sábado, 30 de novembro de 2024

Analisando Discografias - MF DOOM: Parte 1

                  

Operation: Doomsday – MF DOOM





















NOTA: 10/10


Há 25 anos, MF DOOM lançava seu álbum de estreia, o clássico e atemporal Operation: Doomsday. O rapper, que anteriormente fazia parte do grupo KMD junto com seu irmão DJ Subroc, viu sua vida mudar drasticamente após a morte do irmão, atropelado por um motorista. Após esse evento trágico, DOOM ressurgiu na cena underground, reinventado como o enigmático vilão mascarado. O trabalho foi inteiramente produzido por ele, destacando sua habilidade singular de transformar samples obscuros em faixas atmosféricas e vibrantes. Ele utilizou elementos de Soul, Jazz e trilhas sonoras vintage, empregando técnicas como a manipulação da velocidade dos samples para criar uma sonoridade que misturava nostalgia e inovação. O repertório é fantástico, com músicas impecáveis, onde até os interlúdios são incríveis. No fim, é um baita disco e certamente um dos mais experimentais da história do Rap. 

Melhores Faixas: Doomsday, Go With the Flow, Rhymes Like Dimes, Gas Drawls, Hey!, Red and Gold 
Vale a Pena Ouvir: The Mic, The Finest, Who You Think I Am?, Doom, Are You Awake? (Skit)

Take Me To Your Leader – King Geedorah (MF DOOM) 





















NOTA: 8/10


Depois de um tempo, MF DOOM lança seu 2º álbum sob o pseudônimo de King Geedorah, intitulado Take Me to Your Leader. Após o Operation: Doomsday, DOOM continuou a trabalhar e produzir, lançando principalmente álbuns instrumentais sob o nome Metal Fingers. Este novo trabalho, com nome inspirado no monstro de três cabeças da franquia Godzilla, se destaca por sua narrativa conceitual centrada em temas de ficção científica e crítica social. A produção, feita por ele mesmo, mais uma vez utiliza samples intricados, instrumentos como saxofone e piano, e arranjos que criam uma atmosfera densa e envolvente. Além disso, utiliza samples de diálogos de filmes e programas de TV, reforçando o tema sci-fi do álbum, sem se limitar apenas a elementos de Jazz, Soul, Lo-fi e afins. O repertório é muito bom, com canções magníficas e todas com boa harmonia. Em suma, é um ótimo disco, no qual ele conseguiu aprofundar seu experimentalismo. 

Melhores Faixas: Fazers, Anti-Matter, Next Levels, Fastlane, I Wonder 
Vale a Pena Ouvir: Monster Zero, Krazy World, Lockjaw

Vaudeville Villain – Viktor Vaughn (MF Doom) 





















NOTA: 8,7/10


Dois meses depois, ele lança mais um disco, o Vaudeville Villain, sob o nome de Viktor Vaughn (ou seja, ele é cheio dos vulgos). Após o Take Me to Your Leader, este novo trabalho, que usa um alter ego que representa uma versão mais jovem e impetuosa do DOOM, explora narrativas de rua e uma abordagem lírica mais livre e ácida. Diferente de suas outras obras, este álbum foi produzido inteiramente por outros artistas, incluindo King Honey, Max Bill, Heat Sensor e RJD2, oferecendo uma nova dimensão às suas habilidades líricas. A produção foi totalmente ousada, com beats carregados de elementos eletrônicos, muitas vezes desconexos, criando uma atmosfera sombria e frenética. O repertório é muito interessante, com canções bem cadenciadas que trazem uma vibe meio futurista. No final de tudo, é um trabalho muito legal, apesar de não ser muito lembrado pelos fãs. 

Melhores Faixas: Vaudeville Villain, Lickupon, A Dead Mouse, Can I Watch?, Saliva, Mr. Clean
Vale a Pena Ouvir: A Modern Day Mugging, The Drop, Raedawn, G.M.C.


      Bom é isso, então flw!!! 

