sexta-feira, 3 de outubro de 2025

Analisando Discografias - Arctic Monkeys

                 

Whatever People Say I Am, That's What I'm Not – Arctic Monkeys





















NOTA: 10/10


Em 2006, o Arctic Monkeys lançou seu excepcional álbum de estreia, o Whatever People Say I Am, That's What I'm Not. A banda foi formada quatro anos antes, na cidade de Sheffield, Inglaterra, pelo vocalista e guitarrista Alex Turner, pelo guitarrista Jamie Cook, pelo baixista Andy Nicholson e pelo baterista Matt Helders. Eles ganharam notoriedade por meio da circulação gratuita de demos na internet, o que chamou a atenção da cena Indie britânica e resultou na assinatura com a gravadora Domino. A produção, feita por Jim Abbiss, trouxe um som cru, mas muito bem definido: as guitarras apresentam distorção pontual e riffs rápidos; o baixo é firme; a bateria é precisa, com padrões que lembram tanto o Post-Punk quanto o Rock de garagem; e a voz de Alex Turner aparece nítida, muitas vezes com camadas leves de eco, destacando a narrativa de suas letras. O repertório é maravilhoso, com canções bem energéticas. No fim, é um baita disco, certamente um clássico. 

Melhores Faixas: I Bet You Look Good On The Dancefloor, The View From The Afternoon, When The Sun Goes Down, A Certain Romance, Mardy Bum, Dancing Shoes, From The Ritz To The Rubble 
Vale a Pena Ouvir: Red Light Indicates Doors Are Secured, Perhaps Vampires Is A Bit Strong But..

Favourite Worst Nightmare – Arctic Monkeys





















NOTA: 10/10


Logo no ano seguinte, eles retornaram lançando seu 2º álbum, o Favourite Worst Nightmare. Após o Whatever People Say I Am, That's What I'm Not, esse período de alta exposição colocou a banda sob intensa pressão da mídia e dos fãs, mas também os impulsionou a evoluir musicalmente. Nesse meio tempo, o baixista Andy Nicholson acabou saindo, entrando Nick O'Malley. Para esse trabalho, eles decidiram abandonar o lado cru da estreia e apostar em um som mais complexo e profundo. A produção, conduzida por James Ford e Mike Crossey, foi mais polida, porém manteve aquela intensidade, explorando texturas sonoras: guitarras mais intricadas, linhas de baixo mais melodiosas, bateria com variações de ritmo e a voz do Alex Turner com camadas e efeitos sutis, incluindo harmonias ocasionais, levando o som mais para o Post-Punk. O repertório é simplesmente fantástico, quase como uma coletânea. No final, é um álbum incrível, uma verdadeira obra-prima. 

Melhores Faixas: 505, Fluorescent Adolescent, Brainstorm, Teddy Picker, Balaclava, Old Yellow Bricks, Do Me A Favour 
Vale a Pena Ouvir: D Is For Dangerous, Only Ones Who Know

Humbug – Arctic Monkeys





















NOTA: 9,4/10


Dois anos se passaram, e o Arctic Monkeys lança mais um disco, o complexo Humbug. Após o maravilhoso Favourite Worst Nightmare, a banda estava sob grande expectativa de evolução. Para esse trabalho, eles decidiram seguir um caminho mais psicodélico e experimental, já que gravaram o álbum em um local mais desértico, e, com isso, os temas se tornaram mais pessoais, abordando relacionamentos complexos, insônia, solidão, comportamento humano ambíguo e atmosferas quase cinematográficas. A produção, feita por James Ford e Josh Homme (sim, o vocalista do Queens of the Stone Age), influenciou diretamente o clima do álbum: guitarras mais graves e reverberadas, bateria com dinâmica intensa e exploração de efeitos e camadas sonoras, e os vocais de Turner mais harmônicos, tudo isso lembrando Rock psicodélico, Stoner Rock e Indie. O repertório é ótimo, e as canções são melódicas e densas. Enfim, é um disco bacana e bem variado. 

Melhores Faixas: Crying Lightning, Cornerstone, Dance Little Liar, My Propeller, Fire And The Thud 
Vale a Pena Ouvir: Potion Approaching, Pretty Visitors

Suck It And See – Arctic Monkeys





















NOTA: 8,5/10


Em 2011, eles voltam lançando mais um disco intitulado Suck It And See, que trouxe mudanças. Após o Humbug, a banda optou por retornar a um som mais direto, melódico e acessível, sem perder a maturidade adquirida. Com esse período marcado por turnês intensas e pela consolidação dos Arctic Monkeys como uma das maiores bandas britânicas de Rock, capazes de equilibrar sucesso comercial e credibilidade crítica. Produção feita novamente por James Ford, é mais limpa, brilhante e acessível, equilibrando guitarras melódicas, linhas de baixo precisas e bateria ritmicamente criativa. Adotando assim arranjos mais leves, timbres claros e melodias vocais mais evidentes, com isso eles foram para um lado mais acessível do Indie Rock so que juntando influencias do Jangle Pop. O repertório é bem legal, tendo ótimas canções só que tem algumas exceções. Enfim, é um trabalho bacana e que é bastante menosprezado. 

