segunda-feira, 23 de setembro de 2024

Analisando Discografias - Taylor Swift, Bruno Mars e Ultraje a Rigor (RA: XL)

                          

Midnights – Taylor Swift





















NOTA: 10/10


Após um ano inteiro sem nada novo, a Taylor Swift lançou seu 10º álbum, o adorado, mas também controverso, Midnights. Após o último ano ter sido focado nas regravações de seus primeiros trabalhos, finalmente seu novo álbum foi anunciado de surpresa durante a cerimônia do MTV Video Music Awards (VMA). Diferente de seus dois últimos álbuns de estúdio, que exploraram uma abordagem mais Folk e Indie, Midnights retorna com um som Pop mais eletrônico e introspectivo. Além disso, é um trabalho conceitual que gira em torno de histórias contadas ao longo de suas treze noites sem dormir. A produção foi amplamente conduzida por Taylor Swift e seu colaborador de longa data, Jack Antonoff, além de outros. Com uma sonoridade mais voltada para o lado eletrônico, com influências de Synth-pop e Dream Pop, o álbum destaca arranjos minimalistas e com ondas atmosféricas virtuosas. O repertório é completamente sensacional, começando com as canções Lavender Haze, Maroon e Anti-Hero, que trazem temas obscuros. Depois, há Snow on the Beach, com a participação da pavorosa Lana Del Rey, que, pelo menos, não estragou a música. Em seguida, há outras canções mais contagiantes, como You're On Your Own, Kid, Bejeweled e Karma. Além disso, Midnight Rain é uma faixa melancólica muito interessante. No final de tudo, é um trabalho sensacional e incrível, porém bastante maltratado por alguns fãs.

Speak Now (Taylor’s Version) – Taylor Swift 





















NOTA: 9,5/10


Em 2023 (ou seja, ano passado), Taylor focou em suas regravações e lançou a regravação do fantástico Speak Now. Como já mencionado, esse foi o disco que originalmente marcou um ponto de virada em sua carreira, pois foi completamente escrito por ela. A cantora comentou que regravar esse álbum a fez relembrar como é um trabalho que conta uma história de crescimento, agitação, voo e queda, relembrando a sua fase na adolescência. Taylor Swift, junto com os mesmos produtores de sempre, buscou manter a fidelidade ao som original, apenas atualizando a qualidade da gravação e os arranjos para refletir o amadurecimento de Swift como artista. A sonoridade ficou muito mais completa, contendo não só Country Pop, mas também Pop-Punk e Rock alternativo. Mesmo com essas mudanças, eles respeitaram as nuances e o estilo do trabalho original. O repertório é novamente maravilhoso, começando de forma arrasadora com as faixas Mine, Sparks Fly, Back to December, Speak Now, Dear John e Mean, que ficaram ainda melhores. Outras faixas, como Enchanted, Better Than Revenge e Last Kiss, também ficaram muito boas. Entre as faixas inéditas, destacam-se I Can See You e Timeless, além da interessante Electric Touch, que conta com a participação da chatíssima banda Fall Out Boy. Enfim, essa regravação ficou incrível. Qual das duas versões é melhor? Essa aqui, apesar de ser um verdadeiro "photo finish".

