sexta-feira, 7 de novembro de 2025

Analisando Discografias - Madlib: Parte 2

                 

Vol. 5: Dil Cosby Suite – Beat Konducta (Madlib)





















NOTA: 8,7/10


Em 2021, o VND lançava seu álbum de estreia intitulado Eu Também Sou um Anjo. O rapper, vindo diretamente de Marechal Hermes, na Zona Norte do Rio de Janeiro, começou sua trajetória por volta de 2019, quando se tornou mais um integrante do coletivo Covil da Bruxa, passando a ganhar destaque com alguns de seus singles e com sua participação junto de OGBRITO na Brasil Grime Show. Para seu primeiro trabalho, ele explora sua vivência como jovem negro e periférico do Rio de Janeiro, suas angústias, medos e aspirações, atravessando temas como violência, fuga, amor e sobrevivência. A produção é diversificada, contando com Babidi, El Lif Beatz, FyeBwoii e outros, que entregam uma sonoridade crua e pesada, com samples precisos e beats densos e variados que vão do Boom Bap ao Drill e Trap. O repertório é incrível, e as canções são profundas e carregadas de mensagem. No final, é um baita trabalho de estreia, muito coeso e expressivo. 

Melhores Faixas: Grades, Janelas e Cercas (bela feat do Victor Xamã e Tarcis), Neguin, Pt. 2 (LEALL amassando), Gatilhos Invisiveis, Eu Também Sou um Anjo (Derxan indo bem demais), Sobrevivendo ao Inferno 
Vale a Pena Ouvir: Passarelas e Vitrines, Cartas

Sound Ancestors – Madlib





















NOTA: 8,5/10


Então, pulamos para 2021, quando foi lançado um de seus últimos álbuns completamente solo, o Sound Ancestors. Após a série de álbuns instrumentais e seus trabalhos com Freddie Gibbs, ele chega nesse ano com um disco que representa uma síntese mais autoral e espiritual de tudo o que acumulou. O conceito nasce tanto de uma reflexão pessoal quanto histórica: Madlib enxerga a música como conexão com os ancestrais, cada sample como uma entidade que carrega memória. A produção, feita como sempre pelo próprio Madlib com ajuda de Kieran Hebden (Four Tet), reúne instrumentos gravados ao vivo, experimentações com sintetizadores, samples raríssimos, ritmos quebrados e improvisações jazzísticas. Os grooves carregam textura Lo-fi, com camadas vindas de fitas analógicas, ruído proposital e profundidade harmônica, tendo muita base do Boom Bap e do Rap experimental. O repertório é muito bom, e as faixas são bem relaxantes. No fim, é um ótimo álbum e bem consistente. 

Melhores Faixas: Road Of The Lonely Ones, Theme De Crabtree, Hang Out (Phone Off) 
Vale a Pena Ouvir: Riddim Chant, Two For 2 - For Dilla, Dirtknock

   

Analisando Discografias - Kansas: Parte 1

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