Analisando Discografias - Filipe Ret: Parte 4

                  

LUME – Filipe Ret





















NOTA: 5,3/10


No ano seguinte, Ret lança a continuação dessa nova trilogia, o LUME, seu 5º álbum de estúdio. Após o Imaterial, o rapper começou a se aprofundar ainda mais no Trap, mas, em comparação com seu antecessor, ele seguiu um caminho mais comercial. Inspirado pelo conceito de luz interior, o álbum reflete a busca do artista por autodescoberta e espiritualidade, enquanto conecta a realidade das quebradas ao universo do Rap carioca. A produção contou praticamente com os mesmos nomes, mas eles decidiram mesclar várias vertentes, desde Trap Funk até Drill. Outro destaque é que este foi o primeiro trabalho lançado sob o selo Nadamal, gravadora fundada pelo próprio Ret. Em relação ao repertório, há algumas músicas legais, mas a maioria soa genérica. Quanto às participações, algumas são boas, como MC Cabelinho, Kayuá e Caio Luccas, mas outras são ruins ou péssimas, como no caso de Anitta. Enfim, este trabalho é fraquíssimo e totalmente irregular. 

Melhores Faixas: Good Vibe, A Meu Favor, Konteiner, Melhor Agora, 7 Meiota 
Piores Faixas: Trem Bala, Todo Poder, Tudo Nosso

NUME – Filipe Ret 





















NOTA: 9,2/10


E aí chegamos ao último álbum lançado até o momento por Filipe Ret, o NUME, que encerra a trilogia iniciada com Imaterial. Após o fraquíssimo LUME, este novo projeto reflete um momento de maturidade artística e pessoal, explorando temas filosóficos e espirituais, enquanto equilibra o sagrado e o profano. O conceito do álbum é evidente desde o título, que significa "Força Divina", até a capa, fotografada pelo seu filho de sete anos. A produção ficou a cargo de três beatmakers representativos das diferentes fases de sua carreira: MãoLee, colaborador de longa data; Dallass, um nome mais recente; e Marquinho no Beat, que também contribuiu nas composições. A sonoridade transita do Boom Bap ao Trap, sempre com uma pegada bem melódica. O repertório é maravilhoso, com canções profundamente reflexivas e, claro, tem um pouco de lifestyle. No final, é um baita disco que encerra a trilogia de forma digna. 

Melhores Faixas: Acima De Mim Só Deus, Vida Eterna, Da Onde Eu Venho, Tua Fé 
Vale a Pena Ouvir: Suor e Lágrima, Lenda, Emoções
  

sexta-feira, 29 de novembro de 2024

Analisando Discografias - Filipe Ret: Parte 3

                    

Imaterial – Filipe Ret





















NOTA: 9,6/10


Em 2021, Filipe Ret lança Imaterial, que inicialmente foi um EP, mas acabou se tornando um álbum completo. Após o Audaz, que marcou o início da tentativa do Ret de migrar para o Trap, ele saiu da gravadora Tudubom e encerrou a parceria com Mãolee. A partir daí, iniciou uma fase mais experimental, buscando combinar seu estilo lírico característico com elementos desse subgênero, além de uma estética audiovisual rica. A produção, como sempre, foi diversificada, contando com nomes como Dallass, Pedro Lotto e Nagalli, que criaram beats que transitam entre o Trap melódico e o mais agressivo, resultando em um equilíbrio sonoro. O repertório é simplesmente fantástico, com canções muito legais e com belíssimos arranjos, além das ótimas feats do L7nnon e Marcelo Falcão, do Rappa. No final, é um trabalho maravilhoso, embora tenha causado críticas de alguns fãs mais antigos, que passaram a chamá-lo de "vendido". 

