sábado, 11 de outubro de 2025

Analisando Discografias - FM Attack: Parte 2

                 

Deja Vu – FM Attack





















NOTA: 9/10


Dois anos se passaram e foi lançado o 2º álbum de estúdio do FM Attack, o Deja Vu. Após o EP Astrowave, o projeto do canadense Shawn Ward se consolidou como um dos pilares da cena Synthwave emergente. Enquanto os últimos trabalhos abraçavam fortemente a nostalgia dos anos 80 com um toque romântico e melódico, este disco traz uma evolução natural. O hiato de quatro anos foi marcado por um amadurecimento sonoro e uma compreensão mais refinada da estética retrofuturista. A produção, conduzida como sempre por ele mesmo, reflete o domínio técnico e estético que alcançou em relação ao uso de sintetizadores analógicos, baterias eletrônicas e guitarras limpas processadas por chorus e reverb. A sonoridade é mais quente, com texturas sonoras mais densas e camadas cuidadosamente equilibradas, com influências de Nu-Disco e até Italo-Disco. O repertório é ótimo, e as canções são bem melódicas e energéticas. No geral, é um belo álbum e bem coeso. 

Melhores Faixas: Magic (participação da cantora Kristine), Activate, With You Tonight, Runaway (outra aparição da Kristine) 
Vale a Pena Ouvir: Fade Away, Tears Don't Lie

Stellar – FM Attack





















NOTA: 9,8/10


Em 2017, o FM Attack retorna com seu maravilhoso 3º álbum, o Stellar, um trabalho mais atmosférico. Após o Deja Vu, o gênero retrofuturista expandiu-se amplamente, gerando subgêneros, colaborações e novas vertentes. Enquanto muitos artistas da cena seguiam um caminho mais pesado, voltado para o outrun e o cyberpunk, Shawn Ward escolheu a rota contrária: explorar ainda mais o lado emocional, melódico e sofisticado do Synthwave. A produção foi feita novamente por ele próprio, com um arsenal de sintetizadores analógicos, baterias eletrônicas e guitarras processadas com chorus e delay. A diferença aqui está no refinamento, sendo tudo mais limpo, mais etéreo e mais espacial. A mixagem é ampla, tridimensional, e cada camada sonora respira com clareza, seguindo de perto os passos dos grandes nomes do Synth-pop dos anos 80. O repertório é incrível, e as canções são bem divertidas e atmosféricas. Enfim, é um belíssimo disco e o melhor de sua carreira. 

Melhores Faixas: Echoes, Images Of You, Frozen, Little Angel 
Vale a Pena Ouvir: Oceans Apart, Inner Space

New World – FM Attack





















NOTA: 9,3/10


Dois anos se passaram e foi lançado mais um disco deste projeto: o maravilhoso New World. Após o excepcional Stellar, que havia mostrado um domínio técnico e estético que elevou o gênero a novos patamares, com uma abordagem mais atmosférica e cinematográfica, o FM Attack apresenta agora um trabalho que não apenas dá continuidade a essa linha evolutiva, mas também representa uma virada conceitual e sonora. Aqui, o projeto mergulha em temas mais futuristas, espirituais e existenciais, refletindo sobre o papel do indivíduo em meio à tecnologia e ao caos moderno. A produção foi praticamente a mesma, utilizando uma combinação precisa de sintetizadores analógicos e equipamentos digitais modernos, com uma estética sonora que é quase uma fusão entre o Dreamwave e o New Romantic dos anos 80, com uma pegada mais moderna. O repertório é incrível, e as canções são bem envolventes e leves. No geral, é outro trabalho espetacular e muito ousado. 

Melhores Faixas: Shadows, Dark Blue Sky, My Life, New World, Ultraviolet 
Vale a Pena Ouvir: Believe, Stranger

The Never Ending – FM Attack





















NOTA: 5,8/10


Pulando para 2021, foi lançado mais um trabalho, o The Never Ending, que foi mais sofisticado. Após o New World, Shawn Ward acabou se sentindo um pouco exausto e decidiu meio que encerrar o FM Attack, fazendo com que esse álbum fosse uma espécie de despedida e buscasse encapsular a essência de sua trajetória musical, oferecendo aos ouvintes uma experiência sonora que reflete tanto o passado quanto o presente da cena Synthwave. A produção foi aquela de sempre, apresentando uma sonoridade refinada, com arranjos que mesclam elementos clássicos do Synthwave com influências de artistas contemporâneos como Tame Impala e M83. Essa fusão resulta em um som que é bem nostálgico, mantendo a essência do gênero enquanto explora novas texturas; porém, há muita coisa repetitiva. Isso se reflete em um repertório bem irregular, que tem canções boas e outras bem genéricas. Enfim, é um disco mediano e que obviamente não era sua despedida. 

Melhores Faixas: Hypnotize, Lonely Nights, Starlight 
Piores Faixas: Footprints, So Blue, Cinematic

Cosmic – FM Attack





















NOTA: 6/10


Então chegamos ao último lançamento até o momento do FM Attack, lançado em 2023, o Cosmic. Após o The Never Ending, foi descoberto que o projeto não tinha acabado, ou seja, Shawn Ward acabou trolando seu público e, com isso, para esse novo trabalho, ele quis explorar sonoridades mais espaciais e atmosféricas, ao mesmo tempo em que mantém a essência melódica que caracteriza suas produções. A produção foi, como sempre, feita por ele mesmo, que utilizou uma combinação de sintetizadores analógicos e digitais para criar uma sonoridade envolvente. O álbum apresenta uma paleta sonora mais expansiva, com camadas de sintetizadores que evocam paisagens cósmicas e etéreas. A presença de vocais é mais sutil, sendo tudo mais instrumental, mas ainda com muitos momentos imprecisos. Com isso, o repertório é bem fraco, com algumas canções interessantes e outras bem descartáveis. Enfim, é um disco irregular e sem inovação. 

Melhores Faixas: A Milion Miles Away, Timeless, Strange Way 
Piores Faixas: Rain, City Lights (Jasper De Ceuster Remix), City Lights (Betamaxx Remix) (Remixes desnecessários)
  

   Então é isso e flw!!!         

Analisando Discografias - Belchior: Parte 1

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