sexta-feira, 30 de maio de 2025

Analisando Discografias - The Jackson 5 (The Jacksons): Parte 2

                 

Third Album – The Jackson 5





















NOTA: 8,6/10


Em questão de poucos meses, foi lançado mais um disco, o Third Album, onde seguiram por um lado mais dançante. Após o ABC, a essa altura, o grupo já havia conquistado os Estados Unidos com uma sequência impressionante do hits como I Want You Back e ABC. Sob a liderança carismática de Michael Jackson, os irmãos mostravam um talento precoce e uma energia contagiante, sendo a aposta mais promissora da Motown após os anos dourados de artistas como The Supremes e Marvin Gaye. A produção, novamente a cargo do coletivo The Corporation junto com Hal Davis, repetiu aquela fórmula infalível de músicas dançantes, arranjos bem trabalhados, vocais infantis com alma madura e uma produção polida, feita sob medida para as rádios. O grande destaque, certamente, era Michael, que já demonstrava um refinamento vocal impressionante. O repertório é muito bom e as canções são todas bem envolventes. Enfim, mais um ótimo e competente disco. 

Melhores Faixas: I'll Be There, Ready Or Not Here I Come (Can't Hide From Love), The Love I Saw In You Was Just A Mirage, Goin' Back To Indiana 
Vale a Pena Ouvir: Mama's Pearl, Oh How Happy, Darling Dear

Maybe Tomorrow – Jackson 5ive





















NOTA: 8,5/10


Então se passa mais um ano, e o The Jackson 5 lançam seu verdadeiro 4º disco, o Maybe Tomorrow. Após o Third Album, eles lançaram, no mês seguinte, um álbum de Natal antes da hora e que não tinha nada de especial. Em meio a esse turbilhão, a Motown viu a oportunidade de expandir ainda mais o alcance do grupo. Eles mantiveram a energia juvenil e o Pop Soul dos primeiros trabalhos, mas começaram a explorar territórios mais sentimentais e românticos. A produção foi feita novamente pelo mesmo time de produtores, e aqui eles seguiram por um lado mais orquestrado e contemplativo. As linhas de baixo continuam marcantes, mas agora ganham a companhia de instrumentos mais delicados, como harpas e violinos. E aqui há um pouco mais de espaço dado ao Jermaine, para que não ficasse tudo centrado apenas no Michael. O repertório é bem legal, com a maioria dessas baladas sendo muito bem interpretadas. No final, é um belo disco que vale a pena ser apreciado. 

Melhores Faixas: Never Can Say Goodbye, I Will Find A Way, Maybe Tomorrow 
Vale a Pena Ouvir: The Wall, It's Great To Be Here, My Little Baby

Lookin' Through The Windows – Jackson 5ive





















NOTA: 8,2/10


Indo para o ano de 1972, foi lançado mais um trabalho dos irmãos Jackson, o Lookin' Through the Windows. Após o Maybe Tomorrow, a “fórmula Motown” de hits fáceis e temas juvenis começava a se desgastar, e Michael Jackson, então com 13 anos, estava em plena mudança vocal, passando da infância para a adolescência, e havia recém-lançado seu 1º trabalho solo, além de já estarem preparando o do Jermaine. Além disso, havia uma pressão crescente para que os irmãos ganhassem mais controle artístico sobre sua música, só que a gravadora continuava centralizando todas as decisões. A produção foi aquela mesma de sempre, seguindo aquele Pop Soul dançante com um toque de experimentação. A sonoridade já aponta para um futuro mais sofisticado e menos infantil, com faixas que flertam com o Soul mais maduro e arranjos mais elaborados. O repertório é bem legalzinho, com ótimas baladas e canções animadas. Em suma, é um trabalho bom e um pouco mais abrangente. 

Melhores Faixas: Lookin' Through The Windows, Little Bitty Pretty One, Ain't Nothing Like The Real Thing 
Vale a Pena Ouvir: Doctor My Eyes, If I Have To Move A Mountain, I Can Only Give You Love

Skywriter – Jackson 5ive





















NOTA: 8/10


No ano seguinte, foi lançado mais um trabalho do grupo, o Skywriter, onde teve mais mudanças. Após o Lookin' Through The Windows, o brilho das estrelas juvenis começava a se apagar diante do público mainstream, e os irmãos enfrentavam restrições criativas dentro da Motown, o que gerava frustração, especialmente em Michael e Jermaine. Até porque o público amadurecia, e a Motown ainda resistia em permitir que os Jacksons assumissem maior controle artístico sobre suas obras. Produção feita pelo Hal Davis junto com aquele coletivo da gravadora, onde foram para uma sonoridade mais sólida e madura, incorporando elementos de Soul clássico, Pop sofisticado e até pitadas de psicodelia leve. Só que claro obvio que direcionamento já tava ultrapassado, mas eles conseguiram ter um nível de coesão. Repertório é muito bom, e as canções são bem legais e todas bem diversificadas. No fim, é um disco interessante, mas que já ligava um sinal de alerta. 

