sábado, 20 de setembro de 2025

Analisando Discografias - ††† (Croses)

                 

EP † – ††† (Croses)





















NOTA: 7,5/10


Lá para 2011, foi lançado o 1º trabalho em formato EP do projeto Croses (ou, estilisticamente, †††). Após o lançamento do Diamond Eyes, Chino Moreno buscava expandir suas explorações musicais fora do Deftones. Ele já havia mostrado gosto por trabalhos paralelos e agora se unia ao guitarrista Shaun Lopez e ao baixista e tecladista Chuck Doom para mergulhar em sonoridades mais eletrônicas, sombrias e etéreas. A produção, feita por eles mesmos, é densa, mas ao mesmo tempo polida: camadas de sintetizadores convivem com batidas eletrônicas pulsantes, guitarras discretas, mas carregadas de efeitos, e baixo grave que sustenta as composições; os vocais do Chino são bem mais suaves, tudo isso transitando entre Rock alternativo, música eletrônica, Trip Hop e Synth-pop. O repertório é bem curtinho, tendo 5 faixas muito legais e dinâmicas. Enfim, é um EP muito bom e ousado, e teve mais. 

Melhores Faixas: †hholyghs†, Op†ion 
Vale a Pena Ouvir: Bermuda Locke†, †his Is A †rick, †

EP †† – ††† (Croses)





















NOTA: 7/10


No ano seguinte, foi lançado o 2º EP desse projeto, que seguiu um caminho ainda mais denso. Após o EP anterior, que foi recebido de forma muito positiva, os membros do Crosses tiveram a oportunidade de perceber como o público reagia ao projeto. O †† (2) surgiu em 2012 com o objetivo de expandir essa sonoridade, incorporando mais densidade nas camadas eletrônicas, riffs de guitarra discretos, mas impactantes, e variações rítmicas mais ousadas. A produção foi quase a mesma, com transições mais suaves entre as faixas e melhor integração entre os elementos eletrônicos e orgânicos. Chino Moreno explora diferentes timbres vocais, alternando entre sussurros e vocais suaves, muitas vezes processados com efeitos de eco e reverb. O repertório, assim como no anterior, contém 5 faixas, algumas legais e outras fracas por serem excessivamente caóticas. Enfim, a continuação foi legal, apesar de algumas falhas. 

Melhores Faixas: Prurien†, †elepa†hy, Frontiers 
Piores Faixas: Nine†een Eigh†y Seven, †rophy

EP ††† – ††† (Croses)





















NOTA: 7,2/10


Então, em 2014, chegou a última parte dessa trilogia de EPs, seguindo um caminho quase acessível. Após o 2º EP, o projeto teve uma pequena pausa por conta do lançamento do Koi No Yokan, mas Chino logo voltou a focar aqui com esse lançamento, visando não apenas encerrar a trilogia de EPs, mas também explorar faixas mais ousadas e experimentais, ampliando a exploração sonora que o Crosses vinha fazendo. A produção, feita como sempre pelo conjunto, é polida, mas mantém a sensação de intimidade e crueza quando necessário. As batidas eletrônicas são hipnóticas, o baixo do Doom é profundo e envolvente, e as guitarras de Lopez aparecem de forma atmosférica, muitas vezes servindo mais como textura do que como riff tradicional. A voz do Chino mantém a mesma abordagem etérea e introspectiva, explorando facetas mais atmosféricas. O repertório, como sempre, contou com 5 faixas, sendo apenas uma considerada fraca. No geral, essa trilogia de EPs é muito boa. 

Melhores Faixas: Nine†een Nine†y Four, Bi†ches Brew, Blk S†allion, Dea†h Bell 
Pior Faixa: †he Epilogue

Goodnight, God Bless, I Love U, Delete. – ††† (Croses)





















NOTA: 8/10


Então, chegamos em 2023, quando foi lançado o verdadeiro álbum de estreia deles, o Goodnight, God Bless, I Love U, Delete. Após aquela trilogia de EPs, que acabou se tornando uma coletânea e foi dada como o 1º álbum deles (o que não é verdade), o que aconteceu depois foi que o projeto teve uma pequena pausa, lançou outro EP em 2022, porém descartável, e, para este álbum, eles decidiram adotar uma abordagem mais otimista e introspectiva. A produção, feita por eles com a ajuda do Dawn Golden, Nate Donmoyer e Away, é caracterizada por uma fusão de texturas eletrônicas e orgânicas, criando uma atmosfera densa e emocional. As batidas eletrônicas são meticulosamente programadas, e a voz do Chino Moreno permanece etérea e emotiva, tudo isso caminhando para um lado puxado para o Alt-Pop e Synth-pop. O repertório é bem legal, e as canções variam entre um lado mais denso e outro mais envolvente. No geral, é um ótimo disco, que vale a pena ir atrás. 

