sábado, 31 de maio de 2025

Review: Let’s Go Rodeo da Ana Castela

                     

Let’s Go Rodeo – Ana Castela





















NOTA: 1/10


(É cada uma que eu tenho que aguentar.) Recentemente, Ana Castela lançou seu 1º álbum de estúdio, o Let’s Go Rodeo. Após aquele álbum ao vivo Boiadeira Internacional, ela chegou a lançar outro, mas que não trouxe nada de expressivo. O que aconteceu de mais relevante, no máximo, foi a participação na porcaria do Poesia Acústica 16 e o término com o pavoroso Gustavo Mioto. No geral, ela queria que esse projeto buscasse consolidar sua identidade artística com um trabalho mais autoral e conceitual, de araque, certamente. A produção foi totalmente diversificada, contando com nomes como Diplo, Eduardo Godoy e afins. Basicamente, eles misturaram elementos tradicionais do Sertanejo universitário com influências do Country americano, incorporando instrumentos como violões de aço, banjos e percussões típicas do gênero, fora aquela porcaria do Agronejo, que aparece bastante. No geral, tudo é muito manjado e beira o insuportável. O repertório é péssimo, e não preciso dizer que as canções são ridículas. No final, é um álbum terrível e simplesmente infame. 

Melhores Faixas: (.............................) 
Piores Faixas: Saudade é Saudade, Pra Quem Você Ligou, Tropa do Chapelão, As Cowgirl

                                                         Então é isso e flw!!!   

Analisando Discografias - Jermaine Jackson: Parte 1

                 

Jermaine – Jermaine Jackson





















NOTA: 8,2/10


Voltando para 1972, foi lançado o 1º trabalho solo de Jermaine Jackson, intitulado apenas como Jermaine. Naquela fase de auge dos Jackson 5, a gravadora Motown decidiu lançar álbuns solo dele e de Michael. A estratégia fazia parte de um plano para maximizar a popularidade individual dos membros do grupo, diversificando os lançamentos e mantendo os fãs engajados. Jermaine, conhecido por seu timbre suave e seu papel de co-vocalista nos Jackson 5, foi escolhido para estrear como solista ao lado de seu irmão Michael (que lançaria Got to Be There no mesmo ano). A produção contou com Hal Davis, The Corporation, entre outros nomes ligados à gravadora. Basicamente, eles apostaram naquele Pop Soul típico da Motown, com arranjos orquestrados, grooves dançantes e baladas sentimentais. O repertório é bem legal, com canções interessantes e bem-humoradas. No final, é um disco de estreia bem interessante e que foi até melhor do que o do seu irmão. 

Melhores Faixas: I Let Love Pass Me By, Daddy’s Home 
Vale a Pena Ouvir: Live It Up, That's How Love Goes, I Only Have Eyes For You

My Name Is Jermaine – Jermaine Jackson





















NOTA: 8/10


Quatro anos se passaram até que Jermaine Jackson lançasse seu verdadeiro 2º álbum, o My Name Is Jermaine. Após seu trabalho de estreia, ele chegou a lançar no ano seguinte Come Into My Life, que não teve nada de especial. Só que, naquele período, seus outros irmãos deixaram a Motown e assinaram com a Epic Records, enquanto Jermaine permaneceu na gravadora. A principal razão era que ele havia se casado com Hazel Gordy, filha de Berry Gordy, fundador da gravadora. Sua permanência demonstrava um desejo de consolidar uma carreira solo mais estável, distinta da dos irmãos. Com produção conduzida por Hal Davis e Michael Lovesmith, a sonoridade reflete o que havia de mais moderno no Soul e no R&B: arranjos orquestrais exuberantes, uso de sintetizadores, linhas de baixo marcantes e uma estética sofisticada "quiet storm". O repertório é muito bom, e as canções ficaram mais suaves e profundas. Enfim, é um disco legal, mas que foi muito ignorado. 