Melhores Faixas: War, F* F* M* 
Vale a Pena Ouvir: Corte Americano, Não Desista Agora

                                              Então é isso, um abraço e flw!!!      

quinta-feira, 28 de novembro de 2024

Analisando Discografias - Filipe Ret: Parte 2

                  

Revel – Filipe Ret





















NOTA: 9,8/10


O tempo se passa, e o Ret lança seu 2º álbum, o Revel, que se tornou a continuação de uma trilogia. Após o sucesso do Vivaz, o rapper ganhou muita relevância, realizando diversos shows. Logo depois, esse novo trabalho chegou com a expectativa de manter a qualidade e explorar novas sonoridades, além de abordar temas como espiritualidade e relacionamentos em um formato acessível, mas ainda seguindo a fórmula dos dois primeiros projetos. A produção foi novamente diversificada, contando com praticamente os mesmos nomes e alguns novos, como Tropkillaz. Todos trouxeram beats mais melódicos e linhas vocais marcantes, mantendo uma abordagem reflexiva. Apesar de seguir o Boom Bap, esse trabalho é bem mais melódico que seu antecessor. O repertório é novamente espetacular, cheio de canções sensacionais que se diferenciam entre reflexivas e até love songs. Enfim, é um trabalho incrível, sendo uma ótima continuação. 

Melhores Faixas: Isso Que É Vida, Chefe do Crime Perfeito, Só Pra Lembrar Você, Invicto
Vale a Pena Ouvir: Taças Pro Ar, Livre & Triste, Glória Pra Nós

Audaz – Filipe Ret 





















NOTA: 9,2/10


Mais um intervalo de três anos se passa, e o Ret lança Audaz, a finalização da trilogia. Após o Revel, ele já era reconhecido no cenário do Rap nacional como uma figura poética e politizada. Apesar de não estar muito ativo naquele período do "ano lírico", ele começou a perceber que uma revolução no cenário estava por vir. A produção manteve-se diversificada e, além de ser lançada pelo selo da Tudubom, contou também com a Som Livre. Entre os beatmakers estavam nomes como MãoLee e o Dallass, que começou a formar uma parceria com Ret. Além disso, o rapper esteve muito presente na produção, que trouxe uma sonoridade marcada pelo Trap, que começava a se tornar tendência graças à Recayd Mob, mas ainda apresentava influências de Boom Bap. O repertório é muito bom, com canções afiadíssimas e uma presença um pouco maior de love songs. No fim, é um baita álbum, embora tenha sido completamente subestimado. 

Melhores Faixas: Faça Você Mesmo, Vivendo Avançado, Louco Pra Voltar, A Libertina 
Vale a Pena Ouvir: Santo Forte, Aquele Menino, Gonê
  

                                                   Então um abraço e flw!!!      

quarta-feira, 27 de novembro de 2024

Analisando Discografias - Filipe Ret: Parte 1

                    

Vivaz – Filipe Ret





















NOTA: 10/10


Três anos se passaram, e Filipe Ret lança o clássico e atemporal disco de estreia, Vivaz. Após seu 1º trabalho em formato mixtape, Numa Margem Distante, o rapper passou por uma fase de amadurecimento artístico, consolidando sua presença na cena do Rap nacional, apesar do pouco sucesso devido à limitada divulgação. Este álbum reflete as influências do estilo de vida urbano e da realidade do Rio de Janeiro, abordando temas como introspecção, crítica social e hedonismo. A produção foi bem diversificada, com IbraBeats, Daniel Shadow e, claro, Mãolee, que mais uma vez marcou presença. Eles trouxeram uma sonoridade melódica e muito contemporânea, com beats totalmente marcantes, afinal, isso aqui é Boom Bap do puro, em uma pegada bem consciente. O repertório é sensacional, parecendo uma coletânea, pois só há canções espetaculares. No fim, é um disco sensacional e um clássico do Rap nacional. 

