domingo, 5 de outubro de 2025

Analisando Discografias - Depeche Mode: Parte 1

                   

Speak & Spell – Depeche Mode





















NOTA: 9/10


Em 1981, foi lançado o álbum de estreia do Depeche Mode, intitulado Speak & Spell. Formado no ano anterior em Basildon, Essex, Inglaterra, com Vince Clarke, Martin Gore, Andrew Fletcher e Dave Gahan, o grupo inicialmente fazia parte de uma cena local de bandas eletrônicas que misturavam a herança do Punk com a novidade dos sintetizadores, como o Korg e o Moog. Inspirados por grupos como Kraftwerk e Human League, começaram a desenvolver um som Pop sintético, minimalista e cativante, que chamou atenção da gravadora Mute. A produção, feita por eles junto com Daniel Miller, foi relativamente simples, sem grandes recursos tecnológicos, mas a criatividade compensava. O foco estava nos sintetizadores analógicos e drum machines, sem guitarras ou instrumentos convencionais, o que dava um ar futurista à obra. O repertório é ótimo, e as canções são bem divertidas e têm um lado bem melódico. Enfim, é um bom disco de estreia e completamente essencial. 

Melhores Faixas: Just Can't Get Enough, New Life, Tora! Tora! Tora!, Nodisco, What's Your Name? 
Vale a Pena Ouvir: Photographic, Any Second Now (Voices)

A Broken Frame – Depeche Mode





















NOTA: 8,7/10


No ano seguinte, foi lançado o 2º álbum de estúdio do Depeche Mode, A Broken Frame. Após o Speak & Spell, eles enfrentaram uma mudança drástica: a saída de Vince Clarke, principal compositor e força criativa da banda. Essa perda poderia ter sido catastrófica, mas abriu espaço para Martin Gore assumir o papel de principal compositor. A banda, agora formada por Gore, Dave Gahan, Andy Fletcher e com a contribuição técnica do Alan Wilder em estúdio posteriormente, precisava redefinir sua identidade. A produção foi praticamente a mesma, mantendo o foco nos sintetizadores analógicos e drum machines, mas há um claro movimento em direção a atmosferas mais sombrias e harmonias mais complexas, muito por causa dos temas abordados, que são mais introspectivos e críticos. O repertório é ótimo, e as canções são mais envolventes e profundas. No geral, é um trabalho muito bom e bem subestimado. 

Melhores Faixas: See You, The Sun & The Rainfall, My Secret Garden, The Meaning Of Love
Vale a Pena Ouvir: Leave In Silence, Nothing To Fear

Construction Time Again – Depeche Mode





















NOTA: 8,7/10


Mais um ano se passa, e eles retornam lançando mais um disco, o Construction Time Again. Após A Broken Frame, o Depeche Mode começava a se firmar como uma das bandas mais importantes da cena Synth-pop britânica. Martin Gore já havia assumido o papel de principal compositor, imprimindo um tom mais sombrio e introspectivo ao grupo. Além disso, a banda passou a se interessar por temas sociais e políticos, influenciada pelo contexto do início dos anos 80 no Reino Unido, marcado por crises econômicas, Thatcherismo e tensões trabalhistas. A produção foi a mesma, mas com uso inovador de samples, samplers e sintetizadores analógicos, combinados com percussões metálicas e elementos industriais, com eles experimentando seriamente o sampler Fairlight CMI, incorporando sons do ambiente, ruídos de fábricas e texturas sintéticas. O repertório é muito bom, e as canções são bem mais densas. Enfim, é um ótimo disco e bem atmosférico. 

Melhores Faixas: Everything Counts, Shame, And Then..., The Landscape Is Changing 
Vale a Pena Ouvir: Love, In Itselfc, Told You So

Some Great Reward – Depeche Mode





















NOTA: 9,7/10


Em 1984, eles retornam lançando Some Great Reward, que seguia um caminho mais maduro. Após o Construction Time Again, o Depeche Mode se consolidava como um dos nomes mais relevantes do Synth-pop britânico. Martin Gore já era o compositor absoluto, e a banda buscava expandir não apenas suas experimentações sonoras, mas também a profundidade temática. O início dos anos 80, marcado por desigualdade social, crise econômica e tensões políticas no Reino Unido, influenciou diretamente as letras do novo álbum. A produção, feita por eles junto com Daniel Miller e Gareth Jones, representou um avanço técnico significativo. O uso de samplers se expandiu, incluindo sons de objetos reais, efeitos de fábrica e ruídos de percussão metálica. A banda experimentou ritmos mais variados, combinando Synth-pop e EBM. O repertório é incrível, e as canções são bem melódicas e atmosféricas. Enfim, é um baita disco e certamente um clássico. 

