Dubbing In A Africa – Augustus Pablo
NOTA: 8/10
Mais um ano se passa, e Augustus Pablo lança Dubbing in a Africa, um álbum totalmente tematizado. Após o Rockers Meets King Tubbys in a Fire House, ele continuou quase na mesma onda. Além disso, o Dub continuava a evoluir, muito graças a ele, tornando-se uma base para o Hip-Hop. Percebendo que já estava deixando um legado na música jamaicana, era óbvio que ele seguiria a linha de seus últimos trabalhos. A produção, feita por ele mesmo, é minimalista, meditativa e profundamente atmosférica. A sonoridade do álbum é guiada por uma base de riddims bem elaborados, com camadas de efeitos ecoantes, reverb e cortes de frequência, elementos essenciais do Dub. Além disso, ele manipulou guitarras, percussão e teclados de forma a construir faixas onde o silêncio e os ecos são tão importantes quanto as próprias notas tocadas. O repertório é muito bom, com canções bem cadenciadas e leves. Enfim, é outro belo trabalho do mito da melodica.
Melhores Faixas: I And I Dub, King Of Kings Dub
Vale a Pena Ouvir: Nigerian Love Dub, Everlasting Dub, Herbal Weed Dub
Earth Rightful Ruler – Augustus Pablo
NOTA: 8,5/10
No ano seguinte, outro álbum foi lançado: Earth Rightful Ruler, e aqui houve algumas mudanças. Após o Dubbing in a Africa, Augustus Pablo decidiu que esse trabalho seria colaborativo com Hugh Mundell, um jovem prodígio do Reggae que já havia trabalhado extensivamente com ele. Como compartilhava a mesma visão mística e Rastafari de Pablo, isso resultou em um disco de forte espiritualidade e densidade sonora. A produção foi feita totalmente pelo próprio Augustus Pablo, que trouxe aquela instrumentação clássica, com linhas de baixo profundas e vibrantes, percussão seca e hipnótica, guitarras com toques minimalistas e teclados espaciais, além de muita reverberação e efeitos de eco, que criam uma sensação de imersão espiritual. Ele também conseguiu equilibrar as performances vocais do Hugh Mundell com suas instrumentações. Já o repertório é muito bom, com canções atmosféricas e bem profundas. No fim, é um ótimo disco, cheio de virtuosismo.
Melhores Faixas: Lightning And Thunder, King Alpha And Queen Omega, Musical Changes
Vale a Pena Ouvir: City Of David, Java
Rising Sun – Augustus Pablo
NOTA: 9,2/10
Quatro anos se passaram, e Augustus Pablo lançou outro disco, o Rising Sun, este ainda mais profundo. Após o Earth Rightful Ruler, seu amigo Hugh Mundell acabou sendo assassinado, o que abalou o multi-instrumentista, mas ele conseguiu se recuperar rapidamente. Com seu próximo projeto, manteve-se fiel à sua estética Roots, incorporando algumas inovações na produção, mas sem abandonar o espírito místico e transcendental que marcou sua carreira. A produção foi aquela de sempre, com uma sonoridade caracterizada por camadas ricas de teclados, guitarras minimalistas e baixos profundos. A percussão é hipnótica, criando um fluxo contínuo que transporta o ouvinte para um estado meditativo, além de a instrumentação ser menos carregada. O repertório é bem legal, com canções experimentais e um toque mais envolvente e meditativo. Em suma, é um trabalho muito interessante, só que muito subestimado.
Melhores Faixas: The Day Before The Riot, Rising Sun, Jah Wind Vale a Pena Ouvir: Hop-I-Land, African Frontline, Melchesedek (The High Priest)
Rockers Comes East – Augustus Pablo
NOTA: 2,2/10
Mais um ano se passou, e Augustus Pablo lançou outro álbum, o Rockers Come East. Após o Rising Sun, mesmo vendo o crescente sucesso que o Dancehall estava fazendo nos anos 80, ele decidiu permanecer fiel à sua estética analógica e espiritual, mantendo a essência Roots do seu som, mas incorporando elementos modernos de forma sutil. A produção, feita como sempre pelo próprio multi-instrumentista, é diferente dos álbuns mais voltados para o Dub, onde os efeitos e manipulações de estúdio eram o destaque. Aqui, ele optou por uma estrutura mais melódica e acessível, com riddims mais profundos e meditativos, guiados por linhas de baixo hipnóticas e percussões transcendentais. O problema é que muita coisa fica em um loop repetitivo, com um alto nível de arranjos, mas sem qualquer tipo de equilíbrio. O repertório é bem fraco, com canções chatas e poucos momentos interessantes. Enfim, é um disco ruim e com falta de ritmo.
Melhores Faixas: Jah "D" Special, Revelino Dub
Piores Faixas: Progression Dub, Zion Seals Dub, Babylon Loosing Dub, Pablo Meets "P" Smart In L.I.
Eastman Dub – Augustus Pablo
NOTA: 5/10
Em 1988, Augustus Pablo acabou desenterrando um trabalho feito na década anterior: Eastman Dub. Após o fraquíssimo Rockers Come East, o multi-instrumentista encontrou um material gravado em 1977, ou seja, durante o auge da era clássica do Dub. Esse disco trazia uma seleção de versões desse gênero, baseadas em músicas produzidas por Pablo, muitas delas inspiradas em riddims populares que haviam sido lançados anteriormente em singles e LPs. A produção, feita por ele mesmo, resultou em uma sonoridade profunda e abstrata, com uso extenso de eco e reverb, além de um equilíbrio entre a atmosfera densa e a clareza dos instrumentos. Só que tudo ficou muito exagerado, fazendo com que muitas canções tenham arranjos repetitivos e pouca ênfase no lado hipnótico de seus antecessores. O repertório é bem irregular, com algumas canções interessantes e outras que são um tédio. Em suma, é um trabalho muito mediano, que poderia ter sido melhor lapidado.
Melhores Faixas: African Step, Only Jah Jah Dub, Big Yard Connection
Piores Faixas: Original Scientist, Look Within Dub, Eastman Dub
Blowing With The Wind – Augustus Pablo
NOTA: 2/10
Dois anos depois, Augustus Pablo lançava mais um disco, o Blowing With the Wind. Após o lançamento do Eastman Dub e depois de toda aquela fase dos anos 80, em que a maioria dos artistas Roots teve que se adaptar ao novo cenário digital, muito por conta do Dancehall, Pablo ainda manteve sua identidade musical intacta, incorporando elementos modernos de forma sutil. A produção foi praticamente a mesma de sempre, só que com um maior refinamento, combinando elementos acústicos e eletrônicos de maneira sutil, criando um som moderno sem perder seu toque orgânico. No entanto, o maior problema foi o uso excessivo de reverberações e ecos, que tornaram a sonoridade arrastada, com arranjos que não trazem qualquer tipo de equilíbrio em algumas partes que deveriam ser mais meditativas. O repertório, novamente, é fraco, com canções sem graça e poucas realmente interessantes. No final, é um trabalho muito ruim e sem coesão.
Melhores Faixas: 21 Years After, Ancient Harmonies
Piores Faixas: This Song, Eastern Code, Drums To The King, Zion UFO
Então é isso e flw!!!