sábado, 17 de maio de 2025

Analisando Discografias - The Yardbirds

                 

Four Your Love – The Yardbirds





















NOTA: 8,6/10


Em 1965, foi lançado o álbum de estreia dos Yardbirds, o For Your Love, que trazia uma abordagem interessante. Formada em Londres, a banda era inicialmente voltada ao Blues elétrico, contando com Keith Relf (vocais e gaita), Chris Dreja (guitarra base), Paul Samwell-Smith (baixo), Jim McCarty (bateria) e o então jovem prodígio Eric Clapton na guitarra solo. Ganharam notoriedade por sua intensidade ao vivo e longas jams de Blues, com o som deles ficando conhecido pelo “rave-up”, que consistia em construir tensão por meio de dinâmicas crescentes e improvisação frenética. A produção, feita por Giorgio Gomelsky, é bem inconsistente por ser, um compilado voltado para o mercado americano, mas capturou a intensidade deles do Blues ao Pop psicodélico, o que enfureceu Clapton, que acabou deixando a banda. Quem assumiu seu lugar foi Jeff Beck. O repertório é muito bom, e as canções são bem envolventes. Enfim, é um trabalho interessante, apesar de conturbado. 

Melhores Faixas: For Your Love, Sweet Music, I Wish You World 
Vale a Pena Ouvir: I'm Not Talking, A Certain Girl, I Ain't Got You

Having A Rave Up With The Yardbirds – The Yardbirds


















NOTA: 9,5/10


No ano seguinte, foi lançado o 2º disco deles, o Having a Rave Up with the Yardbirds. Após o For Your Love e todo o seu sucesso por conta da faixa-título, a saída do Eric Clapton em março de 1965, motivada por sua insatisfação com a guinada Pop da banda, abriu espaço para a entrada de Jeff Beck, cuja abordagem mais aventureira e experimental ampliaria o leque sonoro do grupo. A banda passou a explorar novas texturas, efeitos e timbres, distanciando-se cada vez mais do Blues tradicional em direção ao Rock psicodélico nascente. A produção, conduzida por Giorgio Gomelsky, trouxe um som mais denso, texturizado, distorcido e imprevisível nas sessões com Jeff Beck, enquanto com Clapton o disco apresenta o registro de uma apresentação ao vivo no Marquee Club, em Londres, com som cru e sem overdubs. O repertório é maravilhoso, e as canções são bem divertidas e mais cadenciadas. No fim, é um disco excelente e completamente coeso. 

Melhores Faixas: Heart Full Of Soul, The Train Kept A-Rollin', Evil Hearted You, Here 'Tis (Live) 
Vale a Pena Ouvir: You're A Better Man Than I, Respectable (Live), I'm A Man

Yardbirds – Yardbirds





















NOTA: 9/10


Mais um ano se passou, e os Yardbirds lançaram seu 3º álbum de estúdio, que é autointitulado, mas cujo título original é Roger the Engineer. Após o Having a Rave Up with the Yardbirds, a banda estava insatisfeita com os álbuns anteriores, que ou eram compilações ou gravações ao vivo, e decidiu criar um disco 100% autoral, com Jeff Beck como único guitarrista principal. Ele explora uma nova paleta sônica, trazendo distorções e ideias dissonantes para o centro da composição. A produção foi realizada pelo próprio Paul Samwell-Smith, e a banda optou por um som mais cru e totalmente experimental. Jeff Beck, usando sua Fender Esquire, emprega diversos efeitos inusitados para a época: fuzzbox, delay de fita, reverb de mola, slapback, além de um uso inédito do feedback como elemento musical, criando um Rock psicodélico misturado com Blues. O repertório é incrível, e as canções são todas tematizadas. No fim, é um disco maravilhoso e extremamente importante. 

Melhores Faixas: Over, Under, Sideways, Down, Rack My Mind, Lost Women, The Nazz Are Blue, What Do You Want 
Vale a Pena Ouvir: I Can't Make Your Way, Hot House Of Omagararshid, Turn Into Earth

Little Games – The Yardbirds





















NOTA: 8,2/10


Foi em 1967 que foi lançado o último álbum dos Yardbirds, intitulado Little Games. Após o Roger the Engineer, Jeff Beck deixou a banda em novembro de 1966, frustrado com as limitações comerciais e tensões internas. Isso deixou Jimmy Page como único guitarrista. Lembrando que Chris Dreja assumiu o baixo após a saída do Paul Samwell-Smith. O que a banda queria era manter relevância em meio à explosão do Rock psicodélico e à ascensão de bandas como Cream, Beatles (fase Sgt. Pepper), Pink Floyd e The Doors. A produção foi conduzida por Mickie Most. Por um lado, manteve a identidade psicodélica e ousada do grupo; por outro, há faixas claramente moldadas para o mercado Pop. Jimmy Page começou a experimentar técnicas que mais tarde se tornariam centrais no Led Zeppelin. O repertório é bem legal, e as canções são densas e mais melódicas. No geral, é um disco bom, mas que não rendeu o esperado e acabou encadeando o fim da banda. 

Melhores Faixas: No Excess Baggage, Only The Black Rose, Glimpses 
Vale a Pena Ouvir: White Summer, Little Soldier Boy

Review: The Same Old Wasted Wonderful World do Motion City Soundtrack

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