sábado, 13 de dezembro de 2025

Analisando Discografias - Uriah Heep: Parte 4

                 

Equator – Uriah Heep





















NOTA: 2,5/10


Em 1985, o Uriah Heep, completamente em sua ruína, lança outro disco, o Equator. Após o Head First, que evidenciou uma tentativa forçada de se adequar às tendências comerciais do início dos anos 80, a banda continuava em queda. Mick Box permanecia como o único membro clássico, enquanto a formação mudava constantemente, com o retorno do baixista Trevor Bolder, refletindo a dificuldade do grupo em encontrar uma identidade clara naquele período, agora sob contrato com a Portrait Records. A produção, conduzida por Tony Platt, é completamente polida e moderna, porém de forma excessiva, com sintetizadores entupindo a mixagem, guitarras frequentemente relegadas a um papel secundário e a bateria eletrônica bastante presente, basicamente absorvendo influências do AOR e até traços do Glam Metal. O repertório é muito ruim, e as canções são extremamente genéricas, com poucas se salvando. Enfim, é um trabalho péssimo e que também foi um fiasco. 

Melhores Faixas: Heartache City, Poor Little Rich Girl 
Piores Faixas: Angel, Lost One Love, Party Time (fizeram Mötley Crüe soar como Black Sabbath)

Raging Silence – Uriah Heep





















NOTA: 3/10


Se passaram quatro anos e, já perto do fim dos anos 80, o Uriah Heep lança seu 17º álbum, o Raging Silence. Após o Equator, a banda passou alguns anos praticamente inativa, o que gerou incertezas reais sobre sua continuidade. Mick Box decidiu reavaliar os rumos do Uriah Heep e promover uma reformulação profunda, com a entrada do vocalista Bernie Shaw e do tecladista Phil Lanzon. A produção, feita por Richard Dodd, trouxe aquela sonoridade polida, só que aqui as guitarras de Mick Box voltam a ocupar um papel central, com riffs bem definidos e solos mais presentes, enquanto a seção rítmica sustenta as músicas com firmeza. Apesar de haver muita coisa previsível, muito por conta das influências do AOR, aqui já se veem alguns traços do Hard Rock que eles faziam na década anterior. O repertório é fraco, tendo canções chatas, mas com algumas até que interessantes. No fim, é um disco ruim, mas que podia reacender uma esperança de melhora. 

Melhores Faixas: Blood Red Roses, Rough Justice, Cry Freedom 
Piores Faixas: Lifeline, Hold Your Head Up, More Fool You, When The War Is Over

Different World – Uriah Heep





















NOTA: 2,7/10


Indo para 1991, foi lançado mais um disco do Uriah Heep, o Different World, que não teve tantas mudanças. Após o Raging Silence, a banda estava tentando se revitalizar, já que o Hard Rock perdia espaço para novas tendências, e o grupo precisava equilibrar o respeito à própria história com a necessidade de soar relevante. Nesse período, eles tinham contrato com a gravadora Legacy, e tudo indica que nem queriam permanecer lá e foram gravar essa doideira. A produção, feita pelo próprio baixista Trevor Bolder, é limpa, bem definida e relativamente pesada, com guitarras mais presentes e teclados usados de forma mais contida e funcional. Mick Box aparece com riffs mais encorpados e solos melhor integrados às músicas, e os vocais do Bernie Shaw são brilhantes, mesmo que, no geral, tudo soe bastante previsível e feito às pressas. O repertório é muito ruim, com poucas canções interessantes, pois o restante é terrível. No fim, é um disco péssimo, e já era hora de inovar. 

Melhores Faixas: One On One, Blood On Stone 
Piores Faixas: All God's Children, Seven Days, Cross That Line, Step By Step

Sea Of Light – Uriah Heep





















NOTA: 8,5/10


Quatro anos se passam, e a banda lança um novo trabalho, o Sea of Light, que foi certamente um alívio. Após o Different World, eles finalmente se encontravam em uma posição mais confortável, livres da pressão de seguir tendências comerciais. O cenário do Rock havia mudado drasticamente, e o Hard Rock já não disputava espaço no mainstream, o que acabou funcionando a favor do Uriah Heep: sem expectativas de sucesso imediato, o grupo pôde olhar para trás e resgatar elementos que haviam sido abandonados por décadas. A produção, conduzida pela banda junto com Kalle Trapp e gravada na Alemanha, trouxe um som mais quente e equilibrado. As guitarras voltam a ter peso e textura, enquanto os teclados recuperam aquele caráter quase místico que tinham nos anos 70, com o retorno das influências do Rock progressivo. O repertório é ótimo, e as canções são bem melódicas, com muita imersão. No final de tudo, é um disco bacana e que, dessa vez, funcionou. 

Melhores Faixas: Fires Of Hell, Universal Wheels, Spirit Of Freedom 
Vale a Pena Ouvir: Time Of Revelation, Against The Odds, Dream On

Sonic Origami – Uriah Heep





















NOTA: 7,6/10


Três anos se passam, e a banda lança seu 20º álbum de estúdio, o Sonic Origami. Após o Sea of Light, o Uriah Heep finalmente havia reencontrado seu eixo criativo ao assumir, sem constrangimento, sua herança setentista. Diferentemente de trabalhos anteriores marcados por pressões comerciais, esse disco nasce de uma banda confortável com sua identidade, sem essas pressões e com liberdade para explorar composições longas, climas épicos e arranjos mais elaborados. A produção, feita por Pip Williams, tem um som encorpado e quente, com cada instrumento ocupando seu espaço de forma clara e natural. As guitarras do Mick Box soam pesadas, os teclados recuperam plenamente aquele caráter quase sinfônico, enquanto o lado rítmico se mostra mais fluido, com este trabalho sendo mais puxado para o Hard Rock. O repertório é bem interessante, com canções legais e de caráter denso, embora existam algumas exceções. No geral, é um disco bom, apesar das falhas. 

Melhores Faixas: Feels Like, Heartless Land, Everything In Life, Between Two Worlds, Question 
Piores Faixas: Shelter From The Rain, Change
  

                       Então é isso e flw!!!            

Analisando Discografias - Uriah Heep: Parte 4

                  Equator – Uriah Heep NOTA: 2,5 /10 Em 1985, o Uriah Heep, completamente em sua ruína, lança outro disco, o Equator. Após o...