Melhores Faixas: Invisible Hand, Girls Float † Boys Cry (participação do Robert Smith do The Cure) 
Vale a Pena Ouvir: Runner, Ghost Ride, Found, Eraser
  

    Então um abraço e flw!!!               

Analisando Discografias - Deftones: Parte 2

                 

Ohms – Deftones





















NOTA: 8,9/10


Quatro anos se passam, e o Deftones retorna lançando mais um disco, o Ohms (com essa capa linda). Após o Gore, que teve muitas tensões criativas, havia uma pressão silenciosa para que retomassem a coesão criativa. Então, eles decidiram voltar com a energia crua e a intensidade precisa que sempre destacou a sonoridade da banda, ao mesmo tempo em que queriam moldar as experimentações etéreas do Chino Moreno e Frank Delgado dentro de uma moldura mais coesa. Para isso, a produção ficou nas mãos de Terry Date, que trouxe um equilíbrio notável entre camadas densas de guitarra, atmosferas eletrônicas e a dualidade vocal de Chino, sempre oscilando entre sussurros melódicos e gritos dilacerantes, resultando em um som polido, mas ainda bem pesado, com riffs mais diretos e texturas harmônicas complexas. O repertório é muito bom, e as canções são pesadas e mais densas. Enfim, é um ótimo disco, que teve muito mais coesão. 

Melhores Faixas: Ohms, Urantia, Radiant City, This Link Is Dead 
Vale a Pena Ouvir: Error, Genesis

private music – Deftones





















NOTA: 9,6/10


Então chegamos em 2025, quando, precisamente há um mês, foi lançado o 10º álbum da banda, o private music. Após o Ohms, o baixista Sergio Veja acabou saindo, e, em seu lugar, entrou Fred Sablan, que vinha tocando baixo nos shows e acabou sendo efetivado. Para este próximo trabalho, eles mostrariam uma sonoridade "revigorada", mantendo a assinatura deles, mas também explorando com mais liberdade emotiva. A produção, feita por Nick Raskulinecz, trouxe um som bem pesado, com camadas de guitarra do Carpenter que oscilam entre riffs densos e cortantes. A cozinha rítmica funciona bem tanto nas passagens agressivas quanto nas mais atmosféricas. Delgado contribui como de costume, e os vocais do Chino são rasgantes e melódicos, seguindo aquela fórmula do Metal alternativo. O repertório é incrível, e as canções são pesadíssimas e bem energéticas. Em suma, é um baita disco e certamente um dos melhores do ano. 

Melhores Faixas: milk of the madonna, my mind is a mountain, infinite source, cut hands, i think about you all the time, ecdysis 
Vale a Pena Ouvir: cxz, ~metal dream

  

sexta-feira, 19 de setembro de 2025

Analisando Discografias - Deftones: Parte 1

                            

Adrenaline – Deftones





















NOTA: 9,7/10


No ano de 1995, foi lançado o maravilhoso álbum de estreia do Deftones, o Adrenaline. Formado em 1988, em Sacramento, na Califórnia, pelos amigos de infância Chino Moreno (vocais), Stephen Carpenter (guitarra) e Abe Cunningham (bateria), após várias trocas eles encontraram um baixista fixo, Chi Cheng. Passaram anos na cena local, gravando demos, abrindo shows e conquistando espaço, o que despertou o interesse da Maverick Records, selo ligado a Madonna, que buscava nomes promissores no Rock alternativo. A produção, feita por Terry Date junto com a banda, e até com a presença de Ross Robinson, manteve a crueza da banda ao vivo: guitarras saturadas, baixo denso, bateria orgânica e vocais que transitam entre a fúria visceral e momentos mais introspectivos, fazendo aquela junção do Nu Metal com algumas influências de Post-Hardcore. O repertório é incrível, e as canções são agressivas e energéticas. Enfim, é um baita disco de estreia, cheio de fúria. 

