quarta-feira, 5 de fevereiro de 2025

Analisando Discografias - Ratos de Porão: Parte 1

                  

Crucificados Pelo Sistema – Ratos de Porão





















NOTA: 10/10


Em 1984, o Ratos de Porão lançou seu clássico álbum de estreia intitulado Crucificados Pelo Sistema. No início dos anos 80, o Brasil vivia sob a ditadura militar, um período marcado pela repressão política, censura e desigualdade social. Nesse contexto, o movimento Punk emergiu nas grandes cidades como um grito de protesto contra o sistema. Então, o Ratos surgiu com Jão, Jabá e Chiquinho, e depois entrou João Gordo. Posteriormente, entrou o Mingau, e o mesmo aconteceu com o baterista Betinho, que saiu, e quem assumiu foi o próprio Jão, que teve que largar a guitarra. Produzido por Fabião, o álbum é simples e cru, sem polimentos ou efeitos desnecessários, com influências do Hardcore Punk e D-beat. A mixagem enfatiza a velocidade e a agressividade da banda, com os vocais de João Gordo sendo ríspidos e furiosos. O repertório é maravilhoso, e as canções são uma verdadeira porrada de tanta visão. No final de tudo, é um disco sensacional e uma obra-prima do Rock nacional. 

Melhores Faixas: Crucificados Pelo Sistema, Morrer, Poluição Atômica, Sistema De Protesto, Agressão/Repressão 
Vale a Pena Ouvir: Periferia, Não Me Importo, Asas Da Vingança, Só Pensa Em Matar

Descansa Em Paz – Ratos de Porão





















NOTA: 9,4/10


Dois anos depois, eles retornam lançando seu 2º álbum, o também sensacional Descansa Em Paz. Após o Crucificados Pelo Sistema, o Ratos se consolidou no cenário Punk/Hardcore brasileiro, só que ocorreram algumas mudanças, já que o Hardcore começou a se aproximar do Thrash Metal, dando origem ao estilo Crossover Thrash, que misturava a velocidade e atitude do Punk com a agressividade e peso do Metal. Isso tudo foram influências trazidas pelo João Gordo em seu retorno à banda. A produção foi feita por Luiz Carlos Calanca, dono da Baratos Afins, e tem uma sonoridade mais encorpada, com uma melhor definição dos instrumentos, especialmente na guitarra e na bateria. As músicas continuam rápidas e agressivas, mas o timbre dos riffs está mais próximo do Thrash, além das linhas vocais de João, que ficaram mais furiosas. O repertório novamente é maravilhoso, com canções arrasadoras. Em suma, é outro trabalho esplêndido que mostrou o Ratos evoluindo. 

Melhores Faixas: Sofrimento Real, Cérebros Atômicos, Morrer Mais Uma Vez, Aviso Final
Vale a Pena Ouvir: Fora Eu, Juventude Perdida, Descanse Em Paz
 

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