domingo, 4 de maio de 2025

Analisando Discografias - John Lennon: Parte 3

                 

Walls And Bridges – John Lennon





















NOTA: 8,7/10


Mais um ano se passou, e John Lennon retornou lançando mais um disco: Walls and Bridges. Após o Mind Games, ele vivia a fase do "Lost Weekend", um afastamento temporário da Yoko Ono que durou cerca de 18 meses, entre meados de 1973 e o início de 1975. Durante esse período, Lennon viveu em Los Angeles e depois em Nova York, se envolvendo com May Pang, sua assistente e amante, enquanto enfrentava episódios de alcoolismo, autodestruição, festas excessivas e uma efêmera liberdade criativa. A produção foi conduzida por ele mesmo, resultando em um som extremamente refinado, que combina Rock clássico, Blues Rock e pitadas de Jazz, com forte presença de seções de metais e teclados elétricos. O repertório é muito bom, com canções melódicas e de tom mais intimista. No fim, é um ótimo disco, embora pouco lembrado pelos fãs. 

Melhores Faixas: Whatever Gets You Thru The Night, Old Dirt Road, Nobody Loves You (When You're Down And Out) 
Vale a Pena Ouvir: #9 Dream, Steel And Glass, Bless You

Rock ‘N’ Roll – John Lennon




















NOTA: 9/10


Em 1975, John Lennon lançou um álbum inteiramente de covers, o Rock ‘N’ Roll. Após o Walls and Bridges, durante o caótico período do "Lost Weekend", marcado por festas, álcool e excessos. Nesse contexto, Lennon foi processado por Morris Levy por usar a frase “Here come old flat top” de You Can’t Catch Me, de Chuck Berry, em Come Together. Para evitar a disputa judicial, Lennon fez um acordo e prometeu gravar três músicas do catálogo de Levy. A produção começou com Phil Spector, que tinha experiência com sons clássicos, mas as sessões rapidamente saíram do controle, com os dois mergulhando em excessos alcoólicos e comportamentais. Spector chegou a disparar uma arma no estúdio e ainda sumiu com as fitas. Só mais tarde, em novas sessões feitas por Lennon sozinho, o álbum tomou forma com uma abordagem mais limpa. O repertório é muito bom, e as canções são bem interpretadas. Enfim, é um disco maravilhoso e muito bem feito. 

Melhores Faixas: Do You Want To Dance (Bobby Freeman), Stand By Me (Ben E. King), Slippin' And Slidin' (Little Richard), Ain't That A Shame (Fats Domino) 
Vale a Pena Ouvir: Medley: Bring It On Home To Me / Send Me Some Lovin' (Sam Cookin e Little Richard), Be-Bop-A-Lula (Gene Vincent and His Blue Caps), Peggy Sue (Buddy Holly)

Double Fantasy – John Lennon & Yoko Ono





















NOTA: 8,7/10


Depois de cinco anos, John Lennon lançou junto com Yoko Ono aquele que seria seu último álbum em vida, o Double Fantasy. Após o Rock ‘N’ Roll, Lennon havia se retirado da vida pública para se dedicar à criação do filho Sean, nascido em outubro de 1975. Esse afastamento coincidiu com o reencontro e a reconciliação definitiva com Yoko Ono, após o turbulento “Lost Weekend”. Foi só em 1980, ao completar 40 anos, que Lennon sentiu que era o momento de retornar à música. Ele e Yoko voltaram a compor juntos, dividindo o projeto. A produção foi conduzida por ambos, com Jack Douglas, que ajudou a trazer uma sonoridade moderna e profissional às gravações. O álbum tem uma abordagem polida e radiofônica, com influências da New Wave e arranjos limpos e sofisticados. O repertório é muito bom, com canções belíssimas e outras mais energéticas. No fim, é um ótimo disco, e é uma pena que, três semanas após o lançamento, Lennon foi assassinado. 

Melhores Faixas: Woman, Beautiful Boy (Darling Boy), (Just Like) Starting Over, Watching The Wheels 
Vale a Pena Ouvir: Every Man Has A Woman Who Loves Him, I'm Losing You, Kiss Kiss Kiss

Milk And Honey – John Lennon & Yoko Ono





















NOTA: 7,3/10


Quatro anos depois, foi lançado outro disco do John e Yoko, o Milk and Honey. Após o Double Fantasy e o infeliz assassinato de Lennon, decidiram resgatar esse material que havia sido gravado na mesma época e que seria trabalhado para um segundo volume. Porém, foi só depois de anos que Yoko Ono decidiu concluir esse projeto. Diferente do álbum anterior, que era meticuloso e simétrico, aqui é fragmentado, cru e imperfeito por natureza, como um álbum inacabado que carrega justamente sua verdade. A produção foi praticamente a mesma, com várias mudanças, já que os vocais da Yoko Ono acabaram sendo mais fáceis de trabalhar, enquanto os de John foram mais espontâneos e precisaram ser aperfeiçoados, mas mantiveram a naturalidade, o que preservou a coesão da sonoridade crua e intimista. O repertório é bem interessante, com canções legais e suaves, mas algumas ficam abaixo da média. Enfim, é um trabalho bacana, mas também foi injustiçado. 

Melhores Faixas: Nobody Told Me, I'm Stepping Out, Don't Be Scared, (Forgive Me) My Little Flower Princess 
Piores Faixas: You're The One, Grow Old With Me, O'Sanity


Analisando Discografias - Belladonna

                  Belladona – Belladonna NOTA: 7/10 Em 1995, Joey Belladonna lançou seu 1º trabalho solo, autointitulado, que seguiu uma out...