Melhores Faixas: Bored, 7 Words, Engine No. 9, Nosebleed, Root 
Vale a Pena Ouvir: Minus Blindfold, Birthmark, One Week

Around The Fur – Deftones





















NOTA: 10/10


Dois anos se passaram e foi lançado o clássico 2º álbum deles, o Around The Fur. Após o Adrenaline, o Deftones começou a conquistar espaço no underground, sendo incluído em turnês com Korn e outros nomes do nascente Nu Metal. Entre 1996 e 1997, a banda amadureceu intensamente nas estradas. Esse período serviu de laboratório para criar um disco mais coeso e ousado, refletindo tanto a raiva crua da juventude quanto um clima mais atmosférico e introspectivo. A produção, feita novamente por Terry Date junto com a banda, tem uma sonoridade mais refinada e expansiva, trazendo um baixo mais encorpado do Chi Cheng, enquanto a bateria do Cunningham soa mais técnica. Stephen Carpenter explorou riffs pesados em afinações baixas, criando texturas densas. Já Chino Moreno explora uma paleta vocal ainda mais ampla. O repertório é sensacional e até parece uma coletânea. Enfim, é um disco maravilhoso e um dos melhores de todos os tempos. 

Melhores Faixas: My Own Summer (Shove It), Be Quiet And Drive (Far Away), Around The Fur, Mascara, Lotion, Headup (participação do Max Cavalera) 
Vale a Pena Ouvir: Lhabia, Rickets

White Pony – Deftones




















NOTA: 10/10


Entrando nos anos 2000, foi lançado outra preciosidade do Deftones, o sensacional White Pony. Após o Around The Fur, o Deftones se consolidou como um dos nomes mais originais dentro do Metal alternativo da época, com o Nu Metal já dominando as paradas. Embora fossem da cena, eles buscavam uma sonoridade mais artística e atmosférica. Além disso, o DJ Frank Delgado, que até então era colaborador nos shows, foi incorporado oficialmente à banda. A produção, feita como sempre por Terry Date junto com a banda, seguiu um lado denso, atmosférico e polido, equilibrando o peso das guitarras do Stephen Carpenter com os efeitos do Delgado e a voz multifacetada do Chino, com eles entrando de cabeça no Metal alternativo, como já faziam antes, e incorporando Shoegaze, Trip Hop, Post-Hardcore e o bendito Post-Metal. O repertório, novamente, é incrível e também parece uma coletânea, só tem canção maravilhosa. Enfim, é outro álbum clássico e também uma obra-prima. 

Melhores Faixas: Change (In The House Of Flies), Knife Prty, Back To School (Mini Maggit), Digital Bath, Passenger, Feiticeira 
Vale a Pena Ouvir: RX Queen, Pink Maggit, Street Carp

Deftones – Deftones





















NOTA: 9,3/10


Mais três anos se passaram, e o Deftones lançou seu 4º álbum de estúdio autointitulado. Após o excepcional White Pony, a gravadora Maverick queria que o grupo continuasse explorando a veia mais acessível do single Change, enquanto a banda, especialmente Stephen Carpenter e Chino Moreno, começava a entrar em conflito criativo. Carpenter buscava um som mais pesado, enquanto Moreno se interessava cada vez mais por atmosferas etéreas, Shoegaze e eletrônica. A produção contou com o mesmo produtor de sempre; aqui, a sonoridade é propositalmente mais abafada e crua. As guitarras do Carpenter soam massivas, a bateria do Cunningham vai para um lado tribal, e Cheng mantém um baixo encorpado. O DJ Frank Delgado adicionou samples e camadas eletrônicas contemplativas. Já os vocais de Chino foram para um lado extremo. O repertório é muito bacana, e as canções têm um lado agressivo e melódico. No final, é um belo álbum, mais visceral. 