Melhores Faixas: Ooh, I'd Love To Be With You, The Boogie Man 
Vale a Pena Ouvir: Corner Of The Sky, Uppermost, Skywriter

Get It Together – The Jackson 5ive





















NOTA: 6/10


Logo depois, foi lançado mais um trabalho do Jackson 5, o Get It Together, no qual eles foram mais ambiciosos. Após o Skywriter, a Motown ainda tratava os Jacksons como “prodígios infantis”, mesmo com a óbvia maturação dos irmãos, especialmente de Michael Jackson, cuja voz e sensibilidade artística estavam em transformação. A fórmula de canções românticas e animadas soava defasada diante de um cenário musical voltado ao Soul psicodélico, Funk experimental e pela liberdade criativa. A produção do Hal Davis trouxe baixo pulsante, sintetizadores, guitarras wah-wah, percussão tribal e longas passagens instrumentais. Algumas faixas têm estrutura de medleys e transições contínuas, influenciadas por álbuns conceituais e pelas pistas de dança. O problema é que tudo ficou muito arrastado e sem complexidade harmônica. O repertório começa bem, mas depois decai com canções fracas. No fim, é um disco mediano, que poderia ter sido melhor moldado. 

Melhores Faixas: It's Too Late To Change The Time, Get It Together 
Piores Faixas: You Need Love Like I Do (Don't You?), Mama I Gotta Brand New Thing (Don't Say No)

Dancing Machine – Jackson 5ive





















NOTA: 8,6/10


Mais um ano se passa, e o Jackson 5 lançava seu 8º álbum, o Dancing Machine. Após o mediano Get It Together, o grupo pressionou a Motown a repensar sua abordagem comercial. Nesse contexto, a gravadora decidiu aproveitar o sucesso inesperado do single “Dancing Machine”, que havia sido originalmente lançado na versão anterior. A faixa, que se tornou um enorme hit após a icônica apresentação de Michael Jackson com o "robot dance" no programa de TV Soul Train, reacendeu o interesse do público. A produção, feita novamente por Hal Davis, seguiu uma sonoridade ainda psicodélica, mas com uma virada clara para o Funk eletrônico e pré-disco: uso de sintetizadores Moog, guitarras rítmicas com efeito wah-wah, grooves de baixo densos, voltando a focar em ritmos dançantes e estruturas acessíveis. O repertório é muito bom, e as canções são envolventes e com mais profundidade. Enfim, é um disco belíssimo e com muita coesão. 

Melhores Faixas: Dancing Machine, What You Don't Know, The Life Of The Party 
Vale a Pena Ouvir: If I Don't Love You This Way, The Mirrors Of My Mind

Moving Violation – The Jackson 5





















NOTA: 8/10


Então chega o decisivo ano de 1975, quando foi lançado Moving Violation, que surgiu em um momento conturbado. Após o Dancing Machine, os Jacksons enfrentavam uma crise criativa e contratual: embora ainda populares, não tinham controle sobre sua produção artística, sofriam com a estagnação comercial e amadureciam musicalmente de forma que já não se encaixava no modelo da gravadora. Internamente, os irmãos, especialmente Michael e Jermaine, demonstravam um desejo cada vez maior de autonomia criativa. A produção, conduzida por Michael Lovesmith, Hal Davis e Brian Holland, abraçou totalmente a estética Disco/Funk que dominava o mercado na época, com arranjos polidos, uso intenso de sintetizadores, linhas de baixo elétricas, cordas exuberantes, vocais em camadas e grooves dançantes. O repertório é bem interessante, com ótimas baladas e faixas animadas. Em suma, é um trabalho legal, que marcou o fim de uma era. 

Melhores Faixas: All I Do Is Think Of You, Breezy 
Vale a Pena Ouvir: Moving Violation, Time Explosion, Forever Came Today

Joyful Jukebox Music – The Jackson 5 featuring Michael Jackson





















NOTA: 7,8/10


No ano seguinte, a Motown, na esperteza, lançou uma coletânea que é quase um álbum inédito: Joyful Jukebox Music. Após o Moving Violation, para capitalizar em cima do nome da banda, que ainda tinha grande prestígio comercial, a gravadora decidiu lançar essa coletânea sem o envolvimento criativo dos Jacksons. O álbum é, portanto, uma compilação de sobras de estúdio, contendo músicas inéditas que haviam sido gravadas, mas não utilizadas em álbuns anteriores. A produção foi conduzida por Hal Davis e The Corporation, e por isso não há uma coesão sonora específica, transitando entre soul psicodélico, Funk e baladas românticas. Esse ecletismo reflete justamente o período de transição artística dos Jacksons. O repertório é bem interessante, com ótimas canções e bastante diversificado. No final, essa coletânea é muito boa e mostrou um material que poderia ter sido lançado anteriormente. 

