domingo, 23 de março de 2025

Analisando Discografias - Ozzy Osbourne: Parte 3

                 

Under Cover – Ozzy Osbourne





















NOTA: 5/10


Quatro anos se passaram, e Ozzy lançou mais um disco intitulado Under Cover, que, pelo título, é composto por covers. Após o fraquíssimo Down to Earth, aquele reality show The Osbournes, exibido pela MTV, havia recém-acabado (um dos maiores traumas do morcegão). Logo depois, ele lançou um box set chamado Prince of Darkness, que continha uma coletânea de sua carreira solo, faixas raras e um disco dedicado a covers, servindo apenas como base para esse álbum. A produção ficou a cargo do Mark Hudson, que adotou uma abordagem mais limpa e acessível do que aquele Heavy Metal tradicional. Há um peso característico nas guitarras, mas os arranjos priorizam melodias clássicas, sem grandes distorções ou efeitos exagerados, aproximando-se muito do Rock clássico dos anos 70. O repertório tem alguns covers legais e outros que são chatos ou até medíocres. No final de tudo, é um trabalho bem mediano, feito apenas para ganhar uns trocados. 

Melhores Faixas: Rocky Mountain Way (Joe Walsh), 21st Century Schizoid Man (King Crimson) 
Piores Faixas: Good Times (The Animals), Woman (John Lennon), Sympathy For The Devil (The Rollling Stones)

Black Rain – Ozzy Osbourne





















NOTA: 8,3/10


Mais um tempo se passou, e Ozzy Osbourne lançou seu 10º álbum de estúdio, o Black Rain. Após o Under Cover, o cantor, tentando ao máximo se desvencilhar da imagem deixada pelo reality show, queria se reafirmar como um artista relevante dentro do Heavy Metal moderno. O álbum reflete um tom mais sombrio e político do que seus trabalhos anteriores, abordando temas como guerras, desigualdade e corrupção. Além disso, houve a entrada de um novo baixista, Rob "Blasko" Nicholson (que havia trabalhado com Rob Zombie). A produção, conduzida por Kevin Churko, que estava ganhando fama após trabalhar com o Five Finger Death Punch, trouxe uma abordagem mais polida e comprimida, com uma sonoridade pesada, mas acessível, misturando elementos do Hard Rock e do Groove Metal. O repertório é muito interessante, com canções bem mais pesadas e uma pegada atmosférica. Enfim, é um ótimo disco, só que muito subestimado. 

Melhores Faixas: I Don't Wanna Stop, Countdown's Begun, The Almighty Dollar 
Vale a Pena Ouvir: Here For You, Lay Your World On Me

Scream – Ozzy Osbourne





















NOTA: 3/10


Indo para 2010, mais um disco foi lançado, intitulado Scream, e aqui as coisas decaíram profundamente. Após o Black Rain, Zakk Wylde, seu guitarrista e parceiro de longa data, acabou saindo, pois Ozzy queria evitar que sua música soasse muito próxima ao Black Label Society (banda do Zakk) e, por isso, decidiu renovar sua sonoridade. Além disso, o nosso morcegão queria se adaptar às mudanças da grande mídia, com o declínio das vendas físicas e o crescimento dos serviços de streaming. A produção, feita novamente por Kevin Churko, trouxe uma sonoridade extremamente polida, com guitarras pesadas, baterias processadas e um uso extensivo do camadas sonoras. Os riffs do guitarrista Gus G. ficaram sem direcionamento, e o uso excessivo de efeitos eletrônicos deixou os arranjos malconduzidos, resultando em um repertório fraquíssimo, com canções chatíssimas e poucas que se salvam. Em suma, é um trabalho muito ruim e sem coesão. 

Melhores Faixas: Soul Sucker, Let Me Hear Your Scream, I Want It More 
Piores Faixas: Latimer's Mercy, Crucify, Diggin' Me Down, Time

Ordinary Man – Ozzy Osbourne





















NOTA: 2,4/10


Depois de 10 anos, Ozzy lançou mais um álbum de estúdio, o Ordinary Man, que não trouxe tantas mudanças. Após o Scream, Ozzy passou a focar na turnê de despedida do Black Sabbath. Durante esse período, ele ficou sem lançar material solo, o que aumentou a expectativa dos fãs por um novo álbum. Só que, em 2019, ele revelou que havia sido diagnosticado com Parkinson e sofreu várias complicações médicas, incluindo uma queda grave que resultou em cirurgias e internações. Sua condição levantou dúvidas sobre seu futuro na música, mas, mesmo assim, quis lançar um novo material. Produzido por Andrew Watt, conhecido por seu trabalho com Post Malone, o álbum trouxe uma abordagem moderna ao som do Ozzy, mesclando elementos clássicos do Rock com uma produção contemporânea, só que com pouca consistência. O repertório até começa bem, mas depois decai com um monte de canções ruins. Enfim, é outro disco ruim e sem identidade. 

Melhores Faixas: All My Life, Straight To Hell 
Piores Faixas: Ordinary Man (participação do Elton John), Eat Me, Holy For Tonight, Take What You Want (Post Malone e Travis Scott - nem se salvaram; música 0 imersiva)

Patient Number 9 – Ozzy Osbourne





















NOTA: 2/10


Dois anos depois, Ozzy Osbourne lançou seu último álbum até o momento, o Patient Number 9. Após o Ordinary Man, Ozzy continuou enfrentando problemas de saúde, incluindo sua batalha contra o Parkinson, complicações na coluna e cirurgias complexas. A possibilidade de que esse pudesse ser seu último álbum pairava no ar e, com a chegada da pandemia do COVID-19, ele teve tempo para refletir e explorar novas ideias. A produção foi conduzida mais uma vez por Andrew Watt, que trouxe novamente uma abordagem moderna, misturando Hard Rock, Heavy Metal e elementos progressivos. Além de Zakk Wylde, um monte de caras conhecidos do Rock está presente aqui — vou dar só alguns exemplos: Chad Smith, Eric Clapton e Tony Iommi. Mas, mesmo com esses nomes, os mesmos erros anteriores se repetem, resultando em um repertório fraquíssimo, com canções que, em sua maioria, são medíocres. Enfim, é outro disco tenebroso e, se for o último, será um final triste. 

Melhores Faixas: One Of Those Days (participação do Eric Clapton), Degradation Rules (participação do Tony Iommi) 
Piores Faixas: Immortal (participação do Mike McCready do Pearl Jam), A Thousand Shades (participação do Jeff Beck), Parasite (participação do saudoso Taylor Hawkins do Foo Fighters), Evil Shuffle (participação do Robert Trujillo e Chad Smith)

  

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