quarta-feira, 7 de maio de 2025

Analisando Discografias - Paul McCartney: Parte 2

                  

Tug Of War – Paul McCartney





















NOTA: 8,8/10


Depois de dois anos foi lançado mais um trabalho de Paul McCartney, o Tug of War. Após o injustiçado McCartney II, com o fim dos Wings (em 1981) e o assassinato do John Lennon (em dezembro de 1980), que o deixou emocional e criativamente abalado, McCartney passou por um momento de profunda reavaliação artística, abandonando temporariamente o caráter lúdico que havia permeado parte dos anos 1970 e buscando uma abordagem mais séria e reflexiva. A produção foi conduzida por George Martin, que trouxe aquela clássica abordagem com diversas passagens orquestrais e uma estética beatleniana. Além disso, o álbum conta com um elenco de músicos de renome, como Stevie Wonder, Carl Perkins e Ringo Starr. Tudo isso cria uma sonoridade que é de Pop Rock, mas que vai para um lado mais barroco e até acústico. O repertório é bem legal, com canções belíssimas e mais profundas. No fim, é um ótimo disco e muito completo. 

Melhores Faixas: Ebony And Ivory, Here Today, Ballroom Dancing 
Vale a Pena Ouvir: Wanderlust, Dress Me Up As A Robber, Take It Away

Pipes Of Peace – Paul McCartney





















NOTA: 5,6/10


No ano seguinte, Paul McCartney lançou Pipes of Peace, que era praticamente uma versão deluxe do anterior. Após o Tug of War, Paul, junto com George Martin, decidiu aproveitar o vasto material gravado em Montserrat e Londres entre 1980 e 1982. Com isso, eles selecionaram composições e gravações feitas nas mesmas sessões do álbum anterior, que haviam sido preteridas na época por motivos conceituais, de coesão ou estratégia de lançamento. A produção, novamente feita por George Martin, trouxe um som mais Pop e radiofônico, com um foco renovado em sintetizadores, teclados digitais e texturas eletrônicas. Ainda assim, Martin não abandonou os arranjos orquestrais e vocais elaborados, usando cordas, sopros e coral na tentativa de equilibrar os elementos, mas não funcionou e muitos dos arranjos acabaram ficando arrastados. O repertório começa bem, mas depois decai, com algumas exceções. No fim, é um disco mediano e que representou um tropeço. 

Melhores Faixas: Pipes Of Peace, Say Say Say (participação do Michael Jackson), Sweetest Little Show 
Piores Faixas: Average Person, The Man (aqui o Michael ofuscou mais não salvou), So Bad

Press To Play – Paul McCartney





















NOTA: 3/10


Se passaram três anos e Paul lançou mais um trabalho novo, intitulado Press to Play. Após o Pipes of Peace, Paul McCartney enfrentou um dilema artístico. Apesar dos êxitos comerciais e da parceria bem-sucedida com Michael Jackson, sua música começava a parecer antiquada diante do cenário musical dos anos 1980. Além disso, a recepção morna ao projeto Give My Regards to Broad Street (1984), tanto o filme quanto o álbum, fez McCartney repensar seu direcionamento artístico. A produção foi feita por ele junto com Hugh Padgham, que trouxe uma sonoridade dominada por sintetizadores, além do uso intensivo de baterias eletrônicas e programação rítmica, guitarras com efeitos de chorus e delay, além de pads atmosféricos. Só que toda essa ousadia é totalmente pasteurizada, deixando tudo extremamente arrastado. O repertório é fraco, com algumas canções interessantes, mas outras vazias. Em suma, é um disco muito ruim e sem coesão. 

Melhores Faixas: Press, Talk More Talk, Pretty Little Head 
Piores Faixas: Good Times Coming / Feel The Sun, Footprints, Stranglehold, However Absurd

Flowers In The Dirt – Paul McCartney





















NOTA: 6/10


Mais um tempo se passou em 1989, saiu mais um trabalho do Paul, o Flowers In The Dirt. Após o fraquíssimo Press To Play, aquela década caminhava para o fim, e a música Pop vivia outra transição: a produção digital maximalista estava sendo substituída por arranjos mais orgânicos, e havia um movimento crescente de retorno ao classicismo Pop e Rock, representado por nomes como Elvis Costello e Crowded House, e era exatamente isso que ele pensou em buscar. A produção foi bem diversificada com ele trabalhando com nomes como Mitchell Froom, David Foster, Trevor Horn, além do próprio Costello. E aqui tem uma junção de arranjos clássicos de cordas e sopros, até faixas com sequenciadores, samples e bateria eletrônica, apresentando influencias do Jangle Pop e Art Pop, apesar de ter muita inconsistência melódica e rítmica. O repertório é bem mediano, tendo canções boas só que outras sem graça. Enfim, é um disco irregular, mas que teve mais preenchimento. 

