terça-feira, 25 de novembro de 2025

Analisando Discografias - Asia: Parte 1

                 

Asia – Asia





















NOTA: 9,2/10


Em 1982, foi lançado o álbum de estreia autointitulado do Asia, que já era bastante ambicioso. A banda, o supergrupo formado por John Wetton (ex-King Crimson e Roxy Music), Steve Howe (Yes), Geoff Downes (The Buggles e posteriormente Yes) e Carl Palmer (ELP), surgiu num momento em que o rock progressivo havia sido engolido pela indústria, já que todas essas bandas foram obrigadas a mudar de som para tocar nas rádios, e assim nasceu esse projeto mais Pop. A produção, feita por Mike Stone, entendeu de imediato o objetivo: som cristalino, expansivo, teatral, porém absolutamente moderno, sem longas suítes e sem experimentalismos radicais. Aqui vemos uma instrumentação mais dinâmica e um formato que equilibra o AOR com influências do Prog sinfônico. O repertório é incrível e as canções vão desde um lado mais energético até um mais cadenciado. Enfim, é um belo disco de estreia que fez esses caras pagarem suas contas. 

Melhores Faixas: Only Time Will Tell, Heat Of The Moment, Cutting It Fine, Wildest Dreams
Vale a Pena Ouvir: Here Comes The Feeling, Sole Survivor

Alpha – Asia





















NOTA: 8,7/10


No ano seguinte, o Asia lança seu 2º disco, o Alpha, que seguiu um caminho mais grandioso. Após o álbum de estreia, a banda estava sob forte pressão: por um lado, a gravadora Geffen queria que eles repetissem o sucesso; por outro, os fãs do Rock progressivo queriam que eles mostrassem pelo menos um pouco das origens de cada integrante. Só que, naquele período, conflitos internos já começavam, pois John Wetton e Geoffrey Downes estavam muito próximos, descartando as ideias de Steve Howe e Carl Palmer. A produção, feita mais uma vez por Mike Stone, foi bem mais polida e direcionada a um caminho mais Pop, embora tenhamos vários momentos épicos e cinematográficos vindos principalmente da bateria de Palmer e dos teclados de Downes, bem sustentados pelo lado melódico das guitarras de Howe e pelo baixo enxuto de Wetton, além, claro, de sua voz. O repertório é muito bom, e as canções são bem intimistas. No final, é um ótimo disco, bastante coeso. 

Melhores Faixas: Don't Cry, True Colors, The Heat Goes On 
Vale a Pena Ouvir: Never In A Million Years, Open Your Eyes

Astra – Asia





















NOTA: 5,8/10


Dois anos se passam e o Asia lança mais um trabalho, o Astra, em um momento conturbado. Após o Alpha, por conta de uma série de brigas, John Wetton acabou saindo da banda, e colocaram temporariamente Greg Lake para a turnê, o que não deu certo. Então Wetton retornou, mas Steve Howe saiu, sendo substituído por Mandy Meyer. Com o clima bem pesado, eles decidiram fazer um disco mais pesado e adaptado ao formato que o AOR vinha tomando. A produção, feita por Mike Stone junto com Geoffrey Downes, segue um rumo que tenta soar futurista, buscando algo mais épico e complexo, mas muita coisa acaba soando como um clichê do que o mainstream da época pedia, faltando mais daquele lado dinâmico que os diferenciava de outros concorrentes, além de os reverbs serem bastante repetitivos. O repertório é mediano, com canções boas e outras bem genéricas. Enfim, é um álbum irregular e que acabou levando a banda ao fim. 

Melhores Faixas: Wishing, Voice Of America, Suspicion 
Piores Faixas: Love Now Till Eternity, After The War, Too Late

Aqua – Asia





















NOTA: 8,9/10


Em 1992, o Asia retorna lançando mais um álbum de estúdio, o Aqua (com essa capa sensacional). Após o Astra, a banda acabou se dissolvendo e, no início da década de 90, a formação retornou para uma turnê, só que John Wetton decidiu sair de vez, e com isso entrou como vocalista John Payne, vocalista e baixista britânico de timbre poderoso, mais duro, mais AOR e com grande capacidade de composição; além disso, também houve a entrada do guitarrista Al Pitrelli. A produção, feita inteiramente por Geoffrey Downes e lançada pelo selo Musicdisc, trouxe guitarras mais pesadas, timbres de bateria mais secos e teclados que mesclam o digital exuberante dos anos 80 com sons mais atmosféricos e menos Pop, criando um cruzamento de AOR com Hard Rock e Prog sinfônico, muito por conta das mudanças de formação. O repertório é muito bom, e as canções são todas bem melódicas e variadas. Enfim, é um ótimo trabalho e bastante imersivo. 

Melhores Faixas: Little Rich Boy, Heaven On Earth, A Far Cry, The Voice Of Reason 
Vale a Pena Ouvir: Back In Town, Someday, Who Will Stop The Rain?, Don’t Call Me

Aria – Asia





















NOTA: 8,2/10


Dois anos depois, foi lançado mais um novo trabalho da banda, o Aria, que foi bem mais experimental. Após o Aqua, Geoff Downes assumiu definitivamente as rédeas criativas, consolidando John Payne como vocalista e co-compositor. Ambos queriam dar identidade ao Asia “fase Payne”, algo que não fosse apenas uma derivação do que Wetton havia feito. Desse esforço nasceu um álbum que, embora menos comentado, representa o ponto em que a parceria Downes/Payne se solidifica e aprofunda sua proposta estética, além de contar com o baterista Mike Sturgis. A produção, feita por ambos, adota uma abordagem atmosférica: tudo parece girar em torno de um clima de romantismo dramático, temas de coragem, superação e emoção elevada. Há menos brilho e exuberância Pop e mais ênfase em texturas e narrativa melódica. O repertório é muito bom, e as canções são bem cadenciadas e até energéticas. Em suma, é um ótimo trabalho e bastante subestimado. 

Melhores Faixas: Summer, Feels Like Love 
Vale a Pena Ouvir: Remembrance Day, Desire, Are You Big Enough ?


         Por hoje é só, então flw!!!       

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