domingo, 28 de setembro de 2025

Analisando Discografias - Art Blakey: Parte 2

                 

The Big Beat – Art Blakey & The Jazz Messengers





















NOTA: 9,6/10


Em 1960, foi lançado mais um trabalho de Art Blakey, intitulado The Big Beat, que foi ainda mais energético. Após o Art Blakey’s Big Band, Blakey e os Jazz Messengers já eram referência absoluta do Hard Bop, estilo que ele ajudou a consolidar na década de 1950. Mantendo praticamente a mesma formação, ele decidiu explorar uma mistura de repertório original e standards reinterpretados, com forte ênfase em grooves rítmicos e espaço para a individualidade de cada solista. A produção, conduzida por Alfred Lion, colocou um som claro e direto, com a bateria de Blakey em destaque, e a banda captando a energia de um grupo de palco. Lion valorizou a interação ao vivo entre os músicos, permitindo que a seção rítmica sustentasse os solos de forma dinâmica e pulsante. O repertório é ótimo, e as canções são bem melódicas e têm um lado envolvente. Enfim, é um belo disco e muito coeso. 

Melhores Faixas: Dat Dere, Politely, Lester Left Town 
Vale a Pena Ouvir: Sakeena's Vision

A Night In Tunisia – Art Blakey & The Jazz Messengers





















NOTA: 9,7/10


No ano seguinte, foi lançado mais um trabalho, intitulado A Night In Tunisia, só que agora repaginado pela Blue Note. Após o The Big Beat, esse novo trabalho chega em um momento em que o Jazz buscava conciliar complexidade rítmica e harmônica com apelo mais popular, mantendo a tradição do Bebop, mas incorporando grooves mais próximos do Blues e da Soul music. Com isso, decidiram fazer uma nova versão de A Night In Tunisia, agora voltada para um lado mais moldado às influências da época. A produção, feita por Alfred Lion, valorizou, como sempre, a energia de grupo: o som da bateria de Art Blakey é destacado, mas sem sobrepor os solistas. A mixagem permite ouvir claramente cada instrumento, especialmente nos solos, o que era essencial para capturar o dinamismo do Hard Bop, trazendo muitas passagens interessantes. O repertório é ótimo, e as canções são bem dinâmicas e intensas. No geral, é um disco bacana e bastante profundo. 

Melhores Faixas: A Night In Tunisia, So Tired 
Vale a Pena Ouvir: Yama, Sincerely Diana, Kozo's Waltz

!!!!! Impulse! Art Blakey! Jazz Messengers! !!!!! – Art Blakey And The Jazz Messengers





















NOTA: 8,5/10


Meses se passaram, e foi lançado o álbum !!!!! Impulse! Art Blakey! Jazz Messengers! !!!!! (um de seus vários nomes). Após o A Night In Tunisia, Blakey continuava a explorar a combinação de virtuosismo técnico, grooves poderosos e um repertório que mesclava composições originais e standards reinventados. O álbum reflete um momento em que o baterista experimentava intensamente com formas e arranjos dentro do Hard Bop, aproveitando o selo Impulse!, conhecido por dar liberdade criativa aos músicos. A produção, dessa vez conduzida por Bob Thiele, enfatiza clareza e presença de palco, capturando a energia característica da banda. A bateria de Blakey é sempre proeminente, mas não sufoca os demais instrumentos; a mixagem permite ouvir com nitidez cada detalhe dos solos e da seção rítmica. O repertório é bem legal, e as canções são virtuosas e tendem para um lado mais complexo. No final, é um ótimo disco, importante para lançamentos futuros. 