Melhores Faixas: Blasphemous Rumours, People Are People, Lie To Me, Something To Do, Master And Servant 
Vale a Pena Ouvir: Stories Of Old, If You Want

Black Celebration – Depeche Mode





















NOTA: 10/10


Dois anos se passaram, e o Depeche Mode lançou mais um álbum, o fenomenal Black Celebration. Após Some Great Reward, eles consolidaram como uma das bandas mais inovadoras do Synth-pop britânico, mas já buscava uma sonoridade mais madura, sombria e coesa. O sucesso comercial de People Are People trouxe visibilidade global, mas também a necessidade de ir além do Synth-pop acessível, explorando atmosferas mais densas e temas existenciais. A produção foi feita pelos mesmos nomes e é caracterizada pelo uso intensivo de sintetizadores analógicos, samplers e efeitos de percussão metálica, criando texturas densas e dramáticas. Ela explora o contraste entre linhas melódicas e ritmos industriais, com camadas eletrônicas cuidadosamente estruturadas para gerar uma sensação de tensão e introspecção. O repertório é sensacional, e as canções são todas espetaculares. Enfim, é um trabalho incrível e certamente um clássico. 

Melhores Faixas: Stripped, A Question Of Time, A Question Of Lust, Black Celebration, Dressed In Black 
Vale a Pena Ouvir: New Dress, Sometimes, World Full Of Nothing

Music For The Masses – Depeche Mode





















NOTA: 10/10


No ano seguinte, foi lançado o excepcional 6º álbum deles, o Music for the Masses. Após o Black Celebration, o Depeche Mode já havia consolidado uma identidade sonora sombria, densa e madura. Só que eles buscavam expandir sua audiência global e explorar uma sonoridade ainda mais cinematográfica e grandiosa. O início dos anos 80 avançando para os 90 trouxe mudanças culturais e tecnológicas que influenciaram a banda: o surgimento de novas técnicas de produção eletrônica e a crescente popularidade de shows em arenas. A produção foi conduzida por eles junto com David Bascombe, que combinaram batidas industriais discretas com linhas melódicas profundas e arranjos amplos, criando um som cinematográfico, emocional e dramático, basicamente juntando o som sintético deles com o Darkwave, além de trazer o uso de samples complexos. O repertório é simplesmente sensacional, e todas as canções são incríveis. No geral, é um álbum espetacular e uma obra-prima. 

Melhores Faixas: Never Let Me Down Again, Behind The Wheel, The Things You Said, I Want You Now, Strangelove 
Vale a Pena Ouvir: Sacred, Little 15

Violator – Depeche Mode





















NOTA: 10/10


Entrando nos anos 90, foi lançado o atemporal 7º álbum do Depeche Mode, o Violator. Após o Music for the Masses, eles estavam no auge de sua carreira, tanto em termos criativos quanto comerciais. A banda havia consolidado seu som característico: uma fusão de Synth-pop sombrio, elementos industriais e letras introspectivas que exploravam amor, alienação e espiritualidade. O início dos anos 90 trouxe uma maior globalização do Dance alternativo e da música eletrônica, e o grupo decidiu embarcar nesse momento à sua maneira. A produção, feita por eles junto com Mark Ellis (Flood), foi marcada pelo equilíbrio entre densidade sonora e clareza, em que cada elemento, como linhas de baixo, sintetizadores, percussão eletrônica e vocais, tem seu espaço definido, criando um resultado coeso e cinematográfico. O repertório é simplesmente maravilhoso, e as canções são incríveis, praticamente uma coletânea. No final, é um disco excepcional e um dos melhores de todos os tempos. 

Melhores Faixas: Enjoy The Silence, Personal Jesus, Policy Of Truth, World In My Eyes, Sweetest Perfection 
Vale a Pena Ouvir: Halo, Clean

Songs Of Faith And Devotion – Depeche Mode





















NOTA: 9,9/10


Três anos se passaram e eles lançaram mais um álbum, o curioso Songs of Faith and Devotion. Após o clássico Violator, o Depeche Mode buscava expandir sua sonoridade, incorporando elementos do Rock, Gospel e música alternativa para criar uma experiência mais visceral e emocional. O início dos anos 90 trouxe mudanças culturais e tecnológicas, com a popularização de guitarras em contextos eletrônicos e maior interesse em performances ao vivo mais orgânicas. A produção, feita junto com Flood, trouxe o uso de instrumentos orgânicos como guitarras, bateria acústica e samples de percussão, combinados com os sintetizadores característicos da banda. Com Wilder e Gore, criaram camadas texturais complexas, onde batidas eletrônicas, guitarras distorcidas, pads atmosféricos e os vocais poderosos de Gahan se complementam. O repertório é incrível, e as canções são bem dinâmicas e sombrias. No geral, é outro disco maravilhoso e bastante ousado. 

Melhores Faixas: Walking In My Shoes, I Feel You, In Your Room, Mercy In You, Rush 
Vale a Pena Ouvir: Higher Love, One Caress, Condemnation
 

                                                         Então é isso e flw!!!      

Analisando Discografias - Depeche Mode: Parte 2

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