sexta-feira, 31 de outubro de 2025

Analisando Discografias - Stone Sour: Parte 1

                 

Stone Sour – Stone Sour





















NOTA: 5/10


Voltando para 2002, o Stone Sour lançava seu álbum de estreia autointitulado, que tinha uma proposta diferente. A banda, formada em 1992 na cidade de Des Moines, em Iowa, já contava com uma formação consolidada: Corey Taylor (vocal), Joel Ekman (bateria), Shawn Economaki (baixo) e Josh Rand e Jim Root (guitarras). Eles tiveram que dar uma pausa em 1997, com a entrada do Corey no Slipknot, e só retornaram quatro anos depois, mostrando uma sonoridade mais emocional e melódica. A produção foi conduzida por Tom Tatman junto com a banda, trazendo uma mistura do Metal alternativo, Hard Rock e Post-Grunge, mas com nuances que refletem a versatilidade do Corey, com vocais limpos e emocionais alternando com momentos de fúria; guitarras afiadas e riffs com pegada moderna. No entanto, há muita coisa que soa manjada e falta um pouco de dinâmica. O repertório é irregular: tem canções boas e outras mais fracas. Enfim, é um trabalho mediano e impreciso. 

Melhores Faixas: Bother, Monolith, Get Inside, Orchids 
Piores Faixas: Tumult, Choose, Take A Number, Omega

Come What(ever) May – Stone Sour





















NOTA: 8/10


Quatro anos se passam e o Stone Sour lança seu 2º álbum, o Come What(ever) May. Após o álbum de estreia, a banda se viu diante do desafio de se consolidar artisticamente. O primeiro trabalho havia mostrado que Corey Taylor e Jim Root não eram apenas membros do Slipknot tentando algo paralelo, mas músicos capazes de criar um som alternativo e potente. Ainda assim, era necessário provar que o projeto tinha identidade própria, e, com uma formação nova, marcada pela entrada do baterista Roy Mayorga, partiram para mais um álbum. A produção, conduzida por Nick Raskulinecz, apresenta um som mais limpo, orgânico e dinâmico, equilibrando peso e melodia com maestria. O disco traz uma fusão entre Hard Rock, Metal alternativo e Post-Grunge, mas com nuances progressivas e arranjos mais detalhados. O repertório ficou muito bom, com canções energéticas e outras mais melódicas. No geral, é um ótimo álbum, que revelou um lado mais maduro. 

Melhores Faixas: Through Glass, Reborn, Hell & Consequences, Made Of Scars 
Vale a Pena Ouvir: Cardiff, Come What(ever) May, Your God

Audio Secrecy – Stone Sour





















NOTA: 5/10


Indo para 2010, eles retornam lançando mais um disco, o Audio Secrecy, e aqui começam os problemas. Após o Come What(ever) May, o Stone Sour começou a se transformar: o projeto que nasceu como um escape criativo de Corey Taylor e Jim Root passou a ter vida própria, com identidade consolidada. Quando começaram a conceber esse disco, o mundo em volta deles era outro, a indústria musical estava mudando, e o próprio Corey atravessava uma fase pessoal conturbada, marcada pelo divórcio e por uma forte crise emocional. A produção, conduzida novamente por Nick Raskulinecz, segue para um lado bem mais polido, sem perder o peso característico. Há um cuidado maior com os detalhes: camadas de guitarra sutis, múltiplas linhas vocais e baterias ricas em textura, só que a abordagem acabou ficando excessivamente contida e faltando mais imersão. O repertório é mediano, com canções interessantes e outras genéricas. Enfim, é um trabalho bastante irregular. 