Melhores Faixas: Circus, Alamode 
Vale a Pena Ouvir: I Hear A Rhapsody

Mosaic – Art Blakey & The Jazz Messengers





















NOTA: 9,8/10


No comecinho de 1962, foi lançado mais um trabalho magnífico de Art Blakey, o Mosaic. Após o álbum dos mil nomes, Blakey já havia consolidado os Jazz Messengers como uma verdadeira escola de talentos do Jazz moderno, conhecida por seu groove poderoso e pela mistura de virtuosismo e swing emocional. O disco conta com uma formação excepcional: Freddie Hubbard (trompete), Curtis Fuller (trombone), Wayne Shorter (saxofone tenor), Cedar Walton (piano) e Jymie Merritt (baixo). A produção, conduzida mais uma vez por Alfred Lion, foi excepcionalmente clara e direta, valorizando a interação do grupo. O som da bateria de Blakey é destacado sem dominar o espaço dos outros instrumentos. Cada solista é captado de forma nítida, permitindo que o ouvinte perceba nuances de fraseado e improvisação. O repertório é incrível, e as canções são todas bem profundas e cadenciadas. No geral, é um belo disco, um de seus grandes clássicos. 

Melhores Faixas: Mosaic, Arabia, Children Of The Night 
Vale a Pena Ouvir: Crisis, Down Under

Caravan – Art Blakey & The Jazz Messengers





















NOTA: 9/10


No final daquele ano, foi lançado mais um trabalho do Art Blakey, intitulado Caravan. Após o Mosaic, o baterista e sua trupe continuavam a explorar um lado ainda mais improvisado e cadenciado; com isso, decidiram fazer um trabalho mais complexo, que mostrasse a precisão do Hard Bop e desse ainda mais chance para cada solista brilhar em seu momento. A produção, feita por Orrin Keepnews, segue a linha clássica do gênero, com som claro, direto e de alta presença acústica. A bateria de Blakey é sempre proeminente, mas equilibrada para não sufocar os demais instrumentos. O piano do Cedar Walton, o trompete do Freddie Hubbard e o saxofone do Wayne Shorter são captados de forma nítida, permitindo ouvir com clareza nuances de improvisação e interação entre os músicos. O repertório é muito bom, e as canções são bem mais melódicas e energéticas. Enfim, é um ótimo álbum, mais colaborativo. 

Melhores Faixas: This Is For Albert, Skylark 
Vale a Pena Ouvir: Caravan

Buhaina's Delight – Art Blakey & The Jazz Messengers





















NOTA: 9,5/10


Outro ano se passou, e foi lançado mais um trabalho fenomenal de Art Blakey & The Jazz Messengers, o Buhaina's Delight. Após o Caravan, nesse período o Hard Bop estava no auge e Blakey consolidava sua reputação como líder e mentor de jovens talentos do Jazz moderno. O título do álbum faz referência ao apelido africano de Blakey, “Buhaina”, enfatizando sua ligação com ritmos e tradições percussivas. A produção, conduzida por Alfred Lion, foi bem mais cristalina, permitindo que cada instrumento fosse claramente perceptível. A bateria de Blakey recebe destaque natural, mas sem sufocar os demais músicos. A mixagem e a gravação enfatizam a energia de conjunto, equilibrando seções rítmicas, solos e temas melódicos. O repertório é ótimo, e as canções são bem melódicas e vão para um lado mais cadenciado. Em suma, é um ótimo álbum, um dos mais potentes de sua carreira. 

Melhores Faixas: Bu's Delight, Backstage Sally 
Vale a Pena Ouvir: Reincarnation Blues, Moon River

The Freedom Rider – Art Blakey & The Jazz Messengers





















NOTA: 9,6/10


Indo para 1964, foi lançado outro disco, o The Freedom Rider, que seguiu um caminho mais aconchegante. Após o Buhaina's Delight, o álbum chega em um período em que Art Blakey consolidava a formação clássica dos Jazz Messengers, explorando ao máximo a energia do Hard Bop e servindo como incubadora de novos talentos. Uma das coisas interessantes foi o retorno de Lee Morgan, que trouxe todo aquele virtuosismo energético e fraseado ousado. A produção, feita novamente por Alfred Lion, é cristalina, valorizando a clareza de cada instrumento. A bateria de Blakey é destacada, mas com equilíbrio, permitindo que trompete, saxofone, piano e contrabaixo se destaquem igualmente. A gravação enfatiza interações ao vivo, alternando momentos de alta intensidade com passagens mais líricas. O repertório é incrível, e as canções são bem leves e envolventes. No fim, é um baita disco, um clássico. 

