quinta-feira, 30 de outubro de 2025

Analisando Discografias - Slipknot

                 

Iowa – Slipknot





















NOTA: 10/10


Indo para 2001, o Slipknot lançava seu maravilhoso 2º álbum de estúdio, o Iowa. Após o clássico álbum de estreia, que apresentou um som violento que fez do grupo um fenômeno global, essa mesma intensidade se refletia fora do palco: brigas internas e abuso de drogas e álcool. A produção, feita novamente por Ross Robinson junto com a banda, é crua e propositalmente desconfortável: as guitarras de Mick Thomson e Jim Root soam cortantes, a bateria de Joey Jordison é brutal e o baixo de Paul Gray é preciso. As percussões de Shawn Crahan e Chris Fehn criam camadas tribais e industriais, enquanto os DJs e samples de Sid Wilson e Craig Jones adicionam ruídos e texturas apocalípticas. A performance vocal de Corey Taylor transita entre gritos animalescos e guturais insanos tudo dentro do Nu Metal, mas com influências de Groove Metal e Death Metal. O repertório é maravilhoso e parece até uma coletânea. Enfim, é um baita disco, uma verdadeira obra-prima. 

Melhores Faixas: People = Shit, Left Behind, My Plague, The Heretic Anthem, I Am Hated, Disasterpiece 
Vale a Pena Ouvir: Metabolic, The Shape, Skin Ticket

Vol. 3: (The Subliminal Verses) – Slipknot





















NOTA: 9,7/10


Três anos depois, o Slipknot lançava seu 3º álbum, o Vol. 3: (The Subliminal Verses). Após o Iowa, a banda viveu um período de quase desintegração. O disco anterior havia levado todos ao limite físico e psicológico: brigas internas, turnês caóticas, vícios em larga escala e desgaste emocional generalizado. Corey Taylor e Jim Root mergulharam no projeto paralelo Stone Sour. Com isso, eles entraram em hiato, e parecia que o ciclo havia se encerrado. Quando se reuniram para compor, o que viria seria um trabalho mais maduro. A produção, conduzida por Rick Rubin, trouxe um som muito mais refinado e tridimensional, permitindo que os músicos experimentassem com harmonias, acústicos, camadas vocais e arranjos mais abertos, sem perder o peso. As guitarras são mais articuladas, a cozinha rítmica ficou mais ampla e os vocais de Corey estão bem versáteis. O repertório é incrível, e as canções são pesadas e dinâmicas. No final, é outro trabalho maravilhoso e consistente. 

Melhores Faixas: Duality, Before I Forget, Vermilion, Opium Of The People, Pulse Of The Maggots, The Virus Of Life, Welcome 
Vale a Pena Ouvir: Vermilion Pt. 2, Three Nil, The Nameless

All Hope Is Gone – Slipknot





















NOTA: 9/10


Quatro anos depois, o Slipknot retorna lançando mais um disco, o All Hope Is Gone. Após o Vol. 3: (The Subliminal Verses), que havia aberto portas para melodia e complexidade, mas também acentuou diferenças criativas internas, a banda estava fragmentada: alguns membros queriam retornar à brutalidade pura dos dois primeiros álbuns, outros buscavam expandir ainda mais a musicalidade e a expressão lírica. Corey Taylor, agora mais envolvido com o Stone Sour, vinha de um período de amadurecimento vocal e pessoal. A produção, conduzida por Dave Fortman junto com a banda, apresenta uma sonoridade mais limpa e definida, mas sem perder peso. As guitarras de Jim Root e Mick Thomson estão mais afiadas e diversas. Paul Gray tem presença marcante, com linhas de baixo que preenchem o espectro, fazendo tudo transacionar no Metal alternativo. O repertório é muito bom, e as canções são pesadíssimas e energéticas. No fim, é um ótimo álbum e bem consistente. 

