sexta-feira, 5 de setembro de 2025

Analisando Discografias - Charles Mingus: Parte 1

                 

Strings And Keys – Charles Mingus





















NOTA: 8/10


No ano de 1953, foi lançado o álbum de estreia de Charles Mingus, intitulado Strings And Keys. Ele começou sua trajetória por volta de 1953, quando chegou a excursionar com o lendário Louis Armstrong e participou de shows com Charlie Parker e Lionel Hampton, até que, por volta de 1952, montou junto com Max Roach a Debut Records. Com isso, o baixista quis criar uma sonoridade que mesclasse o lirismo das cordas com a improvisação do Jazz contemporâneo, demonstrando que Mingus já tinha uma visão composicional avançada mesmo em sua juventude. A produção, feita por Richard Bock, típica do início dos anos 50, busca capturar o som de forma clara, com destaque para o baixo, que já se coloca como protagonista tanto na linha de harmonia quanto em momentos de evidência melódica. O repertório é muito bom, com canções bem interessantes. No fim, é um disco de estreia mais feita para ser uma apresentação. 

Melhores Faixas: Blue Moon, Yesterdays 
Vale a Pena Ouvir: Darn That Dream

Jazzical Moods, Vol. 1 – Charles Mingus & John La Porta





















NOTA: 8/10


E aí, pulando para 1955, foi lançado mais um álbum do Charles Mingus, na verdade em formato de sequência: Jazzical Moods. Após o Strings & Keys, é um registro emblemático da fase experimental inicial do Mingus e do clarinetista John LaPorta. Gravado em 1955, o álbum surge em um momento em que Mingus já era reconhecido como um baixista inovador e compositor promissor, mas ainda explorava diferentes caminhos para integrar Jazz e elementos clássicos, daí o termo “jazzical”. A produção segue a estética do Jazz moderno daquele período, com formações em quarteto ou quinteto. O som privilegia a clareza de cada instrumento, permitindo que contrapontos e linhas melódicas se destaquem. Mingus assume papel central com o baixo, conduzindo a harmonia e adicionando peso rítmico, enquanto LaPorta explora melodias complexas e contrapontos de influência clássica. O repertório contém 4 ótimas faixas, bem imersivas. Enfim, é um trabalho que mostra sua evolução. 

Melhores Faixas: Stormy Weather, Minor Intrusion 
Vale a Pena Ouvir: Abstractions, What Is This Thing Called Love?

Jazzical Moods, Vol. 2 – Charles Mingus & John La Porta





















NOTA: 8/10


Pouco tempo depois, foi lançado o Volume 2 desse projeto, que trazia quase a mesma proposta. Após o Volume 1, Mingus já havia se destacado como baixista virtuoso e compositor inovador, e seu interesse em criar arranjos sofisticados, incorporando contrapontos, harmonia elaborada e texturas orquestrais, tornava-se cada vez mais evidente. O Volume 2 amplia essas ideias, consolidando seu conceito com maior coesão e refinamento, equilibrando escrita formal e improvisação. A produção foi a mesma, com registro limpo e transparente, privilegiando a interação entre instrumentos. A gravação equilibra clareza e espacialidade, permitindo que cada instrumento seja percebido de forma individual e integrada. O repertório foi mais curto, contendo 3 faixas muito boas. No geral, apesar de terem se tornado esquecidos, são dois ótimos trabalhos. 

Melhores Faixas: Four Hands, The Spur Of The Moment / Echonitus 
Vale a Pena Ouvir: Thrice Upon A Theme

Pithecanthropus Erectus – The Charlie Mingus Jazz Workshop





















NOTA: 9,4/10


Entra no ano seguinte e foi lançado o maravilhoso Pithecanthropus Erectus, que foi bem ousado. Após o Jazzical Moods, Mingus começa a consolidar sua voz própria como compositor e líder, dando forma ao que se tornaria seu conceito de “workshop”, uma abordagem coletiva em que músicos talentosos colaboram dentro de arranjos inovadores, mas com espaço para improvisação intensa. O título faz referência ao hominídeo Homo erectus, simbolizando a evolução tanto biológica quanto social e o caráter progressista de sua música. A produção, conduzida por Nesuhi Ertegun e lançada sob o selo da Atlantic, é minimalista no sentido de não interferir nas dinâmicas e no fluxo criativo do grupo, capturando a intensidade e a interação entre os músicos. Mingus estruturou arranjos que permitiam exploração coletiva, polifonia e improvisação livre, mostrando a base do que seria o Post-Bop. O repertório contém 4 faixas muito boas e dinâmicas. No final de tudo, é um baita disco, que é um clássico. 

Melhores Faixas: Profile Of Jackie, A Foggy Day 
Vale a Pena Ouvir: Love Chant, Pithecanthropus Erectus
  

            Então um abraço e flw!!!                 

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