sexta-feira, 7 de março de 2025

Analisando Discografias - Lô Borges: Parte 2

                 

Horizonte Vertical – Lô Borges





















NOTA: 6/10


Passado um tempo, em 2011, Lô Borges lançou outro disco, o Horizonte Vertical, que seguiu uma proposta mais intimista. Após o Harmonia, o cantor continuou vivendo uma fase prolífica, compondo cerca de 60 canções nos últimos oito anos, impulsionado pelo nascimento de seu filho, Luca, e pelo desejo de se conectar com novas gerações. A produção foi conduzida novamente por Lô junto com Barral, resultando em uma sonoridade minimalista, mais acústica e com maior foco nos teclados, além da tradicional leveza da MPB misturada ao Pop Rock. No entanto, o álbum deixou lacunas nas melodias e apresentou um repertório mediano, com canções interessantes, mas também algumas irregulares. Além disso, conta com as participações de Milton Nascimento, Samuel Rosa e Fernanda Takai, que são até boas. Mas enfim, esse disco é bem mediano e que poderia ser melhor planejado. 

Melhores Faixas: Nenhum Segredo, Antes Do Sol, Você E Eu 
Piores Faixas: On Venus, Horizonte Vertical, Mantra Bituca

Rio Da Lua – Lô Borges





















NOTA: 8,7/10


Então, se passaram oito anos, Lô Borges lança seu 11º álbum de estúdio, o Rio da Lua. Após o Horizonte Vertical, o cantor passou a focar mais em seus shows até que surgiu a vontade de lançar um álbum, mas com a ajuda de seu amigo Nelson Angelo, com quem havia recém-reatado a amizade depois de uma treta por causa de uma mulher (espera, já vi isso em algum lugar). O processo de criação foi inovador para Lô, que pela primeira vez musicou letras previamente escritas, enviadas por Nelson através de mensagens digitais. A produção, feita pelo próprio cantor, trouxe aquela sonoridade dos tempos de Clube da Esquina, mesclando influências do Pop e da MPB. Além disso, a banda que acompanha Lô nas gravações é composta por músicos que o têm acompanhado nos últimos dez anos. O repertório é bem legal, com canções melódicas e introspectivas muito bem trabalhadas. No fim, é um belo disco, carregado de profundidade. 

Melhores Faixas: Em Outras Canções, No Caminho 
Vale a Pena Ouvir: Rio Da Lua, Flecha Certeira, Profeta

Dínamo – Lô Borges





















NOTA: 5,8/10


No ano seguinte, Lô Borges lançou mais um disco, intitulado Dínamo, e daqui para frente é assim: toda hora é disco anual. Após o Rio da Lua, em meio à divulgação desse álbum, ele começou a receber letras de Makely Ka via mensagens de texto, iniciando um novo processo colaborativo. Makely, natural do Piauí e residente em Belo Horizonte, trouxe uma perspectiva poética que ressoou com a musicalidade do cantor. A produção foi feita, como sempre, por ele mesmo, resultando em uma sonoridade ainda mais intimista e acústica, com uma abordagem que remete ao seu início de carreira e incorpora influências do Folk Contemporâneo e Pop Rock. No entanto, muita coisa acabou soando vazia e com baixíssima coesão rítmica. O repertório é irregular, com algumas boas canções e outras que ficaram sem emoção, deixando a lírica poética enfraquecida. Enfim, esse trabalho ficou mediano e muito atrás de seu antecessor. 

Melhores Faixas: O Mundo Gira Sobre Si, Dínamo (participação do Samuel Rosa), Refúgio
Piores Faixas: Lava Do Vesúvio, Quantos Janeiros, O Caos Da Cidade

Muito Além Do Fim – Lô Borges





















NOTA: 3/10


Outro ano se passou, e ele retorna lançando mais um álbum, o Muito Além do Fim, que teve muitos erros. Após o lançamento do Dínamo, Lô Borges continuou sua jornada criativa durante a pandemia, compondo novas canções. Dessa vez, decidiu colaborar com seu irmão Márcio Borges, com quem não trabalhava desde 2011, na época do Horizonte Vertical. A expectativa deles até que estava alta, e foram para o estúdio. A produção, como sempre, ficou a cargo do próprio cantor, que apostou em uma sonoridade mais próxima do Pop Rock dos anos 80, influenciada também pelo timbre dos instrumentos de sua banda de apoio. No entanto, a mixagem apresenta problemas evidentes, com o baixo ofuscando a guitarra ou a bateria se sobrepondo à voz do Lô, um erro completamente bobo. O repertório até parece promissor, mas as canções são fracas, com poucos momentos de brilho. No fim, é um trabalho muito ruim e completamente inexpressivo. 

