quinta-feira, 19 de junho de 2025

Analisando Discografias - Armored Saint

                   

March Of The Saint – Armored Saint





















NOTA: 8,8/10


Em 1984, o Armored Saint lançava seu álbum de estreia, o March of the Saint, que trazia uma abordagem interessante. Formada em Los Angeles durante a explosão do Metal tradicional e da NWOBHM, que influenciava diretamente as bandas americanas, a banda contava com o vocalista John Bush, o baixista Joey Vera, o baterista Gonzo Sandoval, o guitarrista Phil Sandoval (ambos irmãos) e, por fim, o também guitarrista Dave Prichard. Rapidamente, eles se destacaram na cena local e, após lançarem uma demo, conseguiram contrato com a Chrysalis Records. A produção foi feita por Michael James Jackson, que deixou tudo limpo e acessível, voltado para o mercado americano que buscava algo mais próximo do mainstream. Assim, a banda acabou não gostando do resultado final, que tirou toda a crueza e o peso que eles queriam. Ainda assim, o repertório é muito bom, com canções bem dinâmicas e pesadas. No final, é um ótimo disco de estreia, com muita consistência. 

Melhores Faixas: Can U Deliver, Mutiny On The World, March Of The Saint 
Vale a Pena Ouvir: Take A Turn, False Alarm

Delirious Nomad – Armored Saint





















NOTA: 9,1/10


No ano seguinte, foi lançado o 2º álbum deles, o Delirious Nomad, que seguiu a fórmula que eles queriam. Após o March of the Saint, o guitarrista Phil Sandoval saiu da banda, deixando Dave Prichard responsável por todas as partes de guitarra. Com o afastamento do Phil, a banda ganhou mais coesão e foco para o próximo trabalho, apostando em um som mais cru e pesado. A produção, desta vez, foi conduzida por Max Norman (aquele que produziu os álbuns do Ozzy e do Megadeth), e aqui ele deixou tudo mais orgânico, pesado e fiel à identidade deles. O resultado ficou mais direto e sombrio, refletindo o amadurecimento do grupo, que continuava nas influências do Heavy Metal, mas implementando mais elementos do Power Metal americano (e sim, há uma diferença em relação ao europeu, que vai para um lado mais fantasioso e sinfônico). O repertório é incrível, e as canções são todas bem agressivas e precisas. Enfim, é um belo disco e um dos melhores da banda. 

Melhores Faixas: The Laugh, Aftermath, For The Sake Of Heaviness, Released 
Vale a Pena Ouvir: Nervous Man, Long Before I Die, You're Never Alone

Raising Fear – Armored Saint





















NOTA: 8,9/10


Dois anos se passaram, e a banda voltava lançando mais um disco, o Raising Fear. Após o Delirious Nomad, o Armored Saint seguia sua luta por espaço na cena do Heavy Metal norte-americano. Dentro da banda, foi confirmado que o guitarrista Phil Sandoval, que já havia saído antes do último álbum, não retornaria, e o grupo optou por continuar como um quarteto, com Dave Prichard assumindo todas as guitarras. A produção foi feita pela própria banda junto com Chris Minto, e eles seguiram por um caminho mais cru e orgânico, com uma pegada bruta que lembrava muito o metal tradicional, mas sem o brilho técnico das grandes produções da época. O som é direto, ríspido e com ênfase em riffs cortantes e vocais intensos, e aqui se percebe que John Bush entregou demais em sua vocalização. O repertório é muito bom, com canções mais melódicas, mas ainda mantendo aquele peso característico. No final, é um disco bacana e um dos mais maduros da banda. 

Melhores Faixas: Raising Fear, Book Of Blood, Chemical Euphoria 
Vale a Pena Ouvir: Isolation, Terror

Symbol Of Salvation – Armored Saint





















NOTA: 5,6/10


Indo para os anos 90, o Armored Saint voltava lançando seu 4º álbum, o Symbol of Salvation. Após o Raising Fear, a banda ainda não conseguia alavancar sua fama, enquanto gêneros como Grunge e Thrash Metal ganhavam mais visibilidade. Só que veio uma grande baixa: o guitarrista Dave Prichard foi diagnosticado com leucemia e faleceu em 1990, pouco antes das gravações do novo álbum. Mesmo assim, a banda decidiu seguir adiante como forma de homenagear o amigo. A produção foi conduzida por Dave Jerden e o disco foi lançado pelo selo Metal Blade, trazendo um pouco mais de textura à sonoridade da banda. Algumas partes do álbum foram gravadas com guitarras-base já registradas por Prichard. Apesar das participações do Jeff Duncan e do retorno de Phil Sandoval, o trabalho acabou ficando repetitivo, com alguns riffs que não empolgam. O repertório até começa bem, mas depois se torna repleto de canções sem graça. No fim, é um disco mediano e bastante superestimado. 

