Analisando Discografias - Outlawz: Parte 2

                 

Neva Surrenda- The Rap-A-Lot Sessions – Outlwaz

NOTA: 3/10

Depois, foi lançado o 3º álbum de estúdio do grupo, intitulado Neva Surrenda – The Rap-A-Lot Sessions. Após o Novakane, eles continuavam a se reinventar e afirmar sua identidade fora da sombra do 2Pac. Então, lançaram esse álbum com forte influência da gravadora Rap-A-Lot, um selo texano de peso no underground do Gangsta Rap, liderado por J. Prince. Essa parceria trouxe novas influências do sul dos EUA, sem abandonar as raízes da costa oeste. A produção foi conduzida por Mike Dean junto com o próprio J. Prince, que incorporaram graves pesados e batidas arrastadas, características do som sulista. Ainda assim, o estilo da costa oeste continua predominante, com sintetizadores G-Funk, linhas de baixo encorpadas e batidas secas. Porém, tudo é muito repetitivo, e a mixagem ficou malfeita em vários momentos. O repertório é fraco, e as canções, em sua maioria, são medíocres e pouco interessantes. Enfim, é um disco terrível e feito totalmente às pressas. 

Melhores Faixas: Move Somethin', Black Diamond, What Side U On?, Pleasure Of Sin 

Piores Faixas: Us, Why?, Playtime, Lost And Turned Out, Stick 2 The Plan

Outlaw 4 Life: 2005 A.P. – Outlwaz

NOTA: 7/10

Três anos depois, foi lançado mais um álbum do Outlawz, o Outlaw 4 Life: 2005 A.P.. Após o Neva Surrenda, o grupo precisava de um projeto mais polido, mais sólido e com maior visibilidade. Eles então assinaram com a 33rd Street, conhecida por dar liberdade criativa a artistas underground. O título 2005 A.P. significa "After Pac", ou seja, um símbolo claro da nova fase do grupo: a era após Tupac. A produção, feita por eles e por vários nomes desconhecidos, ficou um pouco mais moderna e limpa em comparação aos álbuns anteriores, mas ainda profundamente enraizada no som da costa oeste e do Gangsta Rap tradicional. Beats com 808s graves, sintetizadores atmosféricos, samples discretos de Soul e o uso ocasional de pianos melódicos deixaram tudo mais coeso, apesar de algumas falhas rítmicas. O repertório é bem legal, com canções ótimas, embora algumas sejam irregulares. Em suma, é um disco bom, mesmo com seus erros. 

Melhores Faixas: Better It Get, Real Talk, Losin My Mind, Big Ballin (ótima participação do Bun B do U.G.K.), I Dare U, Let It Burn 

Piores Faixas: Ghetto Gospel Pt. 2, Sacred Vows (And I Do), Listen 2 Me

One Nation – Outlwaz

NOTA: 2,3/10

Depois de um bom tempo, só em 2021 o Outlawz voltou a lançar um álbum realmente importante: One Nation. Após o lançamento do Outlaw 4 Life: 2005 A.P. e de alguns álbuns nos quais eles estavam mais focados em divulgar um monte de "zé mané", o grupo decidiu lançar um trabalho que refletisse o desejo que 2Pac tinha de unificar as costas leste e oeste do Rap, superando rivalidades regionais. A produção ficou a cargo da lenda DJ Premier, que trouxe seu estilo clássico de Boom Bap, enquanto outras faixas incorporam elementos de G-Funk, Soul e R&B, tentando criar algo coeso. No entanto, muita coisa acabou mal implementada, deixando tudo muito arrastado. O repertório é muito fraco, e as canções, em sua maioria, são medíocres, mesmo contando com várias feats de caras como Xzibit, Chuck D e outros, mas nem eles conseguem salvar. No geral, é um trabalho péssimo e totalmente mal planejado. 

Melhores Faixas: Pain Into Progress, Living 

Piores Faixas: Red Cadillac, Malcolm & Martin, Against My Soul, Finally, Prison, Second Chance, Apply Pressure