quinta-feira, 26 de junho de 2025

Analisando Discografias - Yo-Yo

                   

Make Way For The Motherlode – YoYo





















NOTA: 8,6/10


Em 1991 foi lançado o álbum de estreia da rapper Yo-Yo, o Make Way for the Motherlode. Yolanda Whitaker, que também veio diretamente do Compton, presenciou todo o surgimento do Gangsta Rap e acabou sendo descoberta por Ice Cube, que a apadrinhou e lhe deu sua primeira aparição em uma das faixas de seu primeiro álbum, o AmeriKKKa’s Most Wanted, onde ela fazia um contraponto direto ao machismo predominante no Rap, ganhando então a chance de lançar seu próprio trabalho. A produção foi conduzida pelo próprio Ice Cube com auxílio do Sir Jinx, seguindo a estética de batidas pesadas, linhas de baixo groovadas, uso de samples de Funk dos anos 70 e arranjos secos, com loops minimalistas e foco na lírica. A produção não tem um polimento refinado, mas isso joga a favor da crueza e autenticidade do projeto. O repertório é bem sólido, com ótimas canções e bastante profundidade. No final, é um bom disco de estreia e revelou um lado muito promissor dela. 

Melhores Faixas: What Can I Do? (boa feat do Ice Cube), Tonight's The Night 
Vale a Pena Ouvir: Make Way For The Motherlode, I Got Played, You Can't Play With My Yo-Yo (tem outra aparição do Cube), Ain't Nobody Better

Black Pearl – Yo-Yo





















NOTA: 8,8/10


No ano seguinte foi lançado seu 2º disco, intitulado Black Pearl, que foi um pouco mais padronizado. Após o Make Way for the Motherlode, que a apresentou como uma voz feminina firme e consciente no cenário do Rap da Costa Oeste, agora, mais madura liricamente e com um discurso ainda mais refinado, Yo-Yo investe em expandir sua mensagem com uma roupagem mais polida, sem abandonar sua essência combativa. A produção ficou mais diversificada, ainda trazendo Sir Jinx, e com as colaborações dos DJs Pooh, Muggs e Bobcat, que mantiveram a conexão com a sonoridade do primeiro disco, mas avançaram para uma abordagem mais limpa, groovada e melódica. Ou seja, eles foram para um lado mais refinado, e aqui se percebem algumas influências de R&B, embora centradas em um Hip-Hop consciente. O repertório é muito bom, com canções reflexivas, embora algumas sigam uma linha mais melódica. Em suma, é um disco bacana e que é bem maduro. 

Melhores Faixas: I Can't Take No More, So Funky, You Should Have Listened 
Vale a Pena Ouvir: It's A Long Way Home, Will You Be Mine, Black Pearl

You Better Ask Somebody – Yo-Yo





















NOTA: 3,2/10


Mais um ano se passou e ela lançou mais um disco, o You Better Ask Somebody. Após o Black Pearl, Yo-Yo já havia se consolidado como uma das vozes mais firmes do rap feminino, trazendo em suas letras uma perspectiva de empoderamento, inteligência e orgulho negro. No entanto, apesar do respeito da crítica e de seu público de base, ela ainda não havia atingido o estrelato comercial no nível de outros artistas da Costa Oeste. A produção foi novamente muito diversificada, com Ice Cube assumindo grande parte, e teve mais influência do G-Funk, com sintetizadores agudos, baixos encorpados, samples de P-Funk e batidas mais suaves. A estética é menos crua que nos trabalhos anteriores e mais abrangente, o que deixa tudo bastante repetitivo e sem muito complemento. O repertório é muito fraco, com canções bem chatinhas e poucas que se salvam. Enfim, é um disco ruim e que foi um completo fracasso. 

Melhores Faixas: You Better Ask Somebody, Girls Got A Gun, IBWin' Wit My Crewin' 
Vale a Pena Ouvir: The Bonnie And Clyde Theme, Westside Story, They Shit Don't Stink, Pass It On

Total Control – Yo-Yo





















NOTA: 2,5/10


Se passaram três anos e foi lançado seu último álbum até então, o Total Control. Após o You Better Ask Somebody, ela entrou em um período de relativa pausa, acompanhando mudanças no cenário do Hip-hop, como a explosão do G-Funk, a rivalidade Costa Leste vs. Costa Oeste e o crescimento do Rap mainstream como produto de massa. Quando retorna em 1996, Yo-Yo já não é mais uma novata, mas sim uma veterana buscando reafirmar sua relevância em um cenário mais competitivo. A produção, feita por ela com os auxílios do Warren G e dos DJs Battlecat e U-Neek, seguiu um lado mais acessível, com batidas de G-Funk refinadas misturadas a grooves suaves de R&B, mas tudo ficou muito repetitivo e tedioso. O repertório novamente é fraquíssimo, com canções esquecíveis. No geral, é outro disco ruim e também esquecido, sendo a única coisa relevante que tivemos dela foi sua atuação como dubladora da personagem Kendl no GTA San Andreas. 

Melhores Faixas: How Can I Be Down, Body Work 
Piores Faixas: Bonnie And Clyde II, Yo Yo's Night, One For The Cuties, Thank You, Boo
 

Analisando Discografias - MC Ren: Parte 1

                   Shock Of The Hour – MC Ren NOTA: 8/10 Em 1993 foi lançado o 1º trabalho solo do MC Ren, intitulado Shock of the Hour. Apó...