Os Tincoãs (1973) – Os Tincoãs
NOTA: 9,6/10
Após onze anos, Os Tincoãs lançaram seu segundo álbum autointitulado, trazendo uma nova abordagem. Originalmente formado na Bahia, o grupo nasceu como um trio vocal em meados da década de 1960, mas foi a partir dos anos 70 que sua identidade se consolidou, mesclando o Samba com elementos dos cânticos do Candomblé e da tradição afro-religiosa. A formação do álbum de 1973 apresenta Dadinho, Heraldo e Mateus Aleluia, que entrou no lugar de Erivaldo, que decidiu permanecer em Cachoeira. Assim se formava o trio principal, marcando uma mudança da abordagem mais radiofônica dos trabalhos anteriores para uma obra mais espiritual e culturalmente densa, abandonando as influências de boleros. A Bahia, berço do grupo, foi crucial para moldar sua sonoridade, que carrega ecos de rituais religiosos, ladainhas e sambas de roda. O disco foi gravado com a modesta produção de Adelzon Alves e com a participação do maestro Lindolfo Gaya, cuja simplicidade nos arranjos vocais e instrumentais se converte em uma força espiritual. O uso predominante de percussão (como atabaques e pandeiros), além de violões minimalistas, sustenta um ambiente que parece uma roda de samba. O repertório é maravilhoso, trazendo várias canções esplêndidas como Deixa a Gira Girar, Embola Embola e a ótima Sabiá Roxa, além das temáticas em Ogundê, Saudação aos Orixás e Canto pra Iemanjá. No final de tudo, é um trabalho maravilhoso e certamente um clássico da música brasileira.
Bom é isso e flw!!!