Melhores Faixas: Stay With Me, Faithful 
Vale a Pena Ouvir: Bass Odyssey, My Touch Of Madness

Feel The Fire – Jermaine Jackson





















NOTA: 7,3/10


Dois anos se passaram, e foi lançado mais um trabalho de Jermaine, o Feel the Fire. Após o My Name Is Jermaine, ele chegou a um momento crucial na carreira e, vendo que seus irmãos estavam se consolidando ainda mais, isso o colocava sob pressão para justificar artisticamente sua escolha de permanecer na Motown. Então, ele decidiu ampliar a abordagem feita anteriormente, apostando em um som ainda mais refinado e elegante, buscando captar seu público e os ouvintes do estilo quiet storm, que se consolidava na segunda metade dos anos 70. A produção foi conduzida por Michael McGloiry, Greg Wright, Michael Lovesmith e pelo próprio cantor, apostando em arranjos ricos, com camadas de instrumentos de sopro e cordas. A sonoridade mistura R&B e Soul music, com algumas incursões discretas no Funk, embora haja certa repetição. O repertório é bom, com canções interessantes e outras mais fracas. Em suma, é um trabalho sólido, que poderia ter sido mais bem moldado. 

Melhores Faixas: Happiness Is, You Need To Be Loved, Some Kind Of Woman 
Piores Faixas: Take Time, Strong Love

Frontiers – Jermaine Jackson






















NOTA: 7/10


No ano seguinte, foi lançado mais um álbum, o Frontiers, que tentou ser mais amplo. Após o Feel the Fire, Jermaine percebeu que aquele período foi marcado pela ascensão da Disco music, da sofisticação nos arranjos orquestrais e de um Soul mais "suave", voltado para um público amadurecido. Ele soube se posicionar nesse nicho, aproximando-se da estética do quiet storm e do R&B contemporâneo. A produção foi mais do mesmo, apostando em uma combinação entre baladas sentimentais, Soul elegante e arranjos sinfônicos. Há um refinamento maior nos arranjos, com uso frequente de cordas e backing vocals bem posicionados. As linhas vocais do Jermaine são bem seguras, mais interpretativas, e mostram um cantor com muita confiança, embora toda a abordagem tenha ficado um tanto limitada. O repertório é bom, com ótimas canções, mas também com outras bem fracas. No geral, é um trabalho interessante, mesmo com certa inconsistência. 

Melhores Faixas: You Gave Me Something To Believe In, The Force, I Love Every Little Thing About You 
Piores Faixas: Let It Ride, Castles Of Sand

Jermaine – Jermaine Jackson





















NOTA: 8,5/10


No ano de 1980, foi lançado mais um trabalho autointitulado do cantor, que foi mais preciso. Após o Frontiers, percebendo que a nova década seria um grande momento de transição, ele lançou o álbum Let's Get Serious, que foi uma tentativa bem radiofônica e, embora um tanto descartável, acabou dando certo. Jermaine buscou capitalizar esse momento de ascensão, mas também ampliar ainda mais sua identidade. A produção foi feita por ele próprio, junto com Berry Gordy e Suzee Ikeda, seguindo uma linha mais polida, com uso crescente de sintetizadores, baterias eletrônicas e arranjos mais limpos, tendências que já sinalizavam o que viria a dominar o R&B e o Pop naquele período. O álbum traz grooves de Funk, vocais de apoio bem posicionados e uma presença vocal de Jermaine mais segura e expressiva do que nunca. O repertório é muito legal, com canções bem melódicas e emotivas. No fim, é um belo disco e um dos melhores de sua carreira. 

Melhores Faixas: Beautiful Morning, All Because Of You 
Vale a Pena Ouvir: I Miss You So, You Like Me Don't You, First You Laugh, Then You Cry
  

sexta-feira, 30 de maio de 2025

Analisando Discografias - The Jackson 5 (The Jacksons): Parte 2

                 

Third Album – The Jackson 5





















NOTA: 8,6/10


Em questão de poucos meses, foi lançado mais um disco, o Third Album, onde seguiram por um lado mais dançante. Após o ABC, a essa altura, o grupo já havia conquistado os Estados Unidos com uma sequência impressionante do hits como I Want You Back e ABC. Sob a liderança carismática de Michael Jackson, os irmãos mostravam um talento precoce e uma energia contagiante, sendo a aposta mais promissora da Motown após os anos dourados de artistas como The Supremes e Marvin Gaye. A produção, novamente a cargo do coletivo The Corporation junto com Hal Davis, repetiu aquela fórmula infalível de músicas dançantes, arranjos bem trabalhados, vocais infantis com alma madura e uma produção polida, feita sob medida para as rádios. O grande destaque, certamente, era Michael, que já demonstrava um refinamento vocal impressionante. O repertório é muito bom e as canções são todas bem envolventes. Enfim, mais um ótimo e competente disco. 

