March Of The Saint – Armored Saint
NOTA: 8,8/10
Em 1984, o Armored Saint lançava seu álbum de estreia, o March of the Saint, que trazia uma abordagem interessante. Formada em Los Angeles durante a explosão do Metal tradicional e da NWOBHM, que influenciava diretamente as bandas americanas, a banda contava com o vocalista John Bush, o baixista Joey Vera, o baterista Gonzo Sandoval, o guitarrista Phil Sandoval (ambos irmãos) e, por fim, o também guitarrista Dave Prichard. Rapidamente, eles se destacaram na cena local e, após lançarem uma demo, conseguiram contrato com a Chrysalis Records. A produção foi feita por Michael James Jackson, que deixou tudo limpo e acessível, voltado para o mercado americano que buscava algo mais próximo do mainstream. Assim, a banda acabou não gostando do resultado final, que tirou toda a crueza e o peso que eles queriam. Ainda assim, o repertório é muito bom, com canções bem dinâmicas e pesadas. No final, é um ótimo disco de estreia, com muita consistência.
Melhores Faixas: Can U Deliver, Mutiny On The World, March Of The Saint
Vale a Pena Ouvir: Take A Turn, False Alarm
Delirious Nomad – Armored Saint
NOTA: 9,1/10
Melhores Faixas: The Laugh, Aftermath, For The Sake Of Heaviness, Released
Vale a Pena Ouvir: Nervous Man, Long Before I Die, You're Never Alone
Raising Fear – Armored Saint
NOTA: 8,9/10
Dois anos se passaram, e a banda voltava lançando mais um disco, o Raising Fear. Após o Delirious Nomad, o Armored Saint seguia sua luta por espaço na cena do Heavy Metal norte-americano. Dentro da banda, foi confirmado que o guitarrista Phil Sandoval, que já havia saído antes do último álbum, não retornaria, e o grupo optou por continuar como um quarteto, com Dave Prichard assumindo todas as guitarras. A produção foi feita pela própria banda junto com Chris Minto, e eles seguiram por um caminho mais cru e orgânico, com uma pegada bruta que lembrava muito o metal tradicional, mas sem o brilho técnico das grandes produções da época. O som é direto, ríspido e com ênfase em riffs cortantes e vocais intensos, e aqui se percebe que John Bush entregou demais em sua vocalização. O repertório é muito bom, com canções mais melódicas, mas ainda mantendo aquele peso característico. No final, é um disco bacana e um dos mais maduros da banda.
Melhores Faixas: Raising Fear, Book Of Blood, Chemical Euphoria
Vale a Pena Ouvir: Isolation, Terror
Symbol Of Salvation – Armored Saint
NOTA: 5,6/10
Melhores Faixas: Reign Of Fire, Another Day, Warzone, Spineless
Piores Faixas: Hanging Judge, Tribal Dance, The Truth Always Hurts, Tainted Past
Revelation – Armored Saint
NOTA: 3/10
Entrando no novo século, o Armored Saint lança mais um trabalho, o fraquíssimo Revelation. Após o irregular Symbol of Salvation, a banda decidiu entrar em um hiato. Nesse período, como sabemos, John Bush acabou entrando no Anthrax. No final dos anos 90, enquanto a banda nova-iorquina passava por mudanças, Bush e o baixista Joey Vera começaram a compor novamente juntos, reativando o Armored como uma espécie de reunião “orgânica”. A produção foi feita pelo próprio Vera junto com Brian Slagel, mantendo a abordagem clássica da banda, mas com uma sonoridade moderna, limpa e pesada, seguindo o Heavy Metal tradicional, só que com pitadas de Groove Metal. No entanto, tudo vira uma bagunça, já que há partes groovadas e riffs cadenciados que não se encaixam bem. O repertório é muito ruim, com a maioria das canções sendo medíocres e poucas se salvando. No geral, é um disco fraco e que não empolga.