Melhores Faixas: Reús, Neurótico de Guerra, Dutumob, Libertários Não Morrem 
Vale a Pena Ouvir: Nova Sorte, Estilo Livre, Os Deus Me Chamam

                                              Então é isso, um abraço e flw!!!     

terça-feira, 26 de novembro de 2024

Analisando Discografias - Flávio Venturini: Parte 4

                  

Paraíso – Flávio Venturini e Neto Belloto





















NOTA: 2,2/10


Seis anos depois, Flávio lança seu primeiro álbum colaborativo com Neto Bellotto, intitulado Paraíso. Após o Venturini, o cantor continuou com uma agenda lotada de shows e, sem material novo no momento, decidiu convidar o grupo instrumental DoContra, que traz uma abordagem orquestral e contemporânea às composições. Com Neto Bellotto como diretor artístico, optou por dar uma roupagem semelhante à era progressiva em que esteve envolvido no passado. A produção buscou criar a sensação de uma performance ao vivo, com arranjos sofisticados e execução instrumental refinada. Embora a abordagem híbrida seja interessante, com o tempo as harmonias, por mais agradáveis que sejam, acabam se tornando muito repetitivas. O repertório, composto basicamente por músicas antigas, é pouco atrativo. Apesar de ser um trabalho experimental, o resultado final é bastante decepcionante. 

Melhores Faixas: Céu de Santo Amaro, Noites Com Sol 
Piores Faixas: Nascente, Espanhola, Mais uma Vez, Belo Horizonte

Paisagens Sonoras, Vol. 1 – Flávio Venturini 





















NOTA: 3/10


No ano seguinte, Flávio Venturini lança seu último álbum até o momento, Paisagens Sonoras, Vol. 1. Após o trabalho colaborativo com o grupo musical DoContra, Venturini criou um projeto que une o lirismo de sua carreira solo ao frescor das parcerias. Dessa vez, ele apresentou material inédito, trazendo o conceito de explorar atmosferas musicais contemplativas, com forte influência da música mineira. A produção foi meticulosa, priorizando texturas sonoras que evocam ambientes cinematográficos, com arranjos detalhados que permitiram uma instrumentação mais envolvente. Apesar de ser uma fórmula interessante, ela não funciona em várias faixas mais experimentais, que acabam se distanciando de uma abordagem mais próxima da MPB. O repertório tem algumas músicas boas, mas se perde em canções totalmente inexpressivas. No final de tudo, é um trabalho novamente muito fraco e, desde então, Venturini não lançou mais nada novo. 

Melhores Faixas: Girassol, Em Cima do Tempo, Viver a Vida, Mantra de São João 
Piores Faixas: Vi no Teu Olhar, O Céu de Quem Ama, O Que É Normal
  

               Então um abraço e flw!!!     

segunda-feira, 25 de novembro de 2024

Analisando Discografias - Flávio Venturini: Parte 3

                    

Venturini – Flávio Venturini





















NOTA: 8,2/10


Anos depois, em 2013, Flávio Venturini lançou mais um álbum novo, o quase autointitulado Venturini. Após o chatíssimo álbum ao vivo Não Se Apague Esta Noite, Flávio atravessava um período de reflexões artísticas, marcado por apresentações internacionais e colaborações com artistas de renome. Decidiu, então, aprimorar ainda mais sua qualidade como compositor, ao mesmo tempo em que buscava novos horizontes. A produção, que contou com Torcuato Mariano, Keco Brandão e André Mehmari, trouxe uma textura equilibrada de MPB, aliada a uma modernidade que explora timbres e texturas mais atuais, incorporando influências de Jazz, Soft Rock e Country, tudo muito bem encaixado. O resultado reflete em um repertório muito interessante, com canções muito boas, especialmente devido aos seus ritmos. No fim, é um belo disco que mostrou que Flávio Venturini conseguiu corrigir os erros de seus trabalhos anteriores. 