1989 (Taylor’s Version) – Taylor Swift 





















NOTA: 10/10


Três meses depois, ela lançou mais uma regravação, sendo este o maravilhoso e amado pelos fãs, o 1989. Este álbum foi aquele em que a cantora abandonou o Country para adotar um som totalmente Pop, inspirado na música dos anos 80. O disco foi anunciado durante o show final da turnê do Eras; ela se apresentou com cinco trajes azuis, e os fãs associaram isso ao disco original. Foi durante o set acústico do meio do show que ela anunciou 1989 como seu próximo álbum regravado, com lançamento previsto para 27 de outubro de 2023, exatamente nove anos após o lançamento original. Novamente, aquela equipe de produtores visou capturar a essência do som Pop e sintetizado do álbum original, com uma nova perspectiva e muito mais maturidade. Em resumo, o que a produção fez foi melhorar ainda mais os sintetizadores vibrantes, as batidas eletrônicas e toda a percussão, refinando e cadenciando tudo de forma totalmente aprimorada. Dessa vez, o repertório não é só muito bom, ele ficou fantástico, eu sabia que as canções Shake It Off, I Wish You Would e I Know Places ficaram muito melhores e além disso sensacionais. Fora que, mais uma vez, aquele comecinho com Welcome to New York, Blank Space, Style e Out of the Woods ficou de forma totalmente atemporal. Também as faixas From the Vault são todas maravilhosas, sendo que o maior destaque fica com Now That We Don’t Talk. No final de tudo, é um trabalho espetacular e um verdadeiro clássico da música Pop.

The Tortured Poets Department – Taylor Swift





















NOTA: 5,8/10


Até que chegamos ao último lançamento de Taylor Swift, que foi lançado há quase 4 meses, o The Tortured Poets Department. Inicialmente, ela desenvolveu esse álbum após o lançamento do Midnights e, de forma secreta durante a turnê do Eras, a cantora descreveu esse álbum como uma tábua de salvação, concebido em meio à sua crescente fama e às observações da mídia, principalmente devido ao fato de que exploravam a sua vida amorosa. Assim, esse projeto serviu como uma catarse criativa. Novamente, a produção contou com Jack Antonoff e Aaron Dessner, além do desconhecido Patrik Berger. O álbum possui um som totalmente voltado para o Synth-pop, com muitas influências de Folk e Pop barroco, e toda essa junção trouxe batidas mid-tempo, sintetizadores e drum machines esparsas. O repertório até consegue ser interessante, mas já no começo, com a canção Fortnight, que tem a participação da porcaria do Post Malone, que ele nem  é o problema, mas sim a música, que é bem tediosa, além de outras como os chororôs de Down Bad, So Long, Down e Who’s Afraid of Little Old Me?, apesar de ter algumas canções boas, como Fresh Out the Slammer e The Smallest Man Who Ever Lived. E eu nem preciso mencionar que logo depois ela lançou o Volume 2, que contém muitas canções chatíssimas, sendo a principal The Black Dog, nem as canções imgonnagetyouback e So High School salvam. Enfim, esse trabalho é muito mediano e tedioso, sendo um tropeço de leve da Taylor.

Doo-Wops & Hooligans – Bruno Mars 





















NOTA: 9/10


Há quase quatorze anos, Bruno Mars lançava seu disco de estreia, o importantíssimo Doo-Wops & Hooligans. Antes de lançar esse álbum, Mars já era conhecido como compositor e colaborador de outros artistas, tendo participado de músicas de sucesso como Nothin' on You do rapper B.o.B e a clássica Billionaire do Travie McCoy. Uma de suas maiores qualidades é o estilo musical, que mescla Pop, R&B, Reggae e Soul, além de demonstrar uma habilidade notável para criar melodias cativantes e letras acessíveis. O título Doo-Wops é uma clara homenagem ao gênero que o cantor cresceu ouvindo com seu pai. O álbum foi produzido principalmente por The Smeezingtons, uma equipe de produção que incluía o próprio Bruno Mars, Philip Lawrence e Ari Levine. Eles foram responsáveis por criar um som polido e comercialmente acessível, com uma variedade de influências que mantiveram o trabalho dinâmico. Isso se reflete em um repertório excelente, com várias canções que se tornaram hits, como as baladas Grenade, Just the Way You Are e Talking to the Moon, além das contagiantes Runaway Baby e The Lazy Song. Há também uma canção de Reggae, Our First Time, que é bem relaxante. O álbum conta com as ótimas participações de Damian Marley, CeeLo Green e B.o.B em canções mais reflexivas. Em resumo, esse álbum de estreia é incrível e consolidou Bruno Mars como uma estrela do Pop.

