sexta-feira, 14 de novembro de 2025

Analisando Discografias - John Wetton: Parte 2

                 

Sinister – John Wetton





















NOTA: 8/10


Em 2001, foi lançado mais um disco do John Wetton, o Sinister, um trabalho bastante temático. Após o Arkangel, ele havia superado períodos difíceis marcados por alcoolismo, solidez e um esvaziamento criativo que quase o afastou definitivamente dos palcos. Wetton sabia que estava tateando um caminho pessoal dentro da música, buscando consolidar sua voz depois de tantos anos preso à sombra gigantesca de seu período com o Asia. Produzido por ele mesmo, o álbum apresenta uma sonoridade mais limpa e moderna, com uma estética que mistura AOR, Hard Rock e elementos discretos de progressivo. A sonoridade do disco é mais “aberta” que a do seu antecessor: guitarras mais brilhantes, teclados mais arejados, vozes nítidas e muito bem mixadas. O repertório é muito bom, com canções bem melódicas e até energéticas em alguns momentos. Enfim, é um trabalho de grande qualidade e que nem é muito comentado pelos fãs. 

Melhores Faixas: Another Twist Of The Knife, Say It Ain't So 
Vale a Pena Ouvir: Real World, Where Do We Go From Here?, No Ordinary Miracle

John Wetton/Geoffrey Downes – John Wetton And Geoffrey Downes





















NOTA: 5/10


Tempos depois, foi lançado o 1º álbum colaborativo de John Wetton e Geoffrey Downes. Após o lançamento do Sinister, surgiu a oportunidade de Wetton voltar a trabalhar com Downes, seu parceiro dos tempos de Asia. O reencontro começou de forma despretensiosa: ambos perceberam que possuíam um acervo de demos e canções não finalizadas dos anos 1980–1990, algumas compostas logo após o auge do Asia, outras criadas posteriormente, mas nunca polidas. A produção foi feita pela dupla junto com Eric Stewart, e o que eles buscaram foi preservar o caráter íntimo e cru das gravações, mostrando um lado mais pessoal, mas ainda ajustado ao padrão estético dos anos 2000, com poucas inclusões de instrumentos adicionais, teclados atmosféricos e algumas baterias eletrônicas em certos momentos, o que acaba tirando um pouco da imersão. O repertório, assim, é mediano: tem canções legais e outras descartáveis. Enfim, é um trabalho irregular, mas importante para o futuro. 

Melhores Faixas: Don't Say It Again, Summer, Running Out Of Time 
Piores Faixas: We Move As One, Soul, Oh! Carolann

Icon – John Wetton And Geoffrey Downes





















NOTA: 8,2/10


Indo para 2005, foi lançado o 1º álbum da trilogia de Wetton e Downes, intitulado Icon. Após aquele álbum que serviu como um compilado de material antigo, a dupla percebeu não apenas o valor histórico da parceria, mas também a força criativa ainda existente entre os dois. A recepção calorosa dos fãs mais devotos, especialmente no Japão, foi decisiva para estimular a ideia de um álbum totalmente novo. A ideia de Icon nasce assim: um projeto que simbolizaria o renascimento da parceria, um novo capítulo construído em plena maturidade. Produzido por eles mesmos, o disco é sofisticado, mais orgânico que os trabalhos solos de Wetton e mais caloroso que muitos dos projetos paralelos de Downes. Os teclados sinfônicos e cinematográficos, somados às guitarras calorosas de John Mitchell, criam um clima elegante. O repertório é muito bom, com canções melódicas e sinceras. No fim, é um ótimo álbum e já representava um começo muito promissor. 

Melhores Faixas: Meet Me At Midnight, Spread Your Wings 
Vale a Pena Ouvir: God Walks With Us, Sleep Angel, I Stand Alone

Icon II: Rubicon – John Wetton And Geoffrey Downes





















NOTA: 8,5/10


No ano seguinte, foi lançado Icon II: Rubicon, que seguiu por um caminho mais amplo. Após o Icon I, John Wetton e Geoffrey Downes perceberam que haviam encontrado uma linguagem madura, emocionalmente carregada e coerente, capaz de se sustentar como um projeto paralelo ao Asia. Aqui, eles decidiram tornar o trabalho mais expansivo e simbólico. A produção, conduzida novamente pela dupla, apresenta mais ambição, maior refinamento e uma presença instrumental mais rica. Downes lidera os arranjos com ênfase em um clima sinfônico, camadas de teclado expansivas e o uso de músicos adicionais para enriquecer a paleta sonora. Wetton grava vozes em estado excepcional para sua fase madura, equilibrando força e vulnerabilidade, enquadrando tudo isso em um AOR com influências de Rock progressivo. O repertório é belíssimo, com canções intimistas que revelam um lado bastante sincero nas composições. No final, é uma ótima continuação e mostra uma clara evolução. 

Melhores Faixas: Shannon, Whirlpool, Reflections (Of My Life) 
Vale a Pena Ouvir: To Catch A Thief, The Hanging Tree

Icon 3 – John Wetton And Geoffrey Downes





















NOTA: 8/10


Aí foi só em 2009 que chegou a finalização dessa trilogia, obviamente com o Icon 3. Após o Icon II: Rubicon, a dupla já havia reencontrado plenamente sua química criativa, e nesse período Wetton passava por um processo pessoal de estabilidade renovada, enquanto Downes vivia um momento bastante produtivo com seus projetos. Para esse álbum, eles decidiram seguir por um caminho mais melancólico e reflexivo, menos preocupado com impacto imediato e mais interessado em sedimentar um legado musical baseado na elegância. A produção foi a de sempre: arranjos de câmara, teclados atmosféricos de Downes, guitarras que surgem como pinceladas e não como paredes de som, e vocais extremamente centrados de Wetton. A gravação é limpa e minimalista, com os instrumentos posicionados de maneira a privilegiar o espaço e a clareza. O repertório é muito bom, com canções profundamente sentimentais. No geral, é um trabalho sólido que fechou bem a trilogia. 

Melhores Faixas: My Life Is In Your Hands, Under The Sky 
Vale a Pena Ouvir: Destiny, Sex, Power, And Money, Never Thought I'd See You Again


          Então é isso, um abraço e flw!!!               

Analisando Discografias - Kansas: Parte 1

                   Kansas – Kansas NOTA: 9/10 Indo para 1974, o Kansas lançava seu álbum de estreia autointitulado, que trazia uma estética ...