Melhores Faixas: Minerva, Hexagram, Needles And Pins, Battle-Axe 
Vale a Pena Ouvir: When Girls Telephone Boys, Anniversary Of An Uninteresting Event, Bloody Cape

Saturday Night Wrist – Deftones





















NOTA: 9/10


Em 2006, foi lançado mais um trabalho do Deftones, intitulado Saturday Night Wrist. Após o álbum de 2003, as tensões internas acabaram se intensificando: Chino Moreno vivia momentos pessoais conturbados, lutando contra dependência química e dificuldades em seu casamento, enquanto a relação criativa entre ele e Stephen Carpenter ficou ainda mais desgastada. A divergência criativa entre eles resultou em sessões de estúdio extremamente longas e conflituosas. A produção, feita por Bob Ezrin, foi muito controladora e, por isso, contou também com outros nomes, como Terry Date e o amigo do Chino, o guitarrista Shaun Lopez, que colocaram peso e densidade, mas também abriram espaço para experimentos eletrônicos e vocais em múltiplas formas, focando no Metal alternativo com influências do Shoegaze, largando de vez o Nu Metal. O repertório é ótimo: tem canções bem agressivas, apesar de alguns patinhos feios. Enfim, é um disco bacana e bem complexo. 

Melhores Faixas: Cherry Waves, Hole In The Earth, Mein (participação do Serj Tankian), Kimdracula, Beware, Xerces 
Piores Faixas: U,U,D,D,L,R,L,R,A,B,Select,Start, Pink Cellphone (fizeram Trip Hop bem esquecível)

Diamond Eyes – Deftones





















NOTA: 9,8/10


Quatro anos se passaram, e o Deftones lançou seu 6º álbum, o maravilhoso Diamond Eyes, em um momento conturbado. Após o Saturday Night Wrist, o grupo estava trabalhando em um álbum chamado Eros em 2008, quando ocorreu a tragédia: o baixista Chi Cheng sofreu um grave acidente de carro que o deixou em coma por anos. Esse choque devastou a banda, e os integrantes decidiram se reagrupar, não para finalizar Eros, mas para começar algo totalmente novo em homenagem ao amigo. Para isso, o baixista Sergio Vega assumiu temporariamente o lugar de Cheng. A produção, feita por Nick Raskulinecz, foi para um lado polido e, ao mesmo tempo, visceral, equilibrando peso e melodia de maneira cristalina: guitarras densas, baixo pulsante, bateria precisa e os vocais de Chino Moreno, que transitam entre gritos intensos e melodias etéreas. O repertório é belíssimo, e as canções são energéticas e profundas. No fim, é um álbum incrível e muito coeso. 

Melhores Faixas: Sextape, Diamond Eyes, Beuaty School, CMND/CTRL, Rocket Skates, Risk
Vale a Pena Ouvir: Prince, Royal

Koi No Yokan – Deftones





















NOTA: 9,9/10


Dois anos depois, foi lançado outro album fantástico do Deftones, o Koi No Yokan. Após o maravilhoso Diamond Eyes, esse novo trabalho foi criado em um momento de maior estabilidade interna. O título vem de uma expressão japonesa que significa algo como “a premonição inevitável de que duas pessoas estão destinadas a se apaixonar”. Essa ideia de inevitabilidade, conexão e intensidade perpassa o disco. A banda buscava evoluir a partir do equilíbrio alcançado do seu antecessor, aprofundando tanto a agressividade quanto as camadas atmosféricas. Produção feita novamente por Nick Raskulinecz, é bem cristalina, mas sem perder a densidade: riffs poderosos, baixo encorpado, bateria precisa e camadas atmosféricas quase etéreas. O grande diferencial está na forma como os elementos agressivos do Metal alternativo e melódicos do Shoegaze e Dream Pop se entrelaçam. O repertório é magnifico, e as canções são perfeitas e bem dinâmicas. Enfim, é um album excepcional e que é um dos melhores da banda. 

Melhores Faixas: Rosemary, Entombed, Swerve City, Tempest, Leathers, Romantic Dreams
Vale a Pena Ouvir: Poltergeist, Gauze

Gore – Deftones





















NOTA: 8,7/10


Em um intervalo de quatro anos, foi lançado mais um trabalho da banda, intitulado Gore. Após o Koi No Yokan, infelizmente, no ano seguinte, em 2013, o baixista Chi Cheng acabou falecendo, mesmo tendo saído do coma, sucumbindo a uma parada cardíaca. Enquanto isso, na banda, o guitarrista Stephen Carpenter declarou abertamente que não se sentiu tão envolvido na composição desse próximo trabalho, já que não estava em sintonia com a direção mais atmosférica e etérea que o resto dos membros buscava. A produção, feita por Matt Hyde e lançada pelo selo Reprise, assim como nos dois últimos discos, seguiu por um caminho mais nebuloso e áspero, reforçando o caráter atmosférico e caótico das composições, apesar de ter momentos bem arrastados e com falta de dinâmica nos arranjos. O repertório é interessante, com canções boas e outras mais fracas. Em suma, é um trabalho bom, apesar de ser o mais fraco da banda. 

