domingo, 18 de maio de 2025

Analisando Discografias - Jeff Beck: Parte 2

                 

Blow By Blow – Jeff Beck





















NOTA: 8,7/10


Em 1975, Jeff Beck lançava seu 1º álbum solo, mas também o seu segundo trabalho, o Blow by Blow. Após o fim do seu grupo musical e também do power trio com o baixista Tim Bogert e o baterista Carmine Appice, Jeff Beck estava num ponto decisivo da carreira. Embora fosse reconhecido como um dos guitarristas mais criativos da cena britânica, com raízes fincadas nos Yardbirds e uma abordagem inovadora à guitarra Blues Rock e Hard Rock, ele queria seguir um caminho mais instrumental e experimental. A produção, conduzida pelo lendário George Martin, deixou tudo refinado, elegante e panorâmico. Seu trabalho foi vital para equilibrar as explorações improvisadas de Beck com arranjos coesos e envolventes. A decisão de incluir orquestrações sutis e não exageradas ampliou a expressividade do álbum sem tirar seu foco na guitarra, seguindo toda aquela onda do Jazz Fusion. O repertório é muito bom, e as canções são bem dinâmicas. Enfim, é um belo disco e muito tridimensional. 

Melhores Faixas: Cause We've Ended As Lovers, You Know What I Mean, She's A Woman
Vale a Pena Ouvir: Freeway Jam, Scatterbrain

Wired – Jeff Beck





















NOTA: 9,7/10


No ano seguinte, foi lançado mais um disco, o fenomenal Wired, que continuou no mesmo caminho. Após o Blow by Blow, Jeff Beck consolidou sua reinvenção artística como um guitarrista instrumental voltado à fusão entre Jazz, Funk e Rock. O disco havia lhe rendido grande respeito não só entre guitarristas de Rock, mas também no meio jazzístico, o que abriu portas para novas colaborações. Ele decidiu, então, se aprofundar no estudo da Mahavishnu Orchestra e no Jazz Fusion mais complexo, liderado por nomes como John McLaughlin e Billy Cobham, indo para um lado mais técnico. A produção, conduzida por George Martin e também por Jan Hammer, foi responsável por deixar o som denso, agressivo e complexo, com menos ênfase em orquestrações e mais foco em diálogos entre guitarra e sintetizadores. O repertório é incrível, e as canções são vibrantes e imersivas. No final, é um baita disco e um dos melhores trabalhos de sua carreira. 

Melhores Faixas: Come Dancing, Held For Backstage Pass, Led Boots 
Vale a Pena Ouvir: Goodbye Pork Pie Hat, Sophie

There & Back – Jeff Beck





















NOTA: 8/10


Se passaram quatro anos até Jeff Beck lançar mais um trabalho novo, o There & Back. Após o Wired, Jeff Beck havia consolidado sua reputação como um dos mais inovadores guitarristas de Jazz Fusion. O que ele fez nesse meio-tempo foi lançar um álbum ao vivo colaborando com Jan Hammer e explorando ainda mais os sintetizadores, grooves eletrônicos e improvisações. No final da década de 1970, o guitarrista passou por um período de reclusão criativa, afastando-se do excesso de exposição e evitando seguir tendências comerciais. A produção, conduzida por ele mesmo junto com Ken Scott, é precisa, nítida e com ênfase em timbres muito bem definidos, com sua guitarra sempre no centro, mas o papel dos teclados é fundamental para criar atmosferas e texturas. O álbum soa limpo, técnico e quase “clínico” em certos momentos. O repertório é muito bom, e as canções são mais atmosféricas e imersivas. Enfim, é um disco bom, e bem mais virtuoso. 

Melhores Faixas: You Never Know, Space Boogie 
Vale a Pena Ouvir: El Becko, The Pump

Flash – Jeff Beck





















NOTA: 8/10


Indo para 1985, Jeff Beck lançava mais um disco intitulado Flash, que foi para um lado mais acessível. Após o There & Back, o guitarrista colaborou em alguns projetos e fez algumas apresentações, mas evitava gravações e promoções mais comerciais. Ele também vivia um dilema artístico: seu coração estava na experimentação e no virtuosismo instrumental, mas a indústria o pressionava a voltar ao formato canção/vocal, mais acessível e lucrativo no contexto do Pop Rock dos anos 80. A produção, feita por ele junto com Nile Rodgers e Tony Hymas, foi altamente polida, carregada de sintetizadores digitais, programações eletrônicas e efeitos de reverb pesados. Rodgers imprimiu sua estética dançante em várias faixas, tentando moldar Beck ao som Pop contemporâneo. Beck, por sua vez, mostra sua genialidade em solos, timbres, frases e efeitos. O repertório é bem legal, com canções bastante diversificadas. Enfim, é um disco bacana e que cumpriu bem seu conceito. 

Melhores Faixas: People Get Ready (participação do Rod Stewart), Gets Us All In The End
Vale a Pena Ouvir: Night After Night (um dos momentos que Jeff Beck canta), Get Workin', Get Workin'

Jeff Beck's Guitar Shop – Jeff Beck





















NOTA: 8,4/10


Quatro anos depois, foi lançado Jeff Beck's Guitar Shop, que marcou um retorno à sua abordagem tradicional. Após o Flash, no qual Jeff Beck flertou com o Pop dos anos 80, sintetizadores e vocais comerciais, houve um certo descontentamento tanto por parte da crítica quanto do próprio Beck. Embora tenha conquistado sucesso comercial, ele se sentia artisticamente limitado, como se sua guitarra tivesse sido “domada” pelas convenções radiofônicas da época. Então, passou a focar em aprimorar sua técnica, explorar novas possibilidades tecnológicas. Para isso, chamou o baterista Terry Bozzio e fortaleceu sua parceria com Tony Hymas. A produção, feita pelo trio junto com Leif Mases, resultou numa mistura sofisticada de Rock instrumental, elementos eletrônicos, grooves sincopados e atmosferas cinematográficas, criando uma sonoridade quase futurista. O repertório é muito bom, e as canções são todas muito bem cadenciadas. No fim, é um ótimo disco e bastante coeso. 

Melhores Faixas: Behind The Veil, Two Rivers 
Vale a Pena Ouvir: Where Were You, Sling Shot, Stand On It
  

     Então um abraço e flw!!!          

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