sábado, 31 de maio de 2025

Analisando Discografias - Jermaine Jackson: Parte 1

                 

Jermaine – Jermaine Jackson





















NOTA: 8,2/10


Voltando para 1972, foi lançado o 1º trabalho solo de Jermaine Jackson, intitulado apenas como Jermaine. Naquela fase de auge dos Jackson 5, a gravadora Motown decidiu lançar álbuns solo dele e de Michael. A estratégia fazia parte de um plano para maximizar a popularidade individual dos membros do grupo, diversificando os lançamentos e mantendo os fãs engajados. Jermaine, conhecido por seu timbre suave e seu papel de co-vocalista nos Jackson 5, foi escolhido para estrear como solista ao lado de seu irmão Michael (que lançaria Got to Be There no mesmo ano). A produção contou com Hal Davis, The Corporation, entre outros nomes ligados à gravadora. Basicamente, eles apostaram naquele Pop Soul típico da Motown, com arranjos orquestrados, grooves dançantes e baladas sentimentais. O repertório é bem legal, com canções interessantes e bem-humoradas. No final, é um disco de estreia bem interessante e que foi até melhor do que o do seu irmão. 

Melhores Faixas: I Let Love Pass Me By, Daddy’s Home 
Vale a Pena Ouvir: Live It Up, That's How Love Goes, I Only Have Eyes For You

My Name Is Jermaine – Jermaine Jackson





















NOTA: 8/10


Quatro anos se passaram até que Jermaine Jackson lançasse seu verdadeiro 2º álbum, o My Name Is Jermaine. Após seu trabalho de estreia, ele chegou a lançar no ano seguinte Come Into My Life, que não teve nada de especial. Só que, naquele período, seus outros irmãos deixaram a Motown e assinaram com a Epic Records, enquanto Jermaine permaneceu na gravadora. A principal razão era que ele havia se casado com Hazel Gordy, filha de Berry Gordy, fundador da gravadora. Sua permanência demonstrava um desejo de consolidar uma carreira solo mais estável, distinta da dos irmãos. Com produção conduzida por Hal Davis e Michael Lovesmith, a sonoridade reflete o que havia de mais moderno no Soul e no R&B: arranjos orquestrais exuberantes, uso de sintetizadores, linhas de baixo marcantes e uma estética sofisticada "quiet storm". O repertório é muito bom, e as canções ficaram mais suaves e profundas. Enfim, é um disco legal, mas que foi muito ignorado. 

Melhores Faixas: Stay With Me, Faithful 
Vale a Pena Ouvir: Bass Odyssey, My Touch Of Madness

Feel The Fire – Jermaine Jackson





















NOTA: 7,3/10


Dois anos se passaram, e foi lançado mais um trabalho de Jermaine, o Feel the Fire. Após o My Name Is Jermaine, ele chegou a um momento crucial na carreira e, vendo que seus irmãos estavam se consolidando ainda mais, isso o colocava sob pressão para justificar artisticamente sua escolha de permanecer na Motown. Então, ele decidiu ampliar a abordagem feita anteriormente, apostando em um som ainda mais refinado e elegante, buscando captar seu público e os ouvintes do estilo quiet storm, que se consolidava na segunda metade dos anos 70. A produção foi conduzida por Michael McGloiry, Greg Wright, Michael Lovesmith e pelo próprio cantor, apostando em arranjos ricos, com camadas de instrumentos de sopro e cordas. A sonoridade mistura R&B e Soul music, com algumas incursões discretas no Funk, embora haja certa repetição. O repertório é bom, com canções interessantes e outras mais fracas. Em suma, é um trabalho sólido, que poderia ter sido mais bem moldado. 

Melhores Faixas: Happiness Is, You Need To Be Loved, Some Kind Of Woman 
Piores Faixas: Take Time, Strong Love

Frontiers – Jermaine Jackson






















NOTA: 7/10


No ano seguinte, foi lançado mais um álbum, o Frontiers, que tentou ser mais amplo. Após o Feel the Fire, Jermaine percebeu que aquele período foi marcado pela ascensão da Disco music, da sofisticação nos arranjos orquestrais e de um Soul mais "suave", voltado para um público amadurecido. Ele soube se posicionar nesse nicho, aproximando-se da estética do quiet storm e do R&B contemporâneo. A produção foi mais do mesmo, apostando em uma combinação entre baladas sentimentais, Soul elegante e arranjos sinfônicos. Há um refinamento maior nos arranjos, com uso frequente de cordas e backing vocals bem posicionados. As linhas vocais do Jermaine são bem seguras, mais interpretativas, e mostram um cantor com muita confiança, embora toda a abordagem tenha ficado um tanto limitada. O repertório é bom, com ótimas canções, mas também com outras bem fracas. No geral, é um trabalho interessante, mesmo com certa inconsistência. 

Melhores Faixas: You Gave Me Something To Believe In, The Force, I Love Every Little Thing About You 
Piores Faixas: Let It Ride, Castles Of Sand

Jermaine – Jermaine Jackson





















NOTA: 8,5/10


No ano de 1980, foi lançado mais um trabalho autointitulado do cantor, que foi mais preciso. Após o Frontiers, percebendo que a nova década seria um grande momento de transição, ele lançou o álbum Let's Get Serious, que foi uma tentativa bem radiofônica e, embora um tanto descartável, acabou dando certo. Jermaine buscou capitalizar esse momento de ascensão, mas também ampliar ainda mais sua identidade. A produção foi feita por ele próprio, junto com Berry Gordy e Suzee Ikeda, seguindo uma linha mais polida, com uso crescente de sintetizadores, baterias eletrônicas e arranjos mais limpos, tendências que já sinalizavam o que viria a dominar o R&B e o Pop naquele período. O álbum traz grooves de Funk, vocais de apoio bem posicionados e uma presença vocal de Jermaine mais segura e expressiva do que nunca. O repertório é muito legal, com canções bem melódicas e emotivas. No fim, é um belo disco e um dos melhores de sua carreira. 

Melhores Faixas: Beautiful Morning, All Because Of You 
Vale a Pena Ouvir: I Miss You So, You Like Me Don't You, First You Laugh, Then You Cry
  

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