Melhores Faixas: Prayers/Triangles, Phantom Bride (participação do Jerry Cantrell do Alice In Chains), Acid Hologram, Hearts/Wires, (L)Mirl 
Piores Faixas: Xenon, Geometric Headdress, Gore, Pittura Infamante
 

                Então é isso, um abraço e flw!!!               

quinta-feira, 18 de setembro de 2025

Analisando Discografias - New Order: Parte 2

                 

Republic – New Order





















NOTA: 8,8/10


No ano de 1993, foi lançado mais um trabalho do New Order, o subestimado Republic. Após o excepcional Technique, a banda entrou numa fase turbulenta: a lendária Factory Records estava em colapso devido à má gestão e aos gastos excessivos. Ao mesmo tempo, a boate Haçienda, também vinculada à banda, afundava em dívidas e na violência associada à cena rave em Manchester. Então, eles assinaram com a London Records, precisando lançar rapidamente um novo álbum para garantir estabilidade e contratos, só que havia um desgaste interno. A produção, feita por Stephen Hague junto com a banda, levou a um som mais comercial e limpo, o que gerou reclamações de Peter Hook por conta da predominância eletrônica. O resultado é um álbum de tons melancólicos e, ao mesmo tempo, radiofônicos, que mistura Synth-pop, Baggy e Dance alternativo. O repertório é muito bom, com canções bem envolventes. Enfim, é um ótimo trabalho, porém muito menosprezado. 

Melhores Faixas: Regret, Liar, Spooky 
Vale a Pena Ouvir: Young Offender, Times Change

Get Ready – New Order





















NOTA: 9/10


Pulando para 2001, o New Order retorna lançando mais um álbum, o Get Ready. Após o Republic, a banda entrou em um hiato prolongado, motivado tanto por tensões internas quanto pelo cansaço acumulado em anos de pressões financeiras e pessoais. Durante esse período, cada integrante explorou projetos paralelos. A volta foi marcada por uma nova gravadora, a London Records, e por um desejo de soar novamente como uma banda de Rock, retomando o peso das guitarras após anos de foco em sintetizadores. A produção, feita por Steve Osborne, ajudou a dar ao álbum uma sonoridade mais crua e vigorosa, com foco em guitarras pesadas, baixo do Peter Hook em primeiro plano e batidas sólidas, mas ainda com o DNA eletrônico característico da banda, alternando tanto entre o Rock alternativo quanto o Dance alternativo. O repertório é ótimo, e as canções são bem estruturadas e dinâmicas. No geral, é um álbum incrível e bem pesado. 

Melhores Faixas: Crystal, Primitive Nation, 60 Miles An Hour, Someone Like You 
Vale a Pena Ouvir: Slow Jam, Turn My Way (participação do Billy Corgan do Smashing Pumpkins)

Waiting For The Sirens' Call – New Order






















NOTA: 6/10


Quatro anos se passaram, e o New Order lançou seu 8º álbum, o Waiting For The Sirens' Call. Após o Get Ready, a banda agora estava mais próxima do rock alternativo do que do Synth-pop que os consagrou nos anos 80. O clima entre os membros ainda era instável. Gillian Gilbert acabou se afastando para cuidar da filha, e Phil Cunningham assumiu seu posto como guitarrista oficial. Além disso, no início dos anos 2000, a cena britânica vivia um ressurgimento das bandas Indie, ao mesmo tempo em que a música eletrônica continuava forte. A produção, feita pela própria banda, contou também com John Leckie, Stephen Street e Stuart Price, que buscaram um som mais limpo e expansivo, mas ainda emocionalmente carregado, seguindo um caminho menos impulsivo. O problema é que eles começaram a testar novas tecnologias digitais, mas o resultado soa muito repetitivo. O repertório é fraco, com algumas boas canções e outras bastante genéricas. Enfim, é um trabalho mediano e impreciso. 