Melhores Faixas: Muito Além Do Fim, Piano Cigano, Caos 
Piores Faixas: Copo Cheio, Rainha, Terra De Gado, Canções Da Primavera

Chama Viva – Lô Borges





















NOTA: 8/10


Em 2022, ele retorna lançando outro disco, o Chama Viva, que trouxe coisas interessantes. Após o fraquíssimo Muito Além do Fim, o cantor seguiu com seu processo criativo e decidiu trabalhar, desta vez, com Patricia Maës, que também havia colaborado com ele em Horizonte Vertical e trouxe temas poéticos mais platônicos. A produção foi aquela de sempre, mas agora com mais influências da MPB e do Folk Contemporâneo, resultando em uma sonoridade mais profunda e envolvente, que tornou a sofisticação dos arranjos totalmente coesa. Desta vez, a mixagem não teve erros; tudo ficou bem controlado, com os andamentos de cada instrumento no tempo certo. O repertório é muito legal, com canções introspectivas, mas que seguem uma boa lírica e criam um clima de leveza, além das ótimas participações. Em suma, é um ótimo disco, com muitos acertos. 

Melhores Faixas: Outro Verão, Ascender 
Vale a Pena Ouvir: Fica No Ar (participação do Paulinho Moska), Veleiro (participação do Milton Nascimento), No Colar

Não Me Espere Na Estação – Lô Borges





















NOTA: 8,4/10


No ano seguinte, é lançado Não Me Espere na Estação, seu 15º álbum de estúdio, que segue uma vibe intimista. Após o Chama Viva, Lô Borges continuou seu processo criativo imparável. Ele até afirmou depois que, mesmo aos 70 anos, não consegue parar de compor (meio que tudo o que ele não fez nos anos 80, está fazendo agora). Dessa vez, ele fez uma parceria com César Mauricio, que também já havia colaborado com o cantor nos álbuns dos anos 2000. Produzido, como sempre, por ele mesmo, o disco traz uma sonoridade completamente voltada ao Pop Rock, com toques de Blues, resultando em um trabalho bem encadeado e com grande foco nos temas poéticos. Isso se reflete em um repertório muito bom, com canções cheias de profundidade e questionamentos sociais. No fim, é um ótimo álbum, e que é completamente consistente. 

Melhores Faixas: Brilho Do Entardecer, Retina 
Vale a Pena Ouvir: Constelação, Invente-Me Outra Vez, Por Onde

Tobogã – Lô Borges





















NOTA: 9/10


Até que chegamos no último lançamento até o momento do Lô Borges, intitulado Tobogã. Após o Não Me Espere na Estação, o cantor continuou em seu processo criativo, além de fazer vários shows com seu amigo Beto Guedes. Para esse projeto, ele decidiu chamar a médica e poetisa Manuela Costa, que já havia colaborado anteriormente. A produção, como sempre, foi feita pelo próprio Lô e trouxe uma sonoridade mais minimalista e leve, indo para uma abordagem mais tradicional da MPB, com poucos traços de Pop Rock, o que fez lembrar os tempos de seu disco de estreia, mas sem a pegada psicodélica que ele tinha. Aqui, a sonoridade é mais polida e sem exageros. Isso se reflete em um repertório muito bom, com canções melódicas e com um contexto profundo e reflexivo, o que agregou ainda mais, até mesmo nas duas faixas com a participação de Fernanda Takai. No final de tudo, é um baita disco e um dos mais profundos de sua carreira. 

Melhores Faixas: Esqueça Tudo, Na Curva De Um Rio, Minas e Marte, Amor Real (participação da Fernanda Takai) 
Vale a Pena Ouvir: Poema Secreto, Vou Ventando Pra Você, Teia

    Então um abraço e flw!!!         

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