Melhores Faixas: This One, Distractions, Put It There, That Day Is Done 
Piores Faixas: Motor Of Love, You Want Her Too, My Brave Face, Rough Ride

Off The Ground – Paul McCartney





















NOTA: 6/10


Em 1993, Paul McCartney retorna lançando Off the Ground, que seguiu por um caminho mais padrão. Após o Flowers in the Dirt, Paul se encontrava em uma posição de estabilidade, mas também de reavaliação. Com a parceria com Elvis Costello encerrada e um novo grupo de músicos bem entrosado, McCartney buscou fazer um álbum mais coeso e centrado na performance da banda. Com isso, a produção foi feita por ele junto com Julian Mendelsohn, que trouxe uma abordagem mais orgânica, com guitarras mais cruas, o baixo menos processado, a bateria com presença natural e a voz do Paul, já na crise da meia-idade, deixada mais exposta, com menos efeitos e retoques. A banda grava junta, e isso confere um senso de unidade sonora ausente desde os tempos dos Wings, só que muita coisa acabou ficando repetitiva e sem graça. O repertório começa bem, mas depois conta com algumas canções bem genéricas. Enfim, é um disco mediano que carece de maior consistência. 

Melhores Faixas: Hope Of Deliverance, Golden Earth Girl, Get Out Of My Way, Mistress And Maid 
Piores Faixas: C'mon People, I Owe It All To You, The Lovers That Never Were, Biker Like An Icon

Flaming Pie – Paul McCartney





















NOTA: 8,7/10


Quatro anos se passaram e Paul McCartney lançou mais um trabalho, o Flaming Pie. Após o Off the Ground, Paul mergulhou intensamente no projeto The Beatles Anthology, iniciado no final de 1994. Declarou, na época, que trabalhar no Anthology o inspirou a buscar uma abordagem mais despojada e honesta em seu novo álbum solo. Ele queria fazer música de forma “despretensiosa”, como nos tempos em que os Beatles se trancavam no estúdio e simplesmente tocavam por prazer. A produção foi feita pelo próprio Paul, mas contou com a presença do George Martin e Jeff Lynne (do Electric Light Orchestra). O clima das sessões foi relaxado e livre, com ênfase na espontaneidade, combinando elementos do Folk, Pop barroco, Rock clássico, Blues e até experimentações acústicas. O repertório é bem legal, e as canções são todas profundas e divertidas, além das ótimas participações presentes. No fim, é um ótimo disco e bastante interessante. 

Melhores Faixas: Great Day, Young Boy, Heaven On A Sunday, Little Willow 
Vale a Pena Ouvir: The World Tonight, Beautiful Night, Used To Be Bad (participação do Steve Miller)

Run Devil Run – Paul McCartney





















NOTA: 8,5/10


Dois anos depois, foi lançado um álbum inteiramente de covers de Paul McCartney, o Run Devil Run. Após o Flaming Pie, sua esposa, Linda McCartney, que já enfrentava uma batalha contra um câncer durante as sessões do álbum anterior, infelizmente não resistiu e veio a falecer. Foi nesse momento que ele decidiu recorrer ao conforto que encontrara nos primórdios de sua vida musical: o Rock 'N' Roll cru e direto dos anos 50. Sendo também um tributo à vitalidade de Linda, Paul chegou a dizer que ela adorava vê-lo tocando Rock dessa época. Com isso, a produção foi feita por ele junto com Chris Thomas, foi gravada de forma retrô: os músicos tocaram juntos ao vivo, com pouca edição e uma mixagem extremamente direta. O elenco de músicos contava com David Gilmour, Ian Paice, Mick Green, entre outros. O repertório, como dito, é composto apenas por covers, todos bem interpretados, com algumas canções novas. No geral, é um ótimo trabalho e vale a pena ouvir. 

Melhores Faixas: No Other Baby (Dickie Bishop and the Sidekicks), Try Not To Cry, Brown Eyed Handsome Man (Chuck Berry), I Got Stung (Elvis Presley), She Said Yeah (Sonny Bono) 
Vale a Pena Ouvir: All Shook Up (Elvis Presley), What It Is, Shake A Hand (Jessie Mae Robinson)

                                                         Então é isso e flw!!!     

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