Melhores Faixas: Hesitate, Mission Statement, Digital (Did You Tell), The Bitter End 
Piores Faixas: Threadbare, Pieces, Dying, Imperfect

House Of Gold & Bones Part 1 – Stone Sour





















NOTA: 2,5/10


Pulando para 2012, foi lançado o quarto álbum do Stone Sour, o House of Gold & Bones – Part 1. Após o irregular Audio Secrecy, que explorou as vulnerabilidades do Corey Taylor e um som mais acessível, a banda passou por mudanças: o baixista Shawn Economaki saiu, e Johnny Chow entrou em seu lugar. Com isso, eles decidiram fazer um trabalho conceitual, lançado em duas partes, acompanhando um protagonista conhecido apenas como The Human, que enfrenta o colapso de sua vida e se vê preso em uma realidade distorcida. A produção, realizada por David Bottrill, trouxe uma abordagem mais progressiva e detalhista, combinando o peso característico da banda com texturas atmosféricas e alternando entre Metal alternativo, Post-Grunge e até Art Rock, com estruturas complexas. No entanto, tudo soa muito arrastado e falta mais dinamismo. O repertório é fraco, com poucas canções interessantes, já que o resto é bastante cansativo. No fim, é um álbum ruim e entediante. 

Melhores Faixas: Last Of The Real, Tired 
Piores Faixas: Absolute Zero, My Name Is Allen, Influence Of A Drowsy God, The Travelers, Pt. 1

House Of Gold & Bones Part 2 – Stone Sour





















NOTA: 3/10


Aí, no ano seguinte, acabou sendo lançado o 5º álbum da banda, obviamente House of Gold & Bones Part 2. Após a fraquíssima 1ª parte, que mostrava o colapso e o início da descida à loucura, a 2ª parte mergulha nas consequências e na reconstrução interior, explorando um território mais sombrio e introspectivo. Musicalmente, ela se diferencia por ser mais progressiva, atmosférica e emocional, sem abandonar o peso característico da banda. A produção foi praticamente a mesma, mas a sonoridade ficou muito mais polida, tridimensional e cinematográfica, apostando em camadas densas de guitarras, atmosferas de sintetizadores, interlúdios instrumentais e dinâmicas narrativas. Ainda assim, tudo continuou bastante exagerado e faltando complementos, algo que o antecessor também não conseguiu alcançar. O repertório novamente ficou muito fraco, com canções medíocres e poucas que se salvam. No fim, são dois trabalhos chatíssimos e que não funcionaram. 

Melhores Faixas: The Conflagration, Red City, Gravesend 
Piores Faixas: Black John, Blue Smoke, The Uncanny Valley, Stalemate
  

              Então é isso e flw!!!         

quinta-feira, 30 de outubro de 2025

Analisando Discografias - Slipknot

                 

Iowa – Slipknot





















NOTA: 10/10


Indo para 2001, o Slipknot lançava seu maravilhoso 2º álbum de estúdio, o Iowa. Após o clássico álbum de estreia, que apresentou um som violento que fez do grupo um fenômeno global, essa mesma intensidade se refletia fora do palco: brigas internas e abuso de drogas e álcool. A produção, feita novamente por Ross Robinson junto com a banda, é crua e propositalmente desconfortável: as guitarras de Mick Thomson e Jim Root soam cortantes, a bateria de Joey Jordison é brutal e o baixo de Paul Gray é preciso. As percussões de Shawn Crahan e Chris Fehn criam camadas tribais e industriais, enquanto os DJs e samples de Sid Wilson e Craig Jones adicionam ruídos e texturas apocalípticas. A performance vocal de Corey Taylor transita entre gritos animalescos e guturais insanos tudo dentro do Nu Metal, mas com influências de Groove Metal e Death Metal. O repertório é maravilhoso e parece até uma coletânea. Enfim, é um baita disco, uma verdadeira obra-prima. 

