terça-feira, 17 de junho de 2025

Analisando Discografias - Professor Griff: Parte 2

                 

Kao's II Wiz *7* Dome – Professor Griff





















NOTA: 2,7/10


No ano seguinte, foi lançado o 2º álbum do Professor Griff, o Kao's II Wiz 7 Dome. Após o Pawns in the Game, vivia-se um momento muito tenso tanto na vida pessoal do rapper quanto no panorama político e racial dos Estados Unidos no início dos anos 90, um período marcado por tensões raciais, crescimento das gangues urbanas e avanço do movimento afrocentrado no Hip-Hop/Rap. Produção conduzida por ele mesmo, juntamente com Luke Skyywalker e Kavon Shah, segue uma linha bastante crua, com batidas secas, samples densos e uma abordagem minimalista. Comparado a obras mais polidas da época, aposta em uma sonoridade mais próxima da estética do Public Enemy, mas com menos complexidade nas camadas sonoras. Seguindo as mesmas influências, acaba se tornando bastante monótono e altamente repetitivo. O repertório é muito fraco, e as canções são medíocres, com poucas se destacando. Enfim, é um disco ruim e bastante preguiçoso. 

Melhores Faixas: My Ideology, In-Cog-Negrow 
Piores Faixas: Fugitive, Assassination Attempt, Attention Please (Prologue) Verbal Intercourse, Crucified, The Late Great Black Man, Rev 2:26

Disturb N Tha Peace (Freedom Is Just A Mind Revolution Away) – Professor Griff





















NOTA: 2,5/10


Mais outro ano se passou, e ele voltou lançando mais um disco chatíssimo: Disturb N Tha Peace (Freedom Is Just a Mind Revolution Away). Após o Kao's II Wiz 7 Dome, ele tentou fazer algo um pouco mais conceitual, com o título fazendo um jogo com a expressão inglesa “Disturb the Peace” (perturbar a paz), transformando-a em um apelo revolucionário. A frase subtitulada “Freedom Is Just a Mind Revolution Away” (“A liberdade está a apenas uma revolução mental de distância”) reforça a ideia de que a libertação começa na mente, ecoando influências da Nação do Islã e de pensadores afrocentrados. A produção foi praticamente a mesma: fizeram um som bastante cru e direto, com uso de samples de Soul e Funk, discursos, citações e efeitos vocais, mantendo tudo minimalista, mas deixando o resultado muito arrastado e, mais uma vez, monótono. O repertório, novamente, é muito fraco, com canções ruins e tendo raras exceções. No fim, é outro disco péssimo que se tornaria comum. 

Melhores Faixas: Phuck Tha Media, 43rd Negative Confession 
Piores Faixas: 107. Point Live (At The Slave Theatre), Respect The Art-Kill-Tech, Rebelz Against Tha Develz, Color Confrontation, Sista Sista, 7 Wattz Of Reality

Blood Of The Profit – Professor Griff





















NOTA: 1/10


Então, se passaram seis anos, e o Professor Griff lançava outro trabalho infame: Blood Of The Profit. Após o Disturb N Tha Peace, o rapper passou por um período de menor visibilidade na cena musical. Seu retorno, naquele ano de 1998, marcou uma tentativa de reafirmar sua identidade como artista solo de forte cunho político e ideológico, longe da sombra do Public Enemy, mas ainda carregando o mesmo DNA contestador. Esse álbum chega em um momento em que o Hip-Hop havia se tornado mais comercial nos Estados Unidos, dominado por temáticas mais hedonistas e menos voltadas à crítica social. A produção é aquela mesma de sempre, com uma temática crua e sombria, refletindo o tom austero das letras. Griff assume boa parte do controle criativo, apostando em batidas densas, colagens de discursos e samples minimalistas, só que repetindo uma fórmula que torna tudo muito exaustivo. O repertório é fraco, e as faixas são todas bastante medíocres e sem alma. Em suma, trata-se de outro trabalho terrível e completamente inexpressivo. 

Melhores Faixas: (...............................) 
Piores Faixas: The X-Y Chromozone Theory, Vicious Cycle, The Ole B#tch-U-Worryz, Blood Of The Profit, Imaginenation, Black Beauty & The B#tch

And The Word Became Flesh – Professor Griff





















NOTA: 1/10


Então entra o ano de 2001, quando foi lançado o último álbum até o momento do Professor Griff, o And The Word Became Flesh. Após o Blood Of The Profit, Griff continuou trilhando seu caminho como militante político, palestrante e autor, além de músico. Esse projeto é lançado em um período posterior ao boom comercial do Gangsta Rap e durante o ressurgimento do Rap mais consciente no underground. E só um caso sabe que dia naquele ano lançaram esse disco? Se você falou 11 de setembro (isso não te faz ser um gênio). Produção feita por ele junto com Chuck D e Kerwin Young, segue uma estética mais densa, pegando influências do Boom Bap, mas com inserções de colagens vocais, falas de líderes, gravações de aula, trechos de discursos e tons ritualísticos. Só que tudo novamente é muito arrastado e com uma total falta de imersão. O repertório é horrível, e as canções são todas muito chatas e tediosas. No final, é um trabalho pavoroso e novamente esquecível. 

Melhores Faixas: (..................zzzzzz...............) 
Piores Faixas: Sudden Death, The Late Great Blackman Pt. 2, R.A.P. (Real African People) Pt. 1 & 2, A.I.D.S., Imagination, I Am A Poet, G.O.D. (Griff On Duty), Black Beauty & The Bitch

Review: Eu Odeio o Dia Dos Namorados do Orochi

                     Eu Odeio o Dia Dos Namorados – Orochi NOTA: 3,8/10 E novamente o Orochi retorna lançando mais um trabalho novo, o Eu Od...