Melhores Faixas: I'll Be There, Ready Or Not Here I Come (Can't Hide From Love), The Love I Saw In You Was Just A Mirage, Goin' Back To Indiana 
Vale a Pena Ouvir: Mama's Pearl, Oh How Happy, Darling Dear

Maybe Tomorrow – Jackson 5ive





















NOTA: 8,5/10


Então se passa mais um ano, e o The Jackson 5 lançam seu verdadeiro 4º disco, o Maybe Tomorrow. Após o Third Album, eles lançaram, no mês seguinte, um álbum de Natal antes da hora e que não tinha nada de especial. Em meio a esse turbilhão, a Motown viu a oportunidade de expandir ainda mais o alcance do grupo. Eles mantiveram a energia juvenil e o Pop Soul dos primeiros trabalhos, mas começaram a explorar territórios mais sentimentais e românticos. A produção foi feita novamente pelo mesmo time de produtores, e aqui eles seguiram por um lado mais orquestrado e contemplativo. As linhas de baixo continuam marcantes, mas agora ganham a companhia de instrumentos mais delicados, como harpas e violinos. E aqui há um pouco mais de espaço dado ao Jermaine, para que não ficasse tudo centrado apenas no Michael. O repertório é bem legal, com a maioria dessas baladas sendo muito bem interpretadas. No final, é um belo disco que vale a pena ser apreciado. 

Melhores Faixas: Never Can Say Goodbye, I Will Find A Way, Maybe Tomorrow 
Vale a Pena Ouvir: The Wall, It's Great To Be Here, My Little Baby

Lookin' Through The Windows – Jackson 5ive





















NOTA: 8,2/10


Indo para o ano de 1972, foi lançado mais um trabalho dos irmãos Jackson, o Lookin' Through the Windows. Após o Maybe Tomorrow, a “fórmula Motown” de hits fáceis e temas juvenis começava a se desgastar, e Michael Jackson, então com 13 anos, estava em plena mudança vocal, passando da infância para a adolescência, e havia recém-lançado seu 1º trabalho solo, além de já estarem preparando o do Jermaine. Além disso, havia uma pressão crescente para que os irmãos ganhassem mais controle artístico sobre sua música, só que a gravadora continuava centralizando todas as decisões. A produção foi aquela mesma de sempre, seguindo aquele Pop Soul dançante com um toque de experimentação. A sonoridade já aponta para um futuro mais sofisticado e menos infantil, com faixas que flertam com o Soul mais maduro e arranjos mais elaborados. O repertório é bem legalzinho, com ótimas baladas e canções animadas. Em suma, é um trabalho bom e um pouco mais abrangente. 

Melhores Faixas: Lookin' Through The Windows, Little Bitty Pretty One, Ain't Nothing Like The Real Thing 
Vale a Pena Ouvir: Doctor My Eyes, If I Have To Move A Mountain, I Can Only Give You Love

Skywriter – Jackson 5ive





















NOTA: 8/10


No ano seguinte, foi lançado mais um trabalho do grupo, o Skywriter, onde teve mais mudanças. Após o Lookin' Through The Windows, o brilho das estrelas juvenis começava a se apagar diante do público mainstream, e os irmãos enfrentavam restrições criativas dentro da Motown, o que gerava frustração, especialmente em Michael e Jermaine. Até porque o público amadurecia, e a Motown ainda resistia em permitir que os Jacksons assumissem maior controle artístico sobre suas obras. Produção feita pelo Hal Davis junto com aquele coletivo da gravadora, onde foram para uma sonoridade mais sólida e madura, incorporando elementos de Soul clássico, Pop sofisticado e até pitadas de psicodelia leve. Só que claro obvio que direcionamento já tava ultrapassado, mas eles conseguiram ter um nível de coesão. Repertório é muito bom, e as canções são bem legais e todas bem diversificadas. No fim, é um disco interessante, mas que já ligava um sinal de alerta. 

