In The Court Of The Crimson King – King Crimson
NOTA: 10/10
Indo agora lá para 1969, quando foi lançado o sensacional álbum de estreia do King Crimson, o In the Court of the Crimson King. A banda, formada em 1968 em Londres, começou com o trio Giles, Giles and Fripp, composto pelos irmãos Michael Giles (bateria) e Peter Giles (baixista, mas que não entrou na banda), além de Robert Fripp (guitarra). Com o tempo, entraram Greg Lake (baixo e vocais), Ian McDonald (mellotron e saxofone) e Peter Sinfield (letras e iluminação). A ambição deles era fundir a liberdade do Jazz, o peso do Rock psicodélico e a sofisticação da música erudita. A produção, feita por eles mesmos, ocorreu em um estúdio improvisado, e o som possuía um rigor técnico e estético mais próximo de um grupo de câmara do que de um conjunto de Rock, criando uma ambiência quase sinfônica e teatral que estabeleceu as bases do Rock progressivo. O repertório contém 5 faixas sensacionais e bem complexas. No final, é um trabalho incrível e uma verdadeira obra-prima.
Melhores Faixas: 21st Century Schizoid Man, The Court Of The Crimson King, I Talk To The Wind
Vale a Pena Ouvir: Epitaph, Moonchild
In The Wake Of Poseidon – King Crimson
NOTA: 8,9/10
No ano seguinte, foi lançado o 2º álbum do King Crimson, o In the Wake of Poseidon. Após o In the Court of the Crimson King, a banda parecia destinada a uma carreira meteórica. Mas as tensões internas, a pressão artística e o ritmo das turnês fizeram com que o grupo original se desintegrasse quase imediatamente. O multi-instrumentista Ian McDonald deixou o grupo alegando exaustão, e em seu lugar entrou Mel Collins, embora outros integrantes também estivessem prestes a sair ao fim das gravações. A produção, feita em sua maioria por Robert Fripp e Peter Sinfield, contou com músicos convidados para colaborar, e aqui houve um maior uso do mellotron. Fripp começou a explorar com mais ousadia o piano acústico, as guitarras limpas e dissonantes, além de elementos de música contemporânea, deixando tudo mais cósmico. O repertório é muito bom, e as canções têm um toque mais variado. Enfim, é um ótimo álbum em um período de completo caos.
Melhores Faixas: In The Wake Of Poseidon (Including Libra's Theme), Cat Food
Vale a Pena Ouvir: Cadence And Cascade, Pictures Of A City (Including 42nd At Treadmill)
Lizard – King Crimson
NOTA: 9,3/10
Então, lá para o final daquele mesmo ano de 1970, a banda lançou seu 3º disco, o Lizard. Após o In the Wake of Poseidon, o King Crimson enfrentava novamente um ponto de transição. Greg Lake acabou saindo e aceitando entrar no projeto Emerson, Lake & Palmer, enquanto Michael Giles também deixou o grupo alegando os mesmos problemas de Ian McDonald. Com isso, a formação foi reformulada com Gordon Haskell (baixo e vocais), Mel Collins (saxofones e flauta, vindo da edição anterior) e Andy McCulloch (bateria), além de contar com outros convidados, como o pianista Keith Tippett. A produção, feita por Fripp e Sinfield, direcionou-se a um som mais orgânico e, ao mesmo tempo, mais artificial: Fripp explora o estúdio como um instrumento, sobrepondo camadas de mellotron, guitarras limpas e acústicas, sopros e pianos de maneira quase orquestral. O repertório novamente contém 5 faixas belíssimas e complexas. No fim, é um trabalho incrível e bastante jazzístico.
Melhores Faixas: Lizard (suíte de 22 minutos: gosta de 1ª parte: Prince Rupert Awakes – que é cantada pelo Jon Anderson do Yes), Cirkus (Including: Entry Of The Chameleons)
Vale a Pena Ouvir: Happy Family, Indoor Games, Lady Of The Dancing Water
Islands – King Crimson
NOTA: 9,7/10
Mais um ano se passa, e é lançado mais um álbum novo, intitulado Islands, que foi mais amplo. Após o Lizard, o King Crimson atravessava novamente um período de incerteza. A sonoridade jazzística e as composições altamente orquestradas haviam levado a banda a um ponto de saturação criativa. O vocalista e baixista Gordon Haskell deixou o grupo, insatisfeito com a direção musical, e o baterista Andy McCulloch também saiu. Com isso, entraram Boz Burrell e Ian Wallace. A produção, feita agora inteiramente pela banda, valorizou o espaço e o timbre. Fripp e Sinfield investiram em uma sonoridade mais pastoral e meditativa, quase impressionista, explorando o mellotron e os instrumentos acústicos de maneira orgânica, além dos arranjos de metais de Keith Tippett, que, juntos, resultam em uma fusão de Rock progressivo com Jazz-Rock e música sinfônica. O repertório é belíssimo, e as canções são todas bem fluídas. No geral, é um baita disco e bastante atmosférico.
Melhores Faixas: Islands, Formentera Lady
Vale a Pena Ouvir: Sailor's Tale, Ladies Of The Road
Larks' Tongues In Aspic – King Crimson
NOTA: 10/10
Indo para 1973, foi lançado o 5º álbum do King Crimson, o Larks' Tongues in Aspic. Após o Islands, a banda praticamente se refez, já que Peter Sinfield acabou sendo demitido por desentendimentos com Robert Fripp, e também saíram Mel Collins, Boz Burrell e Ian Wallace. A nova formação ficou com Jamie Muir (percussão), John Wetton (baixo e vocais), David Cross (violino) e Bill Bruford (ex-baterista do Yes). A partir daí, começava uma fase mais elétrica e abstrata. A produção capturou a energia física da improvisação e a precisão estrutural da composição clássica em um mesmo registro. O som é denso e tridimensional, em que cada instrumento ocupa um espaço preciso, mas o conjunto soa caótico e orgânico, mostrando essa fusão do Rock progressivo com elementos vanguardistas, o que mais tarde seria chamado de Avant-Prog. O repertório é maravilhoso, e as canções são todas pesadas e até dissonantes. No fim, é um álbum excepcional e outro clássico da banda.
Melhores Faixas: Larks' Tongues In Aspic, Part One, Easy Money
Vale a Pena Ouvir: Book Of Saturday, Exiles
Então é isso e flw!!!