Melhores Faixas: Tell It Like It Is, The Freedom Rider 
Vale a Pena Ouvir: Blue Lace, El Toro, Petty Larceny

Free For All – Art Blakey & The Jazz Messengers





















NOTA: 10/10


Então chega o ano seguinte, quando foi lançado o excepcional e atemporal Free For All. Após The Freedom Rider, esse trabalho surge em uma fase em que os Jazz Messengers estavam no auge criativo. O Hard Bop já estava plenamente consolidado, mas vivia um momento de expansão, flertando tanto com o lirismo modal de Miles Davis e John Coltrane quanto com a energia crua do Soul Jazz. Para esse trabalho, eles decidiram seguir um caminho ainda mais intenso. A produção, conduzida como sempre por Alfred Lion, apresenta um lado preciso, permitindo que cada instrumento seja ouvido com clareza. A bateria de Blakey é protagonista, mas há espaço suficiente para os solos de Freddie Hubbard, Wayne Shorter, Curtis Fuller, Reggie Workman e Cedar Walton se destacarem. O repertório é simplesmente sensacional, e as 4 faixas são todas belíssimas. No final de tudo, é um trabalho maravilhoso, um dos grandes clássicos do Jazz, assim como Moanin’. 

Melhores Faixas: Free For All, The Core 
Vale a Pena Ouvir: Hammer Head, Pensativa

Indestructible – Art Blakey & The Jazz Messengers





















NOTA: 9,9/10


Se passa mais um ano e foi lançado mais um trabalho de Art Blakey, o Indestructible. Após o Free For All, esse novo álbum representa uma fase madura dele junto com seu grupo, que já havia passado por diversas formações clássicas, consolidando o Hard Bop como estilo dominante do Jazz moderno. O álbum é marcante por reunir músicos talentosos e já consagrados, cada um contribuindo com identidade própria, mas sempre guiados pela liderança incansável de Blakey. A produção, como sempre, apresenta um lado cristalino e preciso, enfatizando a dinâmica e a interação ao vivo, capturando a energia coletiva do grupo e os detalhes dos solos individuais. A mixagem permite ouvir nuances rítmicas, articulações melódicas e harmonias complexas, criando sensação de presença e espontaneidade. O repertório é incrível, e as canções são bem variadas, indo do lado mais envolvente ao mais cadenciado. No fim, é um disco maravilhoso, outro clássico de sua carreira. 

Melhores Faixas: The Egyptian, Mr. Jin, When Love Is New 
Vale a Pena Ouvir: Sortie, Calling Miss Khadijn

Like Someone In Love – Art Blakey And The Jazz Messengers





















NOTA: 9,1/10


Chegando em 1967, foi lançado mais um trabalho de Art Blakey & The Jazz Messengers, o Like Someone In Love. Após o Indestructible, a Blue Note acabou resgatando uma gravação feita sete anos antes, ou seja, num momento em que o grupo estava em sua era de ouro, até porque contava com a formação clássica com Lee Morgan (trompete), Wayne Shorter (saxofone tenor), Bobby Timmons (piano) e Jymie Merritt (contrabaixo). Vale lembrar que, nesse período atual, Art Blakey já estava tentando se moldar aos padrões da época. A produção, realizada por Alfred Lion, deixou um som quente e direto, com o cuidado de Rudy Van Gelder em captar tanto a potência dos metais quanto a riqueza tímbrica do piano e da bateria. O resultado é um álbum com clima ao vivo, onde a interação entre os músicos soa espontânea, cheia de energia e frescor. O repertório é muito bom, e as canções são bem dinâmicas e envolventes. Enfim, é um ótimo trabalho, bem cuidado. 

Melhores Faixas: Sleeping Dancer Sleep On, Johnny's Blue 
Vale a Pena Ouvir: Noise In The Attic, Like Someone In Love, Giantis

      Então é isso, um abraço e flw!!!         

Analisando Discografias - Art Blakey: Parte 2

                  The Big Beat – Art Blakey & The Jazz Messengers NOTA: 9,6/10 Em 1960, foi lançado mais um trabalho de Art Blakey, inti...