Melhores Faixas: People = Shit, Left Behind, My Plague, The Heretic Anthem, I Am Hated, Disasterpiece 
Vale a Pena Ouvir: Metabolic, The Shape, Skin Ticket

Vol. 3: (The Subliminal Verses) – Slipknot





















NOTA: 9,7/10


Três anos depois, o Slipknot lançava seu 3º álbum, o Vol. 3: (The Subliminal Verses). Após o Iowa, a banda viveu um período de quase desintegração. O disco anterior havia levado todos ao limite físico e psicológico: brigas internas, turnês caóticas, vícios em larga escala e desgaste emocional generalizado. Corey Taylor e Jim Root mergulharam no projeto paralelo Stone Sour. Com isso, eles entraram em hiato, e parecia que o ciclo havia se encerrado. Quando se reuniram para compor, o que viria seria um trabalho mais maduro. A produção, conduzida por Rick Rubin, trouxe um som muito mais refinado e tridimensional, permitindo que os músicos experimentassem com harmonias, acústicos, camadas vocais e arranjos mais abertos, sem perder o peso. As guitarras são mais articuladas, a cozinha rítmica ficou mais ampla e os vocais de Corey estão bem versáteis. O repertório é incrível, e as canções são pesadas e dinâmicas. No final, é outro trabalho maravilhoso e consistente. 

Melhores Faixas: Duality, Before I Forget, Vermilion, Opium Of The People, Pulse Of The Maggots, The Virus Of Life, Welcome 
Vale a Pena Ouvir: Vermilion Pt. 2, Three Nil, The Nameless

All Hope Is Gone – Slipknot





















NOTA: 9/10


Quatro anos depois, o Slipknot retorna lançando mais um disco, o All Hope Is Gone. Após o Vol. 3: (The Subliminal Verses), que havia aberto portas para melodia e complexidade, mas também acentuou diferenças criativas internas, a banda estava fragmentada: alguns membros queriam retornar à brutalidade pura dos dois primeiros álbuns, outros buscavam expandir ainda mais a musicalidade e a expressão lírica. Corey Taylor, agora mais envolvido com o Stone Sour, vinha de um período de amadurecimento vocal e pessoal. A produção, conduzida por Dave Fortman junto com a banda, apresenta uma sonoridade mais limpa e definida, mas sem perder peso. As guitarras de Jim Root e Mick Thomson estão mais afiadas e diversas. Paul Gray tem presença marcante, com linhas de baixo que preenchem o espectro, fazendo tudo transacionar no Metal alternativo. O repertório é muito bom, e as canções são pesadíssimas e energéticas. No fim, é um ótimo álbum e bem consistente. 

Melhores Faixas: Psychosocial, Dead Memories, Snuff, All Hope Is Gone, Sulfur, Butcher's Hook 
Vale a Pena Ouvir: This Cold Black, Vendetta, Gematria (The Killing Name)

.5: The Gray Chapter – Slipknot





















NOTA: 8,4/10


Então se passou bastante tempo para o Slipknot retornar lançando o 5: The Gray Chapter, em um período delicado. Após o All Hope Is Gone, a banda estava exausta e dividida internamente. Em 2010, Paul Gray, baixista fundador e principal pilar criativo e emocional da banda, foi encontrado morto por overdose de morfina. Sua morte devastou os membros, especialmente Corey Taylor e Shawn “Clown” Crahan, que perderam não apenas um colega, mas um irmão espiritual. No seu lugar entrou Alessandro Venturella, e em 2013 Joey Jordison acabou sendo demitido, entrando Jay Weinberg. A produção, feita junto com Greg Fidelman, trouxe um som mais cru, quente e orgânico, valorizando texturas: os riffs têm peso de concreto, mas os momentos acústicos e atmosféricos respiram, apesar de haver algumas partes imprecisas. O repertório é bem legal, com canções bacanas e algumas mais fracas. No final, é um trabalho bom e mais emocional. 