Unorthodox Jukebox – Bruno Mars 





















NOTA: 8,6/10


Após o sucesso de Doo-Wops & Hooligans, Bruno Mars retornou no final de 2012 com seu 2º trabalho de estúdio. Após o sucesso de sua estreia, Mars estava ansioso para explorar novas sonoridades. Ele queria criar um álbum que não se limitasse a um único gênero, refletindo suas diversas influências. O álbum foi inicialmente planejado para ser mais enérgico do que seu antecessor, mas acabou apresentando uma ampla gama de estilos. A produção contou novamente com várias colaborações de produtores renomados, incluindo The Smeezingtons, Mark Ronson, Jeff Bhasker, Emile Haynie e Supa Dups. Cada produtor trouxe sua própria visão e estilo, resultando em uma coleção de músicas que, embora sejam diversas, ainda mantêm uma coesão sonora. A produção é sofisticada, com arranjos ricos e detalhados, que se combinam bem com a mistura eclética de estilos, que vão do Pop e R&B ao Rock e Disco. Mais uma vez, o repertório é excelente, com muitas músicas boas, como Young Girls, Gorilla, a balada Moonshine e Money Make Her Smile, que trazem um nível de coesão. Fora, é claro, os ótimos hits como Locked Out of Heaven, que realmente lembra The Police, Treasure, uma incrível canção retrô funkeada dos anos 70, e a emocional balada When I Was Your Man. Também há outra canção sensacional, Show Me, que é um Reggae fantástico. No final das contas, esse álbum é muito bom e bastante detalhado.

24K Magic – Bruno Mars 





















NOTA: 8/10


Depois de quatro anos, o Bruno Mars lançou seu terceiro álbum, o 24K Magic, que até agora é o último lançado por ele. Após Unorthodox Jukebox, o cantor começou a trabalhar neste disco, buscando criar algo que fosse uma celebração, um álbum que transmitisse alegria e festa. Inspirado por influências dos anos 90, Mars procurou capturar a essência do R&B daquela época, além de resgatar tendências que o faziam lembrar de sua infância. A produção contou mais uma vez com o trio de produtores do qual o cantor faz parte, além de outros produtores notáveis, como The Stereotypes, Emile Haynie e Jeff Bhasker. Todo o trabalho foi muito bem feito, com uma busca por sonoridades retro-futurísticas, uso abundante de sintetizadores, linhas de baixo Funk e influências do R&B e do New Jack Swing. O repertório é mais uma vez excelente, com muitas faixas bacanas como a animada Chunky e o hit That’s What I Like. Além disso, há outros sucessos como a sensacional faixa-título, Perm e Finesse, que são ótimas homenagens ao Funk clássico e ao New Jack Swing. Apesar de ter canções bem fracas que são Straight Up & Down e Calling All My Lovelies, elas não diminuem a imersão das outras faixas. No geral, é mais um trabalho muito bom do Bruno Mars e esperamos que seu próximo disco seja icônico.

Nós Vamos Invadir Sua Praia – Ultraje a Rigor 





















NOTA: 10/10


Indo agora para 1985, é lançado um dos melhores discos de estreia do Rock nacional, o sensacional Nós Vamos Invadir Sua Praia do Ultraje a Rigor. A banda começou inicialmente como uma banda de covers, fazendo pequenos shows em bares. A banda teve vários nomes até que, em 1982, decidiram que o nome seria Ultraje a Rigor, um trocadilho com a expressão “traje a rigor”. Após mudarem de formação, eles fizeram dois compactos até serem contratados pela gravadora WEA, que na época estava contratando várias bandas para seu catálogo, como Ira! e Titãs. A produção ficou a cargo de Pena Schmidt e Liminha, dois produtores renomados da cena musical brasileira. O álbum foi gravado no Estúdio Nas Nuvens, no Rio de Janeiro, e apresenta uma sonoridade crua e direta, com uma mistura de Rock, Punk e Ska. As letras simples e acessíveis, combinadas com melodias cativantes, ajudaram a criar um som característico que se tornaria a marca registrada da banda. O repertório é simplesmente espetacular, fazendo com que o álbum pareça uma coletânea, todas as canções são incríveis, como a faixa-título, Rebelde Sem Causa, Ciúme, a crítica atualíssima Inútil e as hilárias Mim Quer Tocar, Marylou e Zoraide, sem contar que tem até uma canção de autoestima a Eu Me Amo. Não é à toa que todas essas canções se tornaram hits de imediato. No final das contas, esse disco é um verdadeiro clássico do nosso querido Rock nacional.