Melhores Faixas: What's Your Pleasure, Creepy Feelings, Den Of Thieves
Piores Faixas: After Me, The Flood, Tension, Damaged, No Me Digas (os caras devem ter se arrependido de ter feito essa música cantada em espanhol)
La Raza – Armored Saint
NOTA: 8,3/10
Foi só em 2010 que a banda retornou lançando mais um trabalho, o La Raza, que foi mais abrangente. Após o fraquíssimo Revelation, a banda entrou em um hiato. John Bush, que havia deixado o Anthrax, mas não ficou muito tempo, chegando ao ponto de quase encerrar sua carreira. Enquanto isso, Joey Vera se manteve ativo com outros projetos e envolvido com produção. Mas Bush mudou de ideia e decidiu voltar, e não por pressão da indústria; a ideia de reviver o Armored Saint havia ganhado força novamente. A produção foi feita pelo próprio Joey Vera, com uma abordagem mais artesanal e menos voltada ao metal tradicional puro. Com isso, exploraram sonoridades que misturam Hard Rock setentista, Heavy Metal e até um pouco de Metal alternativo, tudo isso encaixado com riffs precisos e um vocal poderoso de Bush. O repertório é muito bem-feito, com canções pesadíssimas e outras mais cadenciadas. Enfim, é um ótimo disco e, de certo modo, muito subestimado.
Melhores Faixas: Left Hook From Right Field, Little Monkey
Vale a Pena Ouvir: La Raza, Head On, Get Off The Fence
Win Hands Down – Armored Saint
NOTA: 7/10
Cinco anos depois, foi lançado mais um disco deles, o Win Hands Down, que foi um pouco mais extenso. Após o La Raza, o Armored Saint decidiu seguir adiante, renovado e mais unido do que nunca. Aqui, eles desenvolveram o projeto de forma confiante entre os integrantes, mostrando uma banda que se sentia mais coesa, livre e inspirada do que em qualquer outro momento desde os anos 90. A produção, conduzida novamente por Joey Vera, é limpa, mas pesada, com camadas instrumentais bem definidas e vocais muito bem captados. A sonoridade seguiu mais ou menos a mesma base do seu antecessor, porém com uma inclinação ainda maior para o Heavy Metal tradicional. Apesar de algumas passagens apresentarem certa inconsistência, isso não afeta a imersão do álbum como um todo. O repertório é bem legal, e as canções são todas bem pesadas e dinâmicas. Enfim, é um ótimo disco, apesar de algumas falhas.
Melhores Faixas: Muscle Memory, Up Yours, An Exercise In Debauchery
Piores Faixas: Dive, In An Instant
Punching The Sky – Armored Saint
NOTA: 5/10
E foi só em 2020 que foi lançado o último álbum até o momento do Armored Saint, o Punching the Sky. Após o Win Hands Down, eles decidiram aprimorar ainda mais sua fusão de Heavy Metal tradicional com arranjos modernos e letras conscientes, já que perceberam que dava para seguir essa fórmula, embora ainda precisasse ser mais lapidada. Além disso, tentaram retomar a temática do Power Metal americano. A produção foi praticamente a mesma, entregando arranjos mais imersivos, peso nos riffs e dinâmica nos vocais, além de ampliar alguns elementos adicionais, como toques de teclado, percussão e texturas sonoras. No entanto, tudo acabou ficando bastante sem alma, com falta de precisão na maioria dos arranjos, o que deixa tudo muito sem emoção. O repertório é bem irregular, até tenta melhorar na metade, mas a maioria das faixas é genérica. Em suma, é um trabalho mediano, que acabou faltando com toda aquela intensidade.
Melhores Faixas: Do Wrong To None, Do Wrong To None, Never You Fret
Piores Faixas: Standing On The Shoulders Of Giants, Unfair, End Of The Attention Span
Então é isso, um abraço e flw!!!