Melhores Faixas: Custer, The Devil In I, The Negative One, Skeptic, Goodbye 
Piores Faixas: Killpop, The One That Kills The Least, Be Prepared For Hell

We Are Not Your Kind – Slipknot





















NOTA: 9,2/10


Em 2019, foi lançado o 6º álbum de estúdio do Slipknot, intitulado We Are Not Your Kind. Após o 5: The Gray Chapter, a banda reconquistou seu público, testou a força da nova formação e percebeu que, mesmo com mudanças, a essência continuava viva. Porém, havia uma sensação de que eles precisavam de um novo propósito artístico, e nesse período ocorreram problemas internos, já que, no início daquele ano, Chris Fehn acabou sendo demitido depois de acionar a banda na Justiça pelo pagamento de royalties. A produção, feita novamente por Greg Fidelman junto com eles, entrega um som mais polido, porém ainda orgânico e visceral. É uma produção cheia de camadas: guitarras com texturas densas, sintetizadores e samples atmosféricos, vozes sussurradas e gritos explosivos, tudo equilibrado com precisão. O repertório é incrível, e as canções são pesadíssimas, seguindo um caminho mais variado. Enfim, é um trabalho maravilhoso e o mais experimental da banda. 

Melhores Faixas: Nero Forte, Unsainted, Critical Darling, Red Flag, A Liar's Funeral, Solway Firth, Not Long For This World 
Vale a Pena Ouvir: Spiders, Birth Of The Cruel, Orphan

The End, So Far – Slipknot





















NOTA: 8,5/10


Então chegamos a 2022, quando foi lançado o último álbum do Slipknot até o momento, o The End, So Far. Após We Are Not Your Kind, a banda entrou em uma nova etapa de introspecção. Nesse intervalo, o grupo perdeu outro pilar: Joey Jordison, o lendário baterista fundador, faleceu em 2021. Embora não fizesse mais parte do Slipknot desde 2013, sua morte abalou profundamente a banda. O título é simbólico, não significando “o fim”, mas “o fim, até agora”, algo que se relaciona muito com o fato de este ser o último trabalho lançado pela gravadora Roadrunner. A produção, conduzida pela banda junto com Joe Barresi, opta por uma abordagem mais orgânica, seca e psicodélica. As guitarras soam vivas e naturais, e o vocal do Corey está cheio de fúria. Há uma sensação de espaço e textura que remete ao Metal alternativo, mas com traços de Nu Metal. O repertório é muito bom, e as canções são todas bem energéticas. Em suma, é um ótimo trabalho e bastante subestimado. 

Melhores Faixas: Yen, Heirloom, Warranty 
Vale a Pena Ouvir: Hive Mind, The Chapeltown Rag, The Dying Song (Time To Sing), De Sade


                     Bom é isso e flw!!!      

quarta-feira, 29 de outubro de 2025

Analisando Discografias - Mateus Aleluia

                 

Cinco Sentidos – Mateus Aleluia





















NOTA: 8,6/10


Em 2010, foi lançado o primeiro trabalho solo de Mateus Aleluia, intitulado Cinco Sentidos. Depois de muito tempo após o fim dos Tincoãs, o cantor acabou meio que sumindo da grande mídia, já que, nos anos 80, começou a morar em Angola, onde se tornou pesquisador cultural sobre manifestações musicais e rituais africanos. Em 2002, ele retornou ao Brasil a pedido do governo e, anos depois, preparou seu disco solo, que retrata tudo o que viveu nesses últimos anos. Produzido pelo cantor junto com Ubiratan Marques, o álbum traz uma sonoridade bem intimista, com arranjos que evocam o violão dedilhado, percussão leve e timbres sutis de sopros ou cordas, sem perder a naturalidade orgânica. É basicamente um trabalho que tem influências da MPB e do Chamber Folk, mescladas às suas influências espirituais. O repertório ficou muito bom, e as canções são pacíficas e meditativas. No fim, é um ótimo álbum de estreia e bastante preciso. 

Melhores Faixas: Koumba Tam, Amor Cinza, Despreconceituosamente, Quem Guiou A Cega
Vale a Pena Ouvir: Lamento Às Águas | Na Beira Do Mar, A Lente Do Homem