Melhores Faixas: Ooh, I'd Love To Be With You, The Boogie Man 
Vale a Pena Ouvir: Corner Of The Sky, Uppermost, Skywriter

Get It Together – The Jackson 5ive





















NOTA: 6/10


Logo depois, foi lançado mais um trabalho do Jackson 5, o Get It Together, no qual eles foram mais ambiciosos. Após o Skywriter, a Motown ainda tratava os Jacksons como “prodígios infantis”, mesmo com a óbvia maturação dos irmãos, especialmente de Michael Jackson, cuja voz e sensibilidade artística estavam em transformação. A fórmula de canções românticas e animadas soava defasada diante de um cenário musical voltado ao Soul psicodélico, Funk experimental e pela liberdade criativa. A produção do Hal Davis trouxe baixo pulsante, sintetizadores, guitarras wah-wah, percussão tribal e longas passagens instrumentais. Algumas faixas têm estrutura de medleys e transições contínuas, influenciadas por álbuns conceituais e pelas pistas de dança. O problema é que tudo ficou muito arrastado e sem complexidade harmônica. O repertório começa bem, mas depois decai com canções fracas. No fim, é um disco mediano, que poderia ter sido melhor moldado. 

Melhores Faixas: It's Too Late To Change The Time, Get It Together 
Piores Faixas: You Need Love Like I Do (Don't You?), Mama I Gotta Brand New Thing (Don't Say No)

Dancing Machine – Jackson 5ive





















NOTA: 8,6/10


Mais um ano se passa, e o Jackson 5 lançava seu 8º álbum, o Dancing Machine. Após o mediano Get It Together, o grupo pressionou a Motown a repensar sua abordagem comercial. Nesse contexto, a gravadora decidiu aproveitar o sucesso inesperado do single “Dancing Machine”, que havia sido originalmente lançado na versão anterior. A faixa, que se tornou um enorme hit após a icônica apresentação de Michael Jackson com o "robot dance" no programa de TV Soul Train, reacendeu o interesse do público. A produção, feita novamente por Hal Davis, seguiu uma sonoridade ainda psicodélica, mas com uma virada clara para o Funk eletrônico e pré-disco: uso de sintetizadores Moog, guitarras rítmicas com efeito wah-wah, grooves de baixo densos, voltando a focar em ritmos dançantes e estruturas acessíveis. O repertório é muito bom, e as canções são envolventes e com mais profundidade. Enfim, é um disco belíssimo e com muita coesão. 

Melhores Faixas: Dancing Machine, What You Don't Know, The Life Of The Party 
Vale a Pena Ouvir: If I Don't Love You This Way, The Mirrors Of My Mind

Moving Violation – The Jackson 5





















NOTA: 8/10


Então chega o decisivo ano de 1975, quando foi lançado Moving Violation, que surgiu em um momento conturbado. Após o Dancing Machine, os Jacksons enfrentavam uma crise criativa e contratual: embora ainda populares, não tinham controle sobre sua produção artística, sofriam com a estagnação comercial e amadureciam musicalmente de forma que já não se encaixava no modelo da gravadora. Internamente, os irmãos, especialmente Michael e Jermaine, demonstravam um desejo cada vez maior de autonomia criativa. A produção, conduzida por Michael Lovesmith, Hal Davis e Brian Holland, abraçou totalmente a estética Disco/Funk que dominava o mercado na época, com arranjos polidos, uso intenso de sintetizadores, linhas de baixo elétricas, cordas exuberantes, vocais em camadas e grooves dançantes. O repertório é bem interessante, com ótimas baladas e faixas animadas. Em suma, é um trabalho legal, que marcou o fim de uma era. 