Melhores Faixas: Waiting For The Sirens' Call, Turn, I Told You So 
Piores Faixas: Dracula's Castle, Working Overtime, Jetstream (colocaram uma tal de Ana Matronic, que é fraca demais)

Lost Sirens – New Order





















NOTA: 5/10


Então, em 2013, foi lançado um novo trabalho da banda inglesa intitulado Lost Sirens. Após o Waiting For The Sirens' Call, a trajetória do New Order ficou novamente turbulenta. O álbum havia gerado material suficiente para dois discos, e o plano original era lançar outro logo em seguida, aproveitando o fluxo criativo. No entanto, a banda entrou em crise: Peter Hook rompeu com o grupo em 2007, em meio a divergências pessoais e profissionais, e esse projeto acabou ficando engavetado. Após muita luta judicial, ele finalmente viu a luz do dia. A produção foi praticamente a mesma, com uma mistura de guitarras, sintetizadores e uma sonoridade limpa e expansiva, com faixas ora voltadas para o Rock alternativo, ora para a pista de dança, mas novamente com muita repetição, o que acaba tornando tudo cansativo. O repertório é mediano, com algumas boas canções e outras fraquíssimas. Enfim, é um disco irregular e também impreciso. 

Melhores Faixas: Sugarcane, Recoil 
Piores Faixas: Californian Grass, I Told You So (Crazy World Mix)

Music Complete – New Order





















NOTA: 8,9/10


Entrando em 2015, foi lançado o 10º e último álbum até então, o Music Complete. Após o Lost Sirens, a banda acabou retornando de vez, mas sem Peter Hook. Dessa forma, é o primeiro álbum do New Order sem o baixista, com Tom Chapman assumindo o instrumento em seu lugar. Gillian Gilbert, afastada desde os anos 2000, retornou oficialmente à banda, trazendo de volta sua sensibilidade eletrônica e dividindo essa função com Phil Cunningham, que também continuou nas guitarras. A produção, feita pela própria banda junto com Stuart Price e Tom Rowlands (do Chemical Brothers), resultou em um som moderno e polido, mas com forte ligação ao passado eletrônico do grupo. O uso de sintetizadores e batidas programadas se mistura a influências do Electropop com o Synth-pop característico deles. O repertório é muito bom, com canções energéticas e divertidas. Em suma, é um ótimo disco que vale a pena apreciar. 

Melhores Faixas: Tutti Frutti, Unlearn This Hatred, Academic 
Vale a Pena Ouvir: Restless, Superheated, Plastic

     Por hoje é só, então flw!!!   

quarta-feira, 17 de setembro de 2025

Analisando Discografias - New Order: Parte 1

                 

Movement – New Order





















NOTA: 9/10


Então dois anos se passaram, e foi lançado o excepcional e clássico 2º album deles, o Power, Corruption & Lies. Após o Movement, o New Order ainda parecia estar aprisionado à sombra do Joy Division. Então eles decidiram redefinir sua identidade. Esse processo de mudança se deu, sobretudo, em 1982, quando começaram a gravar e lançar singles que não entrariam em álbuns de estúdio, e lá saíram hits como Temptation e Blue Monday. Outro momento decisivo ocorreu em Nova York, quando a banda entrou em contato direto com a cena das discotecas. A produção, feita pela própria banda, é mais limpa e aberta. Stephen Morris passou a usar baterias eletrônicas de forma criativa, e Gillian Gilbert expandiu o uso de sintetizadores. O resultado foi um disco híbrido, que unia Synth-pop, New Wave, Post-Punk e Dance music. O repertório é sensacional e parece até uma coletânea, tendo canções divertidas. Enfim, é um trabalho sensacional e certamente uma obra-prima. 

Melhores Faixas: Age Of Consent, Your Silent Face, 5 8 6, The Village 
Vale a Pena Ouvir: Leave Me Alone, Ultraviolence

Power, Corruption & Lies – New Order





















NOTA: 10/10


Mais dois anos se passaram e o New Order lançou seu 3º álbum de estúdio, o Low-life. Após o Power, Corruption & Lies, a banda aprimorou seu domínio da eletrônica. Singles como Confusion e Thieves Like Us expandiram a ligação com as pistas de dança, ao mesmo tempo em que o grupo mantinha o lado mais sombrio herdado do Post-Punk. Essa dualidade entre introspecção e euforia, entre guitarras e sintetizadores, estava no centro do que viria a ser esse álbum. A produção, feita mais uma vez pela própria banda, é mais polida e expansiva que a de seu antecessor: ao mesmo tempo introspectiva e acessível, dançante e melancólica. O grande destaque certamente vai para Gillian Gilbert, que ajudou a moldar a sonoridade cristalina e atmosférica com o bom uso de sintetizadores e a instrumentação rica do Stephen Morris e Peter Hook. O repertório é incrível, e as canções são bem divertidas e até melancólicas. Enfim, é um trabalho maravilhoso e bem versátil. 