Fogueira Doce – Mateus Aleluia





















NOTA: 9/10


Sete anos se passaram, e foi lançado seu 2º álbum solo, intitulado Fogueira Doce. Após o Cinco Sentidos, ele decidiu fazer um trabalho ainda mais poético, que mostrasse toda a sua influência tridimensional da cultura africana. O título é uma expressão que surge de uma visão em Luanda, na época do “cacimbo”, quando o sol nascia ou se punha de maneira que parecia “uma gema de ovo” que não queimava, era “doce”. Sendo assim, uma metáfora para um trabalho que aquece sem queimar, que ilumina sem explodir. Produzido por Alê Siqueira, o álbum traz uma sonoridade bem delicada e segue a linguagem que Mateus denomina de “afro-barroco”, uma matriz estética que articula influências dos batuques, da música de terreiro, da ancestralidade africana e da cultura do Recôncavo Baiano. Basicamente, a influência principal é do Afoxé. O repertório é muito bom, e as canções são todas bem profundas. Enfim, é um ótimo trabalho e bem consistente. 

Melhores Faixas: Filha! Diga O Que Vê?, Bahia... Bate O Tambor!, Ogum Akorô, Fogueira Doce, Sonhos De Crioula 
Vale a Pena Ouvir: O Serpentear Da Natureza, Convênio No Orum, Eu Vi Obatalá

Olorum – Mateus Aleluia





















NOTA: 8/10


Em 2020, foi lançado mais um álbum de Mateus Aleluia, intitulado Olorum, que foi mais amplo. Após o Fogueira Doce, esse próximo projeto seria bem mais espiritual, mas também uma sustentação da criação e da cosmologia africana. Contaria com muito mais da atenção do ouvinte, já que traria elementos que estão dentro do padrão tradicional de seus trabalhos mais antigos, como do período dos Tincoãs. A produção foi bem intimista e segue um caminho mais diverso, com instrumentos de percussão de matriz africana (atabaque, ilu, talking drum, m’bira), além de cordas, sopros e arranjos que remetem a uma aproximação com a polifonia ocidental, com influências que vão além do Afoxé, como em seus últimos trabalhos, trazendo muitas referências às músicas religiosas africanas tradicionais (o que pode causar certo estranhamento). O repertório é bem legal, tem canções bem melódicas e outras mais contidas. Enfim, é um trabalho bastante interessante. 

Melhores Faixas: Canta Sabiá, Bem-Te-Vi, Pimenta Mumuíla, Nganga Njila 
Vale a Pena Ouvir: Olorum, Talismã, Filho de Rei

Afrocanto das Nações – Mateus Aleluia





















NOTA: 7,1/10


No ano seguinte, foi lançado mais um trabalho bem mais complexo, o Afrocanto das Nações. Após o Olorum, o Mateus Aleluia ele decidiu fazer um álbum que fosse muito mais amplo cuja proposta é “registrar, reatar e retratar de forma fiel a ancestralidade ritualística afro-musical do Brasil, comparando os toques e cantos praticados aqui no Brasil com os toques e cantos dos Orixás, Nkises e Voduns em suas terras de origem no continente africano”. Produção foi aquela de sempre, sendo bem intimista e bem atmosférica, com tudo movimentando-se entre voz, violão, percussão de matriz africana, timbres contemporâneos e estruturas que evocam o sagrado. E aqui tem influencia de Afoxé, Candomblé, Afro-Jazz e até Yoruba music, e lembrando que a maioria das vezes tudo tá em Spoken Word, mesmo que muita coisa acaba não se sustentando. O repertório é bem interessante, tem ótimas canções e outras bem dispensáveis. No fim, é um trabalho bom, mas com irregularidades. 

Melhores Faixas: Vida, Filho de Nanã, Sopro do pássaro, Thobossi, Mawu, Gestação da vida, Sakpatá 
Piores Faixas: Soluar, E noite, meia-noite é, Águas, Voz do tempo, Ladainha sempre o caminho

