The "Body-Hat" Syndrome – Digital Underground
NOTA: 8/10
Dois anos depois, foi lançado o 3º álbum de estúdio do Digital Underground, o The "Body-Hat" Syndrome. Após o Sons of the P, o grupo enfrentava uma indústria musical em transição: o Gangsta Rap dominava as rádios, e o som mais politizado ou experimental começava a ser marginalizado. É importante lembrar que, naquele momento, o 2Pac, apesar de ter aparecido neste projeto, já estava 100% concentrado em sua carreira solo. O grupo começou a se aproximar de sons mais duros, distanciando-se do estilo P-Funk. A produção foi feita por eles mesmos, mantendo aquela estética funkeada. A sonoridade aposta em linhas de baixo pesadas, teclados cósmicos, grooves dançantes e scratches, contrastando com a dureza do G-Funk que predominava em Los Angeles e no mainstream. Com isso, os samples são bem densos e as camadas vocais, mais estilizadas. O repertório é bem legal, com canções muito divertidas. Enfim, é um disco bom, mas muito subestimado.
Melhores Faixas: Doo Woo You, Jerkit Circus
Vale a Pena Ouvir: Bran Nu Swetta, Carry The Way (Along Time), Wussup With The Luv, Shake & Bake, Do Ya Like It Dirty?
Future Rhythm – Digital Underground
NOTA: 5,8/10
Melhores Faixas: Hokis Pokis (A Classic Case), Walk Real Kool, Midnite Snack, Hella Bump
Piores Faixas: Stylin', Want It All, Future Rhythm, Rumpty Rump
Who Got The Gravy? – Digital Underground
NOTA: 8/10
Se passaram dois anos, e eles lançaram mais um álbum, o Who Got the Gravy?, que trouxe novidades. Após o Future Rhythm, com o comercialismo exagerado das gravadoras da época e com uma queda naquele cenário do Boom Bap, a sonoridade mais teatral e P-Funk do Digital Underground já parecia fora de época, com o mainstream os ignorando. Apesar disso, Shock G e companhia não desistiram. Pelo contrário: retornaram com um álbum ainda mais irreverente, mais caótico e teatral do que seus antecessores. A produção foi aquela de sempre; a abordagem, mais suja, mais crua e livre, como se fosse uma jam session digitalizada, com instrumentos reais e samples esquisitos. A estética é P-Funk em sua forma mais exagerada e delirante, misturada com Hip Hop alternativo e elementos teatrais. O repertório é bem legal, com canções divertidas e energéticas, além de contar com feats de lendas como Big Pun e KRS-One. No geral, é um disco bom, mas que foi um tremendo fiasco.
Melhores Faixas: The Gravy, Wind Me Up
Vale a Pena Ouvir: Blind Mice, Cyber Teeth Tigers (participação do KRS-One), The Mission (participação do Big Pun)
"..Cuz A D.U. Party Don't Stop!" – Digital Underground
NOTA: 2,6/10
Foi só em 2008 que o Digital Underground lançou seu 6º e último álbum de estúdio, ..Cuz a D.U. Party Don't Stop!. Após o Who Got the Gravy?, já era visível que o Rap estava dominado por autoexperimentações e, principalmente, pelo pessoal do Sul. Shock G se concentrou em produções, shows e projetos paralelos. Mas, por volta de 2007, o grupo começou a se apresentar com uma turnê anunciada como "a última". A produção foi conduzida, como sempre, por ele, com uma sonoridade mais enxuta e menos teatral, com beats diretos, menos personagens e menos efeitos caricatos. Há mais uso de elementos eletrônicos e arranjos mais serenos, mas tudo é mal implementado, deixando tudo muito arrastado. Isso se reflete em um repertório péssimo, com canções terríveis, e poucas acabam se salvando. Enfim, esse trabalho final é muito decepcionante e encerrou de forma abaixo do esperado a trajetória do Shock G, que viria a falecer em 2021.
Melhores Faixas: Meeheadsoon, Blue Skyy
Piores Faixas: Sex Packets Unplugged, Hoo's Hoo, Everything Ya Done 4 Me, Channel Surfin', Lettuce In The Club, Cali Boogie