Melhores Faixas: All I Do Is Think Of You, Breezy 
Vale a Pena Ouvir: Moving Violation, Time Explosion, Forever Came Today

Joyful Jukebox Music – The Jackson 5 featuring Michael Jackson





















NOTA: 7,8/10


No ano seguinte, a Motown, na esperteza, lançou uma coletânea que é quase um álbum inédito: Joyful Jukebox Music. Após o Moving Violation, para capitalizar em cima do nome da banda, que ainda tinha grande prestígio comercial, a gravadora decidiu lançar essa coletânea sem o envolvimento criativo dos Jacksons. O álbum é, portanto, uma compilação de sobras de estúdio, contendo músicas inéditas que haviam sido gravadas, mas não utilizadas em álbuns anteriores. A produção foi conduzida por Hal Davis e The Corporation, e por isso não há uma coesão sonora específica, transitando entre soul psicodélico, Funk e baladas românticas. Esse ecletismo reflete justamente o período de transição artística dos Jacksons. O repertório é bem interessante, com ótimas canções e bastante diversificado. No final, essa coletânea é muito boa e mostrou um material que poderia ter sido lançado anteriormente. 

Melhores Faixas: Love Is The Thing You Need, The Eternal Light 
Vale a Pena Ouvir: We're Gonna Change Our Style, You're My Best Friend, My Love, Pride And Joy

The Jacksons – The Jacksons





















NOTA: 8,3/10


Naquele mesmo ano, mais um disco deles foi lançado, intitulado The Jacksons, que passou a ser o novo nome do grupo. Após o Joyful Jukebox Music, o Jackson 5 rompeu com a Motown em 1975 por motivos criativos e contratuais. Ao assinar com a Epic Records (subsidiária da CBS), o grupo passou a se chamar “The Jacksons”, já que a Motown detinha os direitos sobre o nome “Jackson 5”. A transição também envolveu uma mudança na formação: Jermaine Jackson, que permaneceu na Motown (casado com a filha do chefão Berry Gordy), foi substituído por Randy Jackson. A produção ficou a cargo do lendário duo Kenny Gamble & Leon Huff, arquitetos do Philly Soul, um estilo sofisticado que misturava R&B, Funk e letras socialmente conscientes. Essa colaboração resultou em um som maduro, polido e emocionalmente sofisticado. O repertório é muito bom, com canções envolventes e também mais reflexivas. Enfim, é um álbum muito bom e que marcou uma verdadeira virada de chave. 

Melhores Faixas: Show You The Way To Go, Strength Of One Man 
Vale a Pena Ouvir: Style Of Life, Blues Away, Good Times

Goin Places – The Jacksons





















NOTA: 5/10


Logo depois, passa mais um ano e foi lançado o 11º trabalho do grupo, o Goin' Places. Após o álbum anterior autointitulado, apesar do crescente envolvimento criativo que os irmãos tiveram naquele trabalho, eles ainda precisaram se adequar a um modelo de produção altamente controlado, novamente nas mãos do Gamble & Huff, os mestres do Philadelphia Soul. O grupo queria mais liberdade, mas a gravadora e os produtores ainda hesitavam em entregar total controle aos irmãos. Como já dito, Gamble & Huff produziram esse álbum, com arranjos elegantes, uso refinado de instrumentos de sopro e cordas, e uma abordagem vocal que equilibra emoção e polidez, mas tudo acabou ficando repetitivo, sem envolvência e com pouca coesão rítmica, mostrando que os irmãos continuavam presos a um modelo saturado. O repertório é bem mediano, com algumas canções legais e outras bem desinteressantes. No geral, é um trabalho irregular, que já indicava a necessidade de renovação. 

Melhores Faixas: Find Me A Girl, Goin' Places, Music's Takin' Over 
Piores Faixas: Do What You Wanna, Man Of War, Even Though You're Gone

Destiny – The Jacksons





















NOTA: 8,9/10


Em 1978, os Jacksons lançaram mais um trabalho novo, o Destiny, que foi bem mais abrangente. Após o fraquíssimo Goin' Places, e depois de trabalharem com Gamble & Huff, período em que os Jacksons ainda tinham liberdade limitada, o grupo decidiu assumir o controle total da composição e da produção em seu terceiro trabalho com a gravadora Epic/CBS. Essa mudança representou uma guinada artística: os irmãos escreveram e produziram a maior parte do disco, marcando a verdadeira emancipação criativa após a fase Motown. A produção, feita inteiramente pelos irmãos, resultou em um som mais direto, com uma mistura de Funk, Soul, Disco e até Rock. A sonoridade é limpa e focada, valorizando os vocais, principalmente os de Michael, e nas composições, que trazem letras mais profundas, reflexivas e, muitas vezes, políticas. O repertório é bem legal, e as canções são todas bem melódicas e envolventes. No final, é um trabalho muito bom e totalmente ousado. 

