quinta-feira, 16 de janeiro de 2025

Analisando Discografias - Yes: Parte 2

                 

Tales From Topographic Oceans – Yes





















NOTA: 9,2/10


No final do ano de 1973, o Yes lança, de forma inesperada, seu 6º álbum de estúdio, o Tales From Topographic Oceans. Após o Close to the Edge, o Yes estava em uma fase de intensa experimentação, que fez Bill Bruford sair e entrar Alan White. A ideia desse trabalho surgiu de uma conversa entre Anderson e Howe sobre o livro Autobiografia de um Iogue, de Paramahansa Yogananda. O conceito foi inspirado em passagens que mencionavam quatro escrituras do hinduísmo (os shastras), representando quatro aspectos do conhecimento e da consciência espiritual, uma abordagem mística e filosófica. A produção manteve o padrão característico da banda, marcada por camadas densas de teclados, harmonias vocais etéreas e passagens instrumentais intricadas, com uma abordagem sinfônica e experimental. O repertório é muito bom, composto por quatro faixas conceituais que ultrapassam os 10 minutos. Enfim, é um ótimo disco, extremamente experimental. 

Melhores Faixas: The Revealing Science Of God - Dance Of The Dawn, Ritual - Nous Sommes Du Soleil 
Vale a Pena Ouvir: The Remembering - High The Memory, The Ancient - Giants Under The Sun

Relayer – Yes





















NOTA: 9/10


Outro ano se passa, e chega o Relayer, mais um álbum do Yes, mergulhando em outras influências. Após o Tales from Topographic Oceans, a banda passou por mudanças. Rick Wakeman deixou a banda, frustrado com a direção conceitual excessivamente complexa do álbum anterior. Em busca de um novo tecladista, a banda recrutou Patrick Moraz, um músico suíço que havia se destacado com o Refugee, trazendo uma abordagem mais experimental e influências de Jazz fusion. Gravado no outono de 1974, na casa de Jon Anderson, conhecida como Bryn Brith, o álbum foi produzido pela banda junto com Eddie Offord, seu colaborador habitual. A escolha de gravar em uma residência foi para criar um ambiente mais imersivo e experimental, o que possibilitou longas sessões de improvisação e exploração sonora. O repertório contém três faixas: uma suíte e duas canções padrão, todas muito boas. Em suma, é um trabalho bem interessante e que chega a ser até envolvente. 

Melhores Faixas: The Gates Of Delirium (principalmente na parte da Soon) 
Vale a Pena Ouvir: To Be Over, Sound Chaser

Going For The One – Yes





















NOTA: 9,2/10


Se passam três anos, e o Yes lança o Going for the One, que retomava aquela pegada mais orquestrada. Após o experimentalismo complexo do Relayer, Patrick Moraz deixou a banda em 1976, e Rick Wakeman retornou ao grupo após um período de sucesso em sua carreira solo. Wakeman havia deixado a banda anteriormente, insatisfeito com a abordagem conceitual excessiva de Tales from Topographic Oceans, mas o material mais direto e melódico desse novo trabalho o atraiu de volta. O álbum foi autoproduzido pela banda, marcando um afastamento da longa colaboração com Eddie Offord. A produção se destaca pela clareza e pelo equilíbrio entre os instrumentos, com uma abordagem mais orgânica e menos carregada de overdubs complexos. O repertório é muito bom, com canções que, além de complexas, têm um ótimo acompanhamento melódico. No fim, é um trabalho maravilhoso, que mostrou a banda com muita profundidade. 

Melhores Faixas: Turn Of The Century, Wonderous Stories 
Vale a Pena Ouvir: Parallels, Going For The One, Awaken

Tormato – Yes





















NOTA: 7/10


No ano seguinte, o Yes lança o controverso Tormato, que trazia a banda em uma pegada mais comercial. Após o Going for the One, o clima interno estava longe de ser harmonioso. O desgaste nas relações criativas entre os membros era evidente, especialmente entre Anderson e Wakeman, que divergiam sobre a direção musical. O título do álbum veio de um incidente curioso: a arte de capa, criada por Hipgnosis, era originalmente uma fotografia abstrata de um busto, mas não agradou à banda, levando Rick Wakeman a arremessar um tomate na imagem. A produção, conduzida pelo próprio Yes, sofreu com problemas técnicos e indecisões. Além de seguir uma sonoridade mais radiofônica e que fugia daquele experimentalismo, o novo pedal Mu-Tron usado por Chris Squire resultou em um timbre mais distorcido e metálico, só que abafou a mixagem. O repertório até que é interessante, apesar de ter algumas canções bem sem graça. No fim, é um disco bom, só que bastante confuso. 