Melhores Faixas: Um Dia de Verão, Me Leva, Leãozinho 
Vale a Pena Ouvir: Saiba, Sol Interior, Enquanto Você Não Vem, Até Outro Dia

                                                         Então é isso e flw!!!    

domingo, 24 de novembro de 2024

Analisando Discografias - Flávio Venturini: Parte 2

                 

O Trem Azul – Flávio Venturini





















NOTA: 3,2/10


Mais um tempo se passa, e Flávio Venturini lança mais um disco, O Trem Azul, com uma pegada mais introspectiva. Após o Beija-Flor, Flávio decidiu tentar mesclar o lirismo da MPB com elementos mais voltados para o R&B, em um período de consolidação de sua identidade artística. Além disso, ele buscava resgatar alguns elementos progressivos dos tempos de 14 Bis e O Terço. A produção foi conduzida pela dupla Christiaan Oyens e Marcelo Mariano, que tornaram os arranjos mais detalhados e a instrumentação mais sofisticada, com participações de músicos consagrados e elementos que realçam o tom poético e introspectivo de Venturini. Apesar disso, o resultado alcançou uma sonoridade que chega a ser exaustiva e carece de bons elementos rítmicos. O repertório é fraquíssimo, com poucas canções interessantes. Assim, trata-se de um trabalho muito ruim, que parece não ter alma. 

Melhores Faixas: Paisagem Da Janela, Tão Seu, Cais, Criaturas Da Noite 
Piores Faixas: Planeta Sonho, Amor De Índio, O Trem Azul, Travessia

Porque Não Tínhamos Bicicleta – Flávio Venturini 





















NOTA: 5,9/10

Um tempo se passa, e, em 2003, Flávio Venturini lança Porque Não Tínhamos Bicicleta, seu 7º álbum de estúdio. Após o fraquíssimo O Trem Azul, esse novo trabalho tenta mesclar elementos da MPB com o Pop Rock que estava em alta na época, principalmente por conta de bandas como Capital Inicial e Jota Quest. Flávio decidiu explorar temas introspectivos e melancólicos, característicos daquele período. A produção ficou novamente a cargo de Torcuato Mariano, colaborador de longa data de Venturini, trazendo uma sonoridade que destaca piano, cordas e sopros, tudo para reforçar o conceito de um álbum temático. Contudo, o resultado é arrastado, com melodias que não se conectam bem com as letras. O repertório apresenta algumas canções interessantes, como a que conta com a participação do Caetano Veloso, mas, logo depois, é seguido por várias faixas genéricas. No fim, apesar de ser melhor que seu antecessor, não deixa de ser um trabalho bastante irregular. 

Melhores Faixas: Máquina do Tempo, Céu de Santo Amaro, Onde o Vento faz Morada, Minha Estrela, Pra lembrar de nós 
Piores Faixas: O Melhor do Amor, Trator, Sob o Sol do Rico

Luz Viva – Flávio Venturini 





















NOTA: 7/10


Três anos depois, Flávio Venturini lança mais um álbum ou coletânea, intitulado Luz Viva (confuso, né?). Após o Porque Não Tínhamos Bicicleta, Venturini decidiu dar uma pequena pausa em suas composições e lançar um trabalho que seria um compilado, reunindo suas faixas de maior sucesso. A produção é diversificada, com nomes como Torcuato Mariano e Mayrton Bahia, e arranjos sofisticados que mesclam instrumentos acústicos e eletrônicos. O que poderia ter acontecido é que Flávio regravasse todas as músicas, mas ele optou por compilar as versões originais e incluir duas faixas inéditas. O repertório ficou bem ordenado, mas as canções inéditas são desiguais: uma é interessante, enquanto a outra é sem graça. No final de tudo, apesar de ser uma coletânea bem-feita, sua produção pareceu desnecessária, a ponto de não ter recebido muita divulgação. 

Melhores Faixas: Noites Com Sol, Céu de Santo Amaro, Emmanuel, Aquela Estrela (faixa inédita) 
Piores Faixas: Música, Ser Tudo O Que Eu Quis (faixa inédita)

Canção Sem Fim – Flávio Venturini





















NOTA: 4/10


No ano seguinte, Flávio Venturini lança mais um álbum de estúdio, o Canção Sem Fim, que não traz muitas mudanças. Após o Luz Viva, Flávio continuou focado em shows, até que finalmente decidiu voltar a compor e apresentar um material inédito que combinasse com seu estilo, transitando entre a música popular e arranjos sofisticados. A produção, conduzida pelo mesmo produtor de sempre, tentou ser o mais detalhista possível, destacando as linhas vocais de Venturini e o uso de arranjos instrumentais um tanto pasteurizados. Infelizmente, isso resultou em mais do mesmo, semelhante aos trabalhos anteriores. O repertório é fraco, com pouquíssimas canções interessantes, enquanto a maioria soa genérica. No fim, é um trabalho extremamente monótono, evidenciando uma grande decadência na carreira. 

