Over The Top – Cozy Powell
NOTA: 8,4/10
No ano de 1979, Cozy Powell lançava seu primeiro trabalho solo, intitulado Over The Top. Após o lançamento do Down to Earth com o Rainbow, Cozy passou por um período em que buscava um espaço de expressão mais pessoal, surgindo assim este projeto que mostrava uma interseção entre o virtuosismo, o Hard Rock britânico e o desejo de se afirmar como um artista completo, não apenas como um “baterista convidado”. A produção, conduzida por Martin Birch, apresenta um som limpo, com ênfase na definição dos timbres e um equilíbrio cuidadoso entre instrumentos virtuosísticos. A paleta sonora é ampla: orquestrações, teclados sintéticos, riffs pesados, momentos de Jazz-Rock e até releituras de peças clássicas. O repertório contém sete faixas muito boas, técnicas e com grande variação rítmica. Enfim, é um ótimo trabalho que revelou esse lado artístico do Cozy Powell.
Melhores Faixas: Heidi Goes To Town, Over The Top, The Loner
Vale a Pena Ouvir: Sweet Poison, Theme One
Tilt – Cozy Powell
NOTA: 8/10
Dois anos depois, foi lançado seu 2º álbum solo, intitulado Tilt, que trouxe algumas mudanças. Após o Over The Top, Cozy Powell continuou participando de outros projetos e, nesse período, viu a ascensão da New Wave e a transição das sonoridades setentistas para produções mais limpas e sintetizadas, que começavam a dominar o mercado. Cozy não ignorou essas mudanças, já que este trabalho mistura a grandiosidade típica dele com experimentações que refletem o início dos anos 80. A produção, feita inteiramente por ele mesmo, segue por um caminho mais variado, indo desde o Hard Rock agressivo até momentos que lembram Jazz, trilha sonora e até toques mais suaves. Além disso, há momentos com vocalizações de alguns músicos convidados, que contribuem bem para essa temática. O repertório é muito bom, e as canções são energéticas e cadenciadas. No geral, é um ótimo disco e bastante consistente.
Melhores Faixas: Sooner Or Later, The Blister
Vale a Pena Ouvir: Cat Moves, Jekyll & Hyde
Octopuss – Cozy Powell
NOTA: 8,2/10
Passa-se mais um intervalo de dois anos, e Cozy Powell retorna com mais um disco, o Octopuss. Após o Tilt, ele colaborava com diversos músicos, mantinha status de lenda da bateria e ainda buscava consolidar sua trilha solo. Esse trabalho surge exatamente nesse momento como uma espécie de síntese: o disco mais curto e direto de sua trilogia solo, mas também o mais preciso, conciso e focado na personalidade sonora de Cozy. A produção, conduzida por Bruce Payne e John Makepeace, reflete a transição para as sonoridades mais polidas dos anos 80, mas sem abandonar o peso do seu lado mais instrumental. A bateria é enorme, presente, com reverberação controlada, mas com impacto marcante. Os teclados adotam timbres modernos, mais sintéticos do que nos álbuns anteriores, e as guitarras têm menos fuzz e mais precisão. O repertório é muito bom, e as canções são envolventes e dinâmicas. No final, é um trabalho bem interessante.
Melhores Faixas: Dartmoore, Octopuss
Vale a Pena Ouvir: The Rattler, Formula One
The Drums Are Back... – Cozy Powell
NOTA: 8/10
Pulando para os anos 90, Cozy Powell retorna com um trabalho novo, o The Drums Are Back... Após o Octopuss, Cozy passou por inúmeros projetos relevantes: Whitesnake, Black Sabbath, ELP (nos anos 80) e outras participações de estúdio e turnês. Este novo álbum funciona como um retorno simbólico ao estilo de seus trabalhos instrumentais clássicos, mas com a estética dos anos 90 e um elenco de músicos de altíssimo nível, incluindo Brian May, Tony Martin e Geoff Nicholls. A produção, feita por ele mesmo e Brenda Brooker, busca uma sonoridade limpa, com timbres de guitarra menos saturados e uma estética geral mais seca. Cozy assume papel central na engenharia rítmica do álbum. Sua bateria é captada com nitidez cirúrgica: bumbo definido, caixa presente, toms ressonantes e pratos claros. O repertório é bem legal, e as canções seguem por um lado mais melódico. Enfim, é um trabalho bom e que segue um caminho mais coeso.
Melhores Faixas: I Wanna Hear You Shout, The Rocket
Vale a Pena Ouvir: Cryin', Battle Hymn, Ride To Win
Especially For You – Cozy Powell
NOTA: 5,8/10
Então chegamos ao fatídico ano de 1998, quando foi lançado seu álbum póstumo, Especially For You. Após o The Drums Are Back..., Cozy Powell alternava entre trabalhos em estúdio, participações e gravações privadas; não era mais o jovem explosivo dos tempos do Rainbow, mas continuava ativo, criativo e tecnicamente irrepreensível. Mas, infelizmente, no dia 5 de abril daquele ano, ele viria a falecer em um acidente de carro numa rodovia em Bristol. A produção desse trabalho, feita por Brenda Brooker, mas com traços de Powell, é notavelmente discreta e direta. Não há grandes camadas sinfônicas ou overdubs monumentais. O disco soa como um estúdio compacto, íntimo, onde Cozy e seus colaboradores exploram ideias soltas, peças instrumentais e esboços finalizados, apesar de muita coisa ser bem repetitiva. O repertório é irregular, com boas canções e outras que são bem chatinhas. No fim, é um trabalho mediano e que foi uma despedida discreta.
Melhores Faixas: Ivory Towers, Power In The Wrong Hands, Haunted By The Devil
Piores Faixas: Doing The Natural Thing, Make You A Man, High Time To Fly
Então é isso e flw!!!




