quarta-feira, 25 de junho de 2025

Analisando Discografias - Mack 10

                  

Mack 10 – Mack 10





















NOTA: 8,8/10


Em 1995, Mack 10 lançava seu 1º trabalho autointitulado, sendo um projeto apadrinhado por Ice Cube. Natural do Inglewood, Califórnia, Mack surgiu numa Los Angeles pós The Chronic, onde o G-Funk dominava e o Gangsta Rap da Costa Oeste ganhava contornos cada vez mais estilizados e comercialmente viáveis. Ele já havia ganhado alguma visibilidade através de conexões com Ice Cube, que o apadrinhou e o apresentou ao público por meio do projeto Westside Connection, que ainda estava em gestação. A produção, obviamente, foi conduzida em sua maioria pelo próprio Cube, que entregou um G-Funk sem concessões, com linhas de baixo encorpadas, sintetizadores ondulantes, samples de Funk setentista e beats suaves, mas pesados. Tudo é muito bem construído, refletindo a temática do disco. O repertório é muito bom, com canções reflexivas e momentos envolventes. No fim, é um ótimo disco de estreia e bastante ousado. 

Melhores Faixas: Foe Life, Wanted Dead, Westside Slaughterhouse (essa música serviu como base para nascimento do Westside Connection), Here Comes The G 
Vale a Pena Ouvir: Mack 10's The Name, On Them Thangs, Armed & Dangerous

Based On A True Story – Mack 10





















NOTA: 8,3/10


Dois anos depois, foi lançado seu 2º álbum, intitulado Based on a True Story, que tentou ser mais abrangente. Após seu álbum de estreia, o rapper de Inglewood colhia os frutos de sua aliança com Ice Cube e do impacto de faixas como Foe Life e, nesse intervalo, também se juntou oficialmente a Ice Cube e WC no supergrupo Westside Connection. Mesmo com a Costa Leste começando a retomar o protagonismo após a morte do 2Pac, e com o Sul ganhando força com nomes como UGK, Mack 10 ainda mantinha suas raízes. A produção contou praticamente com os mesmos nomes, só que com beats mais polidos, grooves mais elaborados. A presença do G-Funk ainda é dominante, mas já mesclada com uma sonoridade mais moderna, que combinou bem com a imersão proposta pelas faixas. Falando nisso, o repertório é bem interessante, com canções legais e um lado mais envolvente. Em suma, é um disco bom, mas que ficou na sombra do seu antecessor. 

Melhores Faixas: Only In California (Snoop Dogg e Ice Cube encaixaram bem demais), Inglewood Swangin 
Vale a Pena Ouvir: Backyard Boogie, Dopeman, Chicken Hawk II, Tonight's The Night

The Recipe – Mack 10





















NOTA: 8/10


Aí, no ano seguinte, foi lançado mais um disco do Mack 10, o The Recipe, que foi ainda mais ambicioso. Após o Based on a True Story, que mostrava seu amadurecimento artístico, Mack 10 estava em alta, impulsionado também pela força do Westside Connection, supergrupo que integrava ao lado de Ice Cube e WC. O fim dos anos 90, porém, era um momento de transição para o Rap. O som sulista ganhava força com as gravadoras Cash Money e No Limit, enquanto a Costa Leste vivia um novo momento com Nas e Jay-Z, e o G-Funk da Costa Oeste começava a perder terreno no mainstream, mas o rapper não quis largar suas raízes. A produção foi feita em sua maioria por ele, com contribuições de Binky Mack e KLC. Ainda havia a presença do G-Funk, mas já se nota uma tentativa de incorporar elementos mais radiofônicos e batidas com apelo Pop. O repertório até que é bem legal, com ótimas canções e repleto de feats. No geral, é um disco legal, mas muito subestimado. 

Melhores Faixas: For The Money (ótima feat com Ol' Dirty Bastard e Buckshot), Let The Games Begin (Fat Joe e Big Pun alavancaram som pra eles) 
Vale a Pena Ouvir: Get A Lil' Head, Ghetto Horror Show (ótimas feats do Ice Cube e Jayo Felony), The Letter, You Ain' Seen Nothin' Yet, #1 Crew In The Area

The Paper Route – Mack 10





















NOTA: 4/10


Aí chega o ano de 2000, e foi lançado seu 4º álbum de estúdio, o The Paper Route. Após o The Recipe, vendo que o G-Funk já não dominava as paradas, o som do Sul dos EUA ganhava cada vez mais espaço, e o Rap comercial tomava direções mais melódicas, coreografadas e visualmente marcadas pela era da MTV e da BET. Mack 10 havia criado sua própria gravadora, a Hoo-Bangin’ Records, e estava envolvido no lançamento de novos artistas, mas ainda quis fazer algo mais compacto. A produção foi conduzida em sua maioria por ele mesmo mais uma vez, contando com colaborações como Timbaland. Assim, a sonoridade aqui ficou mais moderna, radiofônica e nacionalmente acessível, sem abandonar totalmente os traços da Costa Oeste. O maior problema foi que esse polimento deixou tudo desequilibrado. O repertório é muito fraco, com canções bastante genéricas, embora algumas ainda se salvem. No fim, é um disco muito ruim e que foi um completo fiasco. 