Melhores Faixas: The Perfect Kiss, Elegia, Sunrise, Love Vigilantes 
Vale a Pena Ouvir: Sub-Culture, This Time Of Night

Low-life – New Order




















NOTA: 9,7/10


Pulando para 1982, o Bad Company lançava mais um álbum de estúdio, o Rough Diamonds. Após o Desolation Angels, o grupo entrou nos anos 80 em meio a transformações na cena musical, com o auge da NWOBHM, a ascensão da New Wave, além da febre do AOR e do início do Hair Metal. Internamente, a banda vivia momentos de tensão. Paul Rodgers começava a se distanciar, interessado em projetos solo e em uma vida pessoal mais reservada, enquanto Boz Burrell, Mick Ralphs e Simon Kirke sentiam o peso de manter o nome da banda relevante. A produção foi a de sempre: eles continuaram naquele som cru característico, só que tudo mais contido e menos ambicioso. Há experimentações com grooves, saxofones e até levadas funkeadas, mas a mistura às vezes parece muito vazia. O repertório é bem irregular, com algumas canções legais, mas a maioria é bem fraquinha. Enfim, é um disco mediano que marcaria o fim da fase de ouro da banda. 

Melhores Faixas: Electric Land, Old Mexico, Painted Face 
Vale a Pena Ouvir: Cross Country Boy, Ballad Of The Band, Downhill Ryder

Brotherhood – New Order





















NOTA: 9,3/10


Mais um ano se passa, e foi lançado mais um álbum do New Order, intitulado Brotherhood. Após o Low-life, a banda se consolidou como uma das mais inovadoras da década de 80, capaz de equilibrar Rock alternativo e música eletrônica, enquanto a Factory Records desfrutava de grande prestígio. Em 1986, decidiram gravar um álbum com o objetivo de expandir a exploração sonora iniciada anteriormente, dividido em duas vertentes: o lado mais eletrônico, voltado para a pista de dança, e o lado mais tradicional, com guitarras e baixo melódico. A produção, feita como sempre pela banda, manteve a estética limpa, mas com maior atenção à divisão entre as texturas eletrônicas e as guitarras. E aqui temos Bernard Sumner mostrando sua versatilidade vocal, já consolidada nos trabalhos anteriores, com as canções dialogando com o Dance alternativo e o Synth-pop. O repertório é ótimo, e as canções são bem diversificadas. No final, é um trabalho bacana e divertido. 

Melhores Faixas: Bizarre Love Triangle, Way Of Life, As It Is When It Was, All Day Long 
Vale a Pena Ouvir: Broken Promise, Every Little Counts

Technique – New Order





















NOTA: 9,9/10


No início do ano de 1989, foi lançado o 5º álbum do New Order, o animado Technique. Após o Brotherhood, a banda passou os anos seguintes em turnês intensas e explorando a música de pista europeia, especialmente o Acid House que dominava clubes em Ibiza e Manchester. Bernard Sumner, Peter Hook, Stephen Morris e Gillian Gilbert foram profundamente influenciados por essa cena, incorporando elementos de sintetizadores avançados, drum machines e sequenciadores rítmicos a suas composições, além de acompanhar a cena Madchester. A produção, feita como sempre pela própria banda, trouxe batidas de bateria eletrônica mais agressivas, baixo proeminente e sintetizadores entrelaçados com samples atmosféricos. O som é expansivo, polido e brilhante, enfatizando a pista de dança sem perder a emoção melódica. O repertório é maravilhoso, e as canções são bem energéticas e melódicas. Em suma, é um disco incrível e um dos melhores deles. 

Melhores Faixas: Round & Round, Dream Attack, Vanishing Point, Run, All The Way 
Vale a Pena Ouvir: Fine Time, Mr Disco
  

               Então é isso e flw!!!        

Analisando Discografias - ††† (Croses)

                  EP † – ††† (Croses) NOTA: 7,5/10 Lá para 2011, foi lançado o 1º trabalho em formato EP do projeto Croses (ou, estilisticam...