Mateus Aleluia – Mateus Aleluia





















NOTA: 9,4/10


Então chegamos em 2025, quando foi lançado seu belíssimo 5º álbum de estúdio, autointitulado. Após o Afrocanto das Nações, ele decidiu fazer um trabalho em tom pessoal e existencial, mas mantendo a linha de pesquisa e ancestralidade que marca sua obra. É uma reflexão sobre o amor enquanto força vital, terrena e, ao mesmo tempo, transcendental. Produzido pelo cantor junto com Tadeu Mascarenhas e Tenille Bezerra, o disco apresenta uma aproximação maior com formações orquestrais (cordas, madeiras, metais) e composições mais longas, com tudo tendo bastante densidade e trazendo um lado bem intimista, com arranjos leves e aconchegantes, e influências centralizadas no Folk progressivo e no Chamber Folk, que casam perfeitamente com as linhas vocais delicadas e sinceras de Mateus. O repertório é incrível, e as canções são perfeitas, cheias de mensagem e reflexão. Enfim, é um baita trabalho e um dos melhores do ano. 

Melhores Faixas: Lua / Luar, outra face do Sol, Oh, música! / Aleluia, No amor não mando
Vale a Pena Ouvir: Márua


    Por hoje é só, então flw!!!    

terça-feira, 28 de outubro de 2025

Review: Em Som Maior do Sambrasa Trio

                   

Em Som Maior – Sambrasa Trio





















NOTA: 10/10


Indo agora para 1965, foi lançado o único álbum do Sambrasa Trio, o Em Som Maior. Formado um ano antes em São Paulo pelo lendário flautista Hermeto Pascoal, que, junto com o baixista e gaitista Humberto Clayber e o jovem prodígio na percussão Airto Moreira, se uniu buscando explorar novas sonoridades e linguagens musicais. O álbum foi lançado pelo selo Som Maior, que na época era conhecido por apoiar projetos inovadores e experimentais. A produção reflete a busca do trio por liberdade criativa e experimentação sonora. A gravação foi realizada em um estúdio simples, sem os recursos tecnológicos avançados disponíveis em grandes estúdios da época, o que conferiu ao álbum uma sonoridade crua e autêntica, fazendo basicamente uma fusão de Post-Bop com Samba-jazz. O repertório é até extenso, mas as canções são bem curtinhas e todas elas são magníficas. No fim, é um belo álbum, que preparou o trio para um futuro brilhante. 

Melhores Faixas: Samba Novo, Aleluia, João Sem Braço, Nem O Mar Sabia, Lamento Nortista 
Vale a Pena Ouvir: Coalhada, Arrastão, A Jardineira
 

       É isso, então flw!!!         

Review: Saving Grace do Robert Plant

                   

Saving Grace – Robert Plant





















NOTA: 6/10


Há exatamente um mês, Robert Plant retornou lançando mais um trabalho solo, intitulado Saving Grace. Após o Carry Fire, Plant demonstrou uma curiosa vontade de não revisitar os momentos de glória propriamente, mas de explorar suas raízes e crescer artisticamente, fazendo um álbum que reflete um período longo de construção orgânica, em que ele e a banda de apoio trabalharam sem pressa, explorando canções que o vocalista definiu como um “song book of the lost and found”. A produção foi basicamente feita de forma bem intimista, com uma sonoridade mais relaxada, até “caseira”, já que muitas das influências vêm da música Americana, mas ainda com traços de Country e Folk. Os arranjos giram em torno de instrumentos acústicos ou semiacústicos, com produção que privilegia a atmosfera, porém muita coisa acaba ficando arrastada e com vocal irregular. O repertório é mediano, com canções bem interpretadas e outras nem tanto. Enfim, é um trabalho que acabou não funcionando. 

Melhores Faixas: It's A Beautiful Day Today, Soul Of A Man, Gospel Plough 
Piores Faixas: Everybody's Song, Chevrolet, I Never Will Marry

 

Review: O Gênio e o Louco “Entre o Céu e a Terra” do Froid & Makalister

                   