Melhores Faixas: Keep It Gangsta, Tight To Def, For Sale, Pop X 
Piores Faixas: From Tha Streetz, Hustle Game, Pimp Or Die, Tha Weekend

Bang Or Ball – Mack 10





















NOTA: 4/10


Mais um ano se passa, e foi lançado mais um trabalho dele, o Bang or Ball, que trouxe ainda mais problemas. Após o fraquíssimo The Paper Route, seu vínculo com a Priority chegou ao fim e ele entrou para a Cash Money Records, gravadora que contava com nomes como Lil Wayne, Juvenile e outros, artistas que dominavam o Rap mainstream na época. Isso foi uma jogada arriscada, pois unia um rapper de Inglewood, com raízes na Costa Oeste, a um time quase 100% sulista. A produção foi conduzida em sua maioria por Mannie Fresh, além de colaborações do QDIII, Ron e até Dr. Dre. Aqui, a sonoridade partiu para batidas digitais, baterias programadas com swing e sintetizadores agudos. Ou seja, tudo foi bastante modernizado, puxando para uma vibe mais festiva, mas Mack 10 parece ter atirado para todos os lados. O repertório é muito ruim, e novamente as canções são bem fracas. Enfim, é outro disco terrível e que também foi um fiasco. 

Melhores Faixas: Connected For Life (Ice Cube e WC aparecendo de novo), We Can Never Be Friends, Let It Be Known (ótima feat do Scarface e Xzibit) 
Piores Faixas: Do The Damn Thing, King Pin Dream, Dog About It, No D**k At All

Hustla's Handbook – Mack 10





















NOTA: 3/10


Quatro anos depois, foi lançado mais um trabalho do Mack 10, o Hustla's Handbook. Após o Bang or Ball, com a queda de relevância da Costa Oeste e depois do fiasco ao tentar se inserir no mesmo ramo do pessoal do Sul, o rapper buscava reafirmar seu lugar na indústria, agora mais maduro, empresário e com mais controle sobre sua carreira, já que seu selo Hoo-Bangin' Records estava estabelecido, além de contar com distribuição pela gravadora Capitol. A produção foi conduzida por ele mesmo, com contribuições de Fredwreck, Ron e outros. Os beats vão do pesado e sombrio ao dançante e melódico, com espaço para refrões comerciais. Há influências do G-Funk e, por incrível que pareça, até algumas influências do Crunk em certos momentos, mas tudo é bastante desalinhado e, muitas vezes, a mixagem deixa a desejar. O repertório é péssimo, com canções ridículas e pouquíssimas interessantes. No final de tudo, é outro disco terrível e completamente esquecível. 

Melhores Faixas: I'm A Star, Like This, By The Bar 
Piores Faixas: Pop, Livin Just To Ball, Dome Shot, Step Yo Game Up

Soft White – Mack 10





















NOTA: 7,6/10


Então chegamos ao último lançamento dele até o momento, o Soft White, que retomou sua forma antiga. Após o Hustla's Handbook, Mack 10 passou um período mais focado em operar sua gravadora Hoo-Bangin' Records. Além disso, ele observava que o Rap vivia profundas transformações: o domínio da internet na divulgação, o enfraquecimento do Gangsta Rap, o crescimento das sonoridades sulistas e a ascensão de artistas mais melódicos e comerciais. Até que, em 2009, decidiu retornar com um projeto mais preciso. A produção, como sempre, foi bem diversificada, seguindo um caminho mais polido e híbrido. Há espaço para batidas pesadas, refrões R&B, timbres eletrônicos e linhas de baixo marcantes, mostrando ainda influências do G-Funk, mas também muitos elementos do Rap do Sul. Apesar de algumas inconsistências, o conjunto até que encaixou bem. O repertório é bem legal, com canções interessantes e outras mais fracas. Enfim, é um ótimo disco e até que abrangente. 

Melhores Faixas: So Sharp (ótimas feats do Lil Wayne, Rick Ross e Jazze Pha), Big Balla, Street Shit, Tonight 
Piores Faixas: It's Your Life, Pushin', Hood Famous (esse tal de J. Holiday entupido de autotune é feio né)

                                                         Então é isso e flw!!!      

Analisando Discografias - MC Ren: Parte 1

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