segunda-feira, 3 de fevereiro de 2025

Analisando Discografias - Vinicius Cantuária: Parte 2

                 

Nu Brasil – Vinicius Cantuária





















NOTA: 5,3/10


Mais um ano se passa, e Vinicius Cantuária lança seu 5º álbum de estúdio, o Nu Brasil. Após o Siga-Me, o cantor decidiu seguir uma abordagem semelhante à de seus últimos trabalhos, mas com uma produção mais orgânica, incorporando elementos da época, enquanto mantinha a sofisticação dos arranjos. Produzido por Mayrton Bahia e Celso Fonseca, que combinaram arranjos sofisticados com uma abordagem Pop característica da época, o álbum também contou com a participação do próprio Vinicius nos arranjos. A produção trouxe uma sonoridade que mescla ritmos brasileiros com influências do Pop Rock, MPB e até um toque de Reggae. No entanto, o resultado final ficou confuso e pouco coeso. O repertório até começa com boas músicas, mas, ao longo do disco, as faixas vão perdendo força, resultando em um conjunto inconsistente. No fim, esse trabalho é irregular, que carece de consistência. 

Melhores Faixas: Vejo Todo o Mundo, Todos Irmãos, Numa Boa 
Piores Faixas: Você Me Esconde, Até O Fim, Quero Que Vá Tudo Pro Inferno (esse cover junto com Lulu Santos ficou fraquíssimo)

Rio Negro – Vinicius Cantuária























NOTA: 8/10


Passado um tempo, apenas em 1991, Vinicius Cantuária lançou mais um novo trabalho, o Rio Negro. Após o Nu Brasil, lançado nos anos 1980, período em que ele transitou entre o Pop Rock e a MPB, buscando sempre inovar em suas composições e arranjos, ele decidiu explorar sonoridades mais sofisticadas e poéticas nesta nova década. Distanciando-se da busca por sucesso imediato, aproximou-se de uma expressão artística mais profunda. Produzido por Zé Nogueira, o álbum buscou um equilíbrio entre elementos acústicos e eletrônicos, criando uma atmosfera que valoriza tanto a tradição da MPB quanto a inovação sonora. Os arranjos são cuidadosamente elaborados, proporcionando uma experiência auditiva rica e envolvente, e aqui as coisas funcionam perfeitamente. O repertório é bastante interessante, trazendo canções suaves e leves. Em suma, é um ótimo disco, embora bastante subestimado. 

Melhores Faixas: Serei Feliz?, Brinco 
Vale a Pena Ouvir: Tudo Real (com participação do Chico Buarque), Garotos, Jóia

Sol Na Cara – Vinicius Cantuária





















NOTA: 8,7/10


Cinco anos se passaram, e Vinicius Cantuária retornou lançando Sol Na Cara, que não trouxe tantas novidades. Após o Rio Negro, o cantor mudou-se para os Estados Unidos, o que lhe proporcionou novas perspectivas musicais e oportunidades de colaboração com artistas internacionais. Além de continuar explorando elementos da MPB, foi em solo americano que ele aprofundou sua experimentação sonora. O álbum foi produzido por Arto Lindsay, conhecido por seu trabalho inovador que mistura música brasileira com Avant-Garde e Jazz, refletindo uma abordagem experimental e sofisticada. A obra apresenta uma fusão de ritmos tradicionais brasileiros com arranjos contemporâneos, indo do Samba e da Bossa nova à MPB, criando uma sonoridade única. O repertório é bem equilibrado, mesclando reinterpretações de suas músicas antigas com novas composições, que ficaram excelentes. No final, é um baita disco e um dos melhores de sua carreira. 

Melhores Faixas: Sol Na Cara, O Nome Dela, Ludo Real 
Vale a Pena Ouvir: Rio Negro, Samba Da Estrela, O Vento

Tucumã – Vinicius Cantuária





















NOTA: 3,7/10


Três anos se passaram, e o cantor lançou mais um disco, intitulado Tucumã, que seguiu a abordagem da MPB. Após o Sol Na Cara, ele decidiu continuar sua experimentação e a fusão de estilos, demonstrando maturidade artística e uma busca por novas sonoridades, refletindo a síntese de suas experiências musicais até então. A produção, feita pelo próprio Vinicius Cantuária, é marcada por arranjos minimalistas que valorizam a sutileza e a profundidade das composições, mesclando ritmos brasileiros com influências da Bossa Nova e do Samba. Além disso, o álbum conta com colaborações de artistas como Sean Lennon, Laurie Anderson e Bill Frisell, que adicionam camadas distintas. No entanto, os arranjos são confusos e, em alguns momentos, mal executados. O repertório até começa bem, mas depois traz uma sequência de canções ruins. No fim, esse trabalho decepcionante e pouco inspirado. 