Melhores Faixas: Reign Of Fire, Another Day, Warzone, Spineless 
Piores Faixas: Hanging Judge, Tribal Dance, The Truth Always Hurts, Tainted Past

Revelation – Armored Saint





















NOTA: 3/10


Entrando no novo século, o Armored Saint lança mais um trabalho, o fraquíssimo Revelation. Após o irregular Symbol of Salvation, a banda decidiu entrar em um hiato. Nesse período, como sabemos, John Bush acabou entrando no Anthrax. No final dos anos 90, enquanto a banda nova-iorquina passava por mudanças, Bush e o baixista Joey Vera começaram a compor novamente juntos, reativando o Armored como uma espécie de reunião “orgânica”. A produção foi feita pelo próprio Vera junto com Brian Slagel, mantendo a abordagem clássica da banda, mas com uma sonoridade moderna, limpa e pesada, seguindo o Heavy Metal tradicional, só que com pitadas de Groove Metal. No entanto, tudo vira uma bagunça, já que há partes groovadas e riffs cadenciados que não se encaixam bem. O repertório é muito ruim, com a maioria das canções sendo medíocres e poucas se salvando. No geral, é um disco fraco e que não empolga. 

Melhores Faixas: What's Your Pleasure, Creepy Feelings, Den Of Thieves 
Piores Faixas: After Me, The Flood, Tension, Damaged, No Me Digas (os caras devem ter se arrependido de ter feito essa música cantada em espanhol)

La Raza – Armored Saint





















NOTA: 8,3/10


Foi só em 2010 que a banda retornou lançando mais um trabalho, o La Raza, que foi mais abrangente. Após o fraquíssimo Revelation, a banda entrou em um hiato. John Bush, que havia deixado o Anthrax, mas não ficou muito tempo, chegando ao ponto de quase encerrar sua carreira. Enquanto isso, Joey Vera se manteve ativo com outros projetos e envolvido com produção. Mas Bush mudou de ideia e decidiu voltar, e não por pressão da indústria; a ideia de reviver o Armored Saint havia ganhado força novamente. A produção foi feita pelo próprio Joey Vera, com uma abordagem mais artesanal e menos voltada ao metal tradicional puro. Com isso, exploraram sonoridades que misturam Hard Rock setentista, Heavy Metal e até um pouco de Metal alternativo, tudo isso encaixado com riffs precisos e um vocal poderoso de Bush. O repertório é muito bem-feito, com canções pesadíssimas e outras mais cadenciadas. Enfim, é um ótimo disco e, de certo modo, muito subestimado. 

Melhores Faixas: Left Hook From Right Field, Little Monkey 
Vale a Pena Ouvir: La Raza, Head On, Get Off The Fence

Win Hands Down – Armored Saint





















NOTA: 7/10


Cinco anos depois, foi lançado mais um disco deles, o Win Hands Down, que foi um pouco mais extenso. Após o La Raza, o Armored Saint decidiu seguir adiante, renovado e mais unido do que nunca. Aqui, eles desenvolveram o projeto de forma confiante entre os integrantes, mostrando uma banda que se sentia mais coesa, livre e inspirada do que em qualquer outro momento desde os anos 90. A produção, conduzida novamente por Joey Vera, é limpa, mas pesada, com camadas instrumentais bem definidas e vocais muito bem captados. A sonoridade seguiu mais ou menos a mesma base do seu antecessor, porém com uma inclinação ainda maior para o Heavy Metal tradicional. Apesar de algumas passagens apresentarem certa inconsistência, isso não afeta a imersão do álbum como um todo. O repertório é bem legal, e as canções são todas bem pesadas e dinâmicas. Enfim, é um ótimo disco, apesar de algumas falhas. 

Melhores Faixas: Muscle Memory, Up Yours, An Exercise In Debauchery 
Piores Faixas: Dive, In An Instant

Punching The Sky – Armored Saint





















NOTA: 5/10


E foi só em 2020 que foi lançado o último álbum até o momento do Armored Saint, o Punching the Sky. Após o Win Hands Down, eles decidiram aprimorar ainda mais sua fusão de Heavy Metal tradicional com arranjos modernos e letras conscientes, já que perceberam que dava para seguir essa fórmula, embora ainda precisasse ser mais lapidada. Além disso, tentaram retomar a temática do Power Metal americano. A produção foi praticamente a mesma, entregando arranjos mais imersivos, peso nos riffs e dinâmica nos vocais, além de ampliar alguns elementos adicionais, como toques de teclado, percussão e texturas sonoras. No entanto, tudo acabou ficando bastante sem alma, com falta de precisão na maioria dos arranjos, o que deixa tudo muito sem emoção. O repertório é bem irregular, até tenta melhorar na metade, mas a maioria das faixas é genérica. Em suma, é um trabalho mediano, que acabou faltando com toda aquela intensidade. 

Melhores Faixas: Do Wrong To None, Do Wrong To None, Never You Fret 
Piores Faixas: Standing On The Shoulders Of Giants, Unfair, End Of The Attention Span
 

                                        Então é isso, um abraço e flw!!!    

Analisando Discografias - Armored Saint

                    March Of The Saint – Armored Saint NOTA: 8,8/10 Em 1984, o Armored Saint lançava seu álbum de estreia, o March of the Sa...