domingo, 1 de junho de 2025

Analisando Discografias - Jermaine Jackson: Parte 2

                 

I Like Your Style – Jermaine Jackson





















NOTA: 8/10


Mais um ano se passou, e foi lançado I Like Your Style, onde Jermaine direcionou sua música para um caminho mais radiofônico. Após seu trabalho autointitulado, os anos 80 começaram a transformar o panorama musical com a ascensão do Synth-pop, da New Wave e do Synth Funk, exigindo dos artistas da Motown uma renovação estética para se manterem relevantes, e Jermaine decidiu explorar esse novo cenário. Produzido inteiramente por ele mesmo, o álbum ficou bem produzido, com arranjos ricos em sintetizadores, guitarras rítmicas e linhas de baixo marcantes. As faixas tendem a explorar temas românticos e sensuais, com influências de artistas como Prince e Earth, Wind & Fire, mas sem abandonar sua suavidade vocal característica. O repertório é muito bom, com canções que vão desde as mais envolventes até as mais profundas. No fim, é um trabalho interessante, mas que acabou sendo bastante ofuscado. 

Melhores Faixas: I'm Just Too Shy, You're Givin' Me The Runaround 
Vale a Pena Ouvir: Signed, Sealed, Delivered I'm Yours, I Gotta Have Ya, Maybe Next Time

Let Me Tickle Your Fancy – Jermaine Jackson





















NOTA: 8,1/10


Se passou outro ano, e Jermaine Jackson lançou mais um trabalho: Let Me Tickle Your Fancy. Após o I Like Your Style, percebeu-se que o R&B e o Soul estavam se fundindo e às inovações do Synth-pop. O cenário era dominado por artistas como Prince, Rick James e Michael Jackson (que estava prestes a lançar Thriller em novembro daquele ano de 1982). Jermaine, que já vinha demonstrando ambição artística e vocação para um lado romântico com groove, tentou entrar nessa mesma cena. A produção foi feita pelo cantor junto com Berry Gordy, resultando em um som polido e elegante, com forte presença de sintetizadores, baterias eletrônicas e linhas de baixo groovadas. Também há cordas em arranjos sofisticados e backing vocals bem posicionados, mantendo o DNA da Motown, mas com um pé firme na sonoridade oitentista. O repertório é bem interessante, com canções envolventes e firmes. Enfim, é um trabalho legal, mas muito esquecido. 

Melhores Faixas: You Moved A Mountain, Running 
Vale a Pena Ouvir: There's A Better Way, Messing Around, Very Special Part

Precious Moments – Jermaine Jackson





















NOTA: 7/10


Indo para 1986, Jermaine lançava mais um trabalho novo, o Precious Moments. Após o Let Me Tickle Your Fancy, o cantor acabou encerrando de vez seu vínculo com a Motown e assinou com a Arista Records, chegando a lançar aquele álbum Dynamite, que foi mal executado, mas teve alguma divulgação devido ao dueto com Michael e também por conta da faixa Do What You Do. Com cenário do R&B, cada vez mais dominado por artistas que fundiam o Pop com sintetizadores, batidas eletrônicas e o visual marcante da era MTV, ele tentou mais uma vez. A produção, feita por ele junto com Michael Omartian e Tom Keane, foi altamente polida, com arranjos que equilibram R&B moderno, Synth Funk e Pop Soul, fazendo uso excessivo de sintetizadores, bateria eletrônica e efeitos digitais, o que, em alguns momentos, até prejudica. O repertório é até interessante, com ótimas canções e outras bem sem graça. Enfim, é um disco bom, porém com muitos problemas rítmicos. 