Melhores Faixas: Psychosocial, Dead Memories, Snuff, All Hope Is Gone, Sulfur, Butcher's Hook 
Vale a Pena Ouvir: This Cold Black, Vendetta, Gematria (The Killing Name)

.5: The Gray Chapter – Slipknot





















NOTA: 8,4/10


Então se passou bastante tempo para o Slipknot retornar lançando o 5: The Gray Chapter, em um período delicado. Após o All Hope Is Gone, a banda estava exausta e dividida internamente. Em 2010, Paul Gray, baixista fundador e principal pilar criativo e emocional da banda, foi encontrado morto por overdose de morfina. Sua morte devastou os membros, especialmente Corey Taylor e Shawn “Clown” Crahan, que perderam não apenas um colega, mas um irmão espiritual. No seu lugar entrou Alessandro Venturella, e em 2013 Joey Jordison acabou sendo demitido, entrando Jay Weinberg. A produção, feita junto com Greg Fidelman, trouxe um som mais cru, quente e orgânico, valorizando texturas: os riffs têm peso de concreto, mas os momentos acústicos e atmosféricos respiram, apesar de haver algumas partes imprecisas. O repertório é bem legal, com canções bacanas e algumas mais fracas. No final, é um trabalho bom e mais emocional. 

Melhores Faixas: Custer, The Devil In I, The Negative One, Skeptic, Goodbye 
Piores Faixas: Killpop, The One That Kills The Least, Be Prepared For Hell

We Are Not Your Kind – Slipknot





















NOTA: 9,2/10


Em 2019, foi lançado o 6º álbum de estúdio do Slipknot, intitulado We Are Not Your Kind. Após o 5: The Gray Chapter, a banda reconquistou seu público, testou a força da nova formação e percebeu que, mesmo com mudanças, a essência continuava viva. Porém, havia uma sensação de que eles precisavam de um novo propósito artístico, e nesse período ocorreram problemas internos, já que, no início daquele ano, Chris Fehn acabou sendo demitido depois de acionar a banda na Justiça pelo pagamento de royalties. A produção, feita novamente por Greg Fidelman junto com eles, entrega um som mais polido, porém ainda orgânico e visceral. É uma produção cheia de camadas: guitarras com texturas densas, sintetizadores e samples atmosféricos, vozes sussurradas e gritos explosivos, tudo equilibrado com precisão. O repertório é incrível, e as canções são pesadíssimas, seguindo um caminho mais variado. Enfim, é um trabalho maravilhoso e o mais experimental da banda. 

Melhores Faixas: Nero Forte, Unsainted, Critical Darling, Red Flag, A Liar's Funeral, Solway Firth, Not Long For This World 
Vale a Pena Ouvir: Spiders, Birth Of The Cruel, Orphan

The End, So Far – Slipknot





















NOTA: 8,5/10


Então chegamos a 2022, quando foi lançado o último álbum do Slipknot até o momento, o The End, So Far. Após We Are Not Your Kind, a banda entrou em uma nova etapa de introspecção. Nesse intervalo, o grupo perdeu outro pilar: Joey Jordison, o lendário baterista fundador, faleceu em 2021. Embora não fizesse mais parte do Slipknot desde 2013, sua morte abalou profundamente a banda. O título é simbólico, não significando “o fim”, mas “o fim, até agora”, algo que se relaciona muito com o fato de este ser o último trabalho lançado pela gravadora Roadrunner. A produção, conduzida pela banda junto com Joe Barresi, opta por uma abordagem mais orgânica, seca e psicodélica. As guitarras soam vivas e naturais, e o vocal do Corey está cheio de fúria. Há uma sensação de espaço e textura que remete ao Metal alternativo, mas com traços de Nu Metal. O repertório é muito bom, e as canções são todas bem energéticas. Em suma, é um ótimo trabalho e bastante subestimado. 

Melhores Faixas: Yen, Heirloom, Warranty 
Vale a Pena Ouvir: Hive Mind, The Chapeltown Rag, The Dying Song (Time To Sing), De Sade


                     Bom é isso e flw!!!      

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