Melhores Faixas: Amor Pra Sempre, Retiro da Pedra, Flores de Abril, Belo Horizonte 
Piores Faixas: Aqui no Rio, Melhores Dias de um Verão, Fênix, Canção Sem Fim

Não Se Apague Esta Noite – Flávio Venturini 





















NOTA: 2/10


Indo para 2009, Flávio Venturini lança Não Se Apague Esta Noite, um álbum ao vivo que mais parecia de estúdio. Após o Canção Sem Fim, Flávio decidiu que esse novo trabalho fosse ao vivo, apresentando uma visão intimista, com temáticas que exploram o amor, a efemeridade da vida e a contemplação. Gravado em Belo Horizonte, São Paulo e Paris, com produção de Fabiane Costa e Chico Neves, o disco valoriza texturas sonoras que vão desde arranjos acústicos até orquestrações sutis. De certo modo, tudo foi muito bem gravado, mas alguns arranjos novos ficaram completamente fora de contexto. O repertório, embora traga algumas canções já conhecidas e participações especiais decentes, como as de Cláudio Venturini e Mart'nália, também inclui outras ridículas, como a de Luiza Possi. No geral, mesmo considerando as faixas inéditas, tudo aqui é péssimo. Em suma, é um disco muito ruim que, apesar da proposta, acaba sendo extremamente tedioso. 

Melhores Faixas: Romance, Pierrot 
Piores Faixas: Beija-Flor, Noites Com Sol, Não Se Apague Esta Noite, No Trem Do Amor
  

            Então é isso e flw!!!    

Uma lenda não reconhecida chamada Leonardo Irian

O rapper morava em São José dos Campos, no interior paulista, e sofria sofria com histórico familiar e quadro diagnosticado de esquizofrenia, e faleceu na quinta-feira (dia 14)


 Foto: Juliana Rosa/Prosa e Fotografia

Pois é, família, o Léo do Síntese faleceu. De forma totalmente inesperada, logo após ter recebido alta. É claro que muitas pessoas já sabiam que o estado dele não era nem um pouco favorável, mas, mesmo assim, a notícia de sua morte impactou não só os fãs, como também toda a comunidade do Rap nacional. Foi como se perdêssemos um primo muito querido. 

Digo isso porque, não só o Léo, mas também o Neto e o Síntese como um todo marcaram a vida de quem os acompanha há 12 anos. Toda essa tristeza de parecer que perdemos alguém próximo é muito real. No meu caso, parece que perdi um amigo que havia conhecido há menos de seis meses, principalmente porque muita coisa mudou quando ouvi, pela primeira vez, este álbum aqui:

Capa do primeiro álbum do Síntese: Sem Cortesia

Esse trabalho, lançado em 2012, eu escutei pela primeira vez há dois meses, enquanto fazia uma análise da discografia do projeto. Lembro que, ao terminar, minha cabeça estava a mil com tantas reflexões provocadas pelas letras e pelas batidas densas e sombrias. Foi uma experiência inacreditável ouvir o que esses dois amigos transmitiam, com uma lírica monumental que se manteve nos trabalhos seguintes, mesmo com o Léo já afastado do grupo. 

Para quem acompanhou a época, era evidente que o Léo era um cara alegre, que irradiava alto astral nas poucas apresentações em que participou. O que ele queria era mostrar seu som, e fazia isso de forma única: rimas fortes e uma sonoridade que se conectava perfeitamente com suas letras, algo realmente excepcional. 