Sexo!! – Ultraje a Rigor  





















NOTA: 8,7/10


Após o sucesso estrondoso de seu álbum de estreia, o Ultraje a Rigor retornou com seu 2º álbum, intitulado Sexo!! (bem direto, não é?). Após o Nós Vamos Invadir Sua Praia, que os colocou nas rádios e na TV, o Ultraje se estabeleceu como uma das bandas mais populares do cenário do Rock brasileiro. Com uma abordagem humorística e crítica, a banda conquistou uma base de fãs sólida e se tornou conhecida por suas letras bem-humoradas, que se conectavam perfeitamente com a geração de jovens da época. Nesse trabalho, a banda continuou a explorar temas do cotidiano, mantendo sua marca de sarcasmo. A produção ficou a cargo de Liminha, que havia trabalhado com eles no disco anterior. Este álbum apresenta uma produção mais madura, com uma sonoridade mais pesada e muitas influências de hard rock e heavy metal, mas mantendo aquele Rock tradicional. Durante as gravações, houve uma mudança de guitarrista: Sérgio Serra entrou para a banda no lugar de Carlo Bartolini, o Carlinhos, que estava incomodado e queria se mudar logo para Los Angeles. O repertório, embora não seja tão sensacional quanto o do álbum anterior, é muito bom e contém muitas canções interessantes, como as descontraídas Eu Gosto de Mulher, Terceiro e Prisioneiro (esta última um pouco mais séria, mas com um toque de humor). Outras ótimas canções incluem A Festa, Pelado e a própria faixa-título. No fim, é um disco que, apesar de não ter tido o mesmo sucesso do antecessor, é muito bom.

Crescendo – Ultraje a Rigor 





















NOTA: 7,7/10


Dois anos depois, o Ultraje retorna com mais um álbum, intitulado Crescendo, que já no título sugeria uma mudança. Depois do disco anterior, a banda ainda estava com uma popularidade muito alta, mas então surgiram polêmicas, sendo a mais controversa durante a turnê do último álbum, em que Roger foi acusado de ter abusado sexualmente de uma garota menor de idade, isso aconteceu durante a apresentação em Chapecó. Esse caso foi parar na justiça, mas no final ele acabou sendo inocentado, o que pesou muito na reputação da banda. Além de que, a exaustão de todos os integrantes gerou uma série de brigas, mas, apesar disso, podemos concordar que eles estavam mais amadurecidos. Este novo trabalho foi produzido pela banda, com uma grande colaboração dos produtores Paulo Junqueira e do Liminha. A sonoridade é mais crua e direta, com grandes influências do Punk Rock e um lado mais eletrônico em determinados momentos. O repertório é interessante, incluindo uma gama de interlúdios que são ou instrumentais ou algo mais bobinho, como A Constituinte, que é basicamente um cover de Atirei o Pau no Gato. Agora as canções são muito boas, como Coragem, Ricota, a segunda versão da faixa-título que tem o título alternativo de A Missão (Santa Inocência), e as polêmicas Filha da Puta, que foi feita para testar o fim da censura federal, e também Volta Comigo e Chiclete, que abordavam abertamente o adultério. No fim, apesar de ser um bom disco, ele demonstrou um declínio iminente da banda.
 

             Então é isso e flw!!!

O Legado de Ozzy: Dois Meses de Saudade e Eternidade

Mesmo após sua partida, a influência do Ozzy permanece viva no rock e na cultura.  Foto: Ross Halfin Pois é, meus amigos, hoje faz 2 meses q...