O Gênio e o Louco “Entre o Céu e a Terra” – Froid & Makalister





















NOTA: 8,7/10


Alguns dias atrás, Froid e Makalister lançaram um álbum colaborativo, O Gênio e o Louco: Entre o Céu e a Terra. Após o lançamento do Veneno do Escorpião V.2, os dois já cogitavam há muito tempo um possível trabalho conjunto e, depois de vários adiamentos, decidiram finalmente lançar esse projeto, que sugere um espaço liminar onde o genial e o louco, ou o ideal e o real, se encontram e se chocam. A produção, feita por Cxsta, Efieli e o próprio Froid, seguiu um caminho bastante dinâmico e variado, com beats pesados e outros mais cadenciados, oscilando entre percussão marcada, baixo presente, unhas no vinil ou samples sutis, que combinam com as rimas de cada um, fazendo com que todo o projeto seja um Rap abstrato transitando entre Boom Bap, Jazz Rap e Trap. O repertório é muito bom, e as canções são profundas, cheias de metáforas e carregadas de mensagem. Enfim, é um ótimo álbum, muito consistente. 

Melhores Faixas: Pais e Filhos, Vidente, 1 Bob Marley Vs 30 Caretas, Ladrão de Sonhos 
Vale a Pena Ouvir: Ventriloucos, Trago pra City

 

Review: Tycoon do Ty Dolla $ign

                   

Tycoon – Ty Dolla $ign





















NOTA: 4/10


Recentemente, foi lançado o mais recente disco de Ty Dolla $ign, intitulado Tycoon. Após o Featuring Ty Dolla $ign, o rapper passou um período focando em outros projetos, e como o Vultures 3 acabou sendo descartado por tudo que aconteceu com Kanye West, o que, por sinal, é um alívio, ninguém merecia outro Vultures, ele decidiu fazer um trabalho bem mais puxado para um R&B explícito e que tivesse uma diversificação de sonoridade. A produção foi, como sempre, bem diversificada, contando com Fortune, 206Derek, Hitmaka, entre outros, que colocaram uma sonoridade polida com 808s densos, baixos quentes, camadas vocais elegantes e fusão entre o estilo groove da costa oeste e do R&B, mas com elementos também do Trap. O maior problema é que há muita coisa previsível, mostrando ele indo para um caminho totalmente irreversível e soando bem genérico. O repertório é fraquíssimo, com poucas canções interessantes. No geral, é um trabalho fraco e tedioso. 

Melhores Faixas: Don't Kill The Party (Quavo e Juicy J indo bem), December 31st (A$AP Rocky levando som pra ele), Mixed Emotions 
Piores Faixas: Tycoon$ (Young Thug e o tal do Lil Baby sendo esquecíveis), Can't Be F****d With, What I Want (Lil Wayne mal demais), Twitch

 

Review: The Rise And Fall Of A Midwest Princess do Chappell Roan

                   

The Rise And Fall Of A Midwest Princess – Chappell Roan





















NOTA: 1/10


Em 2023, foi lançado o álbum de estreia de Chappell Roan, o The Rise and Fall of a Midwest Princess. A cantora, vinda de Willard, em Missouri, começou sua carreira por volta de 2015. Após postar alguns covers no YouTube e viajar para Nova York para vários showcases, assinou com a Atlantic Records, onde chegou a lançar um EP em 2017. Depois de muita andança, ela mudou para a Island Records e, para este projeto, quis mostrar um manifesto queer e um retrato da jornada de uma jovem do interior dos Estados Unidos que tenta se encontrar em meio à repressão cultural. A produção, feita por Dan Nigro, Ryan Linvill e Mike Wise, trouxe uma sonoridade bem polida e mais cristalina, tentando capturar um pouco da essência do Synth-pop e Dance-Pop oitentista. No entanto, tudo parece uma cópia sem graça de Soft Cell e David Bowie. O repertório é terrível, e as canções são chatíssimas, para não dizer medíocres. No fim, é um trabalho péssimo e cansativo. 

Melhores Faixas: (.................................................) 
Piores Faixas: Super Graphic Ultra Modern Girl, Coffee, After Midnight, Casual, Naked In Manhattan, HOT TO GO!

 

Analisando Discografias - Kansas: Parte 1

                   Kansas – Kansas NOTA: 9/10 Indo para 1974, o Kansas lançava seu álbum de estreia autointitulado, que trazia uma estética ...