Depois do lançamento desse disco, quem começava a acompanhar o Síntese não conseguia dizer que eles eram ruins. Pois começou a haver expectativa sobre o que viriam a produzir, e, no final, eles sempre surpreendiam, mesmo com o Neto seguindo sozinho. O som do Síntese era contagiante, profundo e te prendia totalmente.

Então, o que eu acho é que, já passados 10 dias de seu falecimento, hoje e nos próximos dias devemos prestar homenagem a Leonardo Irian, voltando a ouvir todos os trabalhos do Síntese e tudo em ordem cronológica, porque ouvindo dessa forma, você verá o quanto de esforço e luta esse projeto teve para chegar onde chegou, mesmo sem ele estar junto de seu parceiro.

Foto do Neto e do Léo em 2012, época do lançamento de Sem Cortesia.

Então, o que eu posso dizer é que acabou, e principalmente acabou o sofrimento dele de ter que passar por conta da esquizofrenia que o acompanhava há anos, por mais que não tenha sido o motivo da morte, já que não foi divulgado. Mas assim, o que acontece é que nós não estamos preparados para ouvir que seu ídolo havia morrido, principalmente ele, que, depois de muito tempo, voltou a gravar um disco, o Ambrosia, e a esperança era de ele estar presente, quem sabe, em um lançamento futuro, o que infelizmente não irá acontecer.

Espero que este texto sirva como homenagem e como um convite para quem nunca explorou a discografia do Síntese. Aproveitem e confiram. Mesmo sem o reconhecimento nacional que, por exemplo, os Racionais conquistaram, o trabalho deles é de impacto e mérito indiscutíveis. Eles impactaram profundamente a vida de muitos. Desejo que o espírito do Leonardo Irian esteja em paz e que seu legado permaneça eterno, como merece. Então, para finalizar, digo o seguinte: fiquem perto de quem vocês amam, porque a gente não sabe o dia de amanhã. Aproveitem hoje como se fosse o último.

  Então é isso, um grande abraço e flw!!!         

sábado, 23 de novembro de 2024

Analisando Discografias - Flávio Venturini: Parte 1

                 

Nascente – Flávio Venturini





















NOTA: 8,7/10


Em 1982, Flávio Venturini lançou seu 1º trabalho solo, o Nascente, embora naquela época ainda integrasse o 14 Bis. Após sua participação no Clube da Esquina e em O Terço, além de continuar como um integrante importante do 14 Bis, Venturini desejava que seu álbum de estreia apresentasse uma sonoridade rica, explorando elementos da MPB e da música Pop, com toques de sofisticação e sensibilidade. A produção, feita por Mayrton Bahia sob o selo EMI, conta com uma abordagem musical rica e envolvente, com arranjos delicados e atmosferas sonoras criadas por instrumentos acústicos, cordas e sintetizadores, frequentemente conduzidos por maestros como Wagner Tiso. O repertório é muito bom, com canções melódicas que são completamente excepcionais. Em suma, é um ótimo trabalho de estreia, que mostrava que Flávio Venturini tinha potencial para decolar ainda mais. 

Melhores Faixas: Qualquer Coisa A Haver Com O Paraíso, Princesa, Pensando Em Você, Espanhola 
Vale a Pena Ouvir: Fascinação, Nascente, Teu Olhar, Meus Olhos

O Andarilho – Flávio Venturini 





















NOTA: 9,1/10


Dois anos depois, Flávio Venturini lançou seu 2º disco, O Andarilho, que trazia alguns diferenciais em termos sonoros. Após o Nascente, Venturini continuou focado no 14 Bis (como já sabemos), mas não deixou de lado sua carreira solo. Assim, após uma viagem pelos Andes até Machu Picchu, essa experiência influenciou profundamente a atmosfera do disco, que reflete elementos da música andina e da rica tradição musical mineira. Produzido novamente por Mayrton Bahia, o álbum apresenta uma fusão de sonoridades que vai desde a MPB até influências andinas e progressivas, resultando em arranjos sofisticados que equilibram elementos acústicos e eletrônicos, mostrando que aqui tudo foi bem experimental. O repertório é muito interessante, com canções marcantes, incluindo participações especiais de Milton Nascimento, Lô Borges e até mesmo do próprio 14 Bis. No fim, é um ótimo disco, que envelheceu muito bem. 

