Not Too Late – Norah Jones
NOTA: 8,6/10
No início do ano de 2007, ela retornou lançando seu 3º trabalho, o Not Too Late, que foi bem mais introspectivo. Após o Feels Like Home, a Norah Jones decidiu que seu próximo trabalho teria um material inteiramente composto por ela, sem apresentar covers. Além disso, percebeu que precisava integrar mais elementos do Folk, já que era algo que ela ainda precisava treinar um pouco mais para dominar, assim como conseguiu com o Blues e o Country. A produção foi conduzida por Lee Alexander, que adotou uma abordagem extremamente caseira, refletida nos arranjos acústicos com presença marcante de piano, guitarra slide, violões dedilhados, percussões leves e instrumentos como violoncelo, banjo e harmônio. O foco principal está na narrativa emocional e na sensibilidade poética. O repertório é muito bom, com canções profundas e um toque mais melódico. Enfim, é um ótimo disco, apesar de não ter sido um grande sucesso.
Melhores Faixas: Thinking About You, Until The End, Rosie's Lullaby
Vale a Pena Ouvir: Broken, Wake Me Up, Not Too Late, Sinkin' Soon
The Fall – Norah Jones
NOTA: 9/10
Dois anos depois, foi lançado mais um trabalho dela, intitulado The Fall, que tentou algo novo. Após o Not Too Late, Norah começou a levantar suspeitas de que seu trabalho poderia acabar chegando a um ponto considerado previsível. Porém, naquela época, seu relacionamento com Lee Alexander havia chegado ao fim, em 2007. Tudo isso serviu de influência, levando-a a trocar seu piano por guitarras elétricas, grooves mais marcados, arranjos com pegada Indie e Soul, e letras mais cruas e confessionais. A produção, feita por Jacquire King, adotou uma abordagem mais densa, com camadas de guitarra, ritmos secos, baixo pulsante e arranjos que ora flertam com o Soft Rock, ora com o Soul dos anos 70. O resultado reflete a paisagem emocional e estética de um álbum que fala sobre perda, alienação e autodescoberta. O repertório é ótimo, e as canções são mais imersivas, com uma forte inclinação melódica. No geral, é um belo disco e um dos mais maduros dela.
Melhores Faixas: I Wouldn't Need You, Chasing Pirates, December, Back To Manhattan
Vale a Pena Ouvir: Young Blood, Waiting
...Little Broken Hearts – Norah Jones
NOTA: 9,6/10
Três anos depois, ela lança mais um trabalho, intitulado ...Little Broken Hearts. Após o The Fall, Norah Jones resolveu ir ainda mais fundo na exploração de novas sonoridades, abandonando por completo as raízes Jazzísticas e Folk que marcaram seu início. Com isso, ela seguiu por um caminho mais explosivo, sombrio, quase vingativo. Basicamente, mergulhou nas emoções mais corrosivas do fim de um relacionamento: ciúme, ódio, desespero, sarcasmo e desprezo, tudo filtrado por uma estética cinematográfica e experimental. A produção, conduzida por Danger Mouse, traz beats secos e analógicos, ambientes cavernosos, reverbs profundos, guitarras distorcidas, camadas de sintetizadores retrô e uma abordagem estética que combina psicodelia, Indie Pop, Rock alternativo e Soul desfigurado. O repertório é sensacional, e as canções são profundas e totalmente reflexivas. Em suma, é um baita disco e um dos melhores da cantora.
Melhores Faixas: Good Morning, Take It Back, Say Goodbye, Happy Pills, Travelin' On
Vale a Pena Ouvir: All A Dream, Out On The Road, Little Broken Hearts
Day Breaks – Norah Jones
NOTA: 8,4/10
Em 2016, Norah Jones lançou seu 6º álbum, o Day Breaks, que, de certo modo, retomou sua fórmula antiga. Após o belíssimo ...Little Broken Hearts, ela decidiu voltar a se aprofundar em suas influências do Jazz, trazendo participações de músicos consagrados da cena, como Wayne Shorter (saxofone), Brian Blade (bateria) e Lonnie Smith (órgão Hammond B3). Essa escolha a conectou novamente com suas heranças do Jazz espiritual dos anos 70, do Soul sofisticado e do Folk contemplativo. A produção, feita por ela mesma em parceria com Eli Wolf, adotou uma abordagem orgânica e naturalista. O grande destaque é o piano da Norah, que volta a ser protagonista em praticamente todas as faixas, agora com mais sofisticação harmônica e liberdade rítmica. O repertório é muito bom, e as canções são todas imersivas, incluindo alguns covers bastante competentes. Enfim, é um disco muito legal e bastante envolvente.
Melhores Faixas: Carry On, Tragedy, And Then There Was You
Vale a Pena Ouvir: It's A Wonderful Time For Love, Day Breaks, Burn
Pick Me Up Off The Floor – Norah Jones
NOTA: 8,2/10
Então, em 2020, Norah Jones lançava seu 7º álbum de estúdio, o Pick Me Up Off the Floor. Após o Day Breaks, ela inicialmente não tinha a intenção de fazer um novo álbum, mas sim de explorar sessões livres e colaborativas, como explicou em entrevistas na época. Porém, ao perceber a quantidade de material que havia produzido e considerando o contexto do isolamento social devido à pandemia da COVID-19, decidiu lançar esse trabalho, que é mais sentimental. A produção, conduzida por ela mesma com a ajuda do Jeff Tweedy, traz uma abordagem acústica e intimista, com influências que vão do Jazz ao Folk e à Soul music, em arranjos que muitas vezes misturam melancolia e elevação espiritual. Um dos principais destaques é certamente o piano e os vocais da cantora, que se conectam profundamente com as melodias. O repertório é muito bom, e as canções são belíssimas, com aquele toque de leveza. No fim, é um disco legal e que cumpre com sua imersão.
Melhores Faixas: Hurts To Be Alone, To Live
Vale a Pena Ouvir: This Life, Stumble On My Way, Flame Twin
Visions – Norah Jones
NOTA: 7,7/10
Então chegamos ao último lançamento do Norah Jones até o momento, lançado no ano passado: Visions. Após o Pick Me Up Off the Floor, ela chegou a lançar, em 2021, um álbum natalino, mas que acabou passando despercebido. Em seguida, dedicou-se às turnês e começou a trabalhar em um projeto que refletisse ideias surgidas em momentos de transição entre o sono e a vigília, capturando uma sensação de espontaneidade e introspecção. A produção, feita por Leon Michels, foi realizada em sessões de gravação orgânicas, nas quais ambos exploraram ideias de forma livre e improvisada. A maioria das faixas foi gravada com Norah ao piano ou à guitarra e Leon na bateria, criando uma sonoridade crua e autêntica. O som transita entre o Blues, o Soul e toques sutis de Dream Pop. O repertório é interessante, com canções suaves e bem construídas, embora algumas se destaquem menos. No final de tudo, é um disco bom, apesar de suas pequenas falhas.
Melhores Faixas: Paradise, Swept Up In The Night, I Just Wanna Dance, Alone With My Thoughts
Piores Faixas: Visions, I'm Awake
Então é isso e flw!!!