Melhores Faixas: Release, Release, On The Silent Wings Of Freedom, Onward 
Vale a Pena Ouvir: Circus Of Heaven, Don't Kill The Whale

Drama – Yes





















NOTA: 9,1/10


Então chegam os anos 80, e o Yes lança Drama, seu 10º álbum de estúdio, que trouxe mudanças cruciais para a banda. Após o confuso Tormato, o clima interno da banda deteriorou-se significativamente. Jon Anderson e Rick Wakeman, descontentes com a direção musical e as tensões criativas, deixaram o grupo. Quando o restante dos integrantes se encontrou com Trevor Horn e Geoff Downes, do duo The Buggles (famosos pelo hit Video Killed the Radio Star), um novo fôlego surgiu. Horn assumiu os vocais e Downes os teclados, trazendo influências de New Wave e Synth-pop. Produzido pela banda com a ajuda de Hugh Padgham, o álbum apresentou um som mais moderno e limpo em comparação a Tormato, com uma abordagem mais direta, focando em uma sonoridade poderosa e acessível. O repertório é muito bom, com canções mais dinâmicas e um ótimo detalhamento. Enfim, esse disco é excelente e envelheceu bem com o passar dos anos. 

Melhores Faixas: Into The Lens, Does It Really Happen? 
Vale a Pena Ouvir: Machine Messiah

90125 – Yes





















NOTA: 9/10


Depois de um sumiço, o Yes retorna com o famoso 90125 (disco que todo mundo pronuncia errado, pois é noventa mil cento e vinte e cinco, não noventa cento e vinte e cinco). Após o Drama e a subsequente dissolução da banda, Chris Squire e Alan White formaram um projeto chamado Cinema com o guitarrista sul-africano Trevor Rabin. Então, o tecladista original do Yes, Tony Kaye, retornou, e quando Jon Anderson acabou entrando, Phil Carson, da Atlantic, pediu que o nome Yes fosse revivido. A produção, feita por Trevor Horn, agora um produtor de renome, aplicou técnicas modernas de estúdio, focando em texturas digitais, sampling e camadas vocais processadas. O uso de tecnologias como o Fairlight CMI e o Synclavier ajudou a moldar um som limpo e futurista, além das influências da New Wave e do Pop progressivo. O repertório é muito bom, cheio de canções interessantes e diversificadas. No fim, é um ótimo disco que fez a banda ficar superconhecida. 

Melhores Faixas: Owner Of A Lonely Heart, Changes, Leave It, It Can Happen 
Vale a Pena Ouvir: City Of Love, Hearts

Big Generator – Yes





















NOTA: 8,6/10


Então, três anos se passam e a banda lança o Big Generator, que ainda seguia aquela abordagem mais comercial. Após o 90125, o Yes estava em um novo auge comercial, tendo encontrado uma fórmula mais acessível e radiofônica, distante do progressivo clássico dos anos 70. Porém, Jon Anderson sentia que a banda havia perdido sua essência progressiva e queria retornar ao estilo que faziam anteriormente. Já Trevor Rabin e Chris Squire preferiam manter a abordagem mais direta e orientada ao mercado. A produção foi totalmente conturbada, com Trevor Rabin assumindo o controle após a saída parcial de Trevor Horn, buscando uma abordagem ainda mais voltada ao Hard Rock e ao Pop progressivo, com arranjos densos e uma abordagem altamente tecnológica, o que acabou funcionando. O repertório é bem interessante, trazendo canções mais envolventes e com certa dose de experimentação. Em suma, é um trabalho legal, mas que se tornou subestimado. 

Melhores Faixas: Love Will Find A Way, Shoot High Aim Low 
Vale a Pena Ouvir: I'm Running, Big Generator

Analisando Discografias - Belladonna

                  Belladona – Belladonna NOTA: 7/10 Em 1995, Joey Belladonna lançou seu 1º trabalho solo, autointitulado, que seguiu uma out...