Melhores Faixas: Tarde Demais, Anjo Bom, Caramelo, Emmanuel 
Vale a Pena Ouvir: Preciosa, No Trem Do Amor, Trilhas

Cidade Veloz – Flávio Venturini 





















NOTA: 8,3/10


Seis anos se passaram e, já na década de 1990, Flávio Venturini lançou o Cidade Veloz, um álbum bem mais reflexivo. Após O Andarilho, Flávio ainda seguia sua trajetória no 14 Bis, mas, após o sétimo álbum da banda, decidiu sair e dedicar-se integralmente à sua carreira solo, continuando a explorar a música brasileira em suas nuances mais líricas e melódicas, como evidenciado em seus trabalhos anteriores. A produção, realizada por Zé Nogueira e lançada sob o selo Som Livre, focou na valorização de arranjos sofisticados, com elementos de piano, sintetizadores e percussão brasileira. Essa riqueza sonora é um dos pontos altos do trabalho, evidenciando a experiência de Venturini tanto como compositor quanto como instrumentista. O repertório é muito bom, com canções que apresentam um alto nível de coesão sonora. Enfim, é um álbum muito interessante, apesar de não ser tão lembrado pelos fãs. 

Melhores Faixas: Viver por Viver, Pierrot, Casa Vazia 
Vale a Pena Ouvir: Um Violeiro, O Medo Não Cria

Noites Com Sol – Flávio Venturini





















NOTA: 9/10


Quatro anos depois, ele lançou Noites Com Sol, um trabalho muito mais comercial do que todos os anteriores. Após o Cidade Veloz, Flávio Venturini decidiu ampliar sua sonoridade Pop com a sofisticação da MPB, traços herdados de sua ligação com o movimento Clube da Esquina. Este projeto é uma síntese de seu talento melódico e poético, marcado pela parceria com letristas como Ronaldo Bastos, um de seus colaboradores frequentes. A produção, feita por Torcuato Mariano, foi cuidadosamente minuciosa, com Flávio assumindo parte dos arranjos, com uma instrumentação rica e equilibrada, destacando-se os teclados, cordas e elementos eletrônicos sutis que enriquecem a atmosfera das faixas. O repertório é maravilhoso, com canções que se dividem entre energéticas e mais suaves em seus ritmos. Enfim, é um belo trabalho, que trouxe mais relevância para ele. 

Melhores Faixas: Noites Com Sol, Calor, Clube da Esquina II, Navios 
Vale a Pena Ouvir: O Que Tem de Ser, Um Cupido Me Falou, Cabaret de Sereia

Beija Flor – Flávio Venturini 





















NOTA: 7,7/10


Pouco tempo depois, ele lançou seu 5º álbum de estúdio, o Beija-Flor, que não trouxe tantas mudanças. Após o Noites Com Sol, Flávio Venturini se estabeleceu como um dos mais respeitados compositores e intérpretes do Brasil. Novamente, ele decidiu explorar temas como amor, natureza e espiritualidade, tudo de uma forma mais melódica. A produção, conduzida novamente por Torcuato Mariano, trouxe arranjos mais delicados, realçando a suavidade da voz de Flávio Venturini, com uma instrumentação mais acústica, deixando de lado aquela experimentação presente em seus antecessores, e tentando se encaixar nas canções mais íntimas da MPB. O repertório é bem interessante, trazendo algumas canções bem legais e outras que são completamente inexpressivas. No final, é um disco bom, embora tenha seus defeitos. 

Melhores Faixas: Nós Dois Aqui, De Sombra e Sol, Flor 
Piores Faixas: Falso Blasé, Beija-Flor, Para Lennon e McCartney
  

É isso, então flw!!!   

Review: Eu Odeio o Dia Dos Namorados do Orochi

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