legal, tendo canções divertidas e mais profundas. No geral, é um trabalho bacana e ousado. 

Melhores Faixas: Animal, Livin A Lie 
Vale a Pena Ouvir: Everyone, Overrated, Tear Me Down, Empty

Defending The Kingdom – Mudmen





















NOTA: 8/10


Três anos se passaram, e foi lançado o 3º álbum de estúdio da banda, intitulado Defending the Kingdom. Após o Overrated, o Mudmen consolidou sua reputação como uma das bandas mais singulares do Canadá. A mistura de riffs pesados e gaitas escocesas agradava tanto a fãs daquele cenário alternativo quanto a apreciadores de música tradicional celta. O reconhecimento nacional aumentava, com aparições em eventos esportivos e trilhas sonoras de televisão. A produção, conduzida por Ruben Huizenga, foi lançada de forma independente, mas mostra mais ambição do que os trabalhos anteriores. A mixagem está mais carregada, com guitarras densas, vocais mais dramáticos e uso constante das gaitas de fole como reforço emocional. O repertório é interessante, com canções cadenciadas e outras mais energéticas. Em suma, é outro bom álbum, só que ninguém imaginava que depois disso viria uma derrocada. 

Melhores Faixas: Stand Alone, Reach 
Vale a Pena Ouvir: Money Me, Numb, We're Finding Out

Another Day – Mudmen





















NOTA: 2,5/10


Se passaram quatro anos, e foi lançado mais um disco do Mudmen, intitulado Another Day. Após o Defending the Kingdom, a banda passou por algumas mudanças de formação, com a saída do Zois Nicoles e a entrada do Mordy Harroch, além da chegada do baterista Dylan Broda, do guitarrista Alex Maletich e do baixista Troy Spinney. Ou seja, a banda foi completamente reformulada, e a partir daí eles começaram a não levar muito a sério a própria obra. Com produção conduzida pela própria banda, o som ficou bem mais limpo e balanceado. O foco da mixagem está na integração fluida entre guitarra e gaita, permitindo que cada instrumento cumpra sua função. Há menos efeitos, menos experimentações, o que os deixou muito previsíveis, mesmo seguindo o Rock céltico com influências do Folk. Só que tudo ficou bem repetitivo. O repertório é péssimo, e as canções são todas medíocres, com poucas que se salvam. Enfim, é um trabalho terrível e sem qualquer energia. 

Melhores Faixas: Old Black Rum, 410 To Nowhere 
Piores Faixas: Sail Away, The Wild Rover, The Last To Leave, Another Day

Where I Came From – Mudmen





















NOTA: 1/10


Pulando para 2013, foi lançado mais um trabalho deles, o pavoroso Where I Came From. Após o Another Day, que já havia sido uma tentativa de simplificar e deixar o som mais acessível, o Mudmen seguiu firme em sua carreira independente, sendo presença em festivais de cultura celta no Canadá e nos Estados Unidos. Só que, novamente, houve mudanças na formação, com a saída do vocalista Mordy Harroch e a entrada de um zé-mané chamado Steve Gore, além da chegada do baixista Mario Bozza e do baterista Steve Volk. A produção, conduzida mais uma vez pela própria banda, ficou bem mais limpa, com as guitarras mais encorpadas e equilibradas com a gaita de fole, que segue em destaque, mas integrada ao conjunto. Mesmo assim, tudo acabou virando uma verdadeira encheção de linguiça, e o pior de tudo é o Steve Gore, que canta mal e fica num chororô insuportável. O repertório é terrível, e as canções são todas enfadonhas. No final, é um trabalho horroroso e tedioso. 

Melhores Faixas: (........zzzzzzz.........) 
Piores Faixas: Never Quit, Whack For The Lassie, Burn, All The Songs

Old Plaid Shirt – Mudmen





















NOTA: 3/10


Em 2016, foi lançado meio que o último trabalho que dá pra se dizer relevante, intitulado Old Plaid Shirt. Após o Where I Came From, a banda adotou de vez uma postura mais introspectiva, focando não só na energia das performances ao vivo, mas também em transmitir mensagens mais profundas. Só que, novamente, houve mudanças, com a entrada de outro vocalista, Mike Meacher, no lugar daquele zé-mané do Steve Gore, além da chegada do baixista Dan Westenenk e do baterista Jeremy Burton (ninguém para quieto nesse diacho de banda). A produção foi aquela mesma de sempre, com uma sonoridade limpa e bem equilibrada, que destaca cada instrumento de forma clara. A gaita de fole continua sendo o elemento central, mas agora está mais integrada ao conjunto. Fora que a instrumentação geral ficou mais contida, só que tudo continuou bem chato. O repertório é péssimo, com poucas canções que se salvam. No fim, é um trabalho muito ruim, e depois disso foi mais ladeira abaixo. 

Melhores Faixas: The Storm, Simple Things, Whiskey Princess 
Piores Faixas: On A Tractor, Captain Of Men, Here's To You, My Best Friend

O Legado de Ozzy: Dois Meses de Saudade e Eternidade

Mesmo após sua partida, a influência do Ozzy permanece viva no rock e na cultura.  Foto: Ross Halfin Pois é, meus amigos, hoje faz 2 meses q...