quinta-feira, 25 de setembro de 2025

Analisando Discografias - Jorge Ben Jor: Parte 3

                 

Dádiva – Jorge Ben





















NOTA: 2,7/10


Dois anos se passaram, e Jorge Ben lançou mais um disco, intitulado Dádiva, e aqui tivemos problemas. Após o Bem-vinda Amizade, que foi um trabalho que trouxe sua essência de volta, mas que custou o preço de não ter rendido muito comercialmente, ele acabou retornando ao lado mais pasteurizado que a música brasileira estava enfrentando, com as influências do Samba quase extintas. A produção, feita por Guto Graça Mello, deixou o som extremamente polido, dando liberdade para Lincoln Olivetti explorar os arranjos, que incluíam instrumentos eletrônicos, teclados, sintetizadores, programação e seções de metais e coros, além dos instrumentos tradicionais de percussão, com influências no Boogie e no Pop, mas tudo ficou arrastado e altamente previsível. O repertório é fraco, com algumas canções interessantes, mas outras bastante medíocres. No geral, é um disco ruim e que também foi um completo fiasco. 

Melhores Faixas: Energia Bom Bom, Eu Quero Ver A Rainha (ótima participação do Tim Maia)
Piores Faixas: O Reino Encantado Do Amor, Taj Mahal / Filho Maravilha / Pais Tropical (não havia menor necessidade de fazer isso), Dádiva Dada, Ana Tropicana

Sonsual – Jorge Ben





















NOTA: 2,5/10


No ano seguinte, ele lança mais um álbum, o Sonsual, que foi praticamente a mesma coisa. Após o fraquíssimo Dádiva, Jorge ainda tentava conseguir um sucesso comercial, buscando capturar uma atmosfera “suave”, um “groove interiorizado” que fosse sofisticado e ao mesmo tempo íntimo, seguindo toda aquela estética do Boogie e do Pop daquele período em que a MPB se inseria. A produção, conduzida por Benê Alves, foi praticamente a mesma, com um som altamente polido e radiofônico, arranjos que valorizam teclados, instrumentos de sopro, harmonias vocais e efeitos moderados de estúdio. Apesar disso, temos algumas influências de Samba aparecendo aqui, porém tudo é muito arrastado e parece faltar toda a descontração que seus trabalhos anteriores tinham. O repertório é péssimo, com canções genéricas e poucas interessantes. No fim, é um disco muito ruim, que todo mundo praticamente ignorou, sendo outra mancha podre de sua carreira. 

Melhores Faixas: Me Chamando De Paixão, A Rainha Foi Embora 
Piores Faixas: Hooked On Samba, Pelos Verdes Mares, Abenção Mamãe Abenção Papai, Obsessão Meu Amor

Ben Brasil – Jorge Ben





















NOTA: 3/10


Se passaram dois anos e foi lançado mais um trabalho de Jorge Ben, o Ben Brasil. Após o fraquíssimo Sonsual, vendo que as coisas não andavam mais e que o clima com a gravadora Som Livre estava completamente deteriorado, Jorge decidiu buscar novos ares e lançar mais um álbum bem básico, seguindo as tendências daquele período, embora o mercado tivesse sido dominado pelo Rock de bandas como Titãs, RPM e Os Paralamas do Sucesso. A produção, feita desta vez por Aramis Barros e Max Pierre, continuou naquela mesma sonoridade de sempre, mas trouxe um pouco mais de elementos do Samba Soul, e os arranjos tiveram maior controle do cantor; ainda assim, tudo ficou previsível e faltou mais ambientação nas composições. O repertório é fraquíssimo, e as canções são bastante descartáveis, com poucas realmente interessantes. No final, é outro disco ruim que gerou uma cisão. 

