The Jazz Messengers – The Jazz Messengers
NOTA: 9,9/10
Em 1956, foi lançado o 1º trabalho de Art Blakey com os Jazz Messengers, que servia como um conceito de ideias. O baterista começou sua trajetória por volta de 1942, quando passou a integrar várias orquestras, até que, após começar a se moldar, tornou-se independente e, por volta de 1947, nasceu o Jazz Messengers, que servia como um laboratório de ideias, mas também de estilos e talentos que ajudariam a definir o Hard Bop. Este disco de estúdio, gravado nas sessões de abril e maio de 1956 em Nova Iorque, é o último a reunir a formação com Horace Silver ao piano. Com produção do George Avakian, oferece uma acústica aberta que privilegia o som corporal dos instrumentos: o ataque do trompete de Donald Byrd, o sopro mais seco de Hank Mobley e a percussão de Blakey soam vivos, com espaço para decaimentos e respostas rítmicas. O repertório é incrível, e as canções são todas vibrantes e dinâmicas. Enfim, é um belo disco e um grande clássico do Jazz.
Melhores Faixas: Nica's Dream, Infra-Rae, The End Of A Love Affair
Vale a Pena Ouvir: Hank's Symphony, It's You Or No One
Orgy In Rhythm (Volume One) – Art Blakey
NOTA: 8/10
No ano seguinte, foi lançado Orgy in Rhythm, Volume 1, que seguia influências africanas. Após o The Jazz Messengers, Blakey começou a se interessar por projetos que colocassem a percussão em primeiro plano, indo além do papel tradicional de acompanhamento. Em 1956, ele viajou para a África Ocidental (Gana, Nigéria e Serra Leoa), onde mergulhou em tradições rítmicas locais e trouxe para si uma inspiração que marcaria os anos seguintes. Dessa experiência nasceu a ideia de um projeto coletivo de percussão que uniria Jazz, ritmos afro-cubanos e africanos. A produção, conduzida por Alfred Lion, contou com uma formação com Herbie Mann (flauta), Ray Bryant (piano), Wendell Marshall (baixo), além de vários percussionistas. O clima era de jam session expandida, mas com direção clara de Blakey. O repertório é curto, com 4 faixas um pouco longas, mas que seguem um caminho mais improvisado. Enfim, é um trabalho bacana, e que ainda renderia mais.
Melhores Faixas: Ya Ya
Vale a Pena Ouvir: Split Skins, Toffi, Buhaina Chant
Drum Suite – Art Blakey And The Jazz Messengers
NOTA: 8,6/10
Melhores Faixas: Cubano Chant, D's Dilemma
Vale a Pena Ouvir: Nica's Tempo, Just For Marty
Orgy In Rhythm - Volume Two – Art Blakey
NOTA: 8/10
Foi só no ano seguinte que foi lançado o Volume 2 do Orgy in Rhythm, ainda mais percussivo. Após o lançamento do Drum Suite, a Blue Note decidiu lançar a segunda parte desse projeto por conta da extensão das sessões. Em alguns aspectos, essa continuação é mais ousada: nele, Art Blakey permite que os percussionistas convidados assumam ainda mais espaço, ao mesmo tempo em que os sopros e o piano oferecem molduras mais livres. A produção foi praticamente a mesma, mas reflete a visão de Blakey como catalisador: ele não queria brilhar sozinho, mas criar uma “comunidade de tambores”. O disco soa quase como um documento etnográfico, mas sem perder a lógica jazzística: temas, improvisos e variações organizadas em faixas que funcionam como episódios de um mesmo ritual. O repertório é muito bom, e as canções são ainda mais dinâmicas e um pouco mais complexas. Em suma, é um trabalho bacana e mais energético que o anterior.
Melhores Faixas: Elephant Walk
Vale a Pena Ouvir: Abdallah's Delight, Amuck, Come Out And Meet Me Tonight
A Night In Tunisia – Art Blakey's Jazz Messengers
NOTA: 8,9/10
Indo para 1958, foi lançado o enigmático álbum A Night in Tunisia, que seguia naquela pegada tribal. Após a série dupla Orgy in Rhythm, nesse novo trabalho Art Blakey decidiu captar a energia crua de seu grupo no palco, mostrando a força do Hard Bop em seu habitat natural: o clube de Jazz. O conjunto era explosivo: Bill Hardman trazia a energia da juventude, Johnny Griffin era conhecido por sua técnica velocíssima e fraseado intenso, Sam Dockery tinha um estilo mais cadenciado, e Spanky DeBrest sustentava a base com firmeza. A produção, conduzida por Bob Rolontz, seguiu por um lado mais cru, menos polido, mas justamente por isso mais autêntico. O ruído da plateia, a vibração do ambiente e a liberdade dos solos longos dão ao álbum uma intensidade documental, quase como se estivéssemos presentes no clube. O repertório é muito bom, e as canções são todas bem divertidas. Enfim, é um trabalho bacana e mais rudimentar.
Melhores Faixas: A Night In Tunisia, Couldn't It Be You?
Vale a Pena Ouvir: Evans, Theory Of Art, Off The Wall
Art Blakey And The Jazz Messengers – Art Blakey And The Jazz Messengers
NOTA: 10/10
Melhores Faixas: Moanin', The Drum Thunder (Miniature) Suite
Vale a Pena Ouvir: Are You Real
Art Blakey's Big Band – Art Blakey's Big Band
NOTA: 8/10
Melhores Faixas: Tippin', The Kiss Of No Return
Vale a Pena Ouvir: Pristine, Midriff
Então é isso, um abraço e flw!!!