Melhores Faixas: Blame It On The Boogie, Shake Your Body (Down To The Ground), Destiny
Vale a Pena Ouvir: All Night Dancin', Bless His Soul

Triumph – The Jacksons





















NOTA: 9,2/10


Entrando na década de 80, foi lançado o que é praticamente o álbum definitivo dos irmãos Jackson, o Triumph. Após o Destiny, que marcou a liberdade criativa do grupo, os Jacksons chegaram com mais experiência, confiança e ambição. Eles já estavam plenamente envolvidos na composição e produção, buscando não só consolidar sua nova identidade, mas também criar um álbum que rivalizasse com os grandes lançamentos da época. Isso ocorreu durante o auge da carreira solo do Michael Jackson, graças ao clássico Off the Wall, mas ele ainda estava comprometido integralmente com o grupo. A produção, feita novamente pelos próprios irmãos, resultou em uma combinação funkeada, grooves contagiantes, letras sociais e sentimentais e arranjos elaborados, tudo bem equilibrado com influências de Funk, Soul e R&B. O repertório é magnífico, e as canções são todas muito boas. Enfim, apesar de terem lançado outros trabalhos fracos, este foi o último a ser totalmente consistente. 

Melhores Faixas: Can You Feel It, Heartbreak Hotel, Walk Right Now, Everybody 
Vale a Pena Ouvir: Wondering Who, Lovely One

       Então é isso, um abraço e flw!!!         

quinta-feira, 29 de maio de 2025

Analisando Discografias - The Jackson 5: Parte 1

                   

Diana Ross Presents The Jackson 5 – The Jackson 5





















NOTA: 8,9/10


No final da década de 60, a indústria musical foi presenteada com o álbum de estreia de um grupo de cinco irmãos, Diana Ross Presents The Jackson 5. Na época, a Motown vivia o auge com nomes como The Supremes e Marvin Gaye, mas buscava renovar seu catálogo com novas vozes que atraíssem o público jovem. Em 1968, Berry Gordy conheceu um grupo vocal formado por cinco irmãos de Gary, Indiana: Jackie, Tito, Jermaine, Marlon e o prodigioso Michael Jackson, então com apenas 10 anos. Impressionado pelo talento do grupo, Gordy decidiu contratá-los e os apresentou estrategicamente como “descobertos” por Diana Ross, estrela máxima da gravadora. A produção, conduzida por Bobby Taylor, foi essencial para moldar o som do grupo, misturando Soul tradicional com a energia juvenil do Pop. O repertório, em sua maioria composto por covers, é animado e muito bom. No fim, é um belo disco de estreia e, para um bando de pivetes, era de tirar o chapéu. 

Melhores Faixas: I Want You Back, Who's Loving You, Can You Remember, You've Changed
Vale a Pena Ouvir: My Cherie Amour (versão ficou tão boa quanto a do Steve Wonder), Zip A Dee Doo Dah, (I Know) I'm Losing You

ABC – The Jackson 5





















NOTA: 9/10


Logo no ano seguinte, na verdade em questão de seis meses depois, foi lançado ABC. Após o Diana Ross Presents The Jackson 5, o grupo rapidamente se tornou a maior sensação da gravadora Motown e um fenômeno juvenil global. O público ficou hipnotizado pela combinação de carisma, vocais poderosos e coreografias energéticas, lideradas pelo então jovem prodígio Michael Jackson. A pressão era alta, e o próximo projeto tinha como objetivo transformar os Jackson 5 em ícones duradouros, não apenas uma moda passageira. A produção ficou por conta do The Corporation, o coletivo criativo montado pelo próprio Berry Gordy, que apostou em uma sonoridade vibrante, jovem e dançante, com fortes elementos de Soul, Pop e R&B, mas sempre com uma produção polida e acessível. O repertório é incrível, com canções inéditas e covers muito legais, mostrando um amadurecimento do grupo. No final de tudo, é um disco maravilhoso e um dos clássicos da Motown. 