Melhores Faixas: Love Is The Thing You Need, The Eternal Light 
Vale a Pena Ouvir: We're Gonna Change Our Style, You're My Best Friend, My Love, Pride And Joy

The Jacksons – The Jacksons





















NOTA: 8,3/10


Naquele mesmo ano, mais um disco deles foi lançado, intitulado The Jacksons, que passou a ser o novo nome do grupo. Após o Joyful Jukebox Music, o Jackson 5 rompeu com a Motown em 1975 por motivos criativos e contratuais. Ao assinar com a Epic Records (subsidiária da CBS), o grupo passou a se chamar “The Jacksons”, já que a Motown detinha os direitos sobre o nome “Jackson 5”. A transição também envolveu uma mudança na formação: Jermaine Jackson, que permaneceu na Motown (casado com a filha do chefão Berry Gordy), foi substituído por Randy Jackson. A produção ficou a cargo do lendário duo Kenny Gamble & Leon Huff, arquitetos do Philly Soul, um estilo sofisticado que misturava R&B, Funk e letras socialmente conscientes. Essa colaboração resultou em um som maduro, polido e emocionalmente sofisticado. O repertório é muito bom, com canções envolventes e também mais reflexivas. Enfim, é um álbum muito bom e que marcou uma verdadeira virada de chave. 

Melhores Faixas: Show You The Way To Go, Strength Of One Man 
Vale a Pena Ouvir: Style Of Life, Blues Away, Good Times

Goin Places – The Jacksons





















NOTA: 5/10


Logo depois, passa mais um ano e foi lançado o 11º trabalho do grupo, o Goin' Places. Após o álbum anterior autointitulado, apesar do crescente envolvimento criativo que os irmãos tiveram naquele trabalho, eles ainda precisaram se adequar a um modelo de produção altamente controlado, novamente nas mãos do Gamble & Huff, os mestres do Philadelphia Soul. O grupo queria mais liberdade, mas a gravadora e os produtores ainda hesitavam em entregar total controle aos irmãos. Como já dito, Gamble & Huff produziram esse álbum, com arranjos elegantes, uso refinado de instrumentos de sopro e cordas, e uma abordagem vocal que equilibra emoção e polidez, mas tudo acabou ficando repetitivo, sem envolvência e com pouca coesão rítmica, mostrando que os irmãos continuavam presos a um modelo saturado. O repertório é bem mediano, com algumas canções legais e outras bem desinteressantes. No geral, é um trabalho irregular, que já indicava a necessidade de renovação. 

Melhores Faixas: Find Me A Girl, Goin' Places, Music's Takin' Over 
Piores Faixas: Do What You Wanna, Man Of War, Even Though You're Gone

Destiny – The Jacksons





















NOTA: 8,9/10


Em 1978, os Jacksons lançaram mais um trabalho novo, o Destiny, que foi bem mais abrangente. Após o fraquíssimo Goin' Places, e depois de trabalharem com Gamble & Huff, período em que os Jacksons ainda tinham liberdade limitada, o grupo decidiu assumir o controle total da composição e da produção em seu terceiro trabalho com a gravadora Epic/CBS. Essa mudança representou uma guinada artística: os irmãos escreveram e produziram a maior parte do disco, marcando a verdadeira emancipação criativa após a fase Motown. A produção, feita inteiramente pelos irmãos, resultou em um som mais direto, com uma mistura de Funk, Soul, Disco e até Rock. A sonoridade é limpa e focada, valorizando os vocais, principalmente os de Michael, e nas composições, que trazem letras mais profundas, reflexivas e, muitas vezes, políticas. O repertório é bem legal, e as canções são todas bem melódicas e envolventes. No final, é um trabalho muito bom e totalmente ousado. 

Melhores Faixas: Blame It On The Boogie, Shake Your Body (Down To The Ground), Destiny
Vale a Pena Ouvir: All Night Dancin', Bless His Soul

Triumph – The Jacksons





















NOTA: 9,2/10


Entrando na década de 80, foi lançado o que é praticamente o álbum definitivo dos irmãos Jackson, o Triumph. Após o Destiny, que marcou a liberdade criativa do grupo, os Jacksons chegaram com mais experiência, confiança e ambição. Eles já estavam plenamente envolvidos na composição e produção, buscando não só consolidar sua nova identidade, mas também criar um álbum que rivalizasse com os grandes lançamentos da época. Isso ocorreu durante o auge da carreira solo do Michael Jackson, graças ao clássico Off the Wall, mas ele ainda estava comprometido integralmente com o grupo. A produção, feita novamente pelos próprios irmãos, resultou em uma combinação funkeada, grooves contagiantes, letras sociais e sentimentais e arranjos elaborados, tudo bem equilibrado com influências de Funk, Soul e R&B. O repertório é magnífico, e as canções são todas muito boas. Enfim, apesar de terem lançado outros trabalhos fracos, este foi o último a ser totalmente consistente. 

Melhores Faixas: Can You Feel It, Heartbreak Hotel, Walk Right Now, Everybody 
Vale a Pena Ouvir: Wondering Who, Lovely One

       Então é isso, um abraço e flw!!!         

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