Melhores Faixas: Maravilhar, Pra Gil, Igarapé 
Piores Faixas: Sanfona, Vivo Isolado Do Mundo, Aviso Ao Navegante, Retirante

Vinicius – Vinicius Cantuária



















NOTA: 2/10


Em 2001, Vinicius Cantuária retornou mais uma vez, lançando um disco intitulado apenas Vinicius, tão simples quanto seu conteúdo. Após o Tucumã e percebendo que o resultado não foi satisfatório, ele decidiu seguir um caminho mais intimista e próximo da raiz da MPB, tentando mostrar uma nova busca por sonoridades. A produção, feita por Lee Townsend em parceria com o cantor, trouxe sofisticação e integrou músicos renomados, como David Byrne, Arto Lindsay, Gilberto Gil e Naná Vasconcelos. Além disso, a participação de artistas como Bill Frisell, Joey Baron e Caetano Veloso tentou agregar qualidade ao álbum. No entanto, apesar de a sonoridade mesclar atmosferas tradicionais brasileiras com nuances contemporâneas, tudo soa arrastado, resultando em uma falta gigantesca de emoção. O repertório é fraco, repleto de canções monótonas, com apenas uma se salvando. Enfim, esse trabalho é decepcionante e marcou um tropeço feio em sua carreira. 

Melhores Faixas: Nova De Sete 
Piores Faixas: Quase Choro, Ela É Carioca, Água Rasa, Irapurú

Horse And Fish – Vinicius Cantuária





















NOTA: 1,5/10


Logo depois, Vinicius Cantuária lançou outro disco, o Horse and Fish, no qual tentou trazer uma abordagem diferente. Após seu trabalho anterior, ele participou de um álbum do David Byrne e decidiu continuar explorando uma sonoridade mais leve. Ou seja, insistiu nos mesmos erros. Produzido pelo próprio Vinicius em parceria com Stewart Lerman, o álbum apresenta uma sonoridade sofisticada, integrando músicos renomados em uma fusão de Jazz contemporâneo e MPB, criando uma atmosfera mais íntima e envolvente. No entanto, essa abordagem minimalista acaba sendo mal implementada, resultando em poucos momentos de coesão rítmica. O repertório é fraco e, apesar da presença de algumas canções de Tom Jobim, nenhuma se salva e o problema nem foi a voz do Vinicius. No fim, esse álbum é inconsistente e sem qualquer brilho. 

Melhores Faixas: (......) 
Piores Faixas: Look The Sky, Ligia, Perritos, Cubanos Postizos

Silva – Vinicius Cantuária





















NOTA: 7,7/10


Um tempo depois, Vinicius Cantuária lançou outro álbum, intitulado Silva, novamente bem simples. Após o Horse and Fish, o cantor percebeu que realmente precisava mudar. Então, decidiu resgatar a essência da Bossa Nova em seu momento de ápice e aplicá-la em seu novo trabalho, buscando mais leveza. A produção, feita pelo cantor em parceria com Stewart Lerman, destaca-se pela sofisticação e pela integração de músicos renomados, como os percussionistas Sidinho e Chacal e os irmãos violinistas Bernardo Bessler e Michel Bessler, entre outros. A sonoridade é uma fusão do Jazz contemporâneo com a Bossa Bova, criando uma atmosfera íntima e envolvente. O repertório ficou muito bom, com canções bem detalhadas e ricas em arranjos, apesar de algumas estarem abaixo do esperado. Mas, enfim, Silva é um trabalho interessante e representou uma melhora. 

Melhores Faixas: A Felicidade, Pena De Mim, Paraguai 
Piores Faixas: Reentry, Alegria

                                                 Então é isso, um abraço e flw!!!        

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