Melhores Faixas: ABC, The Love You Save, Don't Know Why I Love You, I Found That Girl, One More Chance 
Vale a Pena Ouvir: I'll Bet You, Never Had A Dream Come True, True Love Can Be Beautiful
  

                                                   Então um abraço e flw!!!       

Analisando Discografias - The Wailers Band

                 

I.D. – The Wailers Band





















NOTA: 2,5/10


Naquele mesmo período, em 1989, o The Wailers Band lançava seu 1º trabalho já sem Bob Marley: I.D. Após a morte do cantor em 1981, os membros remanescentes do The Wailers enfrentaram a difícil tarefa de preservar o legado do reggae enquanto buscavam uma identidade própria. Ao longo da década de 80, a banda lançou projetos que os distanciavam da figura monumental do Bob, explorando novas temáticas, arranjos e vozes, principalmente sob a liderança de Aston “Family Man” Barrett e Junior Marvin. Produzido por eles mesmos, o álbum teve um forte uso de sintetizadores, baterias eletrônicas e mixagens mais limpas. Apesar dessas atualizações sonoras, o grupo manteve a assinatura rítmica do Reggae clássico, porém tudo ficou bastante abafado, com uma sonoridade altamente repetitiva e sem coesão rítmica. O repertório é fraco, e as canções são, em sua maioria, terríveis; poucas se salvam. No fim, é um disco chato e sem consistência. 

Melhores Faixas: Rice And Peas, One One CoCo 
Piores Faixas: Irie, Life Goes On, Reggae Love, Have Faith In Jah

Majestic Warriors – The Wailers Band





















NOTA: 3/10


Dois anos depois, foi lançado o 2º álbum de estúdio deles, o Majestic Warriors, que tentou ser bem mais enraizado. Após o I.D., eles decidiram fazer uma nova tentativa de afirmação artística, agora mais amadurecida e coesa. Diferente dos discos anteriores, esse álbum se destaca por sua produção mais consistente, letras conscientes e arranjos refinados. A produção foi conduzida novamente pela própria banda, que optou por um som mais limpo, arranjos equilibrados e um uso mais orgânico de elementos eletrônicos. A força rítmica está intacta: o baixo do Aston "Family Man" Barrett continua sendo a espinha dorsal do som, acompanhado pelas guitarras e pela bateria numa sincronia até que razoável. Porém, apesar de manter a essência do Roots Reggae, tudo soa bastante manjado, com arranjos simples e arrastados. Isso se reflete em um repertório fraco, com canções ruins e poucas realmente interessantes. Enfim, é um trabalho ruim, mas que ao menos tentou inovar. 

Melhores Faixas: My Friend, Showdown, Rock On, Be Strong 
Piores Faixas: Could You Be Loved, Out Of Exile, Sweet Cry Freedom, Live And Love

Jah Message – The Wailers Band





















NOTA: 2,4/10


E aí chegamos a mais um trabalho deles, para não dizer o último, intitulado Jah Message. Após o Majestic Warriors, a banda, percebendo que não conseguia repetir uma fórmula coesa como nos tempos com Bob Marley, decidiu fazer um projeto que transmitisse uma mensagem mais direta da filosofia Rastafari para o mundo, abordando temas que reafirmam os valores de justiça, unidade, espiritualidade e amor universal por meio da música. Com produção feita em sua maioria por Aston “Family Man” Barrett e Junior Marvin, eles optaram por uma sonoridade mais introspectiva, espiritual e meditativa. Assim, decidiram seguir a fórmula tradicional do Roots com algumas pequenas influências de Dub, mas tudo ficou bastante confuso, tedioso e com uma instrumentação muito baixa. O repertório é terrível, as canções são péssimas, embora haja uma ou outra interessante. Enfim, é um disco fraco, e apesar de existirem outros lançamentos mais recentes, eles não têm nada a ver com a banda. 

Melhores Faixas: Kick The Habit, Rastaman Sound 
Piores Faixas: My Redemption, Rasta, Many Roads To Zion, Heroes (Marcus Garvey), Wrong Tree

Review: Eu Odeio o Dia Dos Namorados do Orochi

                     Eu Odeio o Dia Dos Namorados – Orochi NOTA: 3,8/10 E novamente o Orochi retorna lançando mais um trabalho novo, o Eu Od...