sexta-feira, 10 de janeiro de 2025

Analisando Discografias - Djavan: Parte 2

                 

Seduzir – Djavan





















NOTA: 9/10


No ano seguinte, Djavan retorna com mais um disco, o Seduzir, que trouxe algumas mudanças sonoras. Após o Alumbramento, o cantor continuava a ganhar bastante reconhecimento e, já entrando naquela época em que a música brasileira passava por um momento de transformação, decidiu apresentar uma fusão de estilos e temáticas exploradas anteriormente, agora refinadas e amadurecidas. A produção, feita pelo próprio Djavan em parceria com Mayrton Bahia, acabou se destacando pela sofisticação dos arranjos e pela qualidade dos músicos envolvidos, resultando em uma sonoridade que transita entre a música Pop, a MPB e influências do Jazz. O repertório, novamente, é muito bom, com canções que trazem aquele lado introspectivo, mas ao mesmo tempo reflexivo. No final de tudo, é um ótimo disco, que elevou ainda mais o seu sucesso. 

Melhores Faixas: Seduzir, A Ilha, Êxtase, Pedro Brasil 
Vale a Pena Ouvir: Faltando Um Pedaço, Luanda, Morena De Endoidecer

Luz – Djavan





















NOTA: 8,6/10


Então, em 1982, Djavan lança o aclamadíssimo Luz, que foi uma virada de chave em sua carreira. Após o Seduzir, o cantor recebeu um convite da gravadora CBS (futura Sony Music) para gravar um álbum nos Estados Unidos, visando expandir sua presença no mercado internacional. Essa oportunidade permitiu ao artista trabalhar com renomados músicos e produtores da cena norte-americana, enriquecendo sua abordagem musical. Sob a produção de Ronnie Foster, conhecido por seu trabalho na Soul music e no R&B, a gravação aconteceu em Los Angeles, com a participação de músicos de destaque, como o baixista Abraham Laboriel e também o genial Stevie Wonder, que faz um solo de gaita em uma das faixas. O repertório é muito bom, trazendo canções envolventes e, logicamente, algumas baladas, todas elas refinadíssimas. No fim, é um ótimo disco, mas não é exatamente um grande clássico da música brasileira. 

Melhores Faixas: Samurai (que tem a participação do Stevie Wonder), Sina, Capim, Pétala
Vale a Pena Ouvir: Luz, Banho De Rio

Lilás – Djavan





















NOTA: 3/10


Então, dois anos se passam e Djavan lança Lilás, seu 6º álbum de estúdio, que seguiu para um lado mais contemporâneo. Após o sucesso de Luz, o cantor continuou sua trajetória internacional, retornando a Los Angeles para gravar esse trabalho. Nesse período, a música Pop estava fortemente influenciada por recursos eletrônicos e sintetizadores, tendência que Djavan incorporou em seu novo projeto, buscando atualizar seu som. No entanto, ele acabou também sendo vítima da pasteurização. Produzido por Erich Bulling, especialista em sonoridades eletrônicas, o álbum refletiu o mergulho de Djavan nos recursos tecnológicos disponíveis na época. Além de manter a colaboração com alguns músicos de confiança, o disco trouxe muitas influências de Synth-pop, Jazz e Funk, ou seja, apenas para seguir tendências. O repertório é bem fraco, com pouquíssimas faixas interessantes, que não apresentam uma sonoridade plastificada. Enfim, é um trabalho bem ruim, que fez o cantor parecer genérico. 

Melhores Faixas: Infinito, Iris 
Piores Faixas: Esquinas, Canto Da Lira, Lilás, Miragem

Meu Lado – Djavan 





















NOTA: 3,4/10


Então, mais um tempo se passa, e Djavan lança o Meu Lado, um álbum que tentava resgatar um pouco de sua fase mais antiga. Após Lilás, que incorporou elementos Pop e eletrônicos, Djavan sentiu a necessidade de retornar a uma sonoridade mais acústica e introspectiva. Essa decisão foi, em parte, uma reação ao desgaste causado pela pasteurização massiva da gravadora CBS. A produção, feita pelo próprio cantor, mostrou uma redução de sonoridades sintéticas, colocando o violão em evidência e priorizando arranjos mais orgânicos. Ou seja, ele quis fazer um trabalho mais voltado para a MPB, mas com alguns elementos de Samba Soul e até mesmo Forró. Ainda assim, a sonoridade se manteve bem tediosa. O repertório é fraco, embora algumas canções apresentem climas interessantes, enquanto outras são apenas inexpressivas. Enfim, é outro trabalho ruim, que não resgatou muito bem suas raízes. 

Melhores Faixas: Topázio, Nkosi Sikelel' I-Afrika/So Basniya Ba Hlala Ekhaya 
Piores Faixas: Asa, Segredo, Beiral

Não É Azul Mas É Mar – Djavan





















NOTA: 5,8/10


Então, se passou mais um ano e o cantor lança o Não É Azul Mas É Mar, com ele tentando juntar tudo. Após o fracasso do Meu Lado, Djavan manteve sua conexão com o produtor Ronnie Foster, com quem já havia trabalhado anteriormente. Essa parceria visava explorar novas direções musicais, mantendo a essência poética e melódica característica de suas composições. Com a produção feita por Foster, além, é claro, dos próprios pitacos do cantor, eles decidiram fazer uma fusão de estilos e influências que enriqueceram o resultado final. A produção buscou equilibrar elementos acústicos e eletrônicos, criando arranjos sofisticados que complementam suas composições. Deixando tudo numa pegada mais Pop, só que, às vezes, tudo fica bem desequilibrado. O repertório é bem mediano, com várias canções genéricas e outras que são bem legais, principalmente por conta do ritmo. Em suma, é outro álbum fraco, mas pelo menos teve um pouco de evolução. 

Melhores Faixas: Maçã, Me Leve, Soweto 
Piores Faixas: Florir, Bouquet, Doidice

Bird Of Paradise – Djavan





















NOTA: 7/10


Então, no ano seguinte, visando o mercado internacional, Djavan lança o Bird of Paradise, que é basicamente o álbum anterior. O cantor já havia conquistado reconhecimento internacional, com artistas como Carmen McRae e The Manhattan Transfer gravando versões de suas músicas. A gravadora CBS, percebendo esse potencial, sugeriu que o cantor lançasse um álbum com canções em inglês para consolidar sua presença no mercado norte-americano. Ronnie Foster, novamente, produziu esse trabalho, garantindo uma sonoridade refinada e adequada ao público internacional. As versões em inglês foram cuidadosamente elaboradas para manter a essência das composições originais. O repertório em si é praticamente o mesmo do álbum anterior, só que com três faixas em inglês e, curiosamente, melhorou bastante. Enfim, graças a essas mudanças, esse álbum ficou muito bom, superando a versão lançada por aqui. 

Melhores Faixas: Apple (Maçã), Stephen's Kingdom, Bird Of Paradise, Miss Susanna 
Piores Faixas: Bouquet, Madness (Doidice)

           Bom então é isso e flw!!!   

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