Melhores Faixas: Gabriel,Guerreiro Galáctico, Elizabeth Blue, Roberto Corta Essa 
Piores Faixas: Procura-Se Uma Noiva, Sasaci Pererê, Pancada De Amor Não Dói, A Fonte De Paulus V

Benjor – Benjor





















NOTA: 6/10


No final dos anos 80, foi lançado um novo trabalho do cantor intitulado Benjor, e aqui temos muitas novidades. Após o Ben Brasil, Jorge saiu da Som Livre e assinou com a Warner, que possuía um grande catálogo de artistas, e nesse mesmo período ele mudou seu nome artístico para Jorge Ben Jor (como permanece até hoje). O motivo até hoje não se sabe ao certo, mas o mais aceito é que, como voltou a fazer sucesso nos Estados Unidos, poderia ter seu nome confundido com George Benson (o que não fazia muito sentido). A produção contou com Vitor Farias, Nando Reis e Liminha, e trouxe o uso de sintetizadores e arranjos mais polidos. Apesar dessas influências, a essência do estilo de Jorge permanece evidente, com sua guitarra marcante e vocais inconfundíveis, além de seu Samba-rock característico, mesmo que com falhas. O repertório é mediano, com boas canções e outras mais fracas. No fim, é um trabalho irregular, mas interessante. 

Melhores Faixas: Norma Jean, Cowboy Jorge 
Piores Faixas: Homem Do Espaço, Um Avião Me Informou

23 – Jorge Ben Jor





















NOTA: 8/10


Entrando em 1993, foi lançado mais um trabalho de Jorge Ben intitulado 23, que trouxe um retorno às raízes. Após o Benjor, que foi marcado por experimentações com o Pop e o Funk americano, ele retornou às suas raízes de vez. O título faz referência ao fato de ser seu 23º álbum de estúdio, e a capa apresenta uma imagem de São Jorge, reforçando a ideia de renovação e força. Com produção de Pena Schmidt, a sonoridade do álbum é marcada por arranjos de metais, guitarras elétricas e uma percussão vibrante, elementos típicos do Samba-rock, da MPB, do Soul e do Funk. A mixagem destaca os instrumentos de forma clara, proporcionando uma experiência auditiva rica e envolvente, já que sua banda de apoio tocou de um jeito que não víamos desde seu auge nos anos 70. O repertório é muito bom, com canções divertidas que seguem para um lado festivo. Enfim, é um ótimo disco e, de certo modo, foi seu último trabalho realmente coeso. 

Melhores Faixas: Bumbo Da Mangueira, Alcohol, Moça Bonita 
Vale a Pena Ouvir: Spirogyra Story, Cowboy Jorge

Homo Sapines – Jorge Ben Jor





















NOTA: 3/10


Então chegamos ao que é praticamente o último álbum de Jorge Ben Jor, o Homo Sapiens, lançado em 1995. Após o 23, a canção W/Brasil (Chama o Síndico) foi certamente um dos seus últimos grandes hits, mas isso fez com que o público se cansasse, já que a música tocou à exaustão nas rádios. Nesse período, Jorge tentava se recolocar no mercado e, após assinar com a Sony, decidiu fazer um álbum que fosse mais social. A produção, conduzida mais uma vez por Pena Schmidt, foi marcada pelo uso de arranjos de metais, guitarras elétricas e uma percussão vibrante, elementos típicos do Samba-rock e do Funk. Só que, dessa vez, tudo ficou excessivo e sem a devida precisão no encadeamento. O repertório é fraco, com canções muito genéricas e poucas que se salvam. No final, é um disco ruim e, depois dele, só tivemos outros álbuns de reinterpretações bem esquisitos. 

Melhores Faixas: Café, Gertrudes Bonhausen, Rabo Preso 
Piores Faixas: Ubirani Ubiraci, Little Black Joe's Band, Musa De Bruxelas, Maria Luiza

                                              Então é isso, um abraço e flw!!!             

Analisando Discografias - Jorge Ben Jor: Parte 3

                  Dádiva – Jorge Ben NOTA: 2,7/10 Dois anos se passaram, e Jorge Ben lançou mais um disco, intitulado Dádiva, e aqui tivemos...