Melhores Faixas: Black Treacle, Suck It And See, Piledriver Waltz, Don't Sit Down 'Cause I've Moved Your Chair 
Piores Faixas: Reckless Serenade, All My Own Stunts

AM – Arctic Monkeys





















NOTA: 9/10


Aí chegamos no bendito ano de 2013, quando foi lançado o aclamadíssimo 5º álbum deles, o AM. Após o Suck It and See, o Arctic Monkeys buscava um som mais ousado, contemporâneo e com grooves noturnos, inspirando-se em R&B, Rap, Rock clássico e psicodelia moderna. O período anterior ao lançamento foi marcado por turnês internacionais e crescente reconhecimento global, o que colocou a banda sob pressão para criar algo inovador, mantendo sua identidade Indie. A produção, feita por James Ford e Ross Orton, resultou em uma fusão de Indie Rock com grooves de R&B e Rap, bateria pulsante, linhas de baixo sedutoras e guitarras densas, porém minimalistas. Tudo aqui é bem polido e moderno, com mixagem limpa, camadas sutis de sintetizadores e efeitos vocais que criam uma atmosfera noturna e sexy. O repertório é muito legal, com canções bem melódicas e outras mais divertidas. Enfim, é um ótimo disco, mas não chega a ser a obra-prima que muitos afirmam. 

Melhores Faixas: R U Mine?, Do I Wanna Know?, I Wanna Be Yours, Why'd You Only Call Me When You're High?, Knee Socks, No.1 Party Anthem 
Vale a Pena Ouvir: Arabella, Snap Out Of It, Fireside

Tranquility Base Hotel + Casino – Arctic Monkeys





















NOTA: 8,8/10


Então se passaram cinco anos, e eles retornam lançando Tranquility Base Hotel & Casino, que seguiu um lado conceitual. Após o AM, a banda estava em seu auge, com turnês extensas, mas os Arctic Monkeys decidiram experimentar uma abordagem completamente nova, afastando-se do Indie Rock e do groove urbano que definiram o álbum anterior. Alex Turner buscou um conceito futurista e cinematográfico, inspirado por temas de ficção científica, hotéis futuristas e observações sociais contemporâneas. A produção, conduzida por James Ford junto com Turner, explora ambientes sonoros atmosféricos e luxuosos, com reverberações elegantes, camadas de sintetizadores e vocais muitas vezes em tom falado ou declamado, reforçando o clima de narrativa conceitual e se aproximando de Art Rock, Pop psicodélico e Lounge. O repertório é muito bom, e as canções são profundas e atmosféricas. No geral, é um trabalho bacana e coeso. 

Melhores Faixas: Four Out Of Five, Batphone, The World's First Ever Monster Truck Front Flip, Star Treatment 
Vale a Pena Ouvir: One Point Perspective, The Ultracheese, Tranquility Base Hotel + Casino

The Car – Arctic Monkeys





















NOTA: 8,7/10


Então chegamos em 2022, quando foi lançado o último álbum do Arctic Monkeys até o momento, o The Car. Após o Tranquility Base Hotel & Casino, a banda decidiu seguir explorando arranjos complexos, sonoridades cinematográficas e uma abordagem mais madura. Alex Turner, principal compositor, continuou a explorar temas de introspecção, envelhecimento, fama, relações humanas e observações sociais, mas com uma narrativa mais refinada e poética. Produtor foi o mesmo, e aqui apresenta uma textura sonora mais rica e cinematográfica. O piano, os sintetizadores e os instrumentos de corda têm papel central, enquanto a bateria e a guitarra assumem uma posição mais contida, servindo para sustentar arranjos elaborados, além da voz teatral de Turner. Tudo isso incorpora influências de Pop barroco, Lounge, Art Rock e Glam Rock. O repertório é muito bom, com canções dinâmicas e variadas. No fim, é um ótimo disco e bastante subestimado. 

Melhores Faixas: There'd Better Be A Mirrorball, Big Ideas, The Car 
Vale a Pena Ouvir: Body Paint, I Ain’t Quite Where I Think I Am, Hello You


Analisando Discografias - Arcade Fire: Parte 2

                  The Suburbs – Arcade Fire NOTA: 10/10 Em 2010, o Arcade Fire lançava seu 3º álbum de estúdio, o The Suburbs, que foi ainda...