Melhores Faixas: I Hear Heartbeat, Give A Little Love, If You Say My Eyes Are Beautiful (Whitney Houston ofuscou total), Voices In The Dark 
Piores Faixas: Our Love Story, I Think It's Love, Words Into Action

Don't Take It Personal – Jermaine Jackson





















NOTA: 3/10


Se passaram mais três anos e foi lançado Don't Take It Personal, que foi mais abrangente. Após o Precious Moments, o cenário musical estava sendo revolucionado por uma nova onda do R&B contemporâneo, cada vez mais incorporando elementos do Rap e da nascente New Jack Swing. Artistas como Bobby Brown, Keith Sweat e sua irmã Janet Jackson estavam moldando essa nova estética sonora, então, em mais uma tentativa desesperada, Jermaine decidiu entrar nesse balaio. A produção foi bastante diversificada, contando com nomes como David "Pic" Conley, David Z., Elliot Wolff e outros, e eles tentaram seguir a fórmula do R&B contemporâneo e do New Jack Swing, só que em um tom completamente pobre, com sintetizadores, baterias programadas e efeitos digitais muito bagunçados e sem coesão temática. O repertório é muito fraco, as canções são ruins e há poucas que se salvam. Em suma, é um disco fraquíssimo e sem concepção. 

Melhores Faixas: Don't Take It Personal, Next To You, Two Ships (In The Night) 
Piores Faixas: So Right, Don't Make Me Wait, Make It Easy On Love, (C'mon) Feel The Need

You Said – Jermaine Jackson





















NOTA: 1/10


No início da década de 90, foi lançado seu penúltimo disco, o nada interessante You Said. Após o Don't Take It Personal, Jermaine tentava mais uma vez se alinhar com as tendências sonoras emergentes, dominadas pelo New Jack Swing e pelo R&B contemporâneo. Os anos 90 já não eram tão receptivos ao R&B tradicional de estilo "adulto contemporâneo", o que forçava artistas como Jermaine a se modernizar, e além disso, ele decidiu lançar esse trabalho pelo selo da LaFace Records. A produção, conduzida pela tropa L.A. Reid, Babyface, Kayo e Daryl Simmons, trouxe beats bem trabalhados, linhas de baixo digitais, harmonias vocais complexas e refrões limpos e radiofônicos, mas tudo soa bastante genérico, como se toda a sonoridade tivesse sido descartada de algum trabalho do Bobby Brown. Com isso, o repertório é péssimo, e as canções são todas terríveis e enjoativas. No final, é um disco pavoroso e completamente esquecível. 

Melhores Faixas: (..........................) 
Piores Faixas: Secrets, I Dream, I Dream, Word To The Badd!! (fez uma diss ridícula pro Michael), True Lovers

I Wish You L.O.V.E. – Jermaine Jackson





















NOTA: 1/10


Foi só em 2012 que Jermaine lançou seu último trabalho, intitulado I Wish You L.O.V.E.. Após o You Said, ele se afastou do mercado fonográfico e após a morte de seu irmão, ele decidiu fazer um disco inteiramente voltado ao Jazz tradicional, com standards da era de ouro e canções de amor clássicas. Em vez de seguir pelo caminho do R&B contemporâneo ou do Pop, optou por revisitar o cancioneiro americano, com forte influência de nomes como Nat King Cole, Frank Sinatra, Tony Bennett e também de artistas franceses da chanson. A produção, conduzida por David Serero, traz uma abordagem orgânica, centrada em instrumentos clássicos do Jazz: piano, contrabaixo, bateria com escovas, cordas suaves e sopros ocasionais. No entanto, a vocalização do Jermaine não funciona, deixando tudo muito arrastado. O repertório, apesar de interessante, é mal interpretado e torna tudo tedioso. Enfim, foi um trabalho final péssimo e sem alma, e depois disso ele praticamente sumiu da mídia. 

Melhores Faixas: (........zzzzzzzz.......) 
Piores Faixas: Can't Take My Eyes Off You, I've Got You Under My Skin, All The Things You Are, Almost Like Being In Love

Analisando Discografias - Interpol

                    Turn On The Bright Lights – Interpol NOTA: 10/10 Aí, lá pro final de 1980, foi lançada a trilha sonora do filme Flash Go...