Cymbals – Vinicius Cantuária
NOTA: 8/10
Dois anos se passaram, e Vinicius Cantuária lançou Cymbals, um disco que buscava algo mais profundo. Após o Silva, percebendo o acerto em seu som, o cantor pensou que poderia resgatar o lado mais suave da MPB sem necessariamente se prender ao estilo que consolidou a Bossa Nova, evitando imitar um novo João Gilberto. A produção, assinada pelo próprio Vinicius, destaca-se pela qualidade sonora e pela escolha cuidadosa dos músicos participantes, criando uma atmosfera intimista e sofisticada. O álbum reúne influências do Samba e até mesmo da Soul music, mas a predominância é da MPB. O repertório é interessante e traz canções que, apesar dos arranjos simples, são envolventes e bem construídas. No final de tudo, é um ótimo disco, que não se limita a uma única fórmula.
Melhores Faixas: Chuva, Ominira
Vale a Pena Ouvir: Você Está Sumindo, Tua Cara, Você e Eu
Samba Carioca – Vinicius Cantuária
NOTA: 5,2/10
Chegando em 2009, o cantor lança mais um álbum de estúdio, o Samba Carioca, que obviamente é temático. Após o Cymbals, Vinicius decidiu voltar para o lado mais íntimo da era mais antiga do Samba, adotando uma abordagem mais centrada e tentando dar uma pequena modernizada na maioria dos arranjos. A produção, feita por Arto Lindsay, contou com a participação de músicos renomados, incluindo Bill Frisell e Brad Mehldau, além do baterista Paulo Braga. Essa colaboração resultou em arranjos que equilibram a tradição da Bossa Nova e do Samba com nuances modernas, criando uma atmosfera sonora única, embora algumas melodias tenham sido mal aproveitadas. O repertório, por mais que seja interessante, traz poucas reinterpretações que ficaram boas, enquanto o restante soou bem genérico. No fim, é um trabalho bem irregular e que deixou lacunas vazias.
Melhores Faixas: Praia Grande, Julinha De Botas, Fugiu
Piores Faixas: Inútil Paisagem, Vagamente, Orla
Lágrimas Mexicanas – Vinicius Cantuária e Bill Frisell
NOTA: 5/10
Em 2011, Vinicius Cantuária lança um álbum colaborativo com Bill Frisell, intitulado Lágrimas Mexicanas. Após o Samba Carioca, Vinicius e Frisell já haviam colaborado em diversas ocasiões, unindo a Bossa Nova e o Jazz, e como o guitarrista era um dos mais versáteis no cenário atual desse gênero, encontraram uma sinergia natural em suas colaborações anteriores. Produzido por Lee Townsend, o trabalho apresenta Vinicius Cantuária como frontman, além de estar na percussão e no violão acústico, enquanto Frisell contribui com guitarras acústica e elétrica, além de loops. Ele quis deixar a qualidade sonora eficiente, mas muita coisa parece ter sido feita às pressas, pois carece de coesão rítmica em várias partes dos arranjos. O repertório é bem irregular, pois tem canções legais, mas do nada surgem confusões com instrumentais e outras cantadas em espanhol, que ficaram fracas. No geral, é um trabalho muito mediano e que faltou coesão.
Melhores Faixas: Lágrimas Mexicanas, Cafezinho, Aquela Mulher
Piores Faixas: El Camino, Calle 7, Mi Declaratión
RSVC – Ricardo Silveira & Vinicius Cantuária
NOTA: 8,1/10
No ano seguinte, mais um álbum colaborativo foi lançado, desta vez com Ricardo Silveira, intitulado RSVC. Após o Lágrimas Mexicanas, Vinicius decidiu fazer um trabalho com o guitarrista, devido à sua grande habilidade no instrumento, capaz de transitar entre o Jazz e a música brasileira, enquanto Vinicius fundia suas influências contemporâneas e, claro, sua voz. A produção foi feita pela dupla junto com Eduardo Chermont, que adotaram uma abordagem minimalista, priorizando a autenticidade e a interação direta entre eles. Há uma divisão, com um dos dois cantando em determinados momentos, mas a maior parte do tempo eles ficam na instrumentação, lembrando Folk e Jazz, criando uma atmosfera totalmente ambiental. O repertório ficou muito bom, com canções suaves e de ótimas melodias. Em suma, é um trabalho interessante e que funcionou mais do que o antecessor.
Melhores Faixas: Pé Direito (Right Foot), Sessão Das Onze (Wanderley)
Vale a Pena Ouvir: Mais Nada (Nothing More), Perritos, É O Fim (It's The End)
Índio De Apartamento – Vinicius Cantuária
NOTA: 1,2/10
Melhores Faixas: (........)
Piores Faixas: This Time, Purus, Pé Na Estrada, Quem Sou Eu
Psychedelic Rio – Vinicius Cantuária
NOTA: 8,4/10
Então chegamos ao último lançamento até o momento do Vinicius Cantuária, o Psychedelic Rio. Após o Índio de Apartamento, ele decidiu trocar a quietude típica da Bossa Nova por uma abordagem que "exige ser tocada em alto volume". Sendo meio que uma espécie de retorno às suas raízes, funcionando como uma retrospectiva. Produzido pelo próprio cantor, ele formou um "power trio" com os músicos italianos Paolo Andriolo (baixo) e Roberto Rossi (bateria e percussão), além de utilizar uma guitarra elétrica com reverb e distorção para criar uma atmosfera mais crua e aberta, contrastando com tudo que foi feito nos trabalhos anteriores. Dessa vez, ele quis incluir influências de Jazz Rock, Samba e MPB tradicional. O repertório é bem legal, dividido em canções novas, antigas e covers, todas ficando bem consistentes. Enfim, esse trabalho é muito interessante e não trouxe erros.
Melhores Faixas: É Preciso Perdoar, Nossa Estrada
Vale a Pena